segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Os Mitos do Dinheiro, Gabriel Torres, tornando-se Milionário – Resenha de livro

Resenha de livro é algo que faço pouco. Acho que indicar livros é algo ao mesmo tempo sério e complicado. Mas ainda bem que vez por outra tenho a oportunidade de me encantar com um ótimo conteúdo. Foi o que aconteceu ao ler o livro “Os Mitos do Dinheiro” escrito pelo meu amigo de longa data, Gabriel Torres.

Não quero antecipar muito do livro, mas a história do Gabriel é muito legal, seu percurso e sua trajetória. É o criador do site “Clube do Hardware”, que se a memória não me trai, vem desde meados dos anos 90. Aliás, um dos sites mais respeitados e longevos sobre o assunto, uma referência entre os usuários de PC e quem gosta de construir seus computadores (mas há sessões sobre outros assuntos como mobilidade, redes, etc.).


Gabriel teve a oportunidade de viver alguns anos nos EUA, onde montou um portal semelhante ao seu site no Brasil e posteriormente foi morar na Austrália, local onde vive atualmente. Todo este percurso, diferentes momentos de vida o permitiu vivenciar ricas experiências relacionadas à vida financeira. Como todos nós levou seus tombos, aprendeu com eles e aproveitou as lições para organizar as ideias que ele apresenta em seu livro “Os Mitos do Dinheiro”.

Gabriel é ousado em sua proposta ao discutir o tema, mas ele o faz com propriedade uma vez que após longo aprendizado ele se libertou de vários “mitos” e pode organizar sua vida financeira de forma a compor um patrimônio real de mais de um milhão de dólares e por isso mesmo, justamente denominando-se milionário.

O livro é escrito em uma linguagem muito agradável, acessível, cheio de ricos exemplos do dia a dia. Devorei o livro em muito pouco tempo e vou seguir o conselho do Gabriel. Ele sugere reler seu conteúdo de tempos em tempos para absorver algum conceito que possa ter passado despercebido ou para confrontar nossas ações com aquelas propostas no livro. Por sua simplicidade e riqueza de conteúdo, sugiro fortemente a leitura!! A propósito, cada capítulo tem um vídeo associado àquele conteúdo, que reforça as ideias e torna a experiência de ler o livro ainda mais interessante!!

Ninguém pode garantir que se tornará um milionário por meio da leitura deste livro. Afinal ter êxito financeiro depende totalmente de ações e não apenas de leitura. Mas este rico conteúdo pode ser muuuuuito útil para ajudar as pessoas a pensar sobre o assunto e derrubar vários mitos. E de quebra ajuda a romper certos paradigmas que nos atrapalham no dia a dia.

Gabriel tem um grande acervo de livros publicados sobre informática em sua maioria (hardware, redes etc.), os quais fui presenteado por ele no passado e não tive a possibilidade de fazer resenha porque acabaram vidando material de consulta para mim, não os li “de cabo a cabo”. São mais de 25 livros publicados, feito que somente foi superado pelo meu amigo José Antônio Ramalho que também tem muitas  dezenas  de livros publicados (informática, fotografia e viagens).

Gabriel tem seu blog direcionado a finanças pessoais no endereço www.terremoto.com.br o qual também hospeda seus vídeos associados ao livro.  O livro em formato digital pode ser comprado neste link .Os vídeos estão acessíveis para qualquer um, a despeito de ter comprado o livro ou não.


Gabriel em sua nova morada, a Austrália

Como faço habitualmente, segue o link para minha última resenha, uma delícia de livro, a biografia do Mestre Claudio Carsughi – Meus 50 anos de Brasil.
  
 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Entendendo a associação entre Dell e EMC, rumo à transformação digital!

Foi anunciado de forma oficial no dia 7 de setembro passado. Mas o processo já estava em curso há muitos meses, seja pelas próprias empresas como pelo órgão competente do governo americano. Por mais que eu tenha lido a respeito, ainda havia muitas dúvidas. Mas em meados de outubro tive a grata oportunidade de participar do evento DellEMC World 2016, uma rica ocasião na qual pude reciclar meus conhecimentos sobre as soluções da Dell e EMC e também soluções que estão nascendo sob o DNA da nova empresa reunindo estes gigantes da tecnologia.

Mas pude ir além. Se eu ainda tinha dúvidas sobre a união das empresas, quem melhor poderia sanar estas dúvidas senão Luis Gonçalves, presidente da Dell e Carlos Cunha, presidente da EMC no Brasil!! Um pequeno grupo de jornalistas conversou com eles e transcrevo aqui esta conversa, na qual se falou muito sobre a fusão e muitos outros aspectos das empresas!
   

Carlos Cunha e Luis Gonçalves

Flavio Xandó
: este é o primeiro evento DellEMC, primeiro já com as duas empresas juntas, não é?

Carlos Cunha: não! DellEMC World é o primeiro, mas o primeiro mesmo foi o DellEMC Fórum, que aconteceu no Brasil no dia 21 de setembro, pouco tempo depois do anúncio oficial. O primeiro evento DellEMC foi o que aconteceu em São Paulo.

Flavio Xandó: não há como escapar do assunto relativo a união e integração das empresas. Da minha perspectiva, de quem está olhando de fora, parece estar ocorrendo de uma forma muito fácil e natural e sem maiores dificuldades. Será que é isso mesmo?

Carlos Cunha: é isso mesmo. O que não quer dizer que não estamos tomando o cuidado necessário para que seja natural e também de forma efetiva e eficiente. Este é o grande foco que temos hoje, garantir que os nossos clientes mantenham o mesmo atendimento que eles esperam. Se nós vamos a um cliente da Dell ele nos fala “mantenham o atendimento que sempre tiveram, não mudem”, se vamos a um cliente que era da EMC ele fala a mesma coisa. Isso é natural porque o desejo e as necessidades são diferentes. Por isso que a empresa está criando 3 unidades de negócios em termos de “go to Market”. Aliás, o Brasil terá estas 3 unidades (não são todos os países que isso acontecerá). São, unidade Enterprise, unidade Comercial e unidade de Pequenas e Médias empresas. A integração está “lisa” mesmo, no Brasil, mais ainda. E eu vou te explicar uma coisa, o porquê disso. As pessoas que estão liderando todo este processo são as mesmas que trabalharam juntas quando a Dell era OEM da EMC. O Luis e eu estamos nas empresas há 17 anos, o Raymundo Peixoto (vice-presidente de soluções Enterprise para a América Latina) está há também 17 anos. Nós nos conhecemos muito bem e há um respeito muito grande entre nós.
 


Flavio Xandó: eu me lembro bem disso. Em 2005 se não me engano, eu estava trabalhando em um projeto de infraestrutura (para suportar um sistema) e na ocasião os storages Dell eram de tecnologia EMC.

Carlos Cunha: a lembrança dessa época é importante pois mostra o poder que esta união tem. Quando houve essa união no passado, isso rapidamente atingiu mais de um bilhão de dólares em negócios por ano em termos mundiais. No Brasil a Dell chegou a ser 10% da receita da EMC no país. Isso tangibiliza o otimismo que nós temos quando falamos dessa sinergia.

