segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A Cisco além das redes, nos jogos olímpicos - transformações na cidade

Realizar uma olimpíada é um esforço de dimensões épicas. Sem querer fazer trocadilho, é uma maratona, ou melhor, uma sucessão de maratonas. Só para dar uma ideia, vejam alguns números do formidável evento. Serão vendidos perto de 9 milhões de ingressos. Demandará 36 bilhões de reais em investimentos. O Rio receberá mais de 10.900 atletas que se distribuirão em 38 instalações de competição vindos de 205 países. Também participarão 70.000 voluntários e mais de 25 mil profissionais credenciados. Devemos lembrar que são 2 eventos em um. Serão disputados na olimpíada 42 campeonatos e em seguida mais 23 nos jogos paralímpicos.
   
 

A infraestrutura para uso pela organização

Pela primeira vez na história da realização dos jogos as competições serão realizadas em 4 regiões diferentes. São 2 parques olímpicos (Barra da Tijuca e Deodoro), mais o estádio João Avelange (Engenhão), que será o estádio olímpico (competições de atletismo) e o famoso Maracanã, palco da abertura e encerramento dos jogos. Portanto são desafios em múltiplas frentes! Para organizar, implementar e gerenciar isso tudo foram criados 588 subprojetos de tecnologia para suprir as necessidades da olimpíada!! Incrível!!

Estive a convite da CISCO conhecendo (ao menos uma parte) da infraestrutura e recursos de comunicação que estão sendo preparados para os jogos. Tentem por um minuto imaginar a imensa necessidade de comunicação, que deve ser nada menos que perfeita, por trás de tudo isso. A Cisco está envolvida nos recursos para uso da própria organização. Isso consiste de todo o fluxo de resultados em tempo real, áudio, imagens, segurança e tantas outras necessidades.

Citar muitos números pode ser por vezes enfadonho, mas não tem outra forma de eu mostrar minha admiração. Serão mais de 5000 horas de transmissão ao vivo de competições que contará com 4.8 bilhões de espectadores.  Para suportar isso tudo a CISCO está instalando mais de 100.000 portas de rede (LAN), quase 8.000 access points WiFi (em Londres foram 1000), 150 dispositivos de segurança (Firwall, IPS, etc.) e cerca de 550 servidores corporativos. Relembrando que estes números dizem respeito APENAS àquilo que será usado pela organização (não inclui demanda direta de espectadores)!!!!

Tudo fica ainda mais grandioso quando se sabe que toda a infraestrutura é totalmente nova. Nada do que foi usado na Olimpíada de Londres será aproveitado. Aliás, a previsão é que os números observados em Londres sejam incrivelmente superados, tanto da organização como do uso mundial destes recursos. Citando mais alguns números:
  • 20.000 telefones fixos usados pela organização
  • 50 toneladas de equipamentos
  • 54 milhões de mensagens
  • Em Londres houve 1.3 bilhões de conexões móveis e são esperadas 3.2 bilhões no Rio
  • Em Londres havia 1.4 bilhões de usuários conectados em redes sociais enquanto no Rio são esperados 2.3 bilhões.
  • Na época da Olimpíada de Londres havia 90 milhões de usuários de Whataspp enquanto se prevê que serão 1 bilhão em meados de 2016.
  • Em 2010 havia 1 bilhão de smartphones em uso no mundo enquanto que em 2016 serão mais de 2.5 bilhões

Para conciliar este mundo muito mais conectado, organizar e gerenciar toda a necessidade de TI foram criados 588 subprojetos de tecnologia para suprir as necessidades da olimpíada!! Incrível!! A CISCO junto com alguns outros parceiros e fornecedores estão juntos nessa empreitada, coordenada por área competente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

O outro lado da Olimpíada – o legado

Fala-se muito do legado dos jogos olímpicos. Em vários planos. Muitas obras de mobilidade urbana, revitalização da área portuária, praças esportivas, etc., mas da mesma forma, a tecnologia também deixa seu legado. Cisco declarou que não teria apoiado os jogos se fosse apenas um evento esportivo. É mais do que isso. Muitas parcerias foram costuradas em nome dos interesses da cidade com vários fornecedores e a Cisco está presente em alguma iniciativas muito importantes e interessantes.

Inovação Social - Naves do Conhecimento

É uma iniciativa do governo do Rio que teve sua concepção em 2010 e começou a virar realidade em 2012. Trata-se algo que transcende a inclusão digital, pois em um local especialmente projetado, existem várias formas de interação com a tecnologia proporcionando experiência, aprendizado e acesso à informação.  Estes locais foram escolhidos na cidade propositalmente onde o índice de desenvolvimento humano (IDH) fossem os mais baixos, visando trazer melhoras sensíveis para as respetivas comunidades.  
 
figura 02 – Nave do Conhecimento em Triagem, Rio de Janeiro

A Cisco tem uma participação importante neste projeto em dois aspectos. Começa pelo fornecimento da infraestrutura de rede. Mas também em cada uma das naves existe uma unidade da Cisco Network Academy, um programa mundial da empresa, que teve bastante impulso no Brasil. É um centro de treinamento especializado em tecnologia de rede que forma profissionais com esta expertise. Aprendem e experimentam seus conhecimentos nestes locais. Uma vez formados têm condições de se lançarem ao mercado, serem selecionados e contratados. Assim os jovens destas comunidades têm uma oportunidade completamente nova, uma porta aberta para se desenvolverem como pessoas, profissionais e conquistar crescimento social, por meio da empregabilidade e geração de renda na área de tecnologia. Esta parceria contribui com a geração de um legado social concreto e duradouro para a cidade do Rio de Janeiro após os Jogos.
   

figura 03 – entrega do certificado CNNA na CNA em Triagem
   
Visitei um destes locais, na periferia do Rio, um bairro chamado Triagem. Aliás, há algum tempo chegou ali o metrô, transporte de qualidade, que facilita a vida destes futuros profissionais. Fiquei sobremaneira impressionado com o que vi, seja pelas possibilidades de desenvolvimento e aprendizado, como pelas expressões dos meninos e meninas que ali se encontravam, completamente envolvidos com as experiências, vivências e oportunidade de interação e conquista de conhecimento.
    

figura 04 – uma das salas da Nave do Conhecimento em Triagem
    

figura 05 – meninos e meninas concentrados em atividade
  
Hoje são 9 Naves implantadas ou em implantação entre 18 planejadas. A prefeitura e a Cisco enxergam como será daqui a 5 anos... Uma grande semente foi deixada para melhoria da cidade por meio das “comunidades inteligentes”, que será lembrada como herança da “cidade olímpica”. O sonho do governo é pode chegar no médio ou longo prazo a 50 Naves!
  

figura 06 – experimentação com a “Nuvem do Conhecimento”
  
Queremos compartilhar nosso conhecimento e capacidades em tecnologia, ajudando na construção de uma sociedade mais conectada e inclusiva, onde todos possam ter acesso ao conhecimento. Nosso objetivo é aproveitar nossa participação como apoiador dos Jogos Rio 2016 para ir além e também contribuir com a transformação que a cidade e as pessoas vivem atualmente, oferecendo um novo olhar sobre as oportunidades de acesso ao conhecimento e de crescimento profissional”, afirma Rodrigo Uchoa, diretor de Novos Negócios e Coordenador do Projeto Rio 2016 na Cisco.

