Por um lado, é notável que uma empresa que lançou seu primeiro smartphone em meados de 2014, três anos e meio depois esteja capitaneando uma mudança no aspecto dos dispositivos Android. A primeira a usar o “notch”, um pequeno recorte na tela, seguindo é verdade o que a Apple já fizera com o iPhone X. Segundo a Asus o seu “recorte” é 26% menor.
Textos e vídeos dissecando as especificações já foram feitos e de forma muito completa e competente. Mas não posso e furtar a comentar alguns pontos que me chamaram muito a atenção nos aparelhos anunciados. Detalhes realmente notáveis que quero destacar.
Recursos premium em toda a linha
Acabamento em vidro desde os modelos mais simples como o Zenfone Max e 5 Lite. Para minha surpresa, pois o vidro vinha sendo característica de produto superior.
Sistema de reconhecimento facial, algo muito interessante para um aparelho de entrada, pois está presente em toda a linha, bem como o sensor de impressão digital, que já se tornara popular. A autenticação pode ser por DIGITAL, PIN ou FACIAL.
Câmeras grande angular, seja a traseira ou no caso do modelo Lite, também na frontal. Este é um diferencial do modelo Lite, pois traz 4 câmeras, 2 na traseira e 2 frontais, as quais são de enquadramento normal e a grande angular. O Lite privilegia neste modelo as câmeras frontais, que têm sensores de melhor qualidade. Não que as câmeras traseiras sejam ruins, são boas, mas os sensores “mais nobres” estão nas frontais. Fala-se que este modelo pode chegar no Brasil com a denominação Zenfone 5 Selfie, já que os modelos selfie das gerações 2 e 4 fizeram muito sucesso (não existiu o 3 Selfie). Os sensores e lentes das câmeras foram todos aprimorados, com abertura de f/1.8 e no modelo 5 filma em 4k 60 quadros por segundo!!
Android 8 (Oreo), ou seja, toda a família já vem com a mais nova versão do Android que traz inovações muito interessantes de usabilidade, mas não só isso. Dois dos smartphones que testei nos últimos tempos tiveram um grande avanço, real melhoria no consumo de bateria, o Moto X4 e o Zenfone 4. Aliás, escrevi sobre esta experiência recentemente no texto “Asus Zenfone 4, redescobrindo surpreendentemente a autonomia de bateria!!” tendo obtido mais 28% de autonomia!!
Bateria de 3300 mAh, em toda a linha, uma capacidade bastante adequada, a mesma do Zenfone 4. Em meus testes recentes já com o Oreo, o Zenfone 4 obteve em regime de uso “normal”, 19.7 horas de autonomia, com o processador SnapDragon 660, uma mini fortaleza em termos de potência. Há potencial para autonomia até melhor com os processadores otimizados usados agora. Importante citar que o modelo Max tem capacidade de bateria de 4000 mAh, menos que os 5000 mAh da versão anterior, mas este é uma sábia decisão, pois 5000 mAh para um uso “normal”, era até demais. Ninguém quer fazer uma viagem de 400 Km com 80 litros de gasolina, é até peso extra para carregar. Vale a analogia com o Zenfone 5 Max.
Processadores bem escolhidos. São usados nas versões mais simples os modelos 430 e 630, ambos sofisticados e de concepção moderna aliando desempenho bom com baixo consumo. No Zenfone 5 é usado o 636, que não é uma evolução do 630 e sim uma variação do muito robusto 660 usando no Zenfone 4 (que em seu maior mix de vendas usa também o 630), que deve entregar um nível de desempenho muito próximo, mas mais econômico. E no topo de linha, o 5z vem o moderníssimo e super potente SnapDragon 845, o máximo em performance!
Dimensão da
tela, é de 6 a 6.2 polegadas em função do modelo, mas na proporção 18:9
no Lite e 19:9 no modelo 5 e no Z. Por causa das bordas finas eles têm estas
telas maiores e mantém o tamanho aproximado de um smartphone de 5.5 polegadas com
formato 16:9 tradicional. E por serem um pouquinho mais finos têm uma “pegada”
muito confortável (segundo as pessoas que os manipularam). No 5 e 5z a tela é
do tipo IPS+ com resolução FullHD+(2246x1080)!!!
Recursos diferenciados
Inteligência artificial por todo lado!! São vários recursos espertos, muito espertos. A Asus resolveu liberar o potencial dos processadores SnapDragom 630, 636 e 845 que trazem APIs para implementação de recursos de IA e de uma forma simples e direta. Estes recursos só existem no 5 e no 5z (por causa dos processadores).
As câmeras aprendem com os hábitos do usuário analisando os filtros que ele usa ou suas preferências e vai ajustando o resultado final das fotos. Além disso a câmera dispõe de 16 padrões pré definidos que otimizam fotos de paisagens, mar, flores, pessoas, comida, gatos, neve, etc. Há inclusive um modo “tripé”, otimizado para quando este importante acessório é usado.
