quarta-feira, 31 de outubro de 2012

As incríveis tecnologias contidas nos automóveis atuais

No lado direito do painel a selecione a alavanca partida/magneto na posição “partida” e em seguida gire a manivela na frente algumas vezes. No lado esquerdo (junto à porta) desloque a alavanca da posição posterior para a posição central (freado para neutro), que também funciona como freio de estacionamento. No lado esquerdo do volante posicione a pequena alavanca (“bigode”) para a posição superior para ajuste de centelha no nível mínimo e no lado direito avance um pouco o nível de aceleração. Pisando levemente no pedal da direita (que é o freio) , também pise no pedal da esquerda para selecionar a “marcha baixa” (são apenas duas marchas). Muito cuidado, não pise nesta hora no pedal central que seleciona a marcha a ré. Vá acelerando aos poucos na alavanca do lado direito do volante e ao mesmo tempo vá ajustando o nível da centelha com a outra alavanca senão o motor perderá força e irá parar de funcionar. Como não há bomba de combustível, o mesmo chega por gravidade ao motor, subidas muito íngremes fazem o veículo parar e a única solução é subir de marcha ré. E nem queira saber como usá-la, pois não consegui entender todo o processo...

O precursor de tudo o lendário Ford T com seu criador Henry Ford

O parágrafo acima mais parece a descrição de uma máquina de tortura medieval, mas trata-se do histórico Ford T, também conhecido como “Ford Bigode” por causa das duas alavancas na coluna de direção. Imensamente bem sucedido, com mais de 15 milhões de unidades produzidas entre 1908 e 1927 em uma época que o mercado era uma fração ínfima do que é hoje. Por isso mesmo em termos relativos, em minha opinião considero o carro mais bem sucedido de todos os tempos. Por isso mesmo considerado o “carro do século” por 133 jornalistas especializados entre 700 veículos marcantes do século XX.


Controles do Ford T

Foi impossível não me lembrar do Ford T ao ter a oportunidade de realizar um “test-drive” no moderno Ford Fusion 2013. Não sou jornalista especializado em automóveis e sim em tecnologia. Por isso mesmo foi chocante ter contato com inovações e recursos que sabia da existência, mas não os tinha experimentado, bem como recursos que nem imaginava existir. Novidades de fato. Pensar que tudo começou com o famoso “Ford Bigode”, quanta evolução!!



Ford Fusion 2013

 
Detalhe do logotipo do Fusion Titanium

O Ford Fusion por conta do novo motor denominado Ecoboost de 2 litros, dispõe de torque maior que o motor anterior. Mas mais do que isso, este torque está 80% disponível a 1500 rpm. O que isso significa? Pense em um carro com câmbio manual. Você se aproxima de um cruzamento, tira o pé do acelerador em 3ª marcha, olha para os dois lados e... Se o carro não dispõe de força em baixa rotação (torque), você precisa reduzir para 2ª ou 1ª marcha para seguir. Se o carro tem câmbio automático você sente um leve tranco (a marcha sendo reduzida). Seja câmbio manual ou câmbio automático a ação de reduzir a marcha tem como consequência elevar a rotação do motor visando encontrar o torque necessário para a arrancada mais ágil. Um carro em marcha lenta está a 800 rpm e o mais leve toque no acelerador faz com que ele facilmente supere 1500 rpm. Dessa forma com 80% do torque a 1500 rpm o veículo responde prontamente, sem necessidade de reduzir marchas (manual ou automático). É a sensação de força instantânea, atributo muito desejável em um carro, fator de conforto, mas também de segurança.

Nos motores concebidos até anos atrás os atributos de força, torque, potência eram todos determinados por características 100% mecânicas do projeto. Tecnicismos como diâmetro e curso de pistão, formato do cilindro, válvulas, tipo de alimentação de combustível... Nem posso falar mais, pois não é de meu domínio. O que sei é que hoje em dia logicamente motores ainda usam todas estas partes, mas controles eletrônicos, sistemas computadorizados, monitoram, e coordenam as ações e comportamentos. Elementos de software atribuem as características finais aos motores. Duplamente mais complexo (mecânica e eletrônica), mas também muito mais eficiente. Ao conversar com um amigo sobre este texto que estava para escrito ele me disse “hoje em dia um carro é essencialmente um conjunto de computadores sobre rodas”. Exageros à parte, eu penso que ele não está totalmente errado. O desafio que as fábricas de automóveis tiveram foi se reinventar para harmonizar a mecânica e a eletrônica. E cada dia mais por conta da evolução da eletrônica.

Descreverei abaixo os recursos de me chamaram a atenção neste test-drive do Fusion. Vou me preocupar em explicar de forma prosaica cada um deles, pois entendo que o leitor deste texto não é um expert em automóveis. E mesmo que seja fica convite a ler e colaborar nos comentários com mais informações e eventuais correções às minhas explicações.

Diversos Ford Fusion sendo degustados no test-drive

O motor

 A nova versão é surpreendente pela eficiência. O motor anterior do Fusion era um V6 de 3.0 litros quase 30 kg mais pesado, tinha menos torque e aproximadamente 10 HP a mais de que o motor 2.0 litros (243 HP no atual). O Ecoboost 2.0 (denominação do novo motor) dispõe de um turbo compressor que eleva suas respostas dinâmicas a estes níveis. Importante explicar que para o leigo (como eu) um turbo compressor estava apenas associado a veículos esportivos ou de competição. Mas devidamente ajustado e calibrado (mecânica e eletronicamente) faz esta versão do motor ser equivalente em potência, ter mais torque em baixa rotação e consumir menos 20% de combustível que a versão anterior. E se 20% não lhe parece muito, faça uma conta rápida. Quem consome um tanque por semana gasta quase R$ 10.000 por ano em combustível, ou seja, quase R$ 2000 de economia em um ano!! E não menos importante é citar que este motor emite 15% menos de CO2. O meio ambiente agradece muito. Destaque para o bloco totalmente de alumínio, injeção direta de combustível e elevada taxa de compressão (queima mais eficiente), mais o uso inteligente do turbo compressor explicam a diferença de comportamento do novo motor.

 
Motor Ford Ecoboost 2.0

Auxiliar de Manutenção de Faixa

Ao dirigir em ruas ou estradas que têm faixas delimitando as pistas as normas da boa condução nos ensinam a manter-nos sempre nas respectivas pistas. Um motorista sonolento ou mesmo aquele que tem sua atenção desviada por alguns segundos pode sem perceber cruzar a faixa trazendo perigo para si ou para os outros motoristas. Existe no Fusion um sistema de câmeras que têm a habilidade de reconhecer as faixas pintadas no chão e tomar ações para ajudar o motorista. Uma vez acionado o sistema, no caso de movimentação indevida tendendo a cruzar as faixas ele pode apenas alertar o condutor por meio de uma vibração no volante. Mas se acionado na forma completa o sistema corrige a trajetória trazendo sozinho o carro de volta ao centro da via de rolamento.