Luis Gonçalves: não podemos esquecer que tivemos um ano de preparação. Durante este ano, enquanto as agências regulamentadoras estavam em vias de aprovar este processo, o preparo foi sendo feito independentemente da aprovação. Era uma aposta que ambas a empresas faziam de que iria acontecer e se acontecesse, estaríamos melhor preparados do que começar as ações somente após a aprovação. Foi uma aposta que se provou benéfica, porque quando começamos de verdade já tinha muita coisa mapeada, identificada, já prescrita, como deveria ser, o que pode acontecer, como deveríamos fazer, etc. Isso nos ajudou bastante. Nós não sentamos para conversar apenas no dia 7 de setembro para começar a pensar e decidir como seriam as ações. Já tínhamos um framework mostrando as possibilidades. As alternativas para abordar os clientes, essas são as questões relacionadas aos produtos, estas serão as formas de atender os clientes para dar um melhor “go to Market”. Como o Carlos falou, uma melhor experiência, essa vai ser a forma que nós vamos nos organizar no backoffice para dar retaguarda para as operações... Este ano foi muito benéfico pois vem garantindo que mesmo onde as pessoas que não tinham esta relação pregressa e positiva como nós (Luis e Carlos), nós tivéssemos sucesso.

Jornalistas: olhando para o mercado, é uma direção diferente, é uma conformação diferente da EMC e Dell. Vai até no lado oposto de outros players do mercado, como a HP, a IBM. Como vocês veem este novo posicionamento que a DellEMC passa a ter perante os seus competidores, que estão fazendo ou fizeram desmembramento de áreas de consumo ou empresariais?

Carlos Cunha: hoje em dia nós lideramos 20 quadrantes do Gartner. Somos líderes em Storage, servidores, virtualização, arquitetura convergente... Se você ouvir o cliente, o que ele mais deseja hoje é ter apenas um responsável pela infraestrutura dele. Dificilmente você vai chegar em um cliente e ele vai dizer “quero um fornecedor para servidor, outro para Storage, outro para virtualização”. Ele não quer ter 20 fornecedores. Então hoje a DellEMC se coloca no mercado como uma empresa que vai atender esta demanda do cliente, de ter um responsável pela sua infraestrutura, mas mais do que isso, liderando todos os pedaços da infraestrutura. Estamos assim respondendo a uma demanda de nossos clientes.

Luis Gonçalves: a infraestrutura não é estratégica. Ela é suporte para que uma estratégia tenha êxito. Então no momento que você facilita a vida do cliente, que você tenha uma infraestrutura que funciona bem, tenha um único ponto de contato para se responsabilizar sobre o funcionamento desta infraestrutura, tenha visão de transformação e modernização de acordo com as demandas e imperativos dessas indústrias por conta da digitalização que está acontecendo nos negócios. Nós nos colocamos em uma posição muito fortalecida, assim que o Michael Dell viu. A união Dell e EMC traz as fortalezas complementares, para nós darmos um atendimento concentrado, um portfólio moderno, voltado para a transformação digital. Agora, infraestrutura não é estratégico. Se você é o UBER sua estratégia roda nessa infraestrutura. Nós não vamos “inventar o UBER” para os nossos clientes. Vamos ajuda-los a tirar as barreiras tecnológicas para que eles possam implementar as suas estratégias de modernização e de transformação digital. Nós podemos até avançar neste portfólio quando nós temos plataformas como Pivotal em Big Data, em Devops, quando nós falamos em solução convergente, em “go to market” mais rápido ou nós falamos “time to value”. Do momento que eu tenho a ideia até o momento quando se concretiza e se monetiza, é um tempo precioso hoje no mundo da transformação digital!

Carlos Cunha: não pode demorar seis meses para a empresa comprar, instalar, implementar, integrar, testar, verificar todos os aspectos de interoperabilidade...

Flavio Xandó: aconteceu uma feliz coincidência neste meio do caminho que foi a popularização pela praticidade das soluções hiperconvergentes. Tanto a Dell como a EMC estavam trabalhando nisso. Durante o evento foi anunciado o VXrail, que vinha pelo lado da EMC, é isso? (*** observação *** vou estudar mais detalhadamente e farei um artigo falando mais desta incrível solução que é o VXrail).
  


Carlos Cunha: a EMC vinha trabalhando no VXrail e a Dell tinha uma parceria com a Nutanix, ou seja, ambos já trabalhavam com arquitetura convergente e com esta junção somos capazes de atender toda a demanda do mercado, tanto com appliance, como com rack como com bloco. Atendemos todo tamanho de empresa. Isso reforça o ponto, o cliente quer um fornecedor só. Veja o exemplo da Cloud, que está crescendo a taxas de 2 dígitos nos últimos anos e deve continuar assim. A infraestrutura convergente está crescendo ainda mais que Cloud? Porque? O cliente não quer mais comprar o servidor, integrar com o Storage, montar e administrar a rede... exatamente o que é a solução convergente. A DellEMC está atendendo esta necessidade e desejo do mercado. Não é exatamente a visão de outros fornecedores que estão preferindo se dividir. Estamos seguros de nossa oferta.
    

Jornalistas: nós temos observado que a demanda tem caído. Mais notadamente entre os computadores pessoais, mas pelo que temos viso no DellEMC World isso não tem sido assim no segmento empresarial. Isso muda o foco da Dell, considerando a união com EMC, aumentando o foco em “B2B” e diminuindo o foco em “B2C”?

Luis Gonçalves: não, não é assim. Vamos falar um pouco sobre o mercado de PCs que tem também uma conexão com a pergunta que o Xandó fez sobre a mudança da Dell para hiperconvergência e soluções integradas. Vamos lembrar que a Dell tem a proposta de ser o provedor de solução “end to end” e isso passa pela ponta, por aquele extremo o qual nós produzimos, interagimos com essa tecnologia toda. O mercado de PCs ainda é um mercado de 280 milhões de unidades no mundo e é muita unidade sob qualquer perspectiva que se veja. O que está acontecendo é uma consolidação dessa indústria. A Dell pretende permanecer líder neste segmento perante aqueles que se manterão e que é uma indústria extremamente competitiva na qual o consumidor final passa a ter um papel muito mais relevante. No longo prazo, se tivéssemos que vislumbrar uma possibilidade, as empresas não vão mais ter o computador do funcionário. O funcionário que virá com o seu computador. A pessoa já vai sair da escola, vai ter desenvolvido alguma prática profissional, com seu próprio dispositivo. Ele já vai chegar com seu computador e vai falar, quero me conectar, como faço? Quais são os sistemas que eu posso usar na nuvem? Minha empresa está pronta para essa transformação de cultura digital?
   

Flavio Xandó: mas tem aspectos de compliance, certo?

Luis Gonçalves: tem compliance e tem outras coisas importantes também, a interoperabilidade. Hoje para você atrair o novo talento, não adianta você dar para ele uma máquina antiga que é pior do que aquela que ele tem em casa porque a experiência do usuário doméstico hoje é muito rica!

Jornalistas
: mas tem também o dispositivo móvel, que é o que ele usa mais.

Luis Gonçalves: sem dúvida o smartphone e o tablet ocuparam um espaço importante, mas do ponto de vista de produção de conteúdo, fazer alguma coisa, este “form fator” (computadores pessoais) ainda vai subsistir por um longo tempo. Há 3 ou 4 anos todos apostavam que os tablets iriam acabar com o negócio dos PCs. Hoje em dia a indústria que mais cai é a do tablet porque ele se mostrou limitado para muitas das coisas do dia a dia.
   

Flavio Xandó: para consumir informação o tablet é muito bom, mas para produzir...

Luis Gonçalves: exato! O tablet é um produto complementar, você também pode ter um para isso. Mas conforme os smartphones foram crescendo em tamanho, eles foram ocupando um pedaço do tablet e não dos PCs. Sem dúvida alguma, novos formatos de PC estão para surgir, mas a ideia atual, da máquina um pouco mais potente, com mais recursos e que eu possa trabalhar, ela se mantém e o mercado doméstico é extremamente importante. Isso porque nós vislumbramos que este papel, este profissional vai se conectar com as empresas a partir de seu próprio dispositivo, localmente e também via acesso remoto.

