quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PRTG – monitorando totalmente sua rede e infraestrutura


No começo era apenas um servidor e um pequeno switch. A empresa cresce e com o tempo a infraestrutura começa a ficar mais ampla (não obrigatoriamente tão mais complexa). Porém chega um dia no qual muitos dispositivos estão presentes, de vários tipos e essencialmente cada um deles bastante crítico para algumas importantes tarefas.

Esta situação é extremamente comum nas empresas em desenvolvimento, cujo crescimento se dá de forma relativamente rápida.  Nesta hora se a equipe de TI não dispuser de muitos dados que se traduzam em informação de qualidade, eventos que causem alguma pane ou comprometimento na infraestrutura não serão facilmente percebidos ou localizados. Mais do que isso. O acompanhamento de alguns indicadores especialmente escolhidos pode auxiliar bastante uma ação proativa dos profissionais de TI ajudando-os a descobrir problemas e evitá-los antes mesmo de terem acontecido.

Parece bom demais para ser verdade? Nem pense nisso. A categoria de software de monitoração de rede e infraestrutura não é nova e há várias alternativas no mercado. Há softwares gratuitos de boa qualidade, há softwares extremamente complexos cujo custo não pode ser absorvido por muitas empresas. E existem produtos que julgo mais “inteligentes”, dentre os quais o PRTG, objeto deste teste.

A empresa alemã Paessler, autora do PRTG, conseguiu em minha opinião um equilíbrio muito interessante entre riqueza de recursos, facilidade de uso e custo de implantação. Um sistema que se propõe monitorar a infraestrutura não pode ser algo tão ou mais complexo que a própria infraestrutura, algo que exija semanas de implantação. Já vi soluções muito intrincadas.

Este será o meu primeiro texto sobre o PRTG, pois há espaço para muitas discussões, dicas e informações. Neste texto vou apresentar as características gerais e os recursos que usei em primeiro lugar.

Usando o PRTG – o ambiente da implantação

Tive a possibilidade de fazer um teste especial com o PRTG uma vez que não foi apenas um estudo do produto. Fiz uma implantação de fato da solução em uma rede razoavelmente complexa. Este seria o melhor cenário para testar os recursos de monitoração, um caso REAL.

O cenário em questão era composto de :

- 4 localidades
- 4 servidores físicos
- 4 servidores virtuais
- 7 links de Internet
- 15 pontos de acesso WiFi
- 5 impressoras de rede
- 4 roteadores duais (gerenciamento de dois links)
- 9 switches

A quantidade de usuários nestas diferentes redes locais, formam uma grande rede com mais de 160 usuários.

Uma das primeiras grandes diferenças do PRTG é que ele não exige um servidor exclusivo para ele. Pode até ser feito isso, mas não é necessário. Alguns produtos exigem servidores físicos ou virtuais para hospedar a solução. O PRTG foi instalado em um Windows Server 2008 R2 em uma das sedes da referida empresa. Este W2008 R2 era casualmente o servidor de arquivos e Active Directory da rede e a presença do PRTG não afetou em nada o desempenho percebido por mim e pelos usuários.

Como contei antes a empresa está dividida em 4 sedes distintas. Isso não foi obstáculo para uso do PRTG. A saber, nestas localidades está em uso um roteador da CISCO (RV042) que além de gerenciar dois links de Internet (dual wan), tem capacidade de estabelecer uma conexão VPN entre as localidades e a sede principal. Dessa forma tudo se passa como se fosse uma grande rede nas 4 localidades. E neste cenário híbrido, rede local e rede remota o PRTG deu-se igualmente bem. Aliás, esta é a alternativa para redes híbridas, usar VPN entre as localidades.

Uma observação importante!!! O PRTG está disponível em vários idiomas, inclusive o Português falado no Brasil. Eu instalei e testei o produto nesta modalidade. As traduções dos termos técnicos (quando aplicável) está bastante apropriada e correta e quem preferir vai poder usar desta forma com todo o conforto e comodidade. Porém eu acabei por optar pelo idioma inglês na interface do produto apenas e tão somente porque eu ainda me sinto mais à vontade para buscar por alguns elementos, termos relacionados à rede, servidores, etc. em inglês. Mas não posso deixar de registrar o fato do produto estar totalmente traduzido e bem traduzido!!

Usando o PRTG – implantando os sensores

A analogia não é perfeita nem das melhores, mas imagine um paciente em uma UTI de hospital. Ele tem alguns aparelhos conectados ao seu corpo que acompanham as informações consideradas mais sensíveis por seus médicos. Provavelmente batimentos cardíacos, pressão arterial, nível de glicose, grau de oxigenação do sangue, etc. Estes SENSORES são capazes de ler a informação em regime periódico (a cada minuto, a cada 10 segundos, etc.) e exibir em um monitor estes dados. Mas não é suficiente apenas colecionar e exibir as informações. Possivelmente o médico responsável determinou alguns parâmetros que são críticos para ele e definiu que se, por exemplo, o batimento cardíaco ultrapassar 120 bpm, um alerta seja emitido ou que um SMS seja enviado para o médico.

A analogia acaba por aqui. Penso que ficou bem ilustrado. A rede e a infraestrutura da empresa é tão crítica como a saúde do paciente sendo observado. O PRTG se baseia completamente no conceito de sensores, tanto no aspecto técnico como comercial. O produto dispõe de uma versão gratuita que gerencia um número limitado de sensores (10), uma versão ilimitada, mas que funciona por 30 dias e as versões comerciais que têm seu custo em função do número máximo de sensores que podem ser implantados.

Os tais sensores existem no produto com uma riqueza de opções impressionante. Há sensores para diversos tipos de hardware, ambientes de software, etc. A quantidade de itens que pode ser monitorada é grande a ponto de exigir alguns cuidados. Eu explico. Como o produto é licenciado pela quantidade de sensores que podem ser usados, se forem escolhidos muito mais sensores do que aqueles que são realmente importantes será necessário contratar uma versão mais cara. Mas não é só isso. Se escolhermos sensores demais nosso ambiente de monitoração fica excessivamente denso e difícil de identificar o que realmente é mais delicado e importante.

Essencialmente todo sensor está ligado a um dispositivo com endereço de rede, um endereço IP. O PRTG dispõe de um interessante recurso chamado “Network Auto-Discovery” capaz de vasculhar a rede em busca de todos os dispositivos, acrescentando-os ao sistema. Ao acrescentá-los existe a opção de também já acrescentar sensores automaticamente (todos aqueles pertinentes ao equipamento) ou apenas registrá-lo com um sensor básico e deixa para o administrador do PRTG acrescentar os sensores que desejar para cada um deles.