Pude experimentar este recurso. De imediato surgiu a dúvida, “e se eu precisar trocar de faixa de forma deliberada?”. Simples. Desde que o sinalizador de seta de direção (o famoso pisca-pisca) seja acionado o sistema sabe que a troca é proposital e não entra em ação. Da mesma forma se as faixas não existirem ou estiverem muito desgastadas o sistema indica que não pode entrar em operação.   Cabe ao motorista optar por ligar o recurso e escolher se quer apenas ser alertado (vibração) ou correção de trajetória, ainda maior segurança para o motorista, principalmente em longas e cansativas viagens.


Sistema auxiliar de manutenção de faixa


Piloto automático adaptativo

O termo “piloto automático” nunca foi bem aplicado. Em inglês é conhecido como “cruise control”, até mais apropriado. É responsável por manter a velocidade do veículo constante não importa se em subida, descida, reta, curva... O carro acelera e desacelera para manter sempre a mesma velocidade. Porém em sistemas convencionais no caso de haver um veículo mais lento adiante obriga o motorista a dar uma pisada no freio, ação esta que automaticamente desarma o sistema. Assim superado o veículo mais lento o motorista deve novamente acelerar até a velocidade desejada e religar o sistema. Isso é muito chato ter que ficar religando toda hora. Principalmente em viagens um pouco mais longas.

No caso do Fusion não é assim. Ao perceber (por meio de seu sistema de radares) um obstáculo adiante, carro mais lento, ele desacelera automaticamente. Uma vez desviado do obstáculo ele ainda com o sistema ligado acelera o carro até a velocidade desejada e mantém novamente o curso constante.

Associado ao piloto automático adaptativo há também o sistema de alerta de colisão. Na foto abaixo há uma fileira de leds vermelhos que se acendem ao perceber que por causa de um obstáculo há risco eminente de colisão. Neste caso uma pré-carga é dada ao freio (mas sem freá-lo) visando aumentar a eficiência da frenagem ao máximo assim que solicitada pelo motorista.

Alerta de colisão eminente e piloto automático adaptativo

Assistente para estacionamento automático

Já sabia da existência deste recurso, pois algum fabricante já divulgara um de seus produtos com este recurso. Mas nunca tinha experimentado. É fantástico. Resumindo, o carro faz a “baliza” para você estacionando o carro. A forma de uso é muito simples. Ativa-se ao sistema ao se aproximar da vaga, passando por ela. Um alerta luminoso indica se há realmente espaço para o Fusion naquele espaço e deste momento em diante o carro assume o controle e realiza todo o trabalho. É um maravilhoso comodismo, conforto de fato. Do ponto de vista de tecnologia é algo quase que assombroso. Câmeras têm que reconhecer o espaço e comandar aceleração leve e ajustes no volante para a realização do estacionamento. Como é minha área posso dizer, há muita inteligência e processamento para a execução desta “simples” tarefa.

Sistema de estacionamento automático

Monitor de pontos cegos com alerta de tráfego cruzado

O Fusion conta com um vasto conjunto de radares que monitoram o perímetro completo do veículo. Veja na figura abaixo. Desde alerta de colisão e proximidade a monitoração de pontos cegos (locais não visíveis pelos espelhos nas laterais do veículo). Na foto abaixo podemos ver conjugado ao espelho externo o led indicativo de alerta sinalizando que há um obstáculo não visível fora do alcance dos olhos do motorista. Este obstáculo pode ser desde um elemento fixo, uma motocicleta ou um carro que se desloca de um lado para o outro fora da visão do condutor. Segurança extra!!

Sistema de alerta para pontos cegos

Sistema de radares e sensores do Fusion


Câmera de ré

Ideia bastante prática pois desobriga o motorista a virar o pescoço para trás ao efetuar uma marcha ré. Basta olhar para o visor no meio do painel. Não é uma novidade, pois alguns carros de categoria superior já têm esta funcionalidade. Porém a Ford aperfeiçoou a ideia. Na foto abaixo isso fica mais claro. Observe que além da imagem do estacionamento há linhas no chão demarcando a trajetória que o Fusion vai fazer. Se endireitar o volante a trajetória seria uma linha reta para trás e se virasse o volante para o outro lado, mostraria a outra trajetória. Assim a chance de atropelar um incauto pedestre, passar em cima de uma bicicleta largada no chão, ou mesmo ferir um animal de estimação fica extremamente reduzida. Ideia simples e de grande serventia.

Sistema de câmera de ré com previsão de trajetória

 
Sistema de câmera de ré com previsão de trajetória

Sistema de alerta (anti-sono)

Trata-se de um sistema de análise comportamental. Em função dos deslocamentos do carro, oscilações laterais (dirigir de lá para cá) quando em linha reta, o sistema infere o estado de cansaço do motorista. Na foto abaixo há uma graduação na qual é mostrado o caminho para um “cafezinho”, ou seja, é hora de um descanso pois o comportamento não está mais seguro. Em caso mais extremo o alerta enfático é exibido aconselhando “Descanse AGORA” (veja figura abaixo).

Sistema de alerta anti-sono

Sistema de controle de estabilidade e Tração integral (AWD)

Também conhecido como “tração nas quatro rodas em tempo integral”. Para que serve? O recurso tração nas quatro rodas era associado a veículos “fora de estrada”, jipes, carros para andar em trilhas. Isso porque o uso típico deste recurso era em carros se encontravam em uma situação de baixa aderência ou mesmo com rodas “no ar” por conta de imperfeições do terreno (grandes buracos), não conseguindo tracionar e sair do lugar. Assim o carro poderia ter o sistema 4x4 acionado (ligado explicitamente), ter força atuante nas quatro rodas e sair da situação difícil e depois desligá-lo. Mas então porque uma das versões do Fusion dispõe deste recurso? A tração integral (AWD – All Wheel Drive) desempenha hoje um papel importantíssimo na segurança e dirigibilidade dos automóveis. Controlado por uma central inteligente a força das rodas é distribuída de acordo com a necessidade. Se uma roda se encontra sem tração (no ar ou atolada) as outras três rodas terão a força total. Mais do que isso, em caso de condução no limite da aderência (maior velocidade) a tração é otimizada para que cada roda receba a quantidade de força ideal para que seja possível contornar aquela curva em situação difícil sem derrapar (maior estabilidade). É um sistema bem inteligente, pois as quatro rodas estão “ligadas” todo o tempo atuando apropriadamente para cada necessidade. O sistema também pode alocar tração predominantemente em apenas um eixo mantendo o nível de consumo de combustível no nível igual ao de um carro com tração apenas em duas rodas.