Jornalistas: mas a preparação por parte das empresas, para este “admirável mundo novo” é algo muito maior.

Luis Gonçalves: seguramente, sem dúvida!

Carlos Cunha
: são três grandes transformações que percebemos. A transformação de TI da empresa, da transformação da força de trabalho e quando o Xandó levantou a questão de compliance, estamos falando da segurança em todos os níveis, também nas pontas. Pensando nos tablets, a empresa deverá ter aplicativos rodando em nuvem para poderem ser usados pela força de trabalho para aqueles dispositivos. Então é tudo, é desktop, é nuvem, é aplicativo e na transformação de segurança. Quando nós falamos da transformação digital, na visão da Dell Technologies, vamos trabalhar 3 grandes transformações dentro das empresas, mas levando em conta seu TI, seu profissional e a sua segurança.

Luis Gonçalves: você viu o que nós apresentamos aqui no evento, DDPE (Dell Data Protection Encription) uma solução de segurança no dispositivo, MOZY uma solução que permite fazer backup na nuvem para o dispositivo, também uma solução contra ameaças cibernéticas com RSA, solução para validação de acesso e identidade, para garantir que o Luis é o Luis mesmo, importante na hora que eu estou usando o computador pessoal para acessar os sistemas da empresa e por fim temos as soluções de gerenciamento de segurança. Se você não tem esta suíte inteira, você não permite a conexão. Mas quantos de nós não acessamos com smartphone pessoal sistemas empresariais ou mesmo e-mail corporativo? Essa é só a ponta do Iceberg! Daqui a pouco você vai querer acessar todos os sistemas. Hoje do meu celular, que não é Windows, eu acesso sistemas da Dell, como colaborador da Dell, porque existe todo um arcabouço de soluções, que permite que eu use meu celular, seja pessoal ou cedido pela empresa, o acesso a estes sistemas e a empresa precisa estar preparada para isso. Migrar os aplicativos para a nuvem, ter os sistemas de segurança, regras de compliance... Eu diria que o desafio maior ainda é a proteção dos dados. Isso tudo é uma onda que vai acontecer, as empresas precisam estar preparadas




Jornalistas: ainda sobre a integração, haverá redução de quadro ou não haverá? Estão contratando?

Luis Gonçalves: não vai ter redução de quadro. Isso é seguro. Quando você olha o business case, como ele foi construído, do ponto de vista do investidor, do consórcio que financiou o Michael Dell para ele fazer esta aquisição, o negócio se sustenta na sinergia da geração de receitas, não é na redução de pessoas ou na sinergia de custos. Teremos e podemos faturar MAIS, porque temos agora soluções complementares que podemos levar para clientes que antes não poderíamos levar. Temos agora outros tipos de competidores e outros tipos de solução.

Carlos Cunha: muita gente fala da Dell e EMC, essa integração ser um risco de redução de quadro, nós temos um risco de Brasil que é da economia do país. O que andamos avaliando constantemente é para onde a economia do país vai, quando ela se recupera... A integração aumenta oportunidades que vai nos dar suporte para passar por este momento.

Luis Gonçalves: dada a situação econômica do Brasil, se estivéssemos isolados talvez tivéssemos que nos ajustar para um nível de demanda menor porque o Brasil não está consumindo o que poderia consumir. Mas trabalhando agora de forma integrada, temos um portfólio que podemos oferecer soluções que antes não poderíamos.
   

Flavio Xandó: essa complementaridade é importante, podemos falar mais disso?

Carlos Cunha: se existe alguma dúvida de quanto nós podemos crescer, eu já citei que no passado, tivemos mais de um bilhão de dólares de receitas quando as duas empresas estavam juntas. Quando falamos que há muita complementariedade isso é real. Às vezes entramos em uma corporação na qual a EMC é muito forte e a Dell não tem tanta penetração. Quando pensamos em uma empresa do segmento comercial, de porte um pouco menor, a Dell é muito forte enquanto a EMC tem presença bem menor! Nós temos muito daquilo que o americano chama de “cross sell”, para executar tanto na Enterprise quanto no Comercial com estes dois tipos de produto. Então o potencial de incrementar a receita, fazer com a soma um mais um dê três e não dois, é muito forte.

Luis Gonçalves: e na prática isso já está acontecendo associado àquele primeiro item que o Carlos comentou. O cliente vai ficar bem impressionado ao perceber que “agora eu tenho apenas um cara com quem falar, então eu também quero PC, notebook, servidor”, isso no segmento Enterprise. E no outro lado também, “então você também tem Storage EMC, tem soluções de backup, tem soluções de segurança, big data..., que bom porque eu estou feliz com o seu PC, notebook, servidor”. O problema que vejo é para os nossos concorrentes!
   

Flavio Xandó: falando em concorrente, eu não preciso gastar mais que 5 segundos para falar do valor que têm as marcas, Dell e EMC. Mas um forte e competente concorrente, a HP, fez boas aquisições no passado como por exemplo, COMPAQ e 3COM e preferiu absorver as respectivas tecnologias e matar as marcas, que eram fortíssimas no mercado (eram referências). Hoje existe uma marca que é DellEMC (junto), mas existe o risco de uma dessas marcas (separadas) desaparecerem? Qual a visão de vocês sobre isso?

Carlos Cunha: nós temos uma vantagem muito grande. Não tem como matarmos as marcas porque somos complementares! Não temos produto que tenha sobreposição muito grande. Mesmo que pudéssemos, não cometeríamos este erro.
   

Flavio Xandó: mas a HP não tinha network, comprou a 3COM e matou a marca, repito, que era referência de mercado.

Carlos Cunha: isso não é algo que iremos fazer. Até o formato do “go to Market” responde isso. Quando você cria um “go to Market” para um segmento Enterprise, um Comercial e Consumer e pequenas e médias empresas você já está respondendo que aquela marca que é forte naquele mercado, ela vai continuar. Não só a marca, mas também o modelo de atendimento.

Luis Gonçalves: as marcas falam muito por si, cada uma elas. Falam do modelo de atendimento, dos esforços de pesquisa e desenvolvimento voltados para os esforços de modernização. Por isso a manutenção das marcas é a espinha dorsal da estratégia.

Jornalistas: o caso de Dell e EMC eu até concordo, mas as outras como Virtustream, RSA, eu não vejo este mesmo futuro...

Luis Gonçalves: essas são marcas que têm sua importância, mas são emergentes. Como a Pivotal na qual temos sócios fortes como GE e Ford neste negócio. É uma aposta ainda, mas é uma marca nova.
   

Jornalistas: mas a nova empresa é Dell Technologies...

Carlos Cunha: isso, Dell Tecnologies é a empresa mãe, a holding. O único funcionário é o Michael Dell, que aliás, deve ter um grande salário. Abaixo desta empresa existe a Dell que cuida de “clientes”, PCs, tablets, periféricos, existe também a DellEMC que vai cuidar da parte de enterprise, também DellEMC Services que atende todo este portfólio, RSA e Virtuostrem estão dentro da DellEMC e você tem as empresas alinhadas estrategicamente como SecureWork e Pivotal.
   

Flavio Xandó: e VMware.

Carlos Cunha: isso, também a VMware! Porque alinhadas estrategicamente e não estão abaixo como todas as outras? Porque são empresas de capital aberto, têm capital na bolsa de valores ou têm outros sócios. A Pivotal não tem ações na bolsa, mas tem sócios como GE, Ford e Microsoft. A VMware e a SecureWorks têm ações na bolsa. Essa então é a estrutura e as marcas que ficam e onde eles ficam.