A inclusão de um dispositivo é feita por seu endereço de rede e nesta hora o PRTG pode fazer a inclusão automática dos sensores mais comuns ou incluir todos os sensores possíveis para um dispositivo. Eu gostei muito da última opção, mesmo que eu tenha depois removido 70% dos sensores alocados. Dessa forma o PRTG acaba mostrando todas as possibilidades me permitindo escolher aqueles de minha preferência que podem não ser os sensores mais comuns escolhidos pelo próprio PRTG.
Adicionando sensores manualmente – clique para ampliar

Como são centenas de sensores distintos, diferentes para cada tipo de dispositivo vou citar apenas alguns como exemplo. A saber, o produto permite por meio de uma interface documentada, a inclusão de sensores desenvolvidos pelo usuário, algo um pouco mais complexo, mas possível. Vamos aos exemplos:

SERVIDORES : disponibilidade (PING), uso de memória, uso de CPU total, uso de memória total, uso de CPU e memória pelo Hyper-V, resposta a solicitação HTTP (web server), reposta a acesso FTP, resposta dos serviços DNS, SMTP, POP, IMAP, Área de Trabalho remota, desempenho de SQL Server, Oracle e MySQL, espaço livre nos discos, pacotes ou MB trafegados na rede, ...

A figura abaixo mostra alguns servidores monitorados de uma das sedes da empresa. Alguns deles apenas há sensores de resposta (PING) , RDP e HTTP. Outros são mais complexos onde aparecem inclusive máquinas virtuais Hyper-V ativas, serviços de DNS, IMAP, etc. Um deles tem um alerta vermelho, pois o disco de dados está com menos de 10% espaço livre. Há também um alerta amarelo, pois a memória livre está em 12%. Curiosamente há abaixo dois sensores com alerta do tipo “U” em laranja, ou seja, “unusual” – não usual. São parâmetros que estão de forma pouco normal bem abaixo da média, embora não seja problema, é legal saber que o PRTG olha e chama a atenção para valores não muito esperados.

Alguns servidores com seus sensores – clique para ampliar
 
IMPRESSORAS : disponibilidade (PING), quantidade de páginas impressas, resposta HTTP (para tela de configuração), bytes trafegados, páginas impressas por minuto,... Na tela abaixo há um singelo controle que montei para algumas impressoras de uma das sedes onde monitoro a disponibilidade e tempo de resposta (ping), páginas impressas e acesso à interface HTTP. Uma das impressoras (SAMSUNG) está conectada via Printer Server USB e por isso não tem a variável de páginas impressas (o que está sendo monitorado é o printer server no qual se conecta a impressora).

Impressoras monitoradas pelo PRTG e seus sensores

ACCESS POINTS WiFi : não existe um conjunto de sensores específicos para este tipo de dispositivo. Mas configurei o sistema para checar a disponibilidade e tempo de resposta (PING) e resposta da interface HTTP que é usado para configuração dos APs. Descobri que existe uma situação incomum na qual o AP responde ao PING, mas não funciona e nestes casos o acesso HTTP está inativo. Dessa forma descubro se o AP está no ar e se está operacional. Pode haver outras formas de monitorar estes APs.

Access points WiFi monitorados pelo PRTG e seus sensores

Monitoração de Links de Internet e entre as sedes

Falar que Internet ativa e estável é importante nas empresas é total redundância. Usando os sensores do PRTG criei um grupo de monitoração apenas dos recursos ligados à Internet. Monitoro a resolução de nomes via DNS (que se falhar já é um forte indicativo de problema de link). Monitoro também o Firewall (Endian), bem como os roteadores DUAIS (dois links) em questão. Além disso, um simples teste de PING me permite ver se uma sede está conectada à outra (último sensor) e dessa forma de uma só vez reforço o teste da Internet bem como a saúde deste link. Sei que o PRTG pode ir mais longe neste ponto, pois alguns roteadores permitem que sejam avaliadas suas variáveis internas, algo que ainda vou me aprofundar e fazer. Mas esta simples já me serve para saber se as conexões estão sadias.

               
Roteadores, links e DNS monitorados pelo PRTG e seus sensores


Usando as informações dos sensores

Estes sensores mostrados são apenas um mínimo exemplo do que se pode obter com o PRTG. Pequeno exemplo mesmo. Eles foram mostrados em pequenos grupos, mas o administrador da rede poderá exibi-los todos de uma só vez e rapidamente saber o que está verde (está OK) e o que está vermelho (errado ou problema). Mas como o PRTG sabe diferenciar um do outro? É muito simples. Um sensor alocado pelo PRTG, por exemplo, espaço em disco no servidor herda um parâmetro automático do sistema o qual determina que abaixo de 10% é situação vermelha (problema) e abaixo de 20% é apenas um alerta amarelo. Mas o administrador pode alterar estes parâmetros segundo o seu próprio conceito e seu próprio entendimento mudando estes limites. Isso vale para todos os tipos de sensores.

Visão parcial da árvore com todos os  sensores – clique para ampliar

Um detalhe importante não foi comentado, mas provavelmente quem está lendo este texto já deve ter percebido ou pensado. Cada um destes alertas vermelhos ou amarelos podem ser comunicados para a equipe de TI de muitas formas, como por exemplo, pelo envio de e-mail para um administrador ou para um grupo responsável pela infraestrura.

Mas além dos sensores vistos individualmente há diversos gráficos que têm uma importância imensa no processo de análise e principalmente na operação de prevenção de problemas. E isso é muito simples de ser compreendido. Veja por exemplo o gráfico do uso de memória no servidor dos últimos 30 dias. Neste momento há um alerta amarelo neste sensor, pois há apenas 11% livre.

Uso de memória nos últimos 30 dias – clique para ampliar

Neste gráfico vejo que de uma forma praticamente constante a quantidade de memória livre vem caindo sistematicamente. Em pouco tempo entrará em alerta vermelho. Isso provavelmente significa que algum programa que roda neste servidor tem um defeito de programação conhecido como “memory leak”, ou seja, vazamento de memória. Usa o recurso e não o devolve apropriadamente para o sistema operacional. Deve ser feita uma busca seletiva do tal programa e enquanto não se descobre o real vilão da memória, programar um “restart” deste servidor é uma medida eficaz e necessária, caso contrário em alguns dias o servidor pode entrar em colapso por causa de falta de memória. Sem o PRTG seria muito difícil, senão impossível, ter esta visão e poder agir antes que algo ruim acontecesse.