Sistema Start-Stop

Ideia simples com resultados claramente vantajosos. No anda-e-para no trânsito, onde o carro fica parado por muito tempo e várias vezes, muito combustível é desperdiçado e muito CO2 é expelido para a atmosfera. A central eletrônica do Fusion interrompe o funcionamento do motor automaticamente ao, por exemplo, parar em um farol. Ao pisar no acelerador para retomar o curso o carro é automaticamente religado. Em regime de uso urbano a economia de gasolina e emissão de gases é sensível (justifica o custo do sistema facilmente). Pude testar o recurso no Fusion americano, mas convém destacar que na versão brasileira, pelo menos por enquanto, não terá esta opção, pois o sistema ainda não está aperfeiçoado para uso em países de clima mais quente como o Brasil. Mas vale saber da existência do recurso e da tecnologia, que podemos ter no futuro.

Sistema SYNC e comando de voz

Smartphones com comunicação bluetooth estão largamente disponíveis. Que tal usar seu smarthphone de forma ampla conectado ao seu carro? É um recurso relativamente novo presente em alguns automóveis de nível superior que no caso do Fusion é denominado SYNC27. Confesso que apesar de ser entusiasta de novas tecnologias não imaginava que o uso fosse simples. Previa dificuldades de configuração…

Não foi a experiência que tive no test-drive.  Ativado o bluetooth no smartphone este localiza o carro e  se conecta a ele. A partir daí a experiência é incrível. Usando comandos de voz ligações telefônicas podem ser feitas, inclusive localizando contatos armazenados no aparelho. “Hands free”, ou seja, o viva voz é proporcionado pelo próprio sistema de som do veículo.
Mas podemos ir além. As músicas contidas no smartphone também são reproduzidas no sistema de som e a navegação pelas músicas, avançar, retroceder, mudar de faixa, mudar de pastas são todas acionadas por comando de voz.

Por fim testei a navegação via GPS, contido no painel central do Fusion, também por comandos de voz. A sequência é bem lógica : pronuncia-se a cidade, em seguida rua e número. O GPS repete para você e no caso de dúvida são pronunciadas as alternativas para que você confirme. Simples, fácil e o melhor de tudo, funciona de fato!!! Na versão americana do Fusion o sistema faz automaticamente uma ligação telefônica para emergência (911) em caso de acidente que tenha sido inflado o airbag do carro, bem interessante.




Sistema SYNC e comando de voz


ABS – sistema de freio antiblocante

ABS é uma tecnologia já consolidada. Essencialmente trata-se de um recurso para aumentar bastante a eficiência dos freios. No Brasil será obrigatório em 2014 e por isso sua presença é certa apenas em veículos de mais alto nível. No mercado americano nem é anunciada sua presença no automóvel, uma vez que é item obrigatório de segurança e por isso mesmo presente no Fusion testado. Basicamente o ABS não deixa as rodas travarem. Quando as rodas estão travadas e sendo arrastadas no solo, devido a características físicas (não relevantes neste momento), o atrito é menor do que o atrito das rodas em movimento. Assim sempre será mais eficiente parar um carro sem travamento. Sensores em cada uma das rodas detectam a parada de movimento (ou a iminência da parada) e o sistema ABS alivia gradualmente a pressão do freio naquela roda até que ela recupere movimento e siga desacelerando sem travar. Isso reduz sensivelmente o espaço necessário para imobilizar o veículo.

Mas o ABS é elemento de segurança que vai mais longe. Nem sempre o piso tem mesmo nível de aderência. Imagine uma parte da pista seca e outra parte molhada ou, por exemplo, com duas rodas no asfalto e duas rodas na terra. O ABS ao analisar a aderência em cada uma das quatro rodas garante que nenhuma delas travará, fato que se ocorresse lançaria o carro como um pião rodando sobre seu eixo ou no mínimo desviando muito sua trajetória durante a frenagem. Fator de segurança essencial, por isso mesmo obrigatório nos EUA e no Brasil em 2014.
AirBags Inteligentes

Ideia simples e genial. Existe um sensor nos bancos que já cumpre a missão de resgatar as memórias dos ajustes de posição do banco e dos espelhos de acordo com o peso do motorista. Mas este mesmo sensor presente nos outros bancos também cumpre a tarefa de ajustar os parâmetros de funcionamento dos airbags de forma apropriada. Um adulto de 120 Kg e um garoto de 12 anos de 40 Kg têm reações fisiológicas distintas no momento da abertura do airbag e por isso o tempo de abertura, velocidade para inflá-lo, força usada são adaptadas em função das características da pessoa, isso tudo em favor da segurança e eficiência do airbag.  


O divertido e ecologicamente correto Ford Fusion Hybrid

Carro elétrico, você ainda vai ter um. Parodiando a frase que falava do carro a álcool no final da década de 70, penso ser totalmente verdade esta afirmação. O carro elétrico é uma tendência irrefreável. Mas há obstáculos a serem superados no caminho. As garagens de prédios não estão preparadas, não há uma tomada para cada morador. Baterias ainda ocupam muito espaço (e são pesadas). Cargas mais rápidas só em tomadas com características especiais. Será viável o processo de troca da bateria inteira no posto de recarga? São dúvidas e problemas que serão sobrepujados, mas leva algum tempo. Já existem bons exemplares de carros elétricos no mercado feitos por vários fabricantes, mas o ecossistema ainda requer evolução.

Enquanto isso os fabricantes criaram uma solução genial, quase um meio termo. Trata-se do carro híbrido (motor a combustão e motor elétrico). É um carro “comum” que dispõe adicionalmente motor elétrico e de bateria de pequena capacidade. A personalidade “elétrica” do carro é essencialmente usada no momento da partida e como auxiliar ao motor a combustão, reduzindo o esforço deste e reduzindo sensivelmente o consumo de combustível.

No test-drive que fiz pude também experimentar a versão híbrida do Fusion. O relato abaixo conta em detalhes esta história com momentos muito interessantes.

 

Fusion Híbrido usado no test-drive



 
Detalhe do logotipo do Fusion Hybrid

Dei a partida no Fusion e... Não ouvi o barulho do motor. Abri a janela e continuei não ouvindo. Mas ao menor toque no acelerador o carro começou a se mover. Não sei precisar em que velocidade o motor a gasolina começou a operar. Há um sistema computadorizado que regula a entrada do motor em função do nível de potência exigida e velocidade. Em ritmo constante, enquanto houver carga acumulada na bateria o motor elétrico ajuda o motor a gasolina. Curiosamente o gasto é menor na cidade Segundo os dados da Ford em ciclo urbano pode render cerca de 20 Km/l (47 mpg) ou perto de 18 Km/l (44 mpg) na estrada. porque neste cenário o motor elétrico é usado mais amiúde.