Há carregamento inteligente (além do importante carregamento rápido) de tal forma que é evitado que o smartphone fique por horas (geralmente a noite toda) sendo carregado, pois isso reduz a vida útil total da bateria (sua eficiência de carga). Faz isso por meio de aprendizado dos hábitos de seu usuário calibrando a carga fornecida para que entre o momento de ir dormir e despertar a carga seja feita de maneira “saudável”.
Há também um inteligente “boost” de performance acionado sob demanda que impulsiona o aparelho para usos de demanda intensa. Uma verdadeira injeção de nitropropano no motor “V oitão” por algum tempo!!
O toque do aparelho é também inteligente. Vigoroso e bem alto em ambientes ruidosos e bem fraco e sutil em ambientes silenciosos. São mais de dez recursos que aplicam essa inteligência sendo que os mais notáveis são mesmo no tratamento da câmera e do consumo de bateria.
Som aprimorado, alto falante estéreo traz uma experiência mais agradável e imersiva no uso do dia a dia. Assistir vídeos e ouvir música torna-se mais intenso e agradável.
O famoso (ou seria famigerado) “notch”. Sim, o Zenfone 5 e 5z trazem aquele apêndice no topo da tela, igual ao que está presente no iPhone X. Por isso surgiram gracejos na Internet chamando o aparelho Zenphone X!! Como as pessoas são maldosas!!! Avaliando com calma, no caso da Apple aquele recorte na parte superior permite acomodar muitos sensores, câmera, etc. Além de ajudar a reduzir a borda superior do aparelho, solução esteticamente interessante. Mas mesmo fãs de Apple, diversos torceram o nariz para isso pois a experiência é como se estivesse faltando um pedaço da tela, como se alguém tivesse dado uma mordida no display.
Mas a Asus teve uma ideia inteligente. Está usando uma tela de proporção 19:9 em vez de 18:9. Assim o conteúdo que já existe no formato habitual (vídeos, fotos, sites, etc.) ocupam o espaço regular e a eventual “sobra” fica preta, escondendo o “notch”. Achei uma solução inteligente!!
Segundo Marcel Campos, o Head Global de Marketing da Asus, os fabricantes de displays estão aderindo a este formato e será mais caro no futuro comprar telas “convencionais” e por isso o “notch” veio para ficar. A Asus apenas saiu na frente!! Vários outros modelos de outros fabricantes estão em vias de serem lançados neste formato.
Curiosamente todas as fotos enviadas pela Asus para a imprensa estão com o “notch” em fundo escuro, quase invisível. Penso que é um recado sendo dado como se fosse “não atribuam mais importância do que isso merece, usem o aparelho e confiram os benefícios de usabilidade”... É ver e confirmar.
Mas “mordida na tela” à parte, a nova ZenUI 5.0 está tirando partido da novidade organizando as notificações de forma diferente e otimizada. Aliás a ZenUI 5 está muito bonita e fluida, com cantos arredondados e uma nova e simplificada organização dos menus, que estão menores.
Não posso me esquecer de citar os ícones animados, personalizáveis, assim como já tinha a Apple e recentemente anunciado também pela Samsung.
Mas temos que conferir!!
Eu achei os dispositivos muito bonitos e confesso que até o “dente na tela” não me incomodou tanto (por causa da forma como ele é usado). Mas olhando a linha como um todo há muitos pontos para serem checados quando eles chegarem ao Brasil. A primeira grande pergunta é se o modelo 5z desembarcará por aqui, já que nas famílias anteriores o topo de linha (Deluxe e Pro) não vieram. Seria uma pena porque em termos de preço europeu, o preço do 5z é quase a metade do Samsung S9 Plus, que prometeria uma boa competição em termos de custo-benefício.
Precisamos conferir quanto inteligentes são de fato os recursos de tratamento de imagens das câmeras. Será que o aprendizado é de fato profícuo? Será que não vai artificializar demais as fotos com pós processamentos exagerados ou serão sutis nuances que valorizarão as fotos sobremaneira?
E a autonomia da bateria? Cada modelo com processadores muito bem escolhidos... O novo 636 é muito promissor porque tem a força do 660 mas ligeiramente aliviada, bom para o consumo e com a administração inteligente... No meu teste recente do Zenfone 4 com o Oreo obtive mais de 19 horas de bateria em regime “normal” de uso. Será que os membros da família 5 serão assim? Serão melhores?
E o “notch” no dia a dia? Será realmente uma experiência “lisa”, sem surpresas, sem desconfortos na usabilidade? Será uma grande ajuda ou não? Como funcionará o sistema de reconhecimento facial?
Todas estas perguntas só serão respondidas, por mim ou por tantos valorosos jornalistas, avaliadores, youtubers e blogueiros quando exemplares dos integrantes da família Zenfone 5 chegarem às suas mãos e testes cuidadosos forem feitos. Estou na fila!!
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