Luis Gonçalves: quando você fala em pesquisa e desenvolvimento, o que é Dell, os PCs, notebooks, periféricos e produtos para usuário final, você vai ter o seu R&D voltado para aquele universo.  Quando você fala em DellEMC, aí você pensa em convergência, soluções de cloud, pensa em plataformas, “as a service”, todo aquele conjunto de soluções para grandes Enterprises. Eles se conectam do ponto de vista de solução “end to end”, mas eles têm suas marcas associadas até mesmo pelos seus comprometimentos em investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Carlos Cunha: até a estrutura de empresa exatamente responde uma pergunta que muitas pessoas nos fazem e tem a ver com a liberdade de escolha. A forma de montar a nova empresa responde ao mercado, você tem liberdade. A VMware por exemplo, pode fazer um projeto de virtualização e cloud tendo outras plataformas para o cliente, legado ou não. Ao mesmo tempo nós respondemos, se você quiser uma solução fim a fim nós garantimos que é uma solução muito mais adequada a que podemos estar te oferecendo.  A vantagem de uma integração que já foi pré testada e que as engenharias já estão se falando. Até o formato da empresa responde a isso também, permitir a liberdade de escolha para os clientes.

Jornalistas: como fica a empresa em termos de tamanho no Brasil, valores de investimentos...

Luis Gonçalves
: nós não podemos falar em números regionais, mas em termos mundiais é uma companhia de cerca de 74 bilhões de dólares de faturamento, mais de 140 mil colaboradores em todo o mundo, presença em mais de 180 países. Realmente uma organização que tem um footprint enorme, em todos os mercados expressivos, incluindo Brasil que é um dos TOP 5!! Isso nós podemos falar. O mercado brasileiro é sim de extrema relevância para a DellEMC e para a Dell Technologies porque o mercado de PCs também é bastante grande. Estes são os resultados que podemos compartilhar

Jornalistas: e quanto aos segmentos de mercado e tecnologias como Cloud, IoT, como podemos ver a nova empresa nisso tudo, oportunidades?

Carlos Cunha: eu vejo alguns segmentos mais rápidos que outros. Quando falamos em transformação digital a área financeira e de telecomunicações são bem mais ágeis na busca por esta transformação. O governo, até por suas características, um pouco mais conservador, mas também tentando buscar. Não há segmento no Brasil que eu diga que esteja totalmente parado. Existem níveis de maturidade diferentes, entre os quais, finanças e telco estão em um nível de maturidade maior quando se compara com os outros segmentos.

Jornalistas: há novos projetos? Também IoT?

Carlos Cunha: sim, vários, de Big Data, IoT...

Luis Gonçalves: interessante você ter mencionado IoT porque isso acorda para nós uma indústria que era distante e dormente que é automação industrial, toda digitalização do footprint do chão de fábrica. Essa indústria estava mais distante porque ela tinha o seu próprio ecossistema de soluções totalmente fechadas, que não conversavam com TI das empresas. Era uma digitalização da parte operacional do chão de fábrica, mas sem se integrar com TI. IoT vem proporcionar esta integração e abre novas oportunidades para indústrias como a Dell se posicionarem como um fornecedor forte.


Essa conversa aconteceu no último dia do DellEMC World e foi para mim extremamente esclarecedora. Poder ter questionado ambos os presidentes das respectivas operações da Dell e EMC no Brasil, agora Dell Technolgies cuja uma das divisões é DellEMC trouxe muita luz ao assunto e foi um privilégio! Agora entendo muito melhor como vai funcionar esta mega corporação e sua presença no Brasil e no mundo!!

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

DellEMC World – Refrigeração extrema para servidores e Datacenters

Minha amiga jornalista Deborah Oliveira publicou no ITFORUM365 um relato muito interessante sobre uma experiência que desfrutamos juntos. Visitamos alguns dos laboratórios da DellEMC e isso nos impactou de algumas formas. Seu relato “Pordentro dos laboratórios da Dell Technologies, na sede da empresa, em Austin(EUA)” é bem detalhado e conta esta história de uma forma muito interessante.

Mas vou aprofundar um dos temas, pois já estive bem próximo do assunto, aparentemente exótico, que trata de resfriamento dos computadores, servidores, estações de trabalho, etc. Minha vivência vem da época que eu era um praticante de uma “arte” chamada overclocking. Basicamente trata-se de usar computadores acimas dos limites para os quais eles foram desenhados. Um sistema computacional, seja o microprocessador, a placa mãe ou a memória precisam trabalhar dentro de parâmetros de temperatura para que sejam eficazes e confiáveis. Ainda hoje os “gamers” seguem forçando seus computadores acima dos limites e por isso mesmo o assunto refrigeração é importante e, isso eu não sabia, nos datacenters também.

Claro que os servidores das empresas não são forçados a trabalhar acima das especificações (como fazem os “gamers”). Então de onde nasce esta necessidade? Para mim foi uma surpresa ver este projeto da Dell porque há dez anos os processadores dos servidores corporativos tinham um nível de consumo de energia e dissipação de calor incrivelmente maiores! As seguidas evoluções dos processadores trouxeram o consumo de 200 watts para cerca de 60 a 70 watts hoje em dia, com poder de processamento muitas vezes superior (A Lei de Moore trabalhando a favor dessa evolução). Então o que torna necessário este desenvolvimento da Dell? Atualmente os sistemas são bastante compactos e isso causa um aumento considerável da densidade dos equipamentos nos datacenters. Mais servidores em um espaço restrito, o problema da eliminação do calor reaparece de forma considerável.
   

Nos meus tempos de “overclocker” a primeira tentativa era usar dissipadores e ventoinhas mais poderosas. Até mesmo colocar um grande ventilador apontado para o computador aberto era feito, algo inviável no contexto dos servidores. Também naquela época havia soluções baseadas em fluxo de água pelos dissipadores de calor do processador. Apenas para refrescar a memória (sem trocadilhos com o assunto), o poder de refrigeração é diretamente proporcional ao tempo de contato entre dois elementos com temperaturas distintas, à superfície de contato e principalmente à diferença de temperatura entre eles. Por isso os gamers usam ainda hoje sistemas baseados em gelo seco (-55 C) e até nitrogênio líquido (-192 C)!

Mas no ambiente da empresa e seu datacenter isso não é possível, seja pelo custo e pela complexidade desta instalação (centenas de servidores). Dentro do datacenter, tradicionalmente o ar ambiente é refrigerado, por meio de poderosos sistemas de ar condicionado. Estes são dispendiosos. Um grau de temperatura abaixo do necessário (refrigerar a mais) pode ter um custo de muitas dezenas de milhares de reais ao longo de um ano. Por isso que nesta escala a temperatura dos servidores em um datacenter é tão importante. Tanto tecnicamente como financeiramente!

Segundo os pesquisadores da Dell, ao utilizarem dutos com líquido refrigerante (preferencialmente água por ser muita barata) aplicados nos pontos específicos e mais sensíveis dos servidores, isso é muito mais eficiente do que refrigerar o ar de forma intensa, em todo ambiente (muito mais caro). Mas há desafios tecnológicos no uso da água no contexto do datacenter. Sendo um fluxo contínuo, esta tem sua temperatura elevada conforme vai passando entre os diferentes processadores dos vários servidores (ou de um mesmo servidor multi-processado). Por isso o sistema deve ter inteligência de distribuir diferentes fluxos de água com temperaturas diferentes (água já aquecida e água ainda fria) para que a manutenção da temperatura nos níveis especificados (que tornam confiáveis os processadores) aconteça da forma planejada.
  