De forma análoga os gráficos me ajudam a analisar outro problema reportado pelos sensores, o espaço em disco muito baixo, perto de 8%.  Analisando o gráfico abaixo vemos que em 30 dias houve um decréscimo de 10% para 8% no espaço livre, com algumas variações para cima e para baixo (algum tipo de movimentação de arquivos). Conclusões que posso tirar. Se nada for feito entre 3 e 4 meses este servidor entrará em colapso por falta de espaço para arquivos. Posso não ter ampliar o espaço amanhã, mas isso deve ser programado para nos próximos 30 dias no máximo.

Uso de HD nos últimos 30 dias – clique para ampliar

Estes são apenas dois exemplos muito simples de como observar os sensores de forma evolutiva é importante e como isso pode ajudar a antecipar problemas. Eu sei que ainda há uma quantidade colossal de informações a absorver e interpretar, bem como tantas outras ainda por coletar e monitorar. Mas enquanto isso posso olhar sempre que quiser a coleção de eventos críticos que aconteceram acompanhados pelo PRTG (tela abaixo).

Eventos críticos dos últimos dias – clique para ampliar

Usando o console do PRTG – Web e Desktop

O que torna o PRTG muito interessante e prático é sua forma de acesso, pois usando qualquer navegador como Internet Explorer, Chrome, Firefox, Safari, etc. ganhamos acesso ao sistema. Porém além desta forma há versão de aplicativos para vários ambientes. A versão PRTG Desktop Windows é incrivelmente sofisticada e com o uso das janelas, abas com diversas categorias de informações, tendo acesso a qualquer dado de qualquer dispositivo a apenas um ou dois cliques de mouse, etc. Claro que a interface Web consegue reproduzir toda funcionalidade, mas o aplicativo tem uma apresentação bastante rica e agradável na versão Desktop. Confesso que no dia a dia, como o aplicativo está instalado no próprio servidor onde reside o PRTG, acabo usando mais a versão Web.

PRTG versão aplicativo Windows – clique para ampliar

Mas havia outra surpresa preparada pelo PRTG para mim. No site da empresa, http://www.paessler.com estão disponíveis aplicativos para smartphones para que o PRTG possa ser usado no celular em qualquer lugar. Estão disponíveis para as plataformas iOS (iPhone) e Android.

Exemplo das telas do PRTG usado em um smartphone Android


Forma de contratação do produto

A Paessler é extremamente clara e transparente. Seus preços de listas (todos) estão publicados em seu site e a cobrança se dá em função da quantidade de sensores disponíveis para utilização. Relembro que há uma versão gratuita ilimitada que funciona por 30 dias, uma versão gratuita eterna que suporta 10 sensores e as contidas nas tabelas abaixo.

A primeira tabela é o custo de licenciamento inicial do produto em função do número de sensores. Por exemplo, 1000 sensores (uma quantidade extremamente generosa mesmo para redes médias tornando-se grandes) custa US$ 2.230. Isso inclui também um ano de suporte e atualizações gratuitas do software. A segunda tabela contém os custos para extensão do suporte por 12, 24 ou 36 meses após a expiração da contratação adicional.

 
PRTG – custos de licenciamento, suporte e atualização

Convém explicar o que significam as versões UNLIMITED e CORPORATE (as duas últimas da primeira tabela). A versão Unlimited como o próprio nome sugere não impõe limite ao número de sensores que podem ser configurados em uma instalação do PRTG, sejam 5000, 10000, 20000... A versão Corporate também é uma versão ilimitada em relação à quantidade de sensores, porém ela pode ser instalada em servidores distintos, em várias localidades, vários escritórios, filiais, unidades fabris, etc.

Conclusão

É desnecessário justificar a importância de uma ferramenta deste tipo. Não se discute. O PRTG é um produto que vai se mostrando aos poucos. Não há um dia que eu o manipule que não encontro uma tela nova, um tipo novo de sensor, um gráfico que eu não havia analisado ainda, uma forma de organizar os segmentos de redes ou servidores e assim por diante.

O conceito de licenciamento por sensores é muito interessante e também democrático. Cada um usa aquilo que realmente precisa e quando precisa. O que me chamou a atenção foram a grande simplicidade de uso, as várias formas de ativação de sensores, desde a descoberta automática de todos os parâmetros de apenas um dispositivo, como a descoberta de uma só vez da rede toda!!! Neste último caso possivelmente o administrador do PRTG desejará limpar vários sensores de que ele não precisa, mas é muito útil vasculhar a rede toda uma vez que por vezes são encontrados dispositivos esquecidos e que só assim são resgatados pela equipe de TI, nem que seja para desativá-los de vez.

Acesso via Web, também por um rico aplicativo desktop e aplicativos para os smartphones são de grande destaque pela riqueza na exibição de informações de um lado e pela praticidade de levar um console PRTG no bolso e acompanhar eventos importantes.

A política de preços é clara e transparente, publicada no site do produto, bem como as condições de suporte e manutenção. No Brasil há revendas habilitadas a vender o produto e até prestar serviços de implantação. Tive apenas uma situação que não ficou bem resolvida na minha implantação do PRTG que foi a impossibilidade de testar o funcionamento de um servidor DHCP. O sensor para isso não está completo e por isso espero que em uma das próximas atualizações venha a acrescentar esta importante facilidade, acabei me valendo de um artifício para isso.

Simplicidade, facilidade de uso, preço transparente, excelência técnica, riqueza na quantidade e variedade de sensores e ser um incrível instrumento para realizar análises e tirar conclusões. Estas são as virtudes que vi no PRTG. Afinal ter uma infraestrutura sem monitoração é como dirigir um carro às cegas. Por isso mesmo o PRTG é essencial para descobrir pontos de possíveis falhas antes mesmos delas ocorrerem e manter tudo funcionando.

Websense Security Labs divulga as sete previsões de cibersegurança para 2013


A Websense divulgou hoje um conjunto de previsões sobre o cenário de segurança digital para o próximo período de 2013. As previsões estão replicadas abaixo. Algumas das previsões são de certa forma esperadas (embora indesejadas), mas mereceram a minha atenção uma vez que nos obrigam a pensar nelas de outra forma. Saber que mais aplicativos maliciosos andarão presentes em lojas de aplicativos para smartphones é assustador. Da mesma forma que as plataformas legítimas de publicação de conteúdo (CMS) serão alvo forte dos potenciais invasores, pois estes ambientes ainda trazem consigo algumas vulnerabilidades que serão exploradas. As laboratórios da Websense fizeram um ótimo exercício ao antecipar estas funestas possibilidades. Nós que estamos sendo informados antecipadamente podemos e devemos tomar as devidas medidas defensivas e toda a cautela possível. Segue o texto na íntegra abaixo.

