quarta-feira, 21 de maio de 2014

Como fazer para transformar seu notebook ou PC com um SSD

Usando uma expressão popular, falar dos benefícios da troca do disco rígido de um computador ou notebook por um SSD é “chover no molhado”. Existe um abismo tecnológico entre a solução tradicional (discos mecânicos e gravação magnética) e o SSD que se baseia em memória flash de grande desempenho. Aliás eu já falei ao menos 3 vezes deste assunto em outros artigos nos quais exploro o tema por meio de dois fabricantes diferentes e dois casos de “transplantes” muito bem sucedidos:

IntelSSD Series 510 – como faz diferença!!
Transformandoum notebook com o SSD V300
Transformandoo notebook com um SSD – a confirmação

Mas dessa vez precisei voltar ao tema pois uma conjunção e fatores me chamaram muito a atenção. A tradicional fabricante SEAGATE colocou a minha disposição para testes o SSD 600 modelo ST480M000. Trata-se de um magnífico exemplar de SSD com 480 GB de capacidade, SATA 6 e que traz consigo tudo de bom de que é capaz este tipo de dispositvo e mais algumas vantagens adicionais.  O segundo fato era eu ter disponível um moderno Ultrabook Sony Vaio que por ter HD tradicional de 250 GB seria uma boa plataforma de testes. Aliás, este Ultrabook já foi objeto de teste feito por mim : “UltrabookSony Vaio touch e Windows 8 – dupla vencedora”. E como a capacidade do HD deste VAIO estava próxima de se tornar crítica, instalar o SSD nele daria para estender um pouco sua utilidade e avaliar quanto seria possível melhorar um Ultrabook que já era bastante bom!


figura 01 – Seagate SSD 600 ST480M000 – parece um HD comum mas não é

Embora o SSD da figura acima já se pareça muito com um HD comum a semelhança vai ainda mais além. E o motivo para isso é óbvio. Apesar de “dentro da caixa” ser totalmente diferente do HD comum o SSD para ter valor nos computadores atuais precisa ser capaz de substitui-lo, poder ser encaixado no mesmo lugar que o HD comum, ter a mesma interface, etc. Por isso que ele não é apenas um conjunto de chips para ser plugado na placa mãe. Ele mimetiza quem ele vai substituir. Veja na figura 02 o SSD 600 ST480M000 “vestido” de HD comum.

 
figura 02 – Seagate SSD 600 ST480M000 – interface idêntica a quem vai substituir

Falar de desempenho de SSD é algo quase monótono. Porém o que se obtém nas medições objetivas e na percepção subjetiva ainda merece algumas explicações. Seguem nas figuras 03 e 04 as medições objetivas de desempenho do SSD Seagate e do HD original que havia dentro do Ultrabook da Sony.


figura 03 – Seagate SSD 600 ST480M000 – interface idêntica a quem vai substituir
 
figura 04 – Seagate SSD 600 ST480M000 – interface idêntica a quem vai substituir

As figuras acima seriam suficientes para vários parágrafos de discussão. Mas vou chamar a atenção em dois pontos. As medidas apontam taxas de transferência em função do tamanho dos blocos lidos. Resumidamente podemos comparar ao comportamento no trato com arquivos grandes e arquivos pequenos. Com arquivos grandes o SSD é entre 7 e 12 vezes mais rápido. Algo por si só já muito impressionante. Mas apesar dos números absolutos serem menores o ganho na taxa de transferência é muito mais sensível com os arquivos pequenos, entre 34 e 82 vezes!!

Mas o que isso significa? Inicialmente o óbvio, leitura e gravação de arquivos muito mais rapidos. Mas a grande diferença nos arquivos pequenos explica o porquê da sensação de benefício ainda maior no dia a dia. O sistema operacional, seja Windows ou outro, os programas que usamos rotineiramente são compostos predominantemente por arquivos de menor tamanho. Sem entrar em detalhes, mas arquivos pequenos são intrinsicamente menos eficientes para serem lidos pois o sistema operacional precisa “ir e voltar” no disco muito mais vezes para descobrir a localização física dos dados, e quando são arquivos pequenos faz isso muito mais vezes. De toda forma isso explica porque um computador com SSD inicia o Windows e carrega os programas de forma incrivelmente mais rápida.

Justiça foi feita. O desempenho deste SSD da SEAGATE no mínimo iguala, ou melhor, supera o desempenho dos outros SSDs dos outros modelos e fabricantes testados. Mas existe uma história não contada por trás deste e dos outros testes. Nem sempre é simples a operação de troca do HD pelo SSD. No caso do teste do teste que fiz com o HyperX da Kingston eu não consegui “duplicar” o disco com total sucesso. Não por culpa do HyperX e sim da ferramenta que eu tinha em mãos para fazer isso à época. Eu usara o Norton GHOST, famoso e conhecido programa para duplicação de discos.

A cópia foi finalizada, mas apesar disso o Windows não inicializava na nova situação (notebook com o SSD). Alguma sutil área do disco não pudera ser duplicada com o tradicional Norton Ghost (uma versão antiga de que eu dispunha). Na ocasião acabei optando por instalar o Windows 8 a partir do zero naquela máquina, que foi até bom, pois precisava mesmo me livrar de uns trastes que havia naquela instalação do Windows.

Porém ao fazer isso pela terceira vez (contando os outros testes que fizera com notebooks e SSDs) eu me determinei a resolver o problema da duplicação correta do disco de uma vez por todas. Tinha que ser capaz de clonar o HD, trocá-lo pelo SSD e o notebook funcionar a contento. Sendo breve, a solução estava bem adiante dos meus olhos. Foi surpreendentemente simples resolver a situação.

Olhando no site da SEAGATE eu descobri que a empresa disponibiliza sem custo algum uma ferramenta MARAVILHOSA chamada SEAGATE DISK WIZZARD. Trata-se de uma versão simplificada do também conhecido programa ACRONIS DISK IMAGE. Esta versão somente funciona se houver ao menos um disco da Seagate no computador. Não importa se o Seagate será a origem ou o destino da cópia, mas tem que haver um disco da Seagate, caso contrário o programa não funciona.  


figura 05 – Seagate Disk Wizzard – visão simplificada



figura 06 – Seagate Disk Wizzard – tela para clonar disco


As figuras 05 e 06 mostram de uma forma simplificada as telas necessárias para disparar o processo de duplicação de um disco. No meu caso eu montei ambos os discos, o original e o SSD em unidades USB externas e após cerca de 2 horas tinha o SSD pronto. Montado no Ultrabook Vaio bastou ligar o computador que o Windows iniciou sua carga. Espanto! Em poucos segundos, 6 segundos para ser preciso, a tela de login do Windows 8 apareceu.

É incorreto afirmar que os SSDs são iguais. Não são mesmo. Mas todos eles trazem um ganho de performance imenso aos computadores nos quais são instalados e o nível de desempenho obtido é muito superior à situação original.

Mas as diferenças começam a aparecer quando uma ferramenta, como este casualmente descoberto Seagate Disk Wizzard, aparece para nós. Corrigindo uma injustiça, a referência ao Disk Wizzard esteve sempre lá na página da Seagate bem visível, eu que nas primeiras vezes não o vi. Assim a Seagate além de prover um dispositivo fantástico, tecnicamente impecável, também proporciona ao usuário a ferramenta certa, sem custo e de uso simples para permitir a correta migração do disco convencional para sua turbinada solução. Ótimo!! Será bem complicado eu me acostumar, ou melhor, meu Ultrabook Vaio se adaptar ao seu velho disco convencional.