Mas a bateria é pequena. O que acontece quando ela fica descarregada? Acredite isso é difícil de acontecer porque o sistema é muito versátil e inteligente. Sabe quando você está dirigindo e percebe que o trânsito vai parar e apenas tira o pé do acelerador e deixa o carro ir no embalo? Pois é, nesta hora o Fusion híbrido aproveita o movimento do eixo do motor e atua como um gerador de energia, recarregando a bateria. Além disso, toda vez que o pé aciona o freio, tanto pelo movimento do motor como pela dissipação de energia da freada (calor), energia é gerada levando mais carga para a bateria. Dessa forma durante o ciclo normal de condução do Fusion, a todo o momento a bateria está alimentando o motor elétrico, auxiliando o motor a gasolina e sendo recarregada pelo movimento livre do carro ou nas frenagens.

Na condução do Fusion híbrido também percebi que manobras em baixa velocidade ou mesmo deslocamentos ligeiros no trânsito também são executados exclusivamente pelo motor elétrico. E vou confessar algo para os leitores. Para mim a experiência foi pura diversão. Explico o motivo. Veja a foto abaixo.

 
Painel completo do Fusion Hybrid

No lado esquerdo do velocímetro pode ser notado o desenho de uma bateria, que neste caso apresentava cerca de 1/3 de sua carga máxima. No lado direito do painel há um conjunto de folhas que ficam mais densas à medida que a condução é mais econômica. Observe agora a próxima foto. Aliás, a qualidade desta foto não está muito boa porque foi tirada com o carro em movimento durante o test-drive. Fique sossegado, eu não dirigi e tirei foto ao mesmo tempo, foi tirada por mim enquanto outra pessoa também testava o híbrido.

 
Regeneração de energia do Fusion Hybrid em progresso

Pode ser visto que a bateria está quase cheia. Há dois semicírculos “em movimento” e na parte superior da bateria uma seta apontando para cima, indicando que a bateria está sendo carregada. No caso de freadas acontece da mesma forma e no painel é mostrada a informação do percentual de energia do movimento que foi reaproveitado para a recarga.

Achei muito divertido dirigir o carro com atenção neste painel. Procurava dirigir com o maior número de “folhas” possível, procurando manter a bateria sempre com nível alto de carga e vez por outra ao exigir mais do motor observar sendo usada a energia elétrica. Adorei acompanhar este processo!! Alguns podem dizer que se trata de “diversão Nerd” e vou até concordar com isso. Mas o que importa é que o condutor do Fusion Hybrid pode jamais olhar neste painel que citei, mas ele com certeza estará gastando menos combustível, expelindo menos CO2 e ganhando até no nível de ruído que é praticamente zero nos deslocamentos mais lentos (totalmente proporcionado pelo motor elétrico). O custo do carro híbrido ainda é sensivelmente maior do que o carro comum, possivelmente pela falta de economia de escala de componentes, baterias, etc. Mas isso tem tudo para mudar e o diferencial de preço ser bem menor. Pessoalmente eu prevejo e adoraria que em dez anos a grande maioria dos carros já tivesse essa tecnologia.


Conclusão

Carros atualmente não são computadores sobre rodas como anteriormente citei. Mas não está muito longe disso. Este texto começou com a descrição da forma de dirigir do centenário Ford T. No outro extremo temos diversas características do Ford Fusion Titanium ou Hybrid versão 2013. Não parece que estamos falando de dois exemplares de automóveis e sim de entidades diferentes. Estão separados por cem anos de história e evolução.

Basicamente o progresso se deu na dirigibilidade e segurança. Mas para obter este avanço quantos itens de tecnologia foram objeto de extensas pesquisas até se tornarem elementos constituintes do Ford Fusion atual. A tecnologia evoluiu não somente no projeto mecânico e eletrônico. Nem citei outros aspectos para este texto não se tornar ainda maior, mas, por exemplo, há intensa pesquisa na evolução do material de que são feitos os bancos para que possam ser mais finos e ao mesmo tempo dar mais conforto ao motorista e permitir que o banco seja mais estreito para que os ocupantes do banco traseiro tenham mais espaço. São detalhes. A câmera de ré com a delimitação da trajetória, o motor menor, mais leve, mas mais econômico e com mais força (torque) mesmo em baixas rotações.

Não vou repetir a extensa lista de itens de alta tecnologia que estão presentes no Ford Fusion 2013 que tive a grata oportunidade de testar. Sei que daqui para frente avaliar um carro será uma tarefa diferente para mim. Tive meus conceitos e padrões de qualidade bastante jogados para cima por conta desta experiência. O Fusion estará disponível no mercado brasileiro nos últimos dois meses deste ano. Preço? Já foi largamente noticiado pela mídia, algo em torno de R$ 113.000,00 para a versão Titanium AWD (topo de linha). Este é o atributo que ainda falta evolução, ou melhor, involução. Mas não depende somente da Ford, VW, Fiat, GM, Honda, Toyota, etc., depende de regulamentação governamental, política de impostos, etc. que nem vou comentar, pois é outra longa discussão a qual nem de perto conheço detalhes. Mas a Ford fez a parte dela trazendo para o mercado brasileiro um carro com um conjunto grande de evoluções tecnológicas por um preço, embora alto de forma absoluta, mas muito competitivo em relação a outros carros também bastante evoluídos e também mais caros.

 
Momento descontraído durante o test-drive do Fusion

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Lenovo lança Yoga 13 e amplia linha de varejo com lançamentos para Windows 8

Lançamentos criativos e originais são muito bem vindos!! A gigante chinesa Lenovo, que recentemente adquiriu a fabricante CCE lançou dois novos modelos que são inovadores. Com a chegada do Windows 8 justamente hoje (25/10) chega pelas mãos da Lenovo o dispositivo YOGA 13 que é ao mesmo tempo um Ultrabook e um Tablet. Inaugura um fator de forma novo. Com o visor dobrável, o dispositivo se torna um Tablet e conectado um versátil Ultrabook. Mais detalhes no texto abaixo enviado pela Lenovo.
Flavio Xandó




Lenovo lança Yoga 13 e amplia linha de varejo com lançamentos para Windows 8

São Paulo, 25 de outubro de 2012A Lenovo (HKSE: 992) (ADR: LNVGY), maior fabricante de computadores do mundo, lança hoje o Lenovo Yoga 13, o primeiro híbrido de ultrabook e tablet com Windows 8 do Brasil, capaz de proporcionar uma experiência sem precedentes entre produtividade e diversão.