Na ocasião de minha visita a Cisco inaugurou mais uma sala avançada de capacitação e treinamento, com avançados recursos de tele presença, aliás algo que comentarei com mais detalhes a seguir.
    

figura 07 – inauguração de nova sala com a presença do presidente da Cisco
 

figura 08 – a nova tecnologia do Cisco Network Academy já em operação

Apoio Time Brasil

Já faz algum tempo que a equipe olímpica brasileira, comandada pelo COB vem se utilizando de recursos tecnológicos para melhorar sua comunicação, assimilação de informações, análises e planejamento. A Cisco já fornecia a ferramenta Webex para viabilizar conferências remotas e reuniões, que foi usada nos Jogos Pan-americanos em Toronto (2015). Uma central de controle na sede de COB, no Rio, ficou conectada 24 horas com a Vila Olímpica Pan-americana e cinco outras sedes.

Agora, em outubro de 2015 o COB lança Núcleo de Integração Olímpica em parceria com a Cisco, utilizando tecnologia inovadora de colaboração. Apresentado por seu presidente, Carlos Arthur Nuzman. Nuzman, que esteve na vanguarda desde o final dos anos 70, quando revolucionou o voleibol no Brasil. Na época já usava um imenso aparelho de vídeo cassete para registar, analisar e estudar jogos do Brasil e dos adversários.
   

figura 09 – Núcleo de Integração Olímpica do Time Brasil
  
A solução recém lançada conta com centros de treinamento, salas e localidades equipadas com sistema sofisticado que proporciona uma experiência imersiva e muito interativa. Eu já conhecia a solução, pois regularmente a Cisco faz em sua sede de São Paulo apresentações reunindo vários locais e mesmo países diferentes. A impressão que se tem é que estamos todos do “outro lado da mesa”.  O apoio da Cisco ao COB inclui o fornecimento de estações de vídeo colaboração, câmeras de vídeo monitoramento de alta definição e licenças de software de conferência, além da substituição da plataforma de telefonia da entidade. Além disso, a partir de agora, todos os funcionários do COB podem contar com telefones capazes de fazer vídeo chamadas.
  

figura 10 – O ex atleta olímpico Marcos Vinícius (vôlei) mostrando a solução
  
A tecnologia Cisco desempenhará um papel fundamental para a gestão do COB e contribuirá com o esporte brasileiro. O apoio da Cisco está alinhado ao objetivo do COB de posicionar o Brasil entre as 10 maiores potências olímpicas do mundo”, afirma Rodrigo Dienstmann, presidente da Cisco.

O sistema usado no Núcleo de Integração Olímpica COB é o Cisco TelePresence IX5000 series é uma estação de colaboração imersiva de última geração, primeira deste modelo a ser instalada no Brasil. A IX5000 possui três telas LCD de 70 polegadas, câmeras 4K de ultra definição e áudio com qualidade de cinema. Além disso, não exige modificações na sala e requer metade do tempo de instalação e metade do consumo de energia e da largura de banda, reduzindo o TCO e agilizando a implantação.
    
Além da sala de colaboração imersiva, o projeto inclui 54 estações de vídeo colaboração dos modelos MX800, MX200 e DX80, 30 câmeras HD de vídeo monitoramento, 200 videofones, 25 switches de rede e cinco servidores e licenças Webex e Jabber. Esses últimos permitem reuniões online, compartilhamento de arquivos e chats, a partir de dispositivos móveis conectados à internet.

O uso da tecnologia permite ao COB reduzir custos de viagem e, com esta economia, incrementar os investimentos diretos na preparação dos atletas. Além da otimização do tempo de gestores, atletas e equipes técnicas, outros benefícios incluem a realização de treinamentos e palestras à distância e maior agilidade e qualidade na interação com médicos, fisioterapeutas e até mesmo intérpretes – já que muitas confederações possuem estrangeiros nas suas comissões técnicas.

O COB conta também com banco de dados com 76 anos de resultados para fundamentar análises. É muito importante poder realizar reuniões após os jogos ou competições entre os profissionais responsáveis. Dessa forma podem avaliar o desempenho dos brasileiros, dos adversários, pontos fortes, fracos, evolução, assuntos da fisiologia esportiva como tipo uso das fibras musculares (cada atleta tem suas características. Assim programarão melhorias nos treinamentos, ajudando a evitar lesões, visando melhores resultados.

Por meio dessa interação entre 29 federações olímpicas e atletas, intensifica-se o uso de técnicos e outros sofisticados métodos de análise como simulação Monte Carlo (técnica matemática que possibilita levar em conta o risco em análises quantitativas e tomadas de decisão ) para estimar o desempenho dos diferentes países e atletas (incluindo os brasileiros), ciência do esporte, análise bioquímica, nutricional, preparação mental (psicologia e coaching) e análise de movimentos (cinemática).
  

figura 11 – interação real entre COB e centro de treinamento
  
Tudo isso visando uma grande qualidade na preparação dos atletas, pois a intenção é conquistar entre 27 a 30 medalhas em 2016. Mais que dobrando o resultado da última olimpíada! Ambicioso?? Talvez, mas o esforço de preparação e apoio tecnológico tem sido muito bem utilizado. Por fim quero dar meu depoimento sobre o que observei nestas pessoas. É realmente notória a animação, empolgação e paixão nas pessoas envolvidas. Isso com certeza é um componente intangível e que não pode ser adquirido em lugar algum, que somado ao apoio de tantas partes e recursos poderá tornar o Brasil um país de esporte, não apenas olímpico, mas que tenha arraigada nas pessoas esta dedicação e objetivo olímpico no longo prazo.

Inovação Urbana – Porto Maravilha

Mais umas das ações conjuntas da Cisco com a cidade do Rio de Janeiro está relacionado com a melhoria do espaço urbano, mais diretamente ao projeto de renovação da região portuária do Rio, projeto denominado de Porto Maravilha. Mas essa renovação não consiste apenas na demolição do antigo elevado e recuperação estética da região, é bem mais que isso. A propósito os espaços gerados pelo novo modelo urbano estão sendo reutilizados muito rapidamente e isso é mais um motivo para que ideias criativas auxiliem o melhor aproveitamento destes recursos.
    

figura 12 – visão da região portuária já em avançado estado de renovação urbana 

Foi criado o “Desafio Cisco de Inovação Urbana Porto Maravilha” que visa estimular a criação de soluções focadas na inovação urbana e que busquem melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e visitantes do Rio de Janeiro, assim como otimizar a gestão urbana e implementar novos serviços inteligentes na região. Foram 104 ideias submetidas e as cinco vencedoras serão implementadas no Porto Maravilha antes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.