Flavio Xandó







Websense Security Labs divulga as sete previsões de cibersegurança para 2013

A expectativa abrange aplicativos móveis maliciosos, ataques promovidos por governos e tentativa de desvios da sandbox

São Paulo – 28 de novembro de 2012 – De comprometimentos em massa de Wordpress a ataque de spear-phishing à Casa Branca, não resta a menor dúvida de que os cibercriminosos ganharam confiança e posicionamento em 2012. Para ajudar as empresas a se prepararem para o próximo ano, o Websense Security LabsTM divulgou as sete previsões para o panorama de ameaças em 2013. O relatório completo pode ser encontrado aqui, e inclui artigos aprofundados em segurança móvel, segurança de e explorações Java. Os destaques incluem:

1.    Os dispositivos móveis serão o novo alvo em ameaças de multiplataforma
As três maiores plataformas móveis que os cibercriminosos usarão como alvo são o Windows 8, o Android e o iOS. Explorações de multiplataforma com base na web tornarão isso mais fácil. Em 2013, as ameaças a dispositivos móveis Microsoft terão as maiores taxas de crescimento. Cibercriminosos são semelhantes aos desenvolvedores legítimos de aplicativos na medida em que incidem sobre as plataformas mais rentáveis. Tão logo as barreiras de desenvolvimento são removidas, as ameaças móveis mostram-se prontas para alavancar uma pesada biblioteca de código compartilhado. Os ataques também continuarão a usar cada vez mais iscas atrativas de engenharia social, de forma a capturar as credenciais dos usuários em dispositivos móveis.

2.    Os cibercriminosos usarão métodos de desvio para evitar a detecção tradicional de sandbox.
Mais empresas já estão utilizando defesas de máquinas virtuais para testar malware e ameaças. Como resultado, os cibercriminosos vêm seguindo novos passos para evitar a detecção pelo reconhecimento de ambientes de máquinas virtuais. Alguns métodos potenciais tentarão identificar a sandbox de segurança, da mesma forma que ataques, no passado, visavam dispositivos de AV específicos e os desligavam. Estes ataques avançados permanecerão escondidos até que eles estejam certos de não estarem num ambiente de segurança virtual.

3.    Lojas legítimas de aplicativos móveis hospedarão mais malware em 2013.
Aplicativos maliciosos escapam cada vez mais por meio de processos de validação. Eles continuarão a representar riscos às organizações através do BYOD. Além disso, dispositivos desbloqueados/roteados e lojas de aplicativos não sancionadas colocarão risco significativo para empreendimentos que permitam mais políticas BYOD.

4.    Ataques promovidos por governos aumentarão conforme a entrada de novos players.
Espera-se que mais governos entrem na arena da guerra cibernética. Na esteira de vários eventos publicamente conhecidos de tal guerra, há uma gama de fatores que contribuirão para direcionar mais países para essas estratégias e táticas. Se por um lado o esforço para tornar-se uma superpotência nuclear é excessivo, quase qualquer país pode desenvolver o talento e os recursos para criar armas cibernéticas. Países e cibercriminosos individuais têm acesso aos planos dos ataques anteriormente patrocinados por Estados, como Stuxnet, Flame e Shamoon.

5.    Espera-se que os ativistas hackers passem para um próximo nível conforme as oportunidades simplistas diminuam.
Impulsionadas por eventos conduzidos por hackers amplamente divulgados nos anos anteriores, as empresas têm desenvolvido políticas, soluções e estratégias de detecção e prevenção cada vez melhores. Os ativistas hackers irão se mover a um próximo nível de acordo com o aumento de sofisticação na segurança.

6.    Emails maliciosos estão de volta.
Ataques de spear-phishing, programados e com alvos determinados, juntamente com um aumento dos anexos maliciosos por email, vêm proporcionando novas oportunidades para o cibercrime. Os emails maliciosos retornarão. Algoritmos de geração de domínio irão ignorar a atual segurança de forma a aumentar a eficácia de ataques com alvos determinados.

7.    Os cibercriminosos acompanharão o público de forma a legitimar sistemas de gerenciamento de conteúdo e plataformas web.
Vulnerabilidades em Wordpress têm com frequência sido exploradas por comprometimentos em massa. Conforme outros sistemas de gerenciamento de conteúdo (CMS) e plataformas de serviço crescem em popularidade, os criminosos irão realizar testes de rotina com respeito à integridade desses sistemas. Os ataques continuarão a explorar plataformas web legítimas, exigindo dos administradores de CMS maior atenção às atualizações, patches e outras medidas de segurança. Os cibercriminosos comprometem essas plataformas para hospedagem do malware, infectar usuários e invadir as empresas para roubar dados.

Citações

“O ano passado ilustrou quão rapidamente o panorama de ameaças continua a evoluir, com ataques e explorações redefinindo os conceitos de crime de espionagem empresarial e estado de guerra. O risco às organizações continua a se ampliar por conta da fragilidade da curiosidade humana. Ele agora se expande por diversas plataformas móveis, envolvendo sistemas de gerenciamento de conteúdo e uma população sempre crescente de usuários online.

O ano de 2013 reforçará com certeza o fato de que as medidas tradicionais de segurança não são mais eficazes para combater ciberataques avançados. As organizações e os provedores de segurança precisam evoluir em direção das defesas em tempo real mais pró-ativas, que impedem as ameaças avançadas e o roubo de dados”.

- Charles Renert, vice-presidente dos Websense Security Labs, da Websense.

Conexão TI Podcast - Mandic, o Mister Internet do Brasil - parte 4 de 4 - comércio eletrônico



Perin, Xandó, Mandic e Renato
Aleksandar Mandic estava lá quando tudo começou, no início da internet brasileira, atuando firme como empresário de BBS (Bulletin Board System). As BBSs eram como que “internets privadas”, que algumas pessoas começaram a usar no início dos anos 1990, no Brasil.