Em seu texto a Deborah citou outro tipo de solução, que é a imersão dos circuitos em um fluido especializado. É assustador ver um circuito de computador totalmente submerso em algo que parece água. Por ser um fluido altamente especializado, que não conduz eletricidade, não há prejuízo algum para os circuitos. É uma solução engenhosa. Este fluido, de nome Novec, tem baixo ponto de ebulição, cerca de 49C. Assim por mais que aumente a temperatura dos circuitos, o fluido não passa de 49C. É uma propriedade dos fluidos, quando ele entra em ebulição, sua temperatura não muda até tudo se transformar em vapor (como a água). Mas a engenhosidade do método é notável.

Tudo fica circunscrito em um sistema fechado (hermeticamente). Assim quando o Novec começa a ferver, algum vapor é formado, isso eleva a pressão do invólucro, que eleva momentaneamente o ponto de ebulição, fazendo o Nuvec se liquefazer novamente... acho que você já entendeu. Isso se repete indefinidamente! Sem gastar energia, completamente “verde” e ecologicamente correto. Assim mesmo que estável a 49C, um processador que tente subir sua temperatura para 55C ou 60C, tenderá a entrar em equilíbrio com o Nuvec a 49C e assim mantém o sistema bastante estável. É muito interessante, pois a refrigeração se dá de forma “morna” e não gelada como seria esperado.


Este processo tem alguns problemas. O Novec tem preço elevado, cerca de US$ 300 por galão (um pouco menos de R$ 100 por litro) e abastecer um tanque que possa conter a placa do servidor totalmente submersa consome bastante do nobre fluido. E existe mais um problema. Se um componente precisar ser trocado, uma memória, outra placa de circuito, o tanque que contém o servidor precisa ser drenado e assim é bem mais demorado para realizar a manutenção no sistema.

Mas nada disso é obstáculo para a Dell. Seja levando o líquido para dentro dos servidores, ou mergulhando os circuitos em líquido com características especiais, seus laboratórios trabalham para aprimorar as melhores soluções. Já existem soluções derivadas dessas pesquisas que tornam servidores mais confiáveis e datacenters mais econômicos. Não é improvável que até sistemas pessoais, estações de trabalhos, além de computadores extremos (como os dos gamers) possam vir a contar com estas tecnologias todas.
  

 

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Moto Z Snaps smartphone premium – a concretização de uma boa ideia!

A Motorola, ou melhor, a divisão Moto da Lenovo, depois de um longo período de pesquisa e desenvolvimento desenvolveu um tipo diferente de smartphone que traz um conceito de expansibilidade. Em julho passado eu escrevi sore isso no texto “MotoZ - smartphone cresce com a necessidade - novo conceito” no qual eu apresentava para os meus leitores esta novidade, um tipo de dispositivo que pode crescer em funcionalidades de acordo com a necessidade do usuário. A família recém lançada consiste de dois modelos e comecei meus testes com o dispositivo topo de linha, denominado apenas de Moto Z (ou XT1650). Brevemente vou testar também o Moto Z Play.

Segundo a empresa trata-se do smartphone premium mais fino do mundo atualmente com 5.2 milímetros e apenas 136 gramas!! Tive a oportunidade de usá-lo, como sempre faço em meus testes, por mais de 3 três semanas, com toda a minha carga de uso pessoal, aplicativos, dados, fotos, e-mails, mensagens instantâneas, redes sociais, etc. Eu pude, portanto, experimentá-lo de todas as suas formas e ainda usar vários de seus incríveis “snaps”.

 
figura 01 – visão do Moto Z dos dois lados

ATENÇÃO: Para você que quer ter uma visão rápida do Moto Z, logo abaixo está um resumo da minha avaliação (que é na verdade a própria conclusão do teste). Quem quiser ver o teste em profundidade, eu o convido a seguir na leitura do texto, dividido em várias partes que contém muita informação e detalhes ou mesmo pular a avaliação resumida uma vez que ela se encontra replicada no final do texto, a conclusão do teste.

AVALIAÇÃO RESUMIDA (CONCLUSÃO) e informações complementares

Trata-se de um smartphone premium com algo mais. O conceito dos snaps é algo que tem tudo para dar certo! A Lenovo/Moto se compromete a manter a compatibilidade dos snaps adquiridos para a próxima versão a ser lançada. Quem achava que ideias novas, até geniais só vinham em smartphones de grife baseada em fruta, estavam redondamente enganados. Tem um processador extremamente evoluído (SnapDragon 820), 64 GB de armazenamento, 4 GB de memória RAM, cartão de memória até 2 TB (!!!!), uma câmera acima de todas as expectativas e um design inovador!!

Importante saber que a duração da bateria é bastante competente, mas há smartphones que duram mais. O próprio VIBE – modelo bem mais simples da Lenovo, testado por mim, apresentou bateria com maior autonomia. Mesmo assim 12.5 horas regime normal de uso é bem adequado. E se não for suficiente, o snap Power Pack acrescenta mais 70% de carga aproximadamente (segundo minha aferição), levando a autonomia para 21 horas!!

Seu Android é a versão mais evoluída, 6.01 (Marshmallow), sem grandes enxertos do fabricante, quase que um Android “puro”. Senti falta do conector de fone de ouvido tradicional (P2), mas um adaptador que se liga à nova e evoluída interface USB-C resolve o problema (mas cuidado para não perder o adaptador). Para ser tão fino (5.2 mm) o Moto Z abriu mão do P2.

Os snaps de acabamento (capas), caixa de som JBL, Power Pack e o surpreendente projetor são sensacionais. Não pude testar (mas testarei) o snap com câmera Hasselblad com zoom ótico 10x. Que outros úteis snaps estarão a caminho, sejam feitos pela Lenovo/Moto ou por desenvolvedores independentes?

O preço do Moto Z é de R$ 3.199, porém ele já vem com um snap de capa e um Power Pack, que têm valor aproximado de R$ 500 (preço da venda individual). É como se o Moto Z custasse cerca de R$ 2.600, um preço bastante justo por tudo que ele proporciona.

Além disso a Lenovo/Moto está oferecendo ao mercado o Moto Z em “bundles” que favorecem a aquisição do acessório preferido. Por exemplo, existe um conjunto formado pelo Moto Z mais o projetor por R$ 3.999, sendo que sozinho o projetor é vendido por R$ 1.499. De forma análoga outros “bundles” já estão no mercado ou estão por surgir.

Realmente gostei MUITO do Moto Z. Adorei a ideia dos snaps e espero que este conceito se desenvolva cada vez mais. Se você ainda não conhece o Moto Z, sugiro fortemente que o considere como opção se estiver em busca de um smartphone premium, de preço justo, que não pegue fogo nem tenha uma fruta como símbolo de status, o mundo da tecnologia é bem mais do que isso!!


figura 02 –Moto Z branco e dourado em três vistas – super fino

Especificações técnicas

Antes de falar os detalhes de minha experiência, contar como o Moto Z se saiu nos testes, quero compartilhar com os leitores a sua configuração e características principais.


figura 03 – Especificações técnicas do Moto Z


Usando o Moto Z no dia a dia – o TESTE


A primeira impressão que se destaca no Moto Z é sua incrível espessura (5.2 mm) e decorrente leveza do aparelho e por isso mesmo extremamente confortável de ser utilizado. Na sua parte traseira existe a lente da câmera que se sobressai ligeiramente acima. Na parte inferior podemos ver os contatos para que um “snap” seja acrescentado magneticamente. É um visual moderno e futurista, gostei muito, até um determinado momento do teste (explicarei depois).