Também passarão por um programa profissional de aceleração de cinco meses que incluirá o apoio e a mentoria de diversos parceiros da Cisco como Universidade Estácio, Sebrae Rio de Janeiro, Liga Ventures e a aceleradora Plug And Play, do Vale do Silício. Neste período será realizado um diagnóstico do modelo de negócio e da proposta de valor, com o apoio de especialistas em marketing, desenvolvimento de produto e formação de equipe. As startups também contarão com a assessoria técnica do Centro de Inovação sobre a plataforma IoE que a Cisco está implementando no Porto Maravilha, como parte de seu legado para a cidade do Rio de Janeiro.

O objetivo do Desafio foi incentivar o ecossistema de inovação e o desenvolvimento de aplicações de software digital em cima da plataforma tecnológica de Internet de Todas as Coisas que a Cisco está implementando no Porto Maravilha. Os finalistas do Desafio Cisco mostraram propostas que procuram formas diferentes, criativas e inovadoras de resolver problemas do cotidiano de cidades grandes, como a mobilidade, a gestão de serviços públicos, a melhoria dos transportes públicos e das telecomunicações”, afirma Nina Lualdi, Diretora Sênior de Inovação para América Latina da Cisco.

Os projetos vencedores estão brevemente descritos abaixo:

Audio Alerta: solução de segurança de áreas internas e externas, capaz de monitorar, por meio de sistemas de vídeo vigilância, o ambiente e identificar sons incomuns, inclusive em locais com muito ruído. Gera alertas antes que o sinistros e atividades suspeitas ocorram, podendo acionar as autoridades competentes. Otimiza o investimento já feito por governos locais e estaduais  em vídeo-monitoramento.
Livrit:  é uma plataforma de mapeamento colaborativo com foco em pessoas com deficiência física, que vai além de encontrar as melhores rotas acessíveis, pois também informa se o estabelecimento de destino é acessível ou não, usando gamificação para classificá-los.
 
Nearbee: é uma plataforma de interação geosocial, que permite que pessoas próximas, mesmo que não se conheçam, possam se ajudar e interagir, estimulando a retomada de uma vida em comunidade mais saudável e participativa. E em situações emergenciais, o Nearbee conecta autoridades às pessoas próximas e parentes da vítima, para a melhor tomada de decisão para o socorro.
 
Net Sensors: é um sistema integrado de retenção e gestão de resíduos sólidos em bueiros, que permite o monitoramento com sensores e gerenciamento dos pontos de drenagem pluvial espalhados pelas cidades. O objetivo é evitar alagamentos relacionados com a perda de efetividade dos sistemas de drenagem pluvial por falhas de manutenção e limpeza. 
 
ViiBus: consiste em ponto de ônibus inteligente para auxiliar pessoas com deficiência visual na utilização dos sistemas de transportes urbanos. O projeto é a integração de uma solução de hardware utilizando eletrônica embarcada para comunicação entre deficientes visuais, ponto inteligente e ônibus, e uma solução cloud para gerenciamento dos dados de uso. 

São aplicações em áreas bastante diversas, mas que realmente fazem o uso da tecnologia de forma a trazer benefícios para a cidade. Achei muito importante esta iniciativa e espero que se repita mais vees. Mais detalhes sobre os projetos, seus autores e informações adicionais podem ser obtidos no endereço http://www.desafiocisco.com.br .

Conclusão

É fato que a tecnologia pela tecnologia não tem grande significado. Apenas quando aquilo se traduz em benefício efetivo, e neste caso em ganho que transcende o aspecto técnico, que o real valor da iniciativa pode ser percebido. A Cisco tem sido apoiadora dos jogos olímpicos há algum tempo (e vários países). Claro que ela tem o interesse de levar sua marca, seu nome para todo o mundo. Ações como as Naves do Conhecimento (em parceria com a cidade do Rio), do aprimoramento sensível dos recursos de apoio do Time Brasil e também dos estímulos às inovações no Porto Maravilha, vejo como essenciais para a construção do real bem que a tecnologia pode trazer.

Cada um desses projetos deve seguir evoluindo por si mesmo. A Cisco, junto com a cidade do Rio de Janeiro, plantaram sementes que já estão germinando. Cabe agora manter vivos estes projetos e colher cada vez mais benefícios, com cada um deles já andando por suas próprias pernas pelos anos que virão. A tecnologia tem SIM o poder de transformação. Em vários níveis, econômico e social. Que a Cisco siga com estas iniciativas no Brasil, no mundo, bem como outras empresas de quilate equivalente, também sigam estes passos transformadores.
  



figura 13 – vivemos em um mudo 100% conectado (com e sem fio)

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Asus Zenfone 2 – desvendando a bateria, câmera e mais!

Este texto poder parecer chegar atrasado. Afinal o Zenfone foi oficialmente lançado em meados de agosto e muitos avaliadores o receberam já no final de julho. Mas como habitualmente eu faço, eu adotei o Zenfone 2 nestes quase 2 meses. Tornou-se meu único smartphone do dia a dia. Precisava ter oportunidades reais de usá-lo em todas as situações que desejava de forma “real” e não apenas testes ou simulações (forma que também vejo importância e serventia), mas o meu jeito de testar é este. Não sei fazer de outra forma.

Além disso eu elevei o patamar de cuidado do meu teste de bateria e câmera um degrau acima, mais trabalhoso, mais custoso em termos de tempo, mas mais preciso. Isso tudo pretendo apresentar a partir de agora.


Figura 01 – a família Zenfone e várias de suas opções

A ASUS tem apresentado evoluções na sua família de smartphones. O primeiro que eu testei foi o Zenfone 5 e contei essa história no texto “Desvendando a autonomia da bateria do Asus Zenfone 5”. Aliás este é o texto de maior repercussão de meu site em todo os tempos, com centenas de milhares visualizações. Isso mostra o grande interesse das pessoas pela “Geração Z” ou “Fenômeno Z” por sua racionalidade, ótimo conjunto de recursos e destacado custo benefício. A propósito semana passada foi lançado o ASUS Zenfone GO, a evolução do Zenfone 5, que também espero poder conhecer...              

Visão Geral

Muito já se falou do Zenfone 2 (que também apelido agora de Z2). Nobres e muito competentes colegas jornalistas e avaliadores dissecaram o Z2 por todos os lados. Por isso vou me concentrar nas caraterísticas principais e depois vou me deter mais no aspecto bateria e câmera fotográfica.