Renato entrega presente a Mandic

Mandic, além de ser mais recentemente o criador do serviço de emails de qualidade, foi também sócio do iG, fundando o conceito de “internet grátis”, que sobrevivia sob uma coisa chamada taxa de interconexão, que uma operadora de telefonia paga pelo uso da rede de outra. Ou seja, grátis mesmo, em parte, só para o usuário.
Muita água correu por debaixo da ponte e Mandic continua firme e forte com seus projetos, sem carro, só anda de táxi, e com um jatinho para carregar a sua história.
Clique no link abaixo e acesse a página com este programa espetacular e compreenda com quantos bits se faz a internet (Para usuários de MP3 Players, como iPods, iPhones ou tablets ):


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Conexão TI Podcast - Mandic, o Mister Internet do Brasil - parte 3 de 4



Perin, Xandó, Mandic e Renato
Aleksandar Mandic estava lá quando tudo começou, no início da internet brasileira, atuando firme como empresário de BBS (Bulletin Board System). As BBSs eram como que “internets privadas”, que algumas pessoas começaram a usar no início dos anos 1990, no Brasil.

Renato entrega presente a Mandic

Mandic, além de ser mais recentemente o criador do serviço de emails de qualidade, foi também sócio do iG, fundando o conceito de “internet grátis”, que sobrevivia sob uma coisa chamada taxa de interconexão, que uma operadora de telefonia paga pelo uso da rede de outra. Ou seja, grátis mesmo, em parte, só para o usuário.
Muita água correu por debaixo da ponte e Mandic continua firme e forte com seus projetos, sem carro, só anda de táxi, e com um jatinho para carregar a sua história.
Clique abaixo acesso a página com este programa espetacular e compreenda com quantos bits se faz a internet (Para usuários de MP3 Players, como iPods, iPhones ou tablets 



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Escolhendo entre Mobilidade e Praticidade - infográfico

Escolher entre tablet, notebook, netbook ou ultrabook nem sempre é tarefa fácil. Eu mesmo já escrevi alguns textos nesta direção e tenho minhas dúvidas o quanto consegui ser assertivo nesta missão. Por isso mesmo adorei este material que me foi enviado pela assessoria do EXTRA. Convém notar a ótima iniciativa do EXTRA em prover este tipo de informação para seus clientes. É simples, visual e bastante explicativo. E quem precisar de mais detalhes, ou visita uma loja ou aqui mesmo no FXREVIEW há muita informação sobre este assunto.
Flavio Xandó




 Infográfico: Portáteis – Mobilidade e Praticidade
Infográfico: Portáteis – Mobilidade e Praticidade | Extra.com.br.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Correndo com um computador no pulso - parte 4 – Nike + GPS


Este foi o teste mais longo que fiz com relógios de corrida. O Nike+ GPS passou por dezenas de situações, mais precisamente foram 389 quilômetros percorridos, em 43 corridas realizadas entre 14 de agosto e 13 de novembro de 2012. E eu tive motivos para isso. Algumas pessoas com quem conversei diziam ter a impressão de que o Nike+ GPS era um dispositivo frágil e que quebrava após algum tempo de uso. Já começo o meu texto desmentindo isso e vou ilustrar este ponto com mais detalhes. 

O teste poderia ter começado um mês antes, pois a Nike me disponibilizou o relógio dia 12 de julho, mas eu estava saindo de férias e não deu para usá-lo até começo de agosto. Como eu estava em “quase inatividade” e ainda passei 4 semanas sem correr seria difícil retomar a forma física. Mas devido a seus atributos, notadamente o sistema de informações e incentivo do site do Nike+, foi muito mais fácil e divertido recuperar minha forma física.

Convém destacar que o Nike+ GPS teve um trabalho difícil pela frente, pois ele compartilhou todos os meus treinos e mesmo provas de corrida de rua com o meu até então relógio oficial, um Garmin Forerunner 610 que me acompanha há mais de um ano. Aliás, falei sobre o Garmin 610 em outro texto desta sequência. Fui taxado de maluco, pois por vários meses eu sempre aparecia nos treinos e corridas com dois relógios, o Nike+ GPS e o Garmin 610, um em cada braço e usando duas cintas peitorais de monitoração cardíaca. A propósito, o Nike+ GPS tem um preço acessível (sugerido R$ 999 mas encontrado por menos no varejo), porém não vem com a cinta peitoral. Esta deve ser comprada separadamente e no mês de julho, enquanto viajava, tive bastante dificuldade para comprá-la, a despeito de ter procurado em muitos lugares, inclusive lojas Decathlon em Portugal, Espanha e França que vendiam o relógio, mas não tinham a cinta. Acabei achando no final da viagem... Espero que já tenha regularizado a oferta deste essencial acessório no mundo todo.



teste do Nike+ GPS confrontando o Garmin 610




Teste do Nike+ GPS confrontando o Garmin 610 – após uma boa e suada corrida

Características principais

O relógio é lindo!! A Nike sempre se destacou pelo design de seus produtos. Seu visor avantajado, com dígitos igualmente grandes mostrando as horas, a combinação de cores amarelo e preto me cativou (dentre outras disponíveis). Porém eu não gostei da linha de informação com dia da semana, mês e dia do mês na vertical, não me agrada ler de baixo para cima na vertical ou ter que virar meu braço 90 graus para ver a data, pois venho usando o relógio 24 horas por dia e não apenas para a corrida.



Visão geral do Nike+ GPS

A segunda característica que logo me vem à mente é a simplicidade! Comparando com o Garmin 610, o Nike+ GPS dispõe de apenas 3 botões e seu sistema de menus é incrivelmente reduzido. Confesso que estranhei muito, pois o Garmin tem vários menus, submenus, subsubmenus, etc. Isso com certeza é proposital, para permitir que as pessoas explorem 100% dos recursos do dispositivo. 

Dessa forma novatos em relógios de corrida irão se sentir bastante à vontade e de cara já explorarão todo o potencial do equipamento. Eu passei por esta dificuldade quando comprei meu primeiro relógio de corrida com GPS, um Garmin Forerunner 405 (o qual também já falei nesta sequencia de textos). Lembro-me que ao explorar seus menus eu me senti perdido e graças ao fato de ter 8 horas dentro de um avião eu pude me dedicar a estudar seu manual. Com o 610 foi um pouco menos complexo, pois 405 e 610 compartilham características comuns. Mas com o Nike+ GPS e sua simplicidade quase escandalosa, foi exatamente ao contrário, uso de plenos recursos desde o princípio.

