Comunicar planos, compartilhar resultados, apresentar um produto ou serviço,
ministrar aula ou palestra são atividades corriqueiras no dia a dia. Mas nem
sempre dispomos de recurso para ampliar nossa ideia e mostrar nosso raciocínio.
Falo por mim mesmo. Por várias vezes eu me vi em uma empresa precisando exibir informações
diversas e não havia um projetor disponível: “temos na outra sala, mas nesta não
temos”. Como consequência todos se aglomeram em torno de uma tela de notebook,
com sensível prejuízo à compreensão de uma ideia sendo colocada em questão.
A necessidade é clara e evidente, não preciso mais falar a respeito. Porém
projetores costumam ser grandes, caros e pesados. Testei no passado um projetor
pequeno e portátil e por isso já tinha experiência com este tipo de produto. A
empresa SAGECOM representa a linha de projetores da Philips no Brasil e me fez
chegar às mãos o modelo PicoPix
PPX2480. É um produto encantador pela leveza, portabilidade e utilidade. Eu
o submeti a testes diversos e vou compartilhar minhas descobertas. Abaixo se
encontram as características principais. Veja na Figura 1 o PicoPix 2480 em
detalhes e suas conexões.
- Peso 230 g
- Iluminação por LED, potência 80 lumens
- Duração da fonte de luz de 30.000 horas
- Resolução 854x480 pixels
- Contraste 1000:1
- Dimensões: 10.5 x 10.5 x 3.2 cm
- Peso 290 g
- Conexões VGA, HDMI, Vídeo Componente, USB
- Leitor de cartão de memória SD (música, fotos e
vídeo)
- Controle remoto
Figura 1 – Philips PicoPix 2480 –
frente e parte traseira com as conexões
Vou
descrever o ambiente de teste que foi propositalmente montado de forma “rigorosa”.
Escolhi uma sala parcialmente iluminada. Esta é uma situação comum. Nem todo
ambiente que desejamos utilizar este tipo de projetor pode ser escurecido
completamente. Havia uma parede na cor bege onde havia pouca luz e uma parede
razoavelmente iluminada. A cor bege também não é a melhor superfície para projeção
(tela branca ou parede branca é a situação ideal). Assim o teste pode ser
considerado “real” em um ambiente típico que se pode encontrar em empresas.
Este ambiente pode ser visto na Figura 02.
vide Figura 2 – ambiente do teste do Philips
PicoPix 2480 – sala parcialmente iluminada
No
primeiro momento utilizei uma distância menor, cerca de 2 m da parede. Isso
gerou uma imagem de 140x80 cm aproximadamente. Isto é apropriado para uma reunião
para 8 pessoas, visto na Figura 02.
Posteriormente levei o projetor até a distância máxima possível nesta sala, um
pouco mais que 3 metros da parede. Isso gerou imagem com tamanho de 195x105 cm
aproximadamente. Segundo as especificações técnicas é possível obter projeções entre
30 cm e 300 cm. Isso realmente é obtido, mas no tamanho máximo (300 cm) a
luminosidade já não é tão forte e o a capacidade de foco está também no limite.
Penso que até 2 metros de projeção ainda se obtém ótima qualidade. A projeção no
tamanho máximo que testei (perto de 2 m) está mostrada na figura 03.
Figura 3 – PicoPix 2480 projetando
imagem de perto de 2 m
Como pode ser visto na figura 02 e figura 03 eu usei uma deselegante pilha de livros
e cadernos para ajustar a altura do PicoPix. Funciona, mas no dia a dia será
mais eficiente usar um pequeno tripé para esta função. Trata-se de acessório que
não faz parte do produto e pode ser comprado à parte. Encerrado o teste eu
percebi que poderia ter usado o tripé de minha máquina fotográfica uma vez que
o encaixe é padrão.
O tripé ou algo que eleve a altura do projetor também cumpre outra função muito
importante. Quando se posiciona o projetor muito baixo e ele é apontado para
cima ocorre uma alteração na imagem chamada de distorção de paralaxe. Ou seja,
a imagem deixa de ser um retângulo e vira um trapézio, com a parte superior
maior a parte inferior menor. Projetores de maior tamanho e mais sofisticados
têm recursos para compensar este tipo de distorção, mas não o PicoPix 2480. Não
é um grande problema, desde que se ajuste a altura convenientemente. Se você olhar
a figura 03 novamente com muita atenção verá que há uma pequena distorção de
paralaxe (maior em cima e menor em baixo), que seria eliminada se eu tivesse
posicionado o projetor 10 ou 15 cm mais acima.