O Zenfone 2 foi o primeiro smartphone que chegou em minhas mãos com 4 GB de memória. Já usei smartphone com 512 Mb de memória. Era péssimo, lento e moroso. Mais recentemente 2 GB passou a ser mais comum e já é uma quantidade bastante satisfatória, traz bons resultados. Mas os 4 GB do Zenfone 2 permitem que os aplicativos se esparramem e usem a memória com generosidade e assim quase tudo fica pré-carregado na memória. Isso faz diminuir muito a necessidade de ler informações na memória flash (ou cartão micro SD). RESULTADO: problema ZERO de desempenho do Zenfone 2!! Ágil, responsivo, rápido!!  Nada mais precisa ser dito!! Muito bom!
   

Figura 02 – Zenfone 2, 5.5 polegadas e sua manipulação
 
O modelo que testei tinha 32 GB de memória interna. O Z2 é vendido também no modelo de 16 GB. Mas não há stress. Ao contrário dos iPhones e do bom Samsung S6 Edge (que testei recentemente), o Z2 tem slot para cartão de memória MicroSD de até 64 GB (embora tenha lido relatos em alguns fóruns que mesmo cartões de 128 GB funcionam).

Mas a boa receita não é apenas memória . O Zenfone 5 já usava um modelo de Intel Atom Z2520 (dois núcleos e 1.2 Ghz). Assim o Z2 que endereça um consumidor mais exigente foi aperfeiçoado usando modelo mais avançado de processador rodando até 2.33 Ghz. Trata-se do Intel Atom Z3580 de 4 núcleos que é valente e mais do que dá conta do recado. Sobra capacidade. Simples assim!

Desvendando a autonomia da bateria do Zenfone 2

É o aspecto que venho investindo maior recursos em meus testes. Por um simples motivo, é a pergunta mais recorrente quando surge um smartphone novo. E faz tempo que eu já aprendi que a resposta para essa pergunta é complexa e tem múltiplas respostas. Claro!! Não existem duas pessoas que usem seu smartphone da mesma forma. Assim a duração da bateria tem praticamente uma reposta para cada pessoa e precisa ser explicado o contexto do teste. É importante ressaltar que todos os resultados que serão apresentados dizem respeito ao MEU modelo de uso.

Com o passar do tempo venho procurando aprimorar minha forma de responder a esta pergunta. A cada novo teste de smartphone percebo novas variáveis para serem observadas. Eu mapeei o comportamento da bateria do Zenfone 2 por exatos 31 dias. Procurei identificar padrões além do óbvio que explicassem as variações que observei. Vamos direto ao primeiro gráfico.
  

Figura 03 – Duração da bateria do Zenfone 2 dia a dia 
 
Observa-se facilmente que existe variação sensível da autonomia, entre 6 horas no pior caso até 20 horas no melhor caso. Na média a bateria durou 12 horas e 48 minutos, que é um valor bastante respeitável para quem usa de forma média-intensa o aparelho como eu. Penso que estes 31 dias foram um prazo válido para obter um valor confiável. Procurava usar o aparelho até muito próximo de esgotar a carga, ou pelo menos até restar apenas menos de 10%.

Ao longo do teste eu mapeei de forma aproximada algumas variáveis (tempo de uso de whatsapp, Facebook, Twitter, etc.) e de forma precisa o tempo usando e-mails, câmera, Waze, outros aplicativos de GPS e por fim algo muito revelador, o tempo de TELA.  
 


Figura 03 – parte do “diário de bordo”  usado para mapear o uso da da bateria do Zenfone 2 no dia a dia

Tela é TUDO, ou quase tudo. E é óbvio, quanto mais tempo a tela permaneceu ligada, significa que mais usado foi o dispositivo, para o que quer que seja. É um indicativo muito bom (embora não o único) do perfil de uso da pessoa. Mas há outras coisas importantes. Veja a tela abaixo.
 

Figura 04 – um dia típico no uso do Zenfone 2 em forma gráfica
 
Esta tela, parecida com outras 60 que capturei ao longo do teste mostra muita coisa. De cara vemos que o Waze, fora o próprio Android, foi o aplicativo que mais gastou energia (nenhuma novidade).  Mas o que me chama a atenção são as inúmeras alterações de perfil do gráfico, ora mais inclinado, ora mais plano, ora quase constante... É isso, totalmente dependente da quantidade de tempo que se aplica em diferentes tarefas, temos o reflexo no consumo da energia. Por isso que acho muito arriscado por parte dos fabricantes serem tão explícitos quando falam “no meu aparelho a bateria dura 15 horas”, ou coisa parecida.

O Android, principalmente a partir das últimas versões é muito generoso em fornecer dados muito úteis sobre o uso da bateria e aplicativos. Vejam as duas telas abaixo.


Figura 05 – detalhes do uso de Tela e Facebook no Zenfone 2 
  

Figura 06 – detalhes do uso de Waze e E-mail no Zenfone 2

Estou andando na direção de correlacionar matematicamente estes tempos gastos nos aplicativos principais (mais o uso de tela), dia a dia, com a duração da bateria observada naquele dia. O desafio é encontrar uma equação com todas estas variáveis. A matemática envolvida nisso é complexa (regressão linear múltipla) e me foge da lembrança os detalhes dessas técnicas. Mas um dia eu chego lá. A despeito disso, não é objetivo deste (longo) texto aborrecer o leitor com equações matemáticas e sim mostrar conclusões.

Mas antes das considerações finais sobre a autonomia da bateria, vale um comentário extra. Venho usando o Waze como “aplicativo vilão”, aquele que consome mais recursos. Nos testes anteriores eu media o tempo usado para percorrer um trajeto, o percentual de bateria gasto e assim deduzia quanto gastava o Waze naquele smartphone. Mas descobri que o mundo não é assim tão simples. Veja o gráfico abaixo, da autonomia projetada usando APENAS Waze no Zenfone 2.
   

Figura 07 – previsão de autonomia do Zenfone 2 usando apenas o Waze

Em média o Waze exaure a bateria do Zenfone 2 em 4 horas e 4 minutos. Este mesmo teste feito no Zenfone 5 apresentou o resultado de 2 horas e 36 minutos. Sensível ganho em relação ao Z5. Quero também checar o Zenfone Go que tem avanços nessa área... Mas também aqui há uma gama de variação que sinceramente eu não esperava. Como nosso mundo é difícil. Foram muitos dias testando e percebi que a temperatura ambiente, presença de sol ou não, velocidade média (se parou muito no trânsito ou se desenvolveu velocidade por mais tempo), nível de luminosidade ambiente (que reflete no brilho automático do aparelho), tudo isso afeta a autonomia esperada no modo “Waze” do Zenfone 2 e por conseguinte, dos outros aparelhos.