Acompanha o Nike+ GPS o “footpod”, dispositivo para ser usado para exercícios “indoor”, onde o sinal de GPS não funciona, ou esteira, ou situações onde o sinal do GPS não é bom. Eu já tinha usado relógio com este tipo “pedômetro”, ou como é corretamente designado, sensor inercial. O velho e ainda bom Polar RS 200sd (também já avaliado nesta sequência de textos) usava esta tecnologia. Depois de calibrado o sensor apresenta resultados incrivelmente precisos. Certa vez, quando fiz minha primeira e até agora única Meia Maratona (descrita neste texto), corri usando o Garmin 405 com GPS e o Polar com sensor inercial. Depois de21098 metros a diferença entre ambos os relógios foi de apenas 60 metros!! Mas o que adorei no sistema do Nike+ GPS é que, visando facilidade e simplicidade, se você correr com o sensor inercial (footpod) em local onde o GPS tem bom sinal, a tal calibragem é feita automaticamente. O usuário não precisa apertar um botão sequer (apenas ativar o uso do footpod). Excelente ideia, assim no dia que ele for necessário já estará prontinho para ser usado, sem precisar, como no caso do Polar fazer contas não tão simples e registrar um fator como 0.9673 para aferir sua precisão de funcionamento. Neste ponto o Nike dá uma aula.

 
Visão geral do Nike+ GPS com o Footpod

Correndo com o Nike+ GPS

O sinal do GPS é obtido de forma incrivelmente rápida!! Mas ponha incrível nisso!! Mérito do dispositivo GPS do fabricante TOMTOM, parceira da Nike na criação deste produto. Nas 43 corridas que fiz nos últimos 3 meses eu me lembro de apenas duas vezes ter que esperar mais que um minuto para poder iniciar a corrida e todas as outras vezes o sinal era obtido em torno de 10 segundos!! Fantástico!! O Garmin 610, por sua vez nas mesmas condições, lembrando que corri com os dois relógios ao mesmo tempo (mesmo dia e mesma hora), obtinha sinal de GPS ora junto com o Nike (poucas vezes) e muitas vezes entre 2 e 3 minutos. Por 4 ou 5 vezes precisei esperar quase 15 minutos para o Garmin 610 obter sinal. A agilidade e principalmente a constância do Nike+ GPS fez toda a diferença

Iniciada a corrida gosto de acompanhar diversas informações. Na tela do relógio existem duas áreas de visualização. Na parte superior, cerca de 20% da altura da tela, existe uma linha a qual você alterna a visualização apertando os botões do relógio: tempo total decorrido, tempo do quilômetro atual, batimentos cardíacos, ritmo ou velocidade, ritmo médio ou velocidade média, horário (relógio), calorias gastas, etc. Os outros 80% da tela são ocupados por um visor de variável única que pelo tamanho é muito fácil de ser enxergado.

 
Visão do Nike+ GPS – visor durante a corrida

Isso para mim é importante, pois tenho 2 graus de hipermetropia (dificuldade de enxergar perto) e não gosto e não quero correr de óculos. Assim eu optei por fixar no visor grande o ritmo instantâneo da corrida (tempo para percorrer 1 Km) e no visor menor (na parte superior) posso ver todas as informações ao toque do botão na lateral. Se minha deficiência visual piorar não mais serei capaz de ler esta linha menor de dados (em dias claros eu ainda vejo bem). A saber, tanto na linha menor como no visor maior os dados podem ser escolhidos usando o computador conectado ao relógio. São escolhidos os campos a visualizar para a linha menor e o campo único do visor grande. E dessa forma adaptei-me bem ao mostrador e suas funções.

Uma vez que usei dois relógios ao mesmo tempo, a grande curiosidade que tinha era ser mediriam a distância com a mesma precisão, se um deles é mais eficiente. Aconteceu algo bem interessante que eu demorei a interpretar e entender. Algumas vezes o Garmin media distâncias maiores. Algumas vezes o Nike+ media distâncias maiores. Algumas vezes a diferença era pequena, poucas dezenas de metros e outras vezes a diferença eram algumas centenas de metros. O que causava isso?? O mistério permaneceu por um tempo.

Distância e trajeto medidos pelo Nike+ GPS

Mas nada que 43 sessões de exercício e 389 Km percorridos não me fizessem descobrir. Vamos às explicações. Nas corridas sem interrupções, sem paradas em semáforos, etc. as diferenças eram mínimas, 20, 30, 40 metros em 10 Km, geralmente maiores no Nike+. Após muita observação percebi que o GPS do Garmin é um pouco menos sensível. Ao passar embaixo de árvores mais densas ou fechadas ele acaba perdendo alguns poucos metros que se acumulam enquanto o Nike+ TOMTOM segue marcando no mesmo ritmo.  Por outro lado quando a corrida era cheia de “anda e para” o Nike+ TOM TOM media menos que o GARMIN 610. Descobri que ao parar manualmente o Nike+ em um cruzamento, ao reiniciá-lo ele sempre perdia alguns poucos metros que também se acumulavam. Em corridas com muitas interrupções (normalmente nos meus percursos urbanos matinais dominicais), por exemplo, em 10 Km o Nike+ chegava a perder entre 300 e 400 metros. Resumindo, o GPS TOMTOM do Nike+ é mais sensível (mesmo com obstáculos) que o GARMIN, mas em casos de muitas interrupções ele perde um pouco do registro. Em situações ideais, sem interrupções, céu claro e sem passar por baixo de árvores densas, ambos se equivalem e as diferenças são desprezíveis.

Adorei o “fechamento do quilômetro” do Nike+. Ao contrário do Garmin que só mostra o ritmo médio do trecho, o Nike+ mostra primeiro em tamanho gigante a quilometragem e depois na tela toda mostra ritmo médio, tempo, pulsação média e calorias gastas. A propósito tanto Garmin quanto Nike+ permitem usar ou não o “autolap” que no meu caso o relógio registra automaticamente os dados a cada quilômetro percorrido, mas poderia ser qualquer outra distância ou mesmo por tempo.  


O que senti falta

Se por um lado a imensa simplicidade do Nike+ GPS é sua grande virtude, ao optarem por esta grande facilidade de uso, alguns recursos foram deliberadamente deixados de lado. São recursos que provavelmente boa parte das pessoas não sentirá falta. Mas como eu venho já correndo com “computadores de pulso” há um bom tempo, conheci muitas alternativas que acabei sentindo falta no Nike.

Exemplificando, os relógios da Garmin ajustam seu horário pelo GPS. Assim na primeira conexão ele ajusta segundos de diferença ou mesmo horas no caso de viagens para outros lugares em fuso horário distinto. No Nike+ o ajuste é bem simples, mas feito de forma manual (nos botões) e sem o horário exato do GPS.