Graças a sua inovadora tecnologia que possibilita convertê-lo em diversas posições, até 360 graus, e sua configuração potente com processador Core i5 de terceira geração, o Yoga se transforma em um tablet que oferece toda a praticidade para momentos de lazer em redes sociais, vídeos e jogos; assim como em uma robusta ferramenta de trabalho, em questão de segundos, no modo ultrabook.
 
Os múltiplos formatos de uso do híbrido contam com maneiras diferentes de navegar. A tela touchscreen HD (1600x900) com IPS, que amplia o ângulo de visão, reconhece até 10 toques simultâneos e proporciona uma experiência de uso mais interativa e divertida. O Yoga também permite navegar entre fotos ou músicas apenas com gestos em frente à tela, com a inovadora tecnologia Motion Control.

O touchpad ganha destaque pelo tamanho, rapidez e precisão, assim como a qualidade de som que conta com Dolby® Home Theatre®. Toda essa tecnologia está presente em um elegante design de apenas 1,54kg, com 16,9 mm de espessura. O Yoga começa a ser vendido no Brasil em novembro, por R$ 8.999,00.

S400 e G480 - design e praticidade

A Lenovo também lança hoje o IdeaPad S400, notebook versátil com design arrojado. Com tela de 14”, o ultrafino vem equipado com processador até Intel Core i5 (de  terceira geração) HD de 500 GB, com  saída HDMI e USB 3.0.

Além de medir apenas 21,9 mm de espessura e pesar 1.8kg, o aparelho é equipado com teclado AccuType, uma versão mais avançada do formato chiclete, e um amplo touchpad, que facilitam a digitação de longos documentos. O S400 chega às lojas a partir de R$ 1.899,00.

Uma opção para quem procura um aparelho com excelente custo benefício, o  Lenovo G480 é um computador ideal para o uso doméstico. Com processador até Intel Core i5 de terceira geração, HD até 1 TB , áudio Dolby Advanced v2.0, portas USB 3.0 e HDMI, o notebook combina recursos de performance e entretenimento. Os dois novos computadores já vêm com Windows 8 instalado. O G480 chega às lojas a partir de R$ 1.699,00.

Especificações completas

IdeaPad Yoga 13
Processador: Intel Core i5
Memória: 4GB
HD: 128GB (SSD)
Tela: 13,3’’ IPS multitouch
Peso: 1.54Kg
Dimensões: 333.4 x 224.8 x 16.9 mm
Áudio: Dolby Home Theatre v4
HDMI: Sim
USB 3.0: 1
Webcam HD: Sim
Preço: R$ 8.999,00
Cores: Prata

IdeaPad S400
Processador: até Intel Core i5 de 3ª geração
Memória: 4 GB
HD: 500 GB
Tela: 14’’ LED
Peso: 1.8 Kg
Dimensões: 336.6x241.2x21mm
Áudio: Dolby Advanced Audio v2.0
HDMI: Sim
USB 3.0:1
Webcam HD: Sim
Preço: A partir de R$ 1.899,00
Cores: Prata ou Vermelho

Lenovo G480
Processador: até Intel Core i5 de 3ª geração
Memória:  até 8 GB
HD: até 1 TB
Tela: 14’’ LED
Peso: 2.2 Kg
Dimensões: 339x230x33.8mm
Áudio: Dolby Advanced Audio v2.0
HDMI: Sim
USB 3.0: 2
Webcam HD: Sim
Preço: A partir de R$ 1.699,00
Cores: Metal ou Dark Brown

Conexão TI Podcast- Segurança em Foco - parte 2 - CheckPoint e IPDI


Segurança é o tema desta edição do Conexão TI para Negócios. Fernando Santos, country manager da Check Point, e Otávio Arthur, diretor do IPDI Inteligência Digital, falam sobre o tema e suas implicações nas empresas, o impacto nos negócios e como criar um ambiente seguro sem comprometer a performance dos negócios.
Clique no link abaixo e acesse a página para ouvir a segunda parte deste programa:

Conexão TI Podcast- Segurança em Foco - parte 2 - CheckPoint e IPDI [09:42]

Conexão TI Podcast - Brasil é o terceiro país do mundo em Home Office


Home Office: trabalhar em casa. Nem todo mundo consegue se adaptar, mas quem consegue narra grandes benefícios pessoais. Será que este é o futuro?
Clique no link abaixo para ter acesso à página e ouvir o programa Conexão TI para Negócios, com Edson Perin, Flávio Xandó e Renato Opice Blum:


Conexão: Brasil é o terceiro país do mundo em Home Office [11:14]

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Conexão TI Podcast - Segurança em foco, CheckPoint e IPDI - parte 1/4



Segurança é o tema desta edição do Conexão TI para Negócios. Fernando Santos, country manager da Check Point, e Otávio Arthur, diretor do IPDI Inteligência Digital, falam sobre o tema e suas implicações nas empresas, o impacto nos negócios e como criar um ambiente seguro sem comprometer a performance dos negócios.

Fernando Santos, da Check Point
Clique abaixo e acesse a página com a primeira parte deste programa:

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Conexão TI Podcast : Como anda a sua segurança na Web??



A segurança online continua sendo um dos grandes desafios da atualidade. Os QR Codes ou Data Matrix estão sendo usados por gente mal intencionada.
Clique no link abaixo para acessar a página do podcast e ouvir o programa Conexão TI para Negócios, com Edson Perin, Flávio Xandó e Renato Opice Blum:

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Vou trocar de notebook. E agora?

Depois de algum tempo de uso é natural que desejemos substituir aquele notebook que nos acompanha. Seja pelo desgaste do próprio equipamento, pela mudança das necessidades ou às vezes por um defeito apresentado e que não vale a pena reparar o equipamento. Este é dilema pelo qual estou passando neste exato momento. Esta situação me fez passar por tantas reflexões que resolvi dividir com os leitores cada detalhe, dúvidas e descobertas que estou fazendo ao longo deste processo.


Eu entendo que os critérios que eu utilizo são um pouco “fora da curva” em relação à maioria das pessoas. Tenho necessidades bastante especiais e por isso escolher um novo dispositivo móvel, notebook ou ultrabook  é complexo. Por isso mesmo aproveitei-me desta situação para criar este roteiro sugestão para que as pessoas possam avaliar o que é bom para si na hora de suas respectivas trocas. São as minhas reflexões pessoais, meus critérios que compartilho com os leitores e desde já estimulo o debate e troca de ideias a respeito.