Por fim, o último cenário que eu testo é o de “standby”, ou seja, smartphone “quietinho”, sem usá-lo para nada, mas recebendo mensagens, notificações, etc. com a tela apagada. Tive que ser bem conservador neste teste. O Zenfone 2 tem diferentes modos de proporcionar economia de energia quando em standby (tela desligada), por meio das opções “economizadoras”. Segundo a Asus, em modo desempenho dura 75 horas, modo normal 100 horas, modo economia 200 horas e economia super, 230 horas. Não fiz todos estes testes, pois significaria eu deixar a aparelho “na gaveta” sem uso por 20 dias no mínimo. Mas testei o modo “normal”, que resultou em um tempo de standby muito próximo do divulgado, ou seja, 96 horas.
    

Figura 08 – Autonomia da bateria nas diferentes situações
   
Portanto, baseado em todo estudo e tabela acima respondo categoricamente que a duração da bateria do Zenfone 2 é... depende. Não há outra resposta. Mas a tabela acima dá pistas importantes. Se usar o tempo todo o Waze, o maior triturador de bateria que existe, pouco mais de 4 horas. Em standby, modo normal, 96 horas (4 dias), e em regime de uso mediano, padrão Flavio Xandó de uso, que não é exatamente o seu, um pouco menos de 13 horas.  Penso que cada um pode depreender de forma aproximada quanto pode ser seu caso. Esse é meu objetivo, das parâmetros para cada um possa ter uma estimativa mais precisa.

Câmera – foto e vídeo

Quando comecei a testar a câmera do Asus Zenfone 2 eu estava “mal influenciado” por meu último teste, que fora muito bem-sucedido. Também usei o Samsung S6 Edge por 40 dias incluindo férias em locais que renderam fotos maravilhosas. A “régua” de comparação era rigorosa, quase cruel neste caso. Afinal o S6 Edge é um aparelho que custa entre 120% e 180% a mais que o Zenfone 2 (depende do modelo).

A câmera traseira do Z2 tem resolução máxima de 13 MP, mas em formato 4:3. No formato mais usado hoje em dia que é 16:9 a resolução máxima é de 10 MP, aliás mais do que suficiente. A câmera frontal tem duas opções, 5 MP em 4:3 e 4 MP em formato 16:9. Em modo vídeo, o resultado é excelente tanto para vídeos HD (1280x720) como FullHD (1980x1080). Seu flash tem dois leds, com a “temperatura da cor” diferente para tornar mais natural quanto possível as cores dos objetos e pessoas iluminadas.

Figura 09 – destaque da câmera e flash dual led do Zenfone 2

Nestes últimos 45 dias com o Zenfone 2 eu produzi 1060 fotos em diversas condições. Algumas feitas em ambientes de trabalho, algumas durante minhas corridas e outras em duas viagens que fiz. A primeira foi para interior de São onde fiz um passeio de balão ao amanhecer e segunda viagem foram 8 dias na China. Ótimas oportunidades para fotos.

Tenho vontade de reproduzir aqui neste texto umas 50 fotos no mínimo, pois o resultado foi MUITO BOM. Acima de minhas expectativas. Vou resumir mostrando apenas algumas poucas fotos tiradas de formas diferentes. Isso deve ilustrar as capacidades. Tirei TODAS as fotos (menos selfies) em 10 MP (4096x2304).

Fotos externas e com forte iluminação : apresentou cores muito vívidas, precisas e com um nível de contraste e definição impressionantes.  São em teoria as fotos mais fáceis de se tirar e obter bons resultados. Embora quando há luz contra como na foto a seguir alguns cuidados devem ser tomados. 
   

Figura 10 – foto na luz do dia contra a luz (clique para ampliar 1280x720)
    
No modo automático o Zenfone 2 decide por ele mesmo qual o nível de luz da foto baseado na cena toda. Mas a pessoa pode tocar na tela e escolher o “ponto de luz”. Na foto acima, como era contra o sol (atrás do balão), ao alvorecer, foto ficaria muito escura, mas eu toquei no balão para que ele fosse o elemento que “comanda” a luz da foto. Estourou um pouco o fundo. Obviamente, havia um sol nascendo ali e foi minha opção ter a foto desse jeito. E adorei o resultado.
   

Figura 11 – foto na luz do dia (clique para ampliar 1280x720)


Figura 012 – foto na luz do dia (clique para ampliar 1280x720)

As duas últimas fotos acima são “fáceis”, luz homogênea, bem distribuída e assim obtive excelente gama de cores, bonitas e com ótimo contraste e definição. Podem ser clicadas para ampliar.

Fotos internas com média iluminação e sem flash : são fotos que exigem da câmera. Precisa ter um bom sensor para obter bons resultados. A foto abaixo de meu amigo Luan, personificando o Panda, a quem peço licença para usar a foto, foi tirada por mim dentro de uma loja. Escolhi o ponto de luz sendo ele (e não a porta com mais luz) e a foto saiu perfeita.
    

Figura 13 – foto interna e sem flash (clique para ampliar 1280x720)
     

Figura 14 – foto interna sem flash (clique para ampliar 1280x720)
   
A foto acima, interna e sem flash também foi fácil. Com luz homogênea, nem precisei me preocupar em escolher o “ponto da luz”. Apresenta nitidez e riqueza de cores.

Foto interna com flash do próprio Zenfone 2: foto com flash é sempre algo delicado, pois a luz nunca fica natural o suficiente, tende a artificializar um pouco as cores. E tem também o problema da distância, mais longe, menos luz e podem aparecer “ruídos” na foto. A foto abaixo é um caso típico. Boa definição, bom registro, mas com zoom se percebe ruído nos pontos mais distantes e escuros. Essa é uma foto que o Zenflash teria ajudado MUITO. Falo mais detalhes sobre o Zenflash no final do texto, um super acessório para o Z2. Este ruído nos pontos mais escuros não é demérito do Zenfone 2. Qualquer smartphone com flash de led de baixa potência terá resultado semelhante.
   

Figura 15 – foto interna com flash (clique para ampliar 1280x720)
    
Feotos de paisagens noturnas sem flash: estas são as fotos que mais gosto de produzir. São difíceis e uma prova de fogo para qualquer câmera, que direi de um smartphone. É muito improvável que a foto saia ótima sem uma “ajuda humana”. Indicar o “ponto de luz” é básico, mas mesmo assim nem sempre dá o resultado esperado. Veja com atenção as duas próximas fotos.
    

Figura 16 – foto de paisagem noturna em Shanghai em modo automático (clique para ampliar 800x600)
   
Achei extraordinário o que fez o Zenfone 2 nesta foto. É uma paisagem noturna, com alguns pontos de luz bem definidos. Foi tirada no “automático”. Há um certo excesso de luz na torre da esquerda, mas mesmo assim o resultado ficou muito interessante. Veja agora a próxima foto.
    