Os Garmin 405 e 610 têm o recurso opcional de “auto-stop-start”, ou seja, quando correndo na rua e somos parados por um cruzamento com semáforo, ou mesmo se encontramos um amigo e paramos para conversar por 2 ou 3 minutos a contagem de tempo é paralisada e reiniciada automaticamente tão logo recomeçamos a correr. No caso do Nike+ devemos parar manualmente e iniciar de novo a contagem de tempo usando os botões. Caso contrário o relógio contabiliza o tempo daquela parada distorcendo bastante o tempo médio da corrida.

Infelizmente não tenho mais 20 anos de idade e por isso acompanhar a frequência cardíaca é essencial, bem como em vários treinos que se baseiam em faixas de esforço mínimo e máximo. No Nike+ GPS o indicativo de frequência cardíaca é apenas em bpm (batidas por minuto). Não existe a opção de exibir em percentual da frequência máxima. Meus treinos são todos baseados em 70% a 80% ou 80% a 90% ou 85% a 95% do máximo e é chato ter que ficar correndo fazendo um monte de contas. Os treinadores orientam usar a consagrada fórmula 220 – IDADE como máxima frequência ou o valor obtido em um exame ergoespirométrico. Adoraria se o Nike+ tivesse como mostrar a pulsação como % e não apenas em bpm.

A configuração de visualização de dados durante a corrida permite alternar as variáveis no visor menor (várias informações) e o visor “gigante” fica fixo com a mesma informação. Eu preferiria que fosse ao contrário. Poder alternar o que se quer ver no campo de visão grande uma vez que diferente do Garmin, que permite escolher um, dois ou três campos para serem exibidos no visor, o Nike+ tem apenas a uma linha com dados em menor tamanho e o visor com a informação em dígitos bem grandes.

Extras do Nike+ GPS

Alguns recursos faltam para ele ser “perfeito”, mas justiça seja feita, há recursos únicos neste simples relógio de corrida. Em nenhum dos relógios que usei antes havia como realizar uma mera cronometragem que fosse sem que se iniciasse uma corrida, com medida de distância, velocidade, etc. O Nike+ tem um simples, velho e bom cronômetro como uma de suas opções de menu : start-stop, tempo na tela, parada, reset, etc. Um recurso básico e independente do uso do GPS.

Não é exatamente um “extra” ter acesso ao histórico das corridas nas telas do relógio, mas é muito simples e fácil e todos os dado à mão, tempo, distância, frequência cardíaca média, calorias gastas e estes mesmos dados a cada quilômetro. Muito bom!!

Da mesma forma há no pequeno menu do Nike+ GPS o registro de todos os seu recordes pessoais. Isso é muito legal e será melhor explicado quando eu descrever o site que capta os dados das corridas, que também não é novidade (Garmin e Motorola também têm), mas este site é mais que histórico, é show!!!

E para quem realiza os famosos treinos “intervalados”, aqueles nos quais se corre em ritmos diferentes por tempos diferentes o Nike+ traz sensível vantagem. Ao ser conectado ao computador, toda a programação do exercício pode ser feita na tela com o mouse. Muito mais fácil que usar a complexa árvore de menus e opções do Garmin.

Duração da bateria

O Nike+ é bastante generoso. Sem usar o GPS, apenas utilizando-o como relógio do dia a dia ele dura perto de 30 dias. Cheguei a essa conclusão, pois como disse eu recebi o relógio da Nike para testes e saí de férias por 3 semanas. Nestes dias não corri e ainda havia perto de um terço da carga restante. Isso confirma o que a Nike divulga, 30 dias de duração. Na mesma situação o Garmin 610 dura entre 12 e 14 dias. Em atividade, ou seja, usando o GPS nas corridas consegui usar o Nike+ até 5 vezes sem recarregar, enquanto o Garmin requeria recarga a cada 3 vezes no máximo.

O “mecanismo” de recarga do Nike+ é de extrema simplicidade e inteligência. O Garmin 610 tem um interessante clip magnético que deve ser ligado a uma porta USB de um computador (ou tomada com adaptador) e encaixado magneticamente no relógio. Certa vez viajei e me esqueci deste apetrecho. Resultado, eu fiquei sem ver as horas e sem marcar minha corrida e ver os dados. Por sua vez o Nike+ dispõe de um plug USB embutido no fecho de sua pulseira, escamoteável, prático e impossível de esquecer, pois faz parte do relógio. Aliás, é por meio desta conexão USB que o Nike+ além de recarregar sua bateria se conecta com o site NikePlus e transfere os dados (mais detalhes adiante).


Nike+ GPS – interface USB para recarga e conexão embutida na pulseira

É resistente? É a prova de água?

Um dos motivos que me levou a fazer um teste tão longo (perto de 4 meses) foi testar este mecanismo de recarga de bateria. Alguém me dissera que o plugue USB era muito frágil e que poderia se quebrar com facilidade tornando o relógio uma peça inútil. Eu discordo. É resistente sim. Penso que quem teve este problema não manuseou com cuidado o relógio.

Uso o relógio diuturnamente (só retiro para carga de bateria e sincronização de dados). Consultado o manual descobri que o Nike+ é resistente à água. Não só resiste a respingos e chuvas ao longo da corrida como banhos de chuveiro, mesmo de banheira (que habitualmente tomo para relaxar após a corrida) bem como no uso em piscinas. Ele não é relógio para mergulhos, não se recomenda profundidades abaixo de 2 metros (ou 5 atm de pressão conforme o manual). Isso é um recurso muito importante, pois em teste recente que fiz do Motorola MOTOACTV (também detalhado em texto desta sequência), eu FRITEI um MOTOACTV logo após entrar no banho de banheira com ele e tive que totalmente constrangido e envergonhado comunicar à Motorola da bobagem que eu tinha feito (conto mais no texto sobre ele). O MOTOACTV só suporta respingos e correr na chuva (leve). Água mesmo, chuveiro, banheira e piscina em baixa profundidade só mesmo com o Nike+ e Garmin (405 ou 610).

O site Nikeplus.com – um treinador e incentivador virtual

É o grande aliado e grande diferencial do Nike+. Sensacional!! Eu tinha outro parâmetro. O site da Garmin é ótimo, contém todas as informações, tabelas de tempo, pulsação, gráficos, mapa do percurso... Mas o que tem de diferente o site Nikeplus.com? O lado humano!! É intrínseco ao ser humano a competitividade, o desejo de superar metas, o desejo de superar os próprios limites. Nisso o site esbanja em competência e eficácia.