Tem um processador extremamente moderno, o Qualcomm SnapDragom 820, sobre o qual eu escrevi no final de 2015- “Oversátil e poderoso Snapdragon 820 - o novo motor do seu smartphone”. Acrescente os 4 GB de RAM, 64 GB de espaço para armazenamento, cartão de memória até 2 TB (!!!) e Android Marshmallow 6.01, é completamente impossível ter algum problema de usabilidade. Rápido, ágil e sempre pronto para atender às solicitações do usuário e demanda dos aplicativos.


figura 04 – interface do Android 6.01 do Moto Z

Também me encanta o Android minimalista usado pelo Moto Z. É praticamente uma versão “pura”, sem muitas alterações na interface, salvo um ou outro pequeno detalhe. Isso além de deixar a interface mais “leve”, proporciona uma confortável sensação de familiaridade com o dispositivo. Eu me senti totalmente à vontade imediatamente. Seu sensor de impressão digital responde muito rapidamente, algo que é essencial na correria que temos no nosso dia a dia. Mas a tela Amoled de 5.5 polegadas e resolução QuadHD (2560 x 1440) merece destaque pela precisão dos detalhes, beleza das cores e nível de contraste, mesmo em situações de alta luminosidade (ambientes externos).

Sua diminuta espessura custa algum preço. Assim como fez a Apple com o iPhone 7, não há mais o incrivelmente clássico conector do tipo P2 para o fone de ouvido. Assim o usuário pode ser valer de fones do tipo Bluetooth ou usar um adaptador que vem com o produto que se conecta à interface USB-C do aparelho. Aliás, acompanha o Moto Z um elegante fone de ouvidos branco, do tipo in-ear com ótima qualidade. Não usei muito o fone de ouvido (o que vem com ele ou o de minha preferência) porque sei que sou meio atrapalhado e tive bastante medo de perder este adaptador, pois se trata de um componente a mais para ficar levando de lá para cá. Perdê-lo seria fácil para mim. Isso inibiu o meu uso. Ainda gosto do conector P2...Mas como disse, é o preço que se paga por ele ser tão fino, leve e elegante.
    

figura 05 – adaptador para usar conector P2 para fones de ouvido

O SoC da Qualcomm é destaque por sua agilidade e grande poder de processamento. Em versões anteriores havia queixas por parte dos usuários sobre o superaquecimento do aparelho. Estive bem atento a isso. Em apenas duas ocasiões durante o teste, ao longo das 3 semanas, percebi aquecimento um pouco superior. Mas mesmo assim em situação de demanda anormal. Eu estava utilizando o navegador Waze e ao mesmo tempo fazendo um download de arquivo grande (300 MB) e com o veículo parado respondendo um e-mail!! Portanto posso atestar que superaquecimento não é problema do Moto Z.

Conhecendo e usando os snaps

Para o meu período de testes recebi alguns importantes acessórios, os quais pude usar e experimentar. A forma pela qual estes acessórios são encaixados no Moto Z é destaque. Trata-se de um excelente encaixe magnético. A simples aproximação do elemento nas proximidades do encaixe já o puxa para a posição correta. Não é necessário fazê-lo com o aparelho desligado, qualquer que seja o acessório, encaixar e desencaixar não é problema em momento algum.

Snap Capa de Estilo: eu achei o máximo o design moderno e diferente da parte traseira do Moto Z, a sua lente da câmera levemente elevada, aqueles elementos metálicos do encaixe dos snaps à mostra, etc. Mas depois de algum tempo algo aconteceu. E passei a achar aquela aparência meio minimalista. Quase poderia dizer “tosca”, mas seria um exagero. Nessa hora eu passei a utilizar um “Style Shell”, uma capa que veio com o aparelho (faz parte do kit básico), preta, com aparência de couro, e dessa forma eu “vesti” o Moto Z o qual passou a ficar para mim mais elegante. Há um acréscimo de peso e espessura, mas totalmente desprezível.

Na primeira foto deste texto pode ser visto o Moto Z em seu estado natural, sem a capa. Na foto abaixo se vê o aparelho com a capa preta com aparência de couro preto que falei. Na próxima foto, a título de exemplo mostro algumas capas existentes como branca, aparência de madeira, vermelha, etc. Custam individualmente R$ 99.
   

figura 06 –Moto Z vestido com capa preta

figura 07 – alguns exemplos de capas para o Moto Z

Snap caixa de som JBL Sound Booster:
a qualidade do som do Moto Z é bem adequada ao uso comum de um smartphone como viva voz em chamadas telefônicas, assistir um vídeo, etc. Mas na hora de ouvir música, se a ideia é fazê-lo em volume um pouco mais alto e com uma melhor percepção sonora, incluindo sons mais graves, uma caixa externa seria necessária. Há boas soluções do tipo Bluetooth, mas há também um snap feito por ninguém menos que JBL, um ícone entre os fabricantes de alto-falantes e caixas de som. Aproximou, grudou e instantaneamente o som já passa a fluir pela caixa, com toda esta melhoria, reforço na intensidade e volume que citei. Adorei!! Na foto abaixo pode ser visto o Moto Z já com a Sound Booster JBL encaixada. Acrescenta volume e peso obviamente. Mas ninguém vai andar com o aparelho assim no bolso. Serve para um tipo de uso específico. Importante frisar que ela tem sua bateria própria de 1000 mAh, portanto não drena energia do Moto Z e garante o funcionamento por 10 horas aproximadamente. Dispõe de um prático suporte para manter o Moto Z em posição melhor para desfrutar do novo som. Se comprado separadamente tem preço de R$ 699.


figura 08 – snap Sound Booster JBL

Moto Insta Share Projector:
o mais surpreendente dos snaps que testei até agora. Por meio de um assessório até menor que a caixa de som JBL a funcionalidade de um projetorportátil é acrescentada ao Moto Z. Quando se vê este acessório não somos capazes de saber quão poderoso ele é, a despeito de seu pequeno tamanho. Em ambiente com iluminação natural podemos gerar uma imagem de 110 cm de largura (45 polegadas) ainda com bom brilho e contraste. Em ambientes com menos luz, fui capaz de projetar em uma parede inteira, com mais de 2.5 metros de largura!! Sua especificação fala em 70 polegadas na diagonal, mas vai além!! Incrível!

Tem bateria própria que garante uma hora sem que a bateria do Moto Z comece a ser drenada pelo projetor. Tem o ajuste do “efeito trapézio” de forma automática, arrumando a distorção de paralaxe que acontece ao projetar de forma inclinada a imagem. Apenas o foco que deve ser ajustado manualmente por meio de um botão circular no topo do surpreendente projetor. Tem base de apoio para ajustar a projeção e ângulo. Na foto abaixo mostro um exemplo de uso em meu escritório. Se comprado separadamente tem preço de R$ 1499.


figura 08 – Moto Z Insta Share Projector em uso no meu escritório

 

figura 10 – Moto Z Insta Share Projector

Snap Power Pack:
vou discutir adiante sobre a autonomia da bateria do Moto Z, assunto que sempre captura muito a minha atenção. Mas a despeito da durabilidade, há dias que o uso do smartphone transcende o padrão comum e a bateria acaba. O snap de energia, o Offgrid Power Pack acrescenta 2200 mAh de capacidade aos 2600 mAh já existentes no Moto Z. Pesando apenas 79 gramas ele se encaixa ao aparelho acrescentando mais 6 milímetros à espessura, mas trazendo pelo menos mais 70% de capacidade ao aparelho (nominalmente seriam 82% mas a transferência de carga implica em pequenas perdas).

Em alguns dias eu saía de casa já com ele montado no Moto Z e dessa forma nunca cheguei em casa de volta com menos de 45% da carga original (2650 mAh) do Moto Z, após extinguir a carga do Power Pack, que gasta primeiro quando ele está conectado. Aliás, isso é muito bom, pois ao acabar sua carga o Power Pack pode ser retirado e tornar o Moto Z mais leve e mais fino de novo. Cada um escolhe sua forma de uso. Já tê-lo conectado desde o começo do dia ou apenas agregá-lo ao Moto Z quando a carga original estiver bem no final. Achei fantástico! Se comprado separadamente tem preço de R$ 399.
  

figura 11 – Moto Z Offgrid Power Pack

E a durabilidade da bateria?