Figura 17 – foto de paisagem noturna em Shanghai em modo manual (clique para ampliar 1280x720)
   
Nesta foto eu usei o modo MANUAL do Zenfone 2 que me permitiu escolher o tempo de exposição e abertura, ISO, etc., que resulta no grau de luminosidade. Há um equilíbrio maior que a foto anterior, que já estava boa. Mas essa eu adorei, achei que ficou excelente!! Dá até para ver os barcos com luz de neon no rio.

Auto foto – selfie : dizem que o brasileiro é um apaixonado por tirar fotos de si mesmo e por isso o recurso de selfie é importante. A câmera frontal do Zenfone 2 tem resolução de 5 MP (4:3) ou 4 MP (16:9). E conta com o ótimo recurso do “embelezamento”, afinal, quem não quer sair muito bem na foto? O “cosmético” da foto é um tratamento das superfícies que têm cor de pele de forma a suavizar as cores. Tirei selfies dos dois jeitos, veja nas duas fotos abaixo.
    

Figura 18 – selfie em dia ensolarado sem “embelezamento (clique para ampliar 800x600)
   
Nesta foto se vê o ótimo registro de cores da câmera frontal (tirada em 4 MP e cortada). Mas a barba por fazer e as diferenças tonais da pele ficaram evidentes. Será que o Zenfone 2 consegue a proeza de melhorar a minha figura?? Veja na foto abaixo.
    

Figura 19 – selfie eirado ao amanhecer com “embelezamento (clique para ampliar 800x600)
   
Na foto acima estava ativo o “embelezamento”, mas em não em grau máximo. Além de suavizar o tom da pele, alguns outros tratamentos podem ser feitos. Mas deu para perceber que esta foto ficou melhor que a primeira a despeito de uma luz menor (amanhecer).

Quem privilegia o selfie ou quem quer ter fotos ainda melhores feitas dessa forma, a ASUS tem um produto “irmão” do Zenfone 2 chamado Zenfone Selfie que além de ter resolução máxima de 13 MP nas câmeras traseira e FRONTAL, também tem flash dual led para ambas as câmeras. Tem também um sistema de foco baseado em laser que é capaz de disparar a foto apenas 0.2 segundos (tempo gasto para o foco automático se ajustar). Fica a dica!

HDR – High Dynamic Range: trata-se de recurso para resolver uma situação que nossos olhos são capazes de lidar, mas as lentes das câmeras têm dificuldades. Sabe aquela situação na qual o fundo está claro e o primeiro plano escuro? Depois se você ajusta a luz para o primeiro plano o fundo fica com a iluminação toda estourada. Pois é... veja a combinação de fotos abaixo. 
   

Figura 20 – cenas com diferentes exposições de luz (clique para ampliar)
   
A parte de cima dessa foto tem contém uma cena no parque do Ibirapuera cujo céu está muito bem representado, o azul é bem visível, etc. Foi tirada apontando o céu como o ponto de luz. Mas sob as árvores parece uma escuridão, mal se vê as pessoas. A segunda cena dessa foto mostra a criança e o senhor bem iluminados (objetos do ponto de luz), mas o céu com brilho estourado, nem dá para ver a cor azul.  Já a foto abaixo mostra a mesma cena usando o recurso HDR do Zenfone 2. Você nota a diferença?


Figura 21 – mesma cena acima eusando o HDR  (clique para ampliar 1280x720)

Eu citei que minha base de comparação da câmera foi o S6 Edge da Samsung.  Não gosto muito de citar outros dispositivos uma vez que o texto é sobre o Zenfone 2. Mas sendo muito preciso, a câmera do Zenfone 2, que é muito melhor que seu irmão menor, o Zenfone 5, no recurso HDR, aos meus olhos, foi melhor, mas muito melhor que seu concorrente mais caro, o S6 Edge.  Veja a foto abaixo.
  

Figura 22 – cena em Shanghai com uso do HDR  (clique para ampliar 1280x720)
   
Nessa cena era impossível focar no arranha-céus sem que ficasse escura a parte frontal da foto, essa linda construção. Ou se focasse na frente o fundo estourava e mal se via o azul do céu e o prédio. Adorei este resultado.

Visão geral da câmera : o Zenfone 2 representa uma grande evolução em relação ao Zenfone 5. A câmera não vai deixar ninguém decepcionado, muito pelo contrário. O HDR é melhor que do S6 Edge, que aliás só é um pouco melhor que o Zenfone 2 nas fotos noturnas, nas quais o modo automático do Samsung faz um trabalho um pouco mais elaborado. Mas como mostrei, no meu caso, em fotos noturnas eu gosto de eu mesmo fazer os ajustes manuais e dessa forma as fotos feitas no Z2 também ficaram fantásticas.

Acessórios

A ASUS fez a lição de casa completa. Prover o mercado com acessórios é fundamental para que a aceitação do produto seja ampliada, pois agrega valor na solução do fabricante. Claro que os acessórios devem ter qualidade real e estarem no mesmo nível de qualidade do produto original.

ASUS ZenPower – se você usa um daqueles power banks para suprir carga adicional em situações de emergência, vai adorar o ZenPower. São 10500 mAh de capacidade de carga. Em termos nominais isso é o suficiente para dar 3 cargas no Zenfone 2 (3000 mAh)! Na prática sempre há uma pequena perda de energia no processo de transferência, mas egaranto que duas cargas completas ele consegue dar e ainda sobra bastante para emprestar para algum amigo. Viajei recentemente para a China para um congresso e era sempre eu que provia energia para os desprevenidos amigos emprestando-lhes meu Asus ZenPower um após o outro. Fiquei nessa viagem conhecido como o fornecedor oficial de energia!! Diariamente duas ou mais pessoas ampliavam sua carga por meio do meu ZenPower. Ele é pequeno, cabe no bolso, é denso, do tipo “pesadinho”, mas vale cada grama de seu peso. É do tipo “não dá para não ter”.
   

Figura 23 – Asus ZenPower 10500 mAh
 
ASUS Lolliflash

Ideias boas são ideias simples. O Lolliflash é uma luz auxiliar que pode ser usada para fotos e vídeos complementando o flash do próprio Zenfone 2. Parece um “pirulito”, por isso o seu nome. Ele é previamente energizado via cabo USB e após totalmente carregado ele pode ser usado por até 3 horas (ou 30 minutos com intensidade máxima). Em meus testes eu o usei até 1h45min e ainda havia carga sobrando. Ele tem 2 leds, cada um com um tipo de luz (5000K e 2700K) que ajudam a obter fotos principalmente com os tons de cor da pele mais naturais e não esbranquiçados como normalmente um flash faz parecer. Ele ainda tem 3 níveis de intensidade da luz, a escolha de seu usuário e seu faixo se estende por aproximadamente 70 graus, pesa 8 gramas e deve ser usado em distâncias curtas.