A ideia é discutir o assunto em tópicos relacionados ao notebook ou ultrabook. Os temas abordados são os que seguem abaixo. Leia aqueles que são de seu maior interesse ou todos para uma visão mais ampla dos critérios que julgo importantes na escolha:

  • ·      Tipo de dispositivo
  • ·      O tamanho
  • ·      Vídeo
  • ·      Processador
  • ·      Bateria
  • ·      Dispositivo apontador
  • ·      Memória
  • ·      Rede
  • ·      WiFi
  • ·      Disco
  • ·      USB
  • ·      Midia Ótica
  • ·      Outras portas e conexões



Tipo de dispositivo

Tudo começa com a reflexão, “será que vou trocar meu notebook por outro notebook ou um Tablet é melhor?”. É uma dúvida pertinente. Se consumir informação, acesso à sites, redes sociais, e-mails é a grande atividade realizada quando fora de casa ou escritório não há dúvida que este é o melhor caminho. Leve, prático, versátil e porque não dizer, charmoso. Mas se no seu dia a dia você precisa criar muito conteúdo, textos, e-mails, etc. o Tablet não tem como ser seu único dispositivo. Tablets que permitem serem usados com teclado físico minimizam esta situação, mas nem sempre vão resolver todas as necessidades. Reflexão análoga pode ser feita com um smartphone. Mesmo aqueles que podem ser “atracados” em bases que os transformam em verdadeiros netbooks, se aplicações exigirem um pouco mais de poder de processamento, também não vai ser adequado.
Modelo de Ultrabook – fino, leve e até sensual

O tamanho

Já tive notebooks de 15, 14 e 13 polegadas.  Há tamanhos maiores ou menores do que estes no mercado, mas um modelo de 17 polegadas não é exatamente o que se pode chamar de portátil, pois não há conforto na operação de leva-e-traz, salvo seja para transporte eventual. Por outro lado a experiência de uso de uma tela tão grande é bárbara. Mas não é meu caso, pois preciso de uma solução de tela com bom tamanho e que possa transportar diariamente. Por isso que por muito tempo eu tive notebooks com telas de 15 polegadas, foram vários,  Toshiba, HP, Dell...

No outro extremo, notebooks pequenos com telas de 11 ou 12 polegadas, eu não me adapto a eles porque gosto de resoluções de tela de no mínimo 1440x900 pixels e com um dispositivo destes o tamanho das letras fica pequeno demais. Acabei me encontrando com notebooks de 14 polegadas como o velho Lenovo ThinkPad que tenho hoje. O compromisso tamanho, leveza, portabilidade e dimensão de tela é ideal para mim neste tipo de notebook. Será o tamanho que perseguirei na minha troca. Não posso deixar de falar do peso do notebook/ultrabook. Qualquer coisa acima de 2 Kg é pesado demais. Já tive notebook de 15 polegadas que pesava 32 Kg e era um suplício. Ultrabooks sofisticados com pouco mais de 1 Kg são maravilhosos, mas será que têm tudo de que preciso?


Vídeo

Uma vez que falei de tamanho aproveito para aprofundar a discussão no aspecto vídeo. O tamanho será de 14 polegadas, isso já é fato decidido. Mas como disse a popular resolução 1366x768, conhecida como HD (high definition) não me basta. Busco algo como 1440x900 ou 1600x900. Sei que uso muito programas abertos ao mesmo tempo e muitas vezes quero visualizá-los simultaneamente. Usando telas com resoluções menores não consigo colocar lado a lado 2, 3 ou às vezes 4 janelas ao mesmo tempo com tamanhos razoáveis. A conhecida resolução  FullHD (1920x1080) é fantástica, bastante “espaçosa”, mas em dispositivos de 14 polegadas, que são, volto a experimentar as letras pequenas demais para o uso no dia a dia.

Mas outro aspecto muito importante é a tecnologia do vídeo utilizado. Basicamente os notebooks repetem o que existe há anos nos computadores de mesa. Falo de vídeo com tecnologia integrada ou discreta. Máximo desempenho se obtém com vídeos discretos, ou seja, há uma placa à parte dentro do notebook dedicada ao processamento das imagens. Nvidia e AMD têm soluções discretas impressionantes, capazes, por exemplo, de processar jogos bastante sofisticados em níveis de detalhe e qualidade bastante elevados.

Por outro lado a Intel e a AMD, que fabricam os processadores para os principais notebooks há tempos integraram os circuitos de vídeo em seus chips com resultados notáveis. E a cada geração só melhoram, pelo menos dobrando o desempenho ano a ano. Mas jamais um sistema de vídeo integrado será para tecnologia de vídeo discreto. Pelo menos não na mesma geração. Testes recentes que fiz me mostraram que as soluções integradas de hoje são têm aproximadamente o nível de desempenho de soluções discretas de 2 anos atrás. Assim minha decisão está tomada. Não preciso de notebook para jogos e sim outros tipos de atividades. Assim tanto a solução da AMD com Intel são mais que suficientes para mim. Mas preciso destacar que em testes recentes que fiz com diversos notebooks, as soluções de vídeo integrado têm, ao contrário de anos atrás, desempenho suficiente até para jogos sofisticados desde que resoluções e níveis de qualidade moderados sejam utilizados. Por fim lembro que o estado da arte é ter um dispositivo que tenha gráfico integrado e discreto ao mesmo tempo, pois desta forma em situação de uso leve a solução integrada é usada para efeito de economia de energia (uso em bateria) e na necessidade de alto desempenho o gráfico discreto (e potente) é utilizado.

Notebook com sistema de vídeo integrado ou discreto do fabricante AMD

Processador

Há uma infinidade de opções, tanto por parte da AMD, com suas ótimas APUs (Accelerated Processing Unit), como pelos avançados processadores da Intel. Arrisco-me a dizer que para a grande maioria das pessoas este é o ponto “mais fácil” de escolher, pois o avanço nesta área é tão grande que praticamente todos os processadores atuais do mercado vão atender à demanda de um notebook de uso quotidiano. Na AMD temos as APUs A4, A6, A8 e A10 nas versões normais e baixo consumo. Na Intel temos Core i3, i5 e i7 também nas versões normais e de baixa voltagem.

O que difere é a quantidade de núcleos do processador (de 2 a 4) e tecnologia adicionais que sofisticam mais e mais cada solução. Via de regra CPUs com maior frequência (Ghz) são mais rápidas, mas não é uma regra rígida. Há sofisticações como elevação automática da frequência para atender uma demanda momentânea de maior processamento (modo Turbo), há mais   filas de execução de tarefas (hyper-threading), etc. São tantas sofisticações que eu poderia fazer um texto somente sobre isso. Para mim, que tenho uma demanda grande por poder de processamento (além de usar muitos programas ao mesmo tempo rodo máquinas virtuais no meu notebook) seria ideal o máximo possível de “força”. Porém máximo de força se opõe à duração de bateria. Dilema complicado. Porém atualmente mesmo os processadores mais potentes têm a capacidade de irem desligando partes de si mesmo para minimizar o consumo. Dessa forma tanto um AMD A10 como um Intel Core i7 (ambos em modelos de 4 núcleos) são adequados para este meu uso. Não tivesse eu este perfil de uso incomum optaria por um processador mediano, mas vou buscar por um modelo topo, AMD A10 ou Core i7 de terceira geração (Ivy Bridge) de 4 núcleos.