Um aparelho assim tão fino e tão leve me deixou desconfiado. Será que teria autonomia suficiente para nosso dia a dia de luta contínua? Quando avalio autonomia de smartphones faço um teste extenso, por pelo menos 20 dias. Avalio o aparelho segundo o meu padrão de uso, que é relativamente pesado, mas não uso jogos no smartphone. Uso muitos aplicativos no dia a dia, alterno com o uso de rede móvel, WiFi, uso meu computador outra parte do tempo, ou sejam, um uso normal do dia a dia!

Um aplicativo que uso muito é o WAZE, navegador GPS para ajudar a andar pelo trânsito caótico de nossas cidades. É sabido que ele é o maior devorador de carga de baterias que existe. É o meu teste extremo. O Moto Z se usado 100% do tempo com o Waze teria autonomia média de 5 horas e 25 minutos. Falando de outra forma, cada 1% da carga da bateria é drenada em 3 minutos e 16 segundos. Em termos de comparação, Asus Zenfone 2 esgota sua bateria com WAZE em 4 horas e 6 minutos. O Moto Z teve um desempenho adequado relativo ao seu esbelto design. Estou curioso para testar o seu irmão menor, o Moto Z Play, que embora menos sofisticado, tem bateria de 3510 mAh e promete bater o recorde do Lenovo VIBE, com 7 horas de autonomia no Waze!!
   
O outro extremo do teste da bateria é a análise de “stand-by”, smartphone ligado todo o tempo, mas sem uso. Nesta situação o Moto Z ficou quase 130 horas em funcionamento (5 dias e 10 horas). Isso pode não significar muita coisa, pois não é prático ter um smartphone ligado e não usá-lo. Mas analisando estes extremos fica muito bem estabelecido o limite máximo e mínimo de a autonomia entre praticamente 5 horas e meia e 130 horas do Moto Z, apenas dependendo da forma de uso.

Introduzi mais um teste que implica em deixar a tela ligada permanentemente e reproduzindo em loop um vídeo no Youtube até que se esgote a energia. Este teste estressa a bateria por causa da tela acesa 100% do tempo e também processamento para exibir o vídeo. Nesta situação o Moto Z foi capaz de permanecer mais de 8 horas em regime constante de uso.
  

figura 12 – autonomia de bateria no Moto Z em diversos cenários

A análise de autonomia do Moto Z no quotidiano, foi feita por 22 dias. Apuro diversos dados como tempo de uso dos principais aplicativos, tempo de tela ligada, GPS, redes sociais, chamadas de voz, percentual de uso no dia, tempo de uso, etc. No final a média é o resultado do comportamento dos 22 dias.
  

figura 13 – “diário de bordo” da avaliação da bateria (clique para ampliar)

Isso tudo me permite calcular a autonomia no caso de usar 100% da carga e mostrar com detalhes como o Moto Z lidou com sua bateria nestes 22 dias. E não é nada surpreendente que existam variações bem grandes no dia a dia. Não somente cada pessoa tem seu próprio perfil de uso, como a mesma pessoa usa o smartphone de forma diferente cada dia. No pior caso, obtive 9 horas de autonomia (uso mais intenso bem acima do meu uso padrão) e no melhor caso, quase 15 horas (uso mais leve). Na média, a bateria do Moto Z me atendeu diariamente por 12.5 horas. Isso fica bem claro no gráfico abaixo.



figura 14 – duração da bateria em regime de uso normal

Fenômeno igual acontece quando avalio o uso do WAZE de forma exclusiva (usando o WAZE apenas e continuamente). Obtive autonomia entre 4.5 e 6.5 horas, média de 5h25m. A mesma pessoa, o mesmo smartphone, o mesmo WAZE, há variações de um dia para o outro. Seja por causa do percurso, uso de aplicativos em segundo plano, temperatura (sol batendo no smartphone afeta sua bateria), trânsito mais fluído ou não, etc.
  

figura 15 – duração da bateria usando apenas o Waze

Quero deixar claro, estes números dizem respeito ao MEU padrão de uso, que pode ser mais intenso ou mais leve do que o padrão do leitor ou leitora. Você deve ter isso sempre em mente ao ler este tipo de informação em avaliações de smartphones.

O Moto Z tem formas para reduzir o consumo, desde o modo “econômico”, reduz vibrações, sincroniza dados com menos frequência, etc. Também permite gerenciar os aplicativos que ficam ativos em segundo plano (muitos smartphones não têm este recurso) para limitar o consumo somente àqueles que nos são mais importantes. Levando em conta as características de peso e espessura, o Moto Z teve um desempenho muito bom ao lidar com a sua bateria.

Carregamento do Moto Z e autonomia com o Power Pack

O carregamento rápido é destaque do Moto Z. Com o aparelho completamente sem carga (0%) e desligado pude levá-lo aos 100% de carga em 1 hora e 6 minutos. Isso significa, segundo os números (do meu teste), que se carregado por apenas 20 minutos ele pode receber um pouco mais de 30% de carga e com isso ser usado (no meu padrão de uso) por quase 4 horas (3h 47m). Muito bom!!

O Power Pack foi usado para carregar a bateria do Moto Z em 3 situações distintas. Com o Moto Z desligado, uso moderado e uso intenso (no trânsito com o Waze). Em cada uma dessas situações a bateria recebeu 68%, 54% e 43% de carga respectivamente. Destaco que em todas as situações o volume de carga é o mesmo, a diferença é que com uso mais intenso o que sobra no final de carga é menor.

Fazendo apenas uma simples extrapolação matemática, aquela autonomia média de 12 horas e 30 minutos que eu obtive é estendida para um pouco mais de 21 horas!! Na prática, o Moto Z com o Power Pack permite que a pessoa use todo o dia e ainda sobre muita carga útil. Ou seria suficiente para 2 dias de uso em regime moderado de uso. Aí sim!! Com 21 horas não vai faltar carga para ninguém!! Acessório que considero imprescindível para quem usa muito o smartphone!! A boa notícia é em seu kit básico o snap Power Pak está incluído!


Câmera fotográfica – um assunto à parte
  
O Moto Z é um modelo de smartphone de categoria elevada (premium) e teve um desempenho muito bom ao capturar fotos. Registra rapidamente a foto e tem ótima sensibilidade. Conta com HDR (High Dynamic Range) que ajusta a iluminação em cenas com fundo muito claro). Ao mesmo tempo a interface é bem simplificada, visando tornar fácil para o usuário.

Não só da qualidade da foto que é composta uma boa câmera. Também das boas ideias e de uma interface inteligente. A câmera do Moto Z pode ser acionada por meio de um giro duplo e rápido do smartphone. Bastante prático. E seus menus de configuração são ricos em opções e ajustes para os usuários mais sofisticados. E quem só quer tirar boas fotos não terá decepção com os ajustes automáticos. Pelo contrário.

Gostei muito do modo “câmera lenta” de filmagem que na hora de rever o filme já permite cortar a parte da cena que se deseja. Algo bastante pertinente para quem registrou alguns momentos em câmera lenta.

Vídeos podem ser capturados em 4K a 30 fps, FullHD a 30 ou 60 fps e HD ou VGA (640x480) a 30 quadros por segundo. A qualidade dos vídeos obtidos foi ótima! Totalmente compatível com a expectativa, mesmo em situações de pouca luz.