Eu gosto de tirar fotos eventualmente com fundo mais brilhante e o Lolliflash ajuda a manter as pessoas sendo fotografadas em primeiro plano sob luz com aparência mais natural.  E sabe do que mais gostei? Da inventividade! O Lolliflash é encaixado no conector do fone de ouvido!! Uma ideia simples e muito funcional!!


Figura 24 – Asus Lolliflash

ASUS Zenflash

O Lolliflash é um reforço de iluminação muito bem-vindo, mas assim como o flash led nativo da imensa maioria de smartphones, só tem eficácia apenas em distâncias muito curtas. O Zenflash já é algo mais consistente, principalmente para distâncias que vão até 2.5 a 3 metros e tem poder luminoso até 100 vezes maior que um flash de smartphone.

Eu confesso que meu primeiro teste com o Zenflash foi uma imensa decepção. Ele não disparava. Mas descobri que precisava atualizar o aplicativo do Zenflash no Zenfone 2 para que ele passasse a funcionar com perfeição. Aliás as fotos devem ser feitas apenas com este aplicativo senão a “luz extra poderosa” não é acionada.  Ele é ligado na USB do aparelho de onde ele tira a energia e sincroniza o disparo. São outras as fotos tiradas com o Zenflash, mais luz, mais definição e nitidez.


Figura 25 – Asus Zeiflash

Fone de ouvido ASUS

Não é correto designar o fone de ouvido como “acessório” uma vez que ele vem junto com o smartphone, faz parte do pacote. Mas eu quis dar destaque para ele neste texto por um motivo muito simples. O fone é muito bom!! Chega a ser surpreendente acompanhar um produto um fone com qualidade de som tão agradável! Ele é simples, não tem enfeites nem cromados desnecessário, etc., mas tem um ótimo encaixe no ouvido e vale o destaque. Ressalto que eu sou uma pessoa exigente com fontes de ouvido, já tive uns 5 ou 6 escolhidos à dedo no mercado e o fone que acompanha o Zenfone 2 está neste alto nível. E tem também microfone, pode ser usado como headset.


Figura 26 – o ótimo fone de ouvido que acompanha o Zenfone 2

Zenfone Charger: analogamente ao fone de ouvido, o carregador de bateria do Zenfone 2 obviamente também vem com o produto. Mas merece destaque por sua eficiência. A Asus divulga que 60% de sua carga é alimentada em 39 minutos. Em minhas aferições cheguei a números equivalentes. Consegui preencher 65% de sua carga em 45 minutos, com o carregador nativo do Zenfone 2. Usando um carregador “genérico”, nos mesmos 45 minutos eu consegui preencher apenas 25% da carga. Grosso modo 45 minutos com o carregador da Asus incrementa praticamente 2/3 da capacidade, cerca de 9 horas de autonomia segundo o meu padrão de uso. 
    

Figura 27 – tempos de carga da bateria

Membro novo na família – o Zenfone GO

A família Zenfone vem crescendo e sua mais nova inclusão é o Zenfone GO, lançado no dia 1º de outubro em São Paulo. Trata-se do sucessor do bom Zenfone 5, mas com evoluções nas especificações, características, sendo a maior novidade o dobro da duração de bateria (segundo o fabricante) e é solução de 5 polegadas com posicionamento entrada-intermediário (preço de R$ 799).


Conclusão

Eu juro para vocês que este era para ser um texto curto... Não consegui. E se não consegui foi porque me empolguei e quis falar muita coisa, pois há muito o que falar. Não houvesse todas estas qualidades e neste grau, eu me calaria (ou seria breve). E sei que deixei muita coisa ainda por falar.

Eu tinha testado e escrito sobre o Zenfone 6 no texto “Asus Zenfone 6, mais que um Zenfone 5 vitaminado”. Quando ouvi falar do Zenfone 2 pensei comigo mesmo que de forma análoga o Zenfone 2, apesar de 5.5 polegadas, fosse o Zenfone 6 anabolizado de alguma forma. Mas não é nada disso. É outro projeto, outra proposta, outro patamar especificações, de qualidade, acabamento (o preto se assemelha a um alumínio escovado). Mas não são apenas “specs”, pois de fato as novas características se refletem em uma experiência de uso muito boa.

O GPS do Zenfone 2 é melhor que Zenfone 5 e 6. Mais preciso e principalmente responde mais rápido. Outra melhoria sensível no Zenfone 2 é o WiFi que além de suportar redes de 5 Ghz, também se conecta a redes no do tipo AC, o padrão mais atual e rápido do mercado. Destaco também os 4 GB de memória e processador quad-core de 2.33 Ghz que tiram totalmente o fator “performance” das preocupações! Por isso a ASUS o qualifica de “monster performance”.

O único porém do aparelho é que em determinadas situações de luz, principalmente ao ar livre, a tela nem sempre tem o brilho tão intenso quanto seria ideal para ótima visualização nesta situação. Mas é uma condição excepcional na qual me vi uma ou duas vezes em 45 dias (se muito). Mas seu tamanho, legibilidade e definição da tela e imagens é de grande destaque.

Fiquei bem impressionado com a duração da bateria, quase 13 horas em MEU regime de uso misto, real, com e-mail, Waze, Whatsapp, câmera, Facebook, Twitter, etc. Mais detalhes sobre isso no corpo deste texto.

A câmera me surpreendeu sobremaneira uma vez que acabara de testar um aparelho cuja câmera era muito boa e por isso meu padrão de qualidade fora elevado. Não só a câmera se igualou ao seu concorrente em vários pontos, como o superou em alguns aspectos (HDR) e apenas em algumas situações pontuais ficou atrás, e mesmo assim por pouco. Convém lembrar que o tal concorrente que cruelmente eu usei como base de comparação custa entre 120% e 180% mais caro... E o concorrente não tem slot para cartão de memória MicroSD que deixa o consumidor a mercê dos preços altos cobrados por mais Gigabytes pré-instalados.