Processador de topo da Intel o Core i7

Bateria

Há notebooks com baterias de 4, 6, 8 ou 9 células, que indicam a capacidade total de carga. As mais comuns, de 6 células têm um bom compromisso entre durabilidade e peso e permitem entre 3 a 6 horas de autonomia, eventualmente mais se o uso for leve ou moderado. Alguns notebooks e Ultrabooks modernos não têm bateria destacável, ou seja, somente o fabricante consegue trocar as células em uma assistência autorizada. Não gosto disso. Busco por uma alternativa de bateria independente e que eu possa já no ato da aquisição ter uma bateria a mais para emergências (uso muito prolongado) e para me defender da invariável perda de eficiência que ocorre o tempo de uso. Geralmente além de 2 anos a bateria já tem meia vida e por isso ter uma nova ou pouco usada garante o bom uso. Bateria de 4 células não serve para mim, minha opção será por uma alternativa de 6 células e adquirir uma bateria reserva de 6 ou 9 células. Dessa forma teria entre 3 e 6 horas e uma força extra de 4 a 8 horas adicionais para emergências.


Baterias de todo tipo, fundamentais para a autonomia do notebook ou ultrabook

Dispositivo apontador

Normalmente uso um mouse externo 90% do tempo e isso nem seria importante. Touchpad é a interface mais comum da imensa maioria dos notebooks. Mas confesso que estou mal acostumado com o trackpoint que existe no meu atual Lenovo Thinkpad T400. Seria ótimo contar com este tipo de dispositivo apontador em meu próximo notebook, mas infelizmente quase nenhum fabricante oferece mais este tipo de solução atualmente. Por outro lado o touchpad evoluiu bastante. Há modelos com suporte “multi-gestual”, ou seja, permite que mais de um dedo seja usado, movimento de “pinça” para fazer zoom-in e zoom-out, etc.  Este é o ponto crítico para mim. Se tiver que abandonar o meu adorado trackpoint quero um touchpad mais evoluído. Adicionalmente preciso do suporte Bluetooth para usar um mouse sem fio com esta tecnologia e dessa forma não precisar ocupar uma porta USB com o receptor sem fio.

Touchpad e trackpoint no mesmo notebook (pouco comum) mas desejável por mim

Memória

Raros são os notebooks que são vendidos hoje com apenas 2 Gb de memória. 4 Gb é o  mais comum. Meu notebook atual foi expandido para 8 Gb pois meu perfil de uso, muitos programas simultâneos, dezenas de janelas de Internet e até máquinas virtuais exige que eu mantenha este nível de memória. Mas tenho uma ambição. Há vários modelos sendo vendidos já com 8 Gb (que não existia há 3 anos e meio quando comprei meu Lenovo). Isso é ótimo. Mas existe um detalhe FUNDAMENTAL para garantir a longevidade de uso deste novo equipamento. Vou buscar por um modelo que tenha 8 Gb de memória mas com apenas UM módulo. Dessa forma tenho terei como adquirir no futuro mais um módulo de 8 Gb e levar este futuro notebook a 16 Gb, quantidade só imaginada em computadores desktop até tempos atrás. E dessa forma uso de máquinas virtuais, dezenas de programas e janelas está garantido. E não podemos esquecer que um bom sistema operacional, seja Windows 7, Windows 8, MAC OS, etc. fazem uso de toda memória disponível visando acelerar o desempenho. Há muito tempo que digo, a melhor forma de acelerar um computador é sempre adicionando memória, é uma forma barata e muito eficaz.

Memória é TUDO! Upgrade barato e eficaz

Rede

São poucas as variáveis e por isso fácil saber o que buscar. Rede Ethernet Gigabit. Lamentavelmente ainda há alguns fabricantes (ainda bem que são poucos) que ainda usam nos notebooks interface de rede Ethernet 100 Mps. Mesmo os switches de dispositivos de rede sem fio roteadores usados nas residências dispõem de interface Gigabit. Então porque aceitar um notebook que se comunica mais lentamente quando usado via cabo?? Nada disso!

Rede Ethernet, exija conexão Gigabit

WiFi

Na época do pioneiro Centrino a conexão era no padrão 802.11 b, ou seja, 11 Mbps. Hoje em dia o comum é notebook suportar conexões no padrão “g” e “n”, o primeiro 54 Mbps e o segundo entre 150 Mbps e 300 Mbps. Mas mesmo no padrão “n” há uma sutileza a destacar. O mais comum é a rede sem fio trabalhar na frequência 2.4 Ghz, mas há pontos de acesso que trabalham a 5.0 Ghz, bem menos sujeito a interferências. É nítida a diferença quando se usa a conexão a 5.0 Ghz. Mas não é tão comum. Meu Lenovo de 3 anos e meio tem suporte a este tipo de conexão, mas misteriosamente ainda são poucos os notebooks que suportam este padrão (5.0 Ghz). Um notebook comprado agora precisa obrigatoriamente suportar as conexões de 150 Mbps do padrão “n”. Mas se possível, ter a característica dual de trabalhar também com WiFi de 5.0 Ghz é um diferencial bastante apreciável!!

Rede sem fio , o padrão “n” mais atual e mais rápido é essencial

Disco

Espaço no HD é algo muito pessoal. Alguns ficariam bem com apenas 128 Gb e outros com discos gigantes de 1 TB!!! Mas tamanho à parte vale destacar a tecnologia dos discos. Os gigantes como 750 GB ou 1 TB geralmente são do tipo de 5400 rpm, ou seja, tem uma taxa de rotação um pouco mais lenta e por isso transferem informações um pouco mais lentamente que os discos de 7200 rpm, que são os preferíveis. Há bons discos de 500 GB de 7200 rpm nos notebooks ofertados pelo mercado. O topo da tecnologia são os SSDs, ou seja, armazenamento em um tipo de memória flash, como se fosse um pendrive gigante. Ainda são caros, mas valem cada centavo (desde que possa ser gasta a quantia extra). São pelo menos entre 5 e 8 vezes mais rápidos, que resultam em tempo de carga do Windows e dos programas extremamente ágeis. Há um meio termo que são os discos híbridos que são compostos por discos de tecnologia magnética convencional (5400 rpm ou 7200 rpm) mais uma parte em SSD. Esta parte pode ser tão pequena como 4 GB, 32 GB até 128 GB. Dessa forma o sistema de forma inteligente acaba alocando os dados, arquivos e programas mais usados na parte mais rápida (SSD) e isso já traz um grande benefício. Se couber no meu orçamento vou optar por SSD puro de 256 GB e usar um HD externo (USB 3.0 que é bem mais rápido) para dados e arquivos adicionais que não uso tanto. Se isso não for possível, um HD híbrido de 500 GB com 32 Gb ou 128 GB de SSD também é uma excelente opção. É questão de tempo haverá SSD de 1 TB a preço acessível e não tão mais caro que os HD convencionais de tecnologia magnética, mas ainda não chegou esta hora. Pena. Quem sabe não compro um notebook com HD convencional e quando chegarem os SSDs grandes a custo baixo eu não troco? É uma opção!!