Para avaliar o comportamento da câmera em diferentes situações fiz alguns registros neste modo automático (o mais comum), em 13 MP. A expectativa era grande. Afinal é uma câmera avançada, com sensibilidade à luz melhor que a maioria, abertura ƒ / 1.8 e tamanho de pixel de 1,12 um (micrômetros). Veja os resultados e julgue por si mesmo.

Câmera - riqueza de detalhes em fotos próximas: a foto abaixo capturei em algum canto da USP, durante minha caminhada e corrida. Achei lindas as cores e a riqueza de detalhes. À esquerda a foto original e à direita um detalhe ampliado.
   

figura 16 – foto em ambiente externo, boa luz. Muito detalhes (clique para ampliar)


Câmera – HDR:
ao tirar a foto abaixo eu antevi que teria problema. O fundo, aquele lindo céu azul estava com grande intensidade de luz. Ficaria escura a parte de baixo da foto. O resultado não foi ruim. Mas quando eu ativei o recurso HDR (High Dynamic Range), que pode ser configurado no modo automático, toda a cena ficou bem iluminada, por igual e com ótimo registro dos detalhes!


figura 17 – foto em ambiente externo, uso excelente do HDR (clique para ampliar)


Câmera – foto interna:
esta foto do café com leite e pão na chapa nem foi tirada pensando no teste. Mas capturada dentro de uma padaria, com luz não tão favorável, ficou tão interessante (e apetitosa) que resolvi dividir com os leitores.


figura 18 – foto em ambiente interno, luz mediana (clique para ampliar)


Câmera – o velho e bom Selfie:
nada como um almoço com um amigo de infância que não via há um tempo para testar a câmera frontal do Moto Z. Ela tem 5 MP, abertura de ƒ/2.2, lente de ângulo aberto, dispõe de flash e pixel grande de 1.4 um(micrômetros) para ambientes com pouca luz. Também tem funções para embelezamento. Foi tirada em um corredor de Shopping e luz artificial (sem flash).

figura 19 – Selfie feita em ambiente interno, luz artificial (clique para ampliar)


Brincando um pouco com a luz – exposições distintas da mesma cena: as 5 próximas fotos são do mesmo lugar, mas expostas a luzes diferentes, em ambiente interno. Começando com luz natural em boa quantidade, depois um detalhe desta mesma foto que ilustra a riqueza de detalhes capturados. Segue a foto em condição de flash, na qual se observa boa iluminação, mas como qualquer flash, certo grau de artificialismo nas cores. Na sequência uma foto já em condição de luz mais baixa e pouca diferença se percebe em relação à primeira foto (muito bom). Por fim temos uma foto tirada de noite, luzes apagadas e apenas uma luz no aposento próximo, situado a 6 metros do local, quase escuro. Percebe-se uma foto bem mais escura e com menos detalhes, mas se o leitor pudesse ver o ambiente que esta foto foi tirada, ficaria, como eu, bastante impressionado. Como foi possível capturar essa imagem!


figura 20 – foto do mural – luz ambiente suficiente (clique para ampliar)




figura 21 – um detalhe de foto do mural – luz ambiente suficiente (clique para ampliar)




figura 22 – foto do mural – uso de flash – cores mais “chapadas” (clique para ampliar)




figura 23 – foto do mural – luz ambiente bem menor – ainda assim boa a foto (clique para ampliar)





figura 24 – foto do mural – praticamente no escuro  (clique para ampliar)

 
 
Câmera – ainda estressando a iluminação:
a foto seguinte, tirada em um casamento, igreja a meia luz, ambiente difícil. Mas ao perceber a vela e a tênue luz que ela emitia para as flores nas proximidades, resolvi arriscar. O Moto Z gerou uma foto linda, a qual gostei muito!


figura 25 – foto de igreja em dia de casamento - luz ambiente fraca (clique para ampliar)

Câmera – luz é tudo: não é característica apenas do Moto Z ter resultados extraordinários quando ambientes bem iluminados são capturados. As próximas duas fotos ilustram isso e ainda mostram uma intensa riqueza das cores.


figura 26 – flor em ambiente externo – luz natural forte, lindas cores (clique para ampliar)


figura 27 –ambiente externo – luz natural forte, parcialmente contra a luz (clique para ampliar)


Câmera – conclusão: as imagens falam por mil palavras certo? Mais do que aprovada a câmera do Moto Z. Ótima sensibilidade à luz, resolução, fidelidade de cores e equilíbrio. Porém preciso registrar que em uma situação não tive bons resultados, mas estou para conhecer câmera de smartphone que consiga um bom desempenho nessa mesma situação. De noite, ambiente com pouca luz, pessoas em movimento (era um aniversário de criança em uma pizzaria). Nessa situação algumas fotos ficaram desfocadas, bom efeito “blur” (registro de movimento). Algumas ficaram até que razoáveis. Este agora é o desafio, situação a ser resolvida. Mas posso afirmar que para 99% das situações o Moto Z é melhor que a imensa maioria das câmeras de smartphone que já usei. Excelente recurso!

CONCLUSÃO e informações complementares

Trata-se de um smartphone premium com algo mais. O conceito dos snaps é algo que tem tudo para dar certo! A Lenovo/Moto se compromete a manter a compatibilidade dos snaps adquiridos para a próxima versão a ser lançada. Quem achava que ideias novas, até geniais só vinham em smartphones de grife baseada em fruta, estavam redondamente enganados. Tem um processador extremamente evoluído (SnapDragon 820), 64 GB de armazenamento, 4 GB de memória RAM, cartão de memória até 2 TB (!!!!), uma câmera acima de todas as expectativas e um design inovador!!

Importante saber que a duração da bateria é bastante competente, mas há smartphones que duram mais. O próprio VIBE – modelo bem mais simples da Lenovo, testado por mim, apresentou bateria com maior autonomia. Mesmo assim 12.5 horas regime normal de uso é bem adequado. E se não for suficiente, o snap Power Pack acrescenta mais 70% de carga aproximadamente (segundo minha aferição), levando a autonomia para 21 horas!!

Seu Android é a versão mais evoluída, 6.01 (Marshmallow), sem grandes enxertos do fabricante, quase que um Android “puro”. Senti falta do conector de fone de ouvido tradicional (P2), mas um adaptador que se liga à nova e evoluída interface USB-C resolve o problema (mas cuidado para não perder adaptador). Para ser tão fino (5.2 mm) o Moto Z abriu mão do P2.

Os snaps de acabamento (capas), caixa de som JBL, Power Pack e o surpreendente projetor são sensacionais. Não pude testar (mas testarei) o snap com câmera Hasselblad com zoom ótico 10x. E que outros úteis snaps estarão a caminho, sejam feitos pela Lenovo/Moto ou por desenvolvedores independentes?

O preço do Moto Z é de R$ 3.199, porém ele já vem com um snap de capa e Power Pack, que têm valor aproximado de R$ 500 (preço da venda individual). É como se o Moto Z custasse cerca de R$ 2.600, um preço bastante justo por tudo que ele proporciona.

Além disso a Lenovo/Moto está oferecendo ao mercado o Moto Z em “bundles” que favorecem a aquisição do acessório preferido. Por exemplo, existe um conjunto formado pelo Moto Z mais o projetor por R$ 3.999, sendo que sozinho o projetor é vendido por R$ 1.499. De forma análoga outros “bundles” já estão no mercado ou estão por surgir.

Realmente gostei MUITO do Moto Z. Adorei a ideia dos snaps e espero que este conceito se desenvolva cada vez mais. Se você ainda não conhece o Moto Z, sugiro fortemente que o considere como opção se estiver em busca de um smartphone premium, de preço justo, cuja bateria não pegue fogo nem tenha uma fruta como símbolo de status, afinal o mundo da tecnologia é bem mais do que isso!!


figura 28 –Moto Z branco e dourado em três vistas – suuuper fino