Antes de continuar eu queria dar uma ideia melhor do diminuto tamanho do PicoPix
2480. Eu citei que ele tem 10.5 x 10.5 x 3.2 cm e 290 g. Mas nada com uma foto.
Afinal uma imagem vale por mil palavras, certo? Na figura 04 eu mostro o
projetor sobre a minha mão e seu prático controle remoto.
Figura 4 – PicoPix 2480 – tamanho
real
O
fato dele ser pequeno assim o confere uma característica interessante que é sua
grande portabilidade. Ele pode ser usado ligado à tomada ou não! Ele dispõe de
uma bateria interna que lhe confere autonomia de uso de até 2 horas. Vale
ressaltar que no modo bateria sua potência é reduzida de 80 lumens para 54 lumens,
mas ainda assim bastante utilizável.
Há ajuste de brilho e contraste, bem como saturação da cor que podem ajudar a
aprimorar a imagem em função do ambiente. Em bateria quanto maior o brilho
menor a autonomia. Usando 60% do brilho máximo consegui projeção durante 1h51
minutos, ou seja, bastante próximo dos dados do fabricante. Usando brilho
demasiado a imagem começa a perder definição, assim o melhor mesmo é trabalhar
entre 40% e 80%.
Uma vez que entendi e testei as características de projeção do PicoPix parti para explorar
outras funcionalidades. O ponto de partida é sua tela principal que contém um
menu muito simples formado por diversas figuras. Isso pode ser visto na figura
05. Casualmente apresento o menu em inglês, mas ele pode ser exibido em
diversos idiomas inclusive em português (de Portugal no qual tela é ecrã –
único termo pouco comum).
Figura 5 – PicoPix 2480 – menu de
opções
Este
menu mostrado na figura 05 pode ser controlado por botões presentes no próprio
corpo do aparelho. Bem melhor quando usado pelo controle remoto (mostrado na
figura 04). Percebi isso, pois ao usar os botões no próprio aparelho, devido ao
equilíbrio instável do PicoPix na minha pilha de livros, eu invariavelmente o
tirava de posição ao usar seus botões. Isso não acontece com o controle remoto.
Aliás, o controle tem ótimo alcance. Mesmo a 3 ou 4 metros de distância eu pude
comandar o aparelho.
A opção VÍDEO é usada para
reproduzir arquivos de vídeo em diversos formatos (.avi: MJPEG, MPEG-4, H.264;
.mov: MJPEG, MPEG-4, H.264; .mp4: MJPEG, MPEG-4, H.264; .mkv: MPEG-4, H.264;
.flv: FLV, H.263, H.264; .ts: H.264; .m2ts: H.264; .swf: SWF). A opção PICTURES (IMAGEMS) é usada para
reproduzir arquivos de fotos em diversos formatos (JPEG, BMP, PNG, GIF, TIFF). A
opção MUSIC (MÚSICA) é usada para reproduzir arquivos de música nos formatos MP3
e WAV.
Vídeos, fotos ou músicas podem estar no cartão de memória inserido no aparelho
ou em um pendrive inserido na porta USB (usando o adaptador mini-USB para USB
que o acompanha). Também pode ser usado um HD externo USB.
A opção SOURCE (ORIGEM) permite escolher a conexão
usada para reproduzir o conteúdo. Há em sua parte traseira um conector
mini-HDMI e acompanha o PicoPix um cabo com conexão VGA que pode ser plugado na
mini-HDMI. Assim notebooks e desktops com saída VGA podem imediatamente usar o projetor.
Eu testei com um cabo HDMI-mini-HDMI que tenho (não acompanha o produto)
plugando na saída HDMI do notebook de testes. Sucesso. Acompanha o PicoPix um
cabo mini-HDMI e vídeo Componente (plug RCA) que não testei, mas pode ser usado
em vídeo games ou câmeras de vídeo mais antigas.
Eu esperava que a qualidade da imagem fosse melhor com o cabo HDMI-mini-HDMI,
mas na prática o cabo VGA apresentou mesma qualidade. Apenas na situação de
tela grande, cerca de 2 m é que percebi alguma melhoria na imagem usando o cabo
HDMI e não o VGA.