Site Nikeplus.com com os dados das corridas

Existe também o fator motivacional. Toda vez que o corredor supera algum recorde pessoal isso é efusivamente comemorado, exibido e registrado. Metas podem ser definidas e cada superação é motivo de comemoração e o corredor é convidado a criar nova meta. Mesmo que ele não crie, há marcos pré-definidos, por exemplo, 50 km, 250 Km, 400 Km, até 15000 Km percorridos e registrados no site. Cada marco desses atribui ao corredor uma nova cor, como se fossem faixas do judô.


Site Nikeplus.com premiando o esforço do corredor


Ainda há comparações com a comunidade Nikeplus. Como você se compara com os corredores de sua faixa etária e como se compara à media de todos do Nikeplus em relação a distância total, distância media percorrida, ritmo médio e conquistas de NikeFuels(mais detalhes adiante).

Eu gostei das frases de incentivo mostradas a cada superação de recorde pessoal como : “Hoje você foi longe literalmente” (maior distância percorrida), “Um pouco mais rápido você seria parado” (milha mais rápida), “Talvez seus tênis pudessem queimar borracha!” (1 Km mais rápido), “Eu apertaria sua mão se pudesse alcançá-lo” (5 Km mais rápido) ou “Quanto mais longe vai mais forte você fica” (corrida mais longa ).


Site NikePlus.com – recorde da maior distância.


Site NikePlus.com – recorde do quilômetro mais rápido

Existe ainda a opcional integração com as redes sociais (automática ou não). Dessa forma você pode compartilhar com seus amigos suas conquista, dados de sua corrida bem como o mapa por onde correu indicando cada quilômetro percorrido. É legal pois amigos que você nem sabia que corriam acabam vendo e participando de seus resultados, comentam, etc.

A cada sessão de exercícios o corredor acumula o que é chamado de “NikeFuel”. Trata-se de um tipo de pontuação que depende de tempo e distância percorrida. Por exemplo, eu em 3 meses acumulei 82.186 NikeFuels. Há sugestões de metas semanais e mensais ou para maiores períodos. Há muitos anos eu li o livro primordial do Dr. Kenneth Cooper, o grande responsável pela explosão das corridas de rua e do reconhecimento do exercício aeróbico como altamente benéfico para as pessoas. Em seu primeiro livro ele apresentou um sistema de pontos que eram atribuídos a diferentes tipos de exercícios executados em diversos ritmos.  Médico da Força Aérea americana, formadora de astronautas à época, ele desenvolveu sua teoria e a comprovou em campo e consigo mesmo (ele era ávido praticante de corrida). Segundo Dr. Cooper alguém que em regime progressivo atingisse certo número de pontos semanais mínimos teria sua condição física mantida e superando este nível a forma física seria gradativamente aprimorada. Na verdade o “NikeFuel” é essencialmente a mesma recomendação do Dr. Kenneth Cooper, mas de uma forma mais sofisticada com grande ajuda de elementos visuais e motivacionais. Afinal quem acumulou 82000 pontos em 3 meses como eu vai querer acumular mais nos próximos 3 meses e assim sucessivamente.

Site NikePlus.com  - meta de acumular 24000 pontos em 4 semanas atingida!!

O site ainda traz informações muito interessantes e úteis. Você pode descobrir qual o horário mais frequente de sua atividade física, tipo de percurso, sua sensação sobre a corrida e até mesmo acompanhar a quilometragem percorrida por seus diferentes tênis de corrida. Após cada exercício opcionalmente você pode fornecer estes dados. Recomenda-se trocar o tênis de corrida após 300 Km a 500 km percorridos.

Site NikePlus.com  - gráficos diversos e recordes pessoais

Adoro “colecionar” os mapa dos locais por onde corro. Tenho meus locais habituais de corrida e treinos, mas quando viajo a trabalho, correr em local diferente, manter as informações do GPS é para mim uma curtição. O mapa ao ser carregado exibe uma animação do percurso e logo abaixo é mostrado um gráfico com a frequência cardíaca e ritmo (min/Km), bem como uma tabela com o ritmo (min/Km) e frequência a cada quilômetro.

Para ilustra de uma forma melhor o site, se você clicar aqui poderá ver o registro de uma dessas atividades com animação, mapa, gráfico, etc.
Conclusão

Às vezes o menos é mais. Adorei o Nike+ GPS a começar pelo seu design. A visualização de dia da semana e data poderia ser na horizontal e não vertical. É minha única restrição neste aspecto (pela praticidade). A durabilidade da bateria é ótima, em regime de corrida ou mesmo sem usar o GPS (dura 30 dias). O mecanismo de recarga e sincronização de dados por meio do plugue USB embutido na pulseira é simples e genial ao mesmo tempo. Neste teste obriguei-me a usar o Nike+ e meu Garmin 610 simultaneamente, companheiro de mais de ano. Por isso foi um teste comparativo rigoroso, quase cruel, pois eu me apaixonara pelo Garmin. O 610 tem mais opções de configurações, visualizações, ajuste de data e hora pelo GPS, etc. Mas mesmo eu sendo sistemático e criterioso, a simplicidade e facilidade do Nike+ me conquistaram.

Ele traz exatamente o conjunto de recursos que a imensa maioria das pessoas precisa e quer usar. Se a Nike quiser aprimorá-lo, falta pouco. Mostrar batimento cardíaco em percentual do limite pessoal, permitir alternar a visualização de todos os dados no visor grande e maior agilidade nos reinícios das corridas no registro do GPS me faria estar totalmente satisfeito. Acertar data e hora pelo GPS seria um luxo desejável.

Depois de 3 meses em regime intenso de treinamento, com auxílio do Nike+ voltei a fazer provas de rua de 10 Km abaixo de uma hora (59:14) e sei que ainda vou melhorar mais. Mas eu tinha me acostumado a correr com os dois relógios. Recentemente (10 dias atrás) o meu Garmin 610 “morreu” (congelou eternamente – será reparado ou trocado em garantia – história a contar em novo texto). Confesso que na primeira vez que corri só com o Nike+ estranhei. Percebi que estava efetivamente usando ambos. Mas bastaram mais dois ou três treinos apenas com o Nike+ e fiquei totalmente à vontade. Ou seja, a despeito das sugestões acima (melhorias) ele é mais que adequado e suficiente. O feed-back dado pelo site NikePlus é insubstituível!! Pelo jeito quando o Garmin 610 retornar do reparo ou troca em garantia vai assumir a honrosa posição de meu relógio reserva na minha gaveta já tendo o Nike+ GPS assumido o lugar de titular.


Site NikePlus.com  - da minha coleção de mapas uma corrida por Los Angeles