Disco magnético de grande capacidade hoje e SSDs gigantes no futuro


USB

Nem tem que pensar, o notebook obrigatoriamente PRECISA ter uma ou mais conexões USB 3.0. Este tipo de USB permite que HDs externos trabalhem na mesma velocidade de HDs internos do notebook, pois esta nova USB tem uma taxa de transferência extremamente maior que a USB convencional (0.48 Gbps contra 5.0 Gbps – 10 vezes mais rápida). Porém este não é para mim a única exigência em relação às interfaces USB. Já vi notebook com apenas UMA conexão USB. Duas conexões para mim também é bem pouco.  Quando há tão poucas USBs no notebook é obrigatório usar um HUB USB que nem sempre é prático para ficar ligando e desligando toda hora. Penso que 3 conexões USB, com ao menos uma delas do tipo 3.0 é o ideal. Se tiver 4 USBs então melhor ainda, mas 3 já é bastante bom.

USB 3.0 (com o conector azul) são indispensáveis hoje em dia



Midia Ótica

Os charmosos e sofisticados Ultrabooks não têm drive ótico. É uma opção de projeto visando tornar o equipamento mais leve e mais fino. Acho válido e até uma boa ideia. Afinal o drive é usado pouquíssimas vezes para instalar programas ou eventualmente gravar algum CD/DVD ou mesmo para ver um filme. E ter para uma emergência um drive de DVD USB é algo simples e acessível (já tenho um que comprei para outra finalidade). Mas confesso que para o meu modelo de uso eu gosto de ter o drive ótico ali à disposição. Se puder ler também mídia Blu-ray seria muito bom, mas não essencial. Este é um item que depende totalmente do modelo de uso. Considero também um Ultrabook como meu próximo notebook e dessa forma não sentiria falta do drive. Mas se optar por um notebook que venha com este tipo de mídia preferiria ter suporte a todos os padrões que são CD, DVD, DVD-RAM (gravação) e Blu-ray (reprodução).

CD/DVD ou Blu-ray em alguns modelos ou sem drive em Ultrabooks


Outras portas e conexões

Conector HDMI é fundamental hoje em dia para enviar a imagem para um monitor externo, TV, etc. É a forma atual de se fazer isso com a melhor qualidade. Porém se você dispõe de um monitor externo mais antigo, ou um projetor que tenha conector VGA, você também não pode abrir mão disso. Vários notebooks têm ambas as conexões. É algo para conferir e procurar aquilo que lhe serve. Conexões SERIAL ou PARALELA também estão sumindo ou praticamente extintas. Se há algum dispositivo que precise disso, será bem difícil achar. Mas mesmo assim há adaptadores USB-Serial ou USB-Paralela que resolvem o problema. Firewire também é um conector presente em alguns notebooks, mas diminuindo sua presença, pois com USB 3.0 Firewire deixa de fazer sentido. Analogamente ao caso anterior o uso de um adaptador USB-Firewire pode vir a ser necessário.

Leitor de cartões de memória é algo também essencial para um bom notebook e praticamente todos têm este recurso. Apenas julgo importante conferir se o exato tipo de cartão de memória possuído é suportado. No meu caso preciso ler cartões SD e MemoryStick Pro Duo. No notebook atual uso um adaptador SD-MemoryStick para ler ambos. Se precisasse ler CompactFlash seria necessário usar um adaptador externo USB para esta função. Podendo ter suporte para todos os formatos necessários sem usar um leitor externo é o melhor caso.

Diversas porta de conexão, HDMI, Displayport, leitor de cartões de memória,...

Conclusão

Qual é o notebook ou ultrabook perfeito? Impossível apurar esta definição. É evidente que existem milhares de notebooks/ultrabooks ideais em função dos requisitos de cada uma das pessoas que está em busca de seu novo dispositivo. Mesmo assim arrisco-me a dizer que será difícil, senão impossível reunir em um só local todos os atributos desejáveis de uma vez só. Pelo menos para mim que venho me tornando exigente com o passar do tempo.  Se eu pudesse sonhar com o meu computador portátil ideal seria o seguinte:

Tamanho de tela de 14 polegadas, peso máximo de 2 Kg (4.4 lbs), processador Core i7 Ivy Bridge de 4 núcleos, 16 GB de memória RAM, SSD “puro” (não disco híbrido) de 1 Tbyte, sistema gráfico discreto conjugados com gráfico integrado (para economia de energia em aplicações que não requeiram altíssimo desempenho), resolução de tela de 1600x900 pixels, touchpad multigestual e trackpoint integrado, teclado retro iluminado, WiFi padrão abgn (até 300 Mbps em 2.4 e 5.0 Ghz), pelo menos 3 conectores USB 3.0, saída HDMI e VGA, rede Ethernet Gigabit, bateria de 6 células com autonomia de 3 a 6 horas com possibilidade de comprar uma bateria extra de 8 ou 9 células para ampliar este tempo de uso, leitor de cartão de memória que suporte SD e MemoryStick, drive ótico com suporte a blu-ray, bluetooth e sistema operacional Windows 8 Professional.

Esta máquina não existe. Existem algumas que têm configurações próximas que com alguns upgrades de memória ou disco chegaria perto. Mas isso não é novidade. Se você pensar, ao escolher um automóvel provavelmente também terá que fazer concessões e escolher o mais apropriado no conjunto de funcionalidades e recursos e PRINCIPALMENTE que caiba no seu orçamento. Este é o ponto chave. Comprar um notebook ou ultrabook é essencialmente a busca pelo ideal em confronto com o que existe no mercado e quanto dinheiro há no seu bolso. Esta é a mensagem final. A propósito já escolhi e comprei meu próximo notebook. Ele vai chegar após dia 21/10. Provavelmente eu faça uma avaliação completa para compartilhar com os leitores. Aguardem!!