A opção SETTINGS (CONFIGURAÇÕES) permite realizar ajustes
diversos na imagem, som, reprodução de música e fotos e vídeo (ordem natural ou
aleatória), modo de economia de energia (auto desligamento e eco-mode), mudar o
idioma, etc. Há também um interessante conjunto de opções pré definidas para a imagem: VIVO, NATURAL, CINEMA, etc. Um exemplo disso
está presente na figura 06.
Figura 6 – PicoPix 2480 – telas
de opções e ajustes diversos
Existe
um “detalhe” importante para ser comentado. Se você ler com atenção as
especificações verá que este projetor tem resolução nativa de 854x480 pixels. Eu
o utilizei com meu notebook que estava trabalhando a 800x600, 1024x768 e
1366x768 (HD). Ao contrário de projetores mais antigos, que obrigavam o usuário
a trabalhar na resolução intrínseca do aparelho, o PicoPix permite que usemos
outras resoluções. Porém a imagem que ele projetará será sempre em 854x480
pixels. Ou seja, não adianta exagerar na resolução no notebook, pois haverá
perda de qualidade na projeção. Nos testes a 1366x768 (resolução bastante comum
em notebooks) a perda de nitidez foi pequena. Apenas ícones e palavras escritas
em letras muito pequenas na tela (por exemplo a HORA que fica no canto inferior
direito da tela) tiveram perda de legibilidade. Se não quer ter perda alguma de
nitidez use o notebook em 800x600 ou no máximo 1024x768.
Na figura 07 pode ser visto o uso típico do PicoPix na resolução HD (1366x768)
manipulando um arquivo PowerPoint atestando a boa qualidade. Na figura pode ser
visto em primeiro plano o PicoPix, o notebook à esquerda e a projeção da tela
ao fundo.
Figura 7 – PicoPix 2480 – uso
típico
Uma
observação adicional. Quando usado com o cabo HDMI-HDMI (que não o acompanha –
usei o meu cabo), o som do computador é transferido para o alto-falante do
PicoPix, que não é muito forte. Quando ligado via cabo VGA-HDMI ou
Vídeo-Componente-HDMI o som fica no computador. De uma forma ou de outra se o
apresentador desejar um som mais impactante pode ligar uma caixa de som mais
potente no computador ou na saída de som do PicoPix (quando usa o cabo
HDMI-HDMI).
Conclusão
Minha primeira interação com o PicoPix 2480 foi em uma apresentação que fiz
e que por precaução o levei comigo. Eu nunca tinha usado este projetor e em 2
minutos já estava convenientemente pronto para a tal reunião. Eu o levara
comigo para o caso da tal sala não ter projetor. Acertei, não tinha e o PicoPix
me salvou.
Esta singela história é para mim o resumo do modelo de uso típico do produto, ajudar
pessoas em reuniões e apresentações. Seu diminuto tamanho e possibilidade de
usá-lo com bateria (nem precisa ter uma tomada por perto) são atributos muito
convenientes.
Neste contexto ele deve ser entendido. Não espere projeção em telas de 6 metros
e muito menos em uma sala fortemente iluminada com 200 pessoas. Ele não tem correção
de paralaxe (efeito “trapézio”), nem um sistema de elevação (tripé) que o
acompanha. Isso tudo são atributos de projetores parrudos e bem mais caros
(embora possa usar tripé de máquina fotográfica se o usuário tiver). Mas por
outro lado reuniões de 4 a 12 pessoas, mesmo em ambiente parcialmente iluminado
(não precisa estar totalmente escuro) são muito bem atendidos pelo PicoPix
2480.
O PicoPix 2480 testado faz parte de uma família
de projetores portáteis da Philips sendo que existe um modelo de 100 lumens
e alguns modelos ainda menores de 30 lumens. Entre os acessórios disponíveis
existe o cabo adaptador para iPhone/iPad. Em uma breve pesquisa em lojas
virtuais achei o PicoPix 2480 por preços próximos a R$ 2.200,00 (um pouco mais
um pouco menos). Em resumo, pequeno, prático, leve e bem funcional
Figura 8 – PicoPix 2480 e todos
os componentes que o acompanham