Testado, aprovado e até que surja algo melhor, com preço justo, afinal também o custo benefício do Zenfone 2 é grande destaque, sigo usando Zenfone 2. E muito feliz! A saber há modelos com 16 GB e 32 GB no mercado e que podem ser encontrados entre R$ 1350 e R$ 1500. Mas achei lojas virtuais vendendo à vista por R$ 1215 e R$1350 respectivamente. Se você não conhece o Zenfone 2, vale a pena experimentar.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Dell Inspiron 7348 – conversível de gente grande

O mercado tem recebido atualmente um número expressivo de computadores no formato 2 em 1, ou seja, que podem ser usados como notebook e como tablet. Isso acontece não apenas porque os fabricantes querem e sim porque o consumidor, quem no final dita as normas do mercado, acordou para a praticidade deste tipo dispositivo. Afinal criar um computador com estas duas funções parece simples, mas há compromissos relativamente antagônicos envolvidos. Por exemplo, para ser um bom tablet, deve ser pequeno, leve e fácil de manipular. Se for grande demais vai contra esta premissa. Da mesma forma um notebook também deve ser leve, mas em outra proporção. O notebook precisa ter um nível de capacidade de processamento superior, para não ser um dispositivo que só faz o que o tablet faz em outro formato. É difícil o compromisso.

A solução mais interessante que vi são os dispositivos que usam o processador Intel Core-M, que é fantástico para esta aplicação e todos os conversíveis com esta arquitetura foram mais que aprovados em meus testes. Porém e Dell com o Inspiron 7348 vai por um caminho diferente. Será que deu certo?


figura 01 – Dell Inspiron 7348 – no formato de notebook
   
   
O processador

O Inspiron 7348 é ligeiramente maior que os outros conversíveis. Ele tem tela de 13.3 polegadas. Além disso ele usa o processador Intel Core i5-5200 e não o tão adequado Core-M. Este processador pertence à 5ª geração da família Core, denominada Broadwell, portanto é mais um degrau evoluído no aspecto eficiência, ou seja, performance por watt. É fabricado com tecnologia de 14 nm (nanômetros). Se você não tem familiaridade com este conceito, não se preocupe.

Este número “14” indica quão pequenos são os transistores presentes e, portanto, relacionado com eficiência no desempenho e uso da energia. Para terem uma ideia de como isso evolui rapidamente, há 10 anos a Intel inovava com os processadores de 90 nm e hoje trabalha com elementos quase 7 vezes menores. Está logo aí na esquina chegar aos 10 nm (previsão 2016-2017). Ele opera a uma frequência de 2.2 Ghz, mas sob demanda pode chegar até 2.7 Ghz. Tem dois núcleos (dual core) e pode executar até 4 tarefas ao mesmo tempo (hyperthreading).


figura 02 – identificação do processador do Dell Inspiron 7348

Na tela acima, obtida pelo programa CPU-z, podemos ver que em situação de baixa demanda ele funciona a uma velocidade de 800 Mhz (797.81 para ser exato). Assim ele tem velocidade nominal de 2.2 Ghz, eleva sua velocidade até 2.7 Ghz se demandado, mas em regime de baixo uso ele “tira o pé do acelerador” reduzindo até 0.8 Ghz. Isso é notável. Tão notável quanto perceber que ele tem o desempenho de um Core i7, o processador topo de linha da 3ª geração (Ivy Brigde 22 nm) que tenho um meu próprio notebook, mas com uma imensa diferença. O Core i5 do Dell consome no máximo 15 W enquanto o meu Core i7 de 3ª geração consome o TRIPLO, ou seja, 45 W. Não posso deixar de falar do Intel HD Graphics, sistema de vídeo que foi motivo de crítica na 1ª geração da família Core e que hoje, internalizado dentro do processador, “nada de braçada” e dá conta com grande folga de todas as aplicações necessárias, incluindo até jogos de complexidade média e média alta.

Insisti em falar do processador, pois de fato ele dita as características mais marcantes do Dell Inspiron 7348. Por ser um Core i5 ele tem desempenho que ultrapassa a expectativa para um tablet, ou conversível e o coloca no patamar de desempenho de notebooks de ponta. Mas quão adequado ele é para as tarefas do dia a dia nos dois papéis, como notebook e como tablet? Vamos ver...

Caraterísticas gerais

O modelo testado tem 500 GB de HD, 4 GB de RAM, 3 portas USB, webcam integrada, leitor de cartões de memória, saída de vídeo HDMI, tela de 13.3 polegadas multi touch. Veio com Windows 8.1, mas quando eu mal percebi ele fora atualizado para Windows 10, de forma simples, direta e tudo funcionando perfeitamente. Essa foi a minha plataforma de testes.

  
figura 03 – Ambiente de teste do Dell – Windows 10

Uma das características que ADOREI no Inspiron 7348 é seu teclado com retro iluminação. Já tive este recurso em outro notebook. Não é muito comum, mas é bastante desejável. As teclas podem ser iluminadas por baixo, com 2 níveis de intensidade ou desligado. Isso é útil em ambientes mais escuros. Dá para ver as teclas!! Em um avião por exemplo. E os dois graus de intensidade permitem que seja escolhido o nível de luz da preferência pessoal.

O touchpad deste equipamento é muito bom! Eu particularmente detesto touchpads, ainda mais quando não tem os botões e exigem que você adivinhe onde pressionar. Normalmente eu erro e fico tentando descobrir onde apertar e isso é bastante irritante. Mas para minha feliz surpresa o touchapd do Inspiron 7348 é preciso e não cometi erros com ele. Eu quase sou capaz de abandonar o mouse USB por conta disso!!
   

figura 04 – detalhe do teclado retro iluminado e do ótimo touchpad

O WiFi, seguindo a tendência dos dispositivos mais modernos de melhor qualidade, é do padrão AC (802.11ac) que tem velocidade nominal equivalente à de rede com cabo. Na prática não chega à velocidade de cabo ethernet, mas chega perto. É um WiFi que te faz esquecer que não há fios e não sente saudade alguma do cabo ethernet, tanto que este conversível nem tem conexão para cabo de rede.

O lado touch e tablet  do Inspiron 7348

Sua personalidade touch e também tablet é incrementada com um simpático acessório. Existe uma “caneta” que fica inteligentemente embutida no corpo do equipamento. Basta fazer uma leve pressão que ela se solta e está pronta para ser utilizada. É necessário usar uma caneta de ponta macia para manusear o Dell Inspiron 7348?  Certamente que não, qualquer “dedo” tem esta capacidade. Mas a caneta é muito agradável e eficiente para ser usada, principalmente no modo tablet, faz muito sentido. Inclusive dá para fazer assinaturas manuscritas em documentos com a tal caneta. É um acessório que faz parte do produto e é muito bem-vindo.
  

figura 05 – detalhe do Dell em modo tablet com a útil caneta

figura 06 – detalhe do Dell e local onde fica guardada a caneta

 
Como deve ser um equipamento conversível o mecanismo de rotação e rebatimento da tela é muito robusto e firme. A tela é rotacionada completamente até que encoste no outro lado e assim o teclado é desativado (para não interferir no uso no modo tablet). Na necessidade de digitação neste modo o próprio Windows 8.1 ou 10 aciona o teclado virtual na parte inferior da tela.

Em modo tablet o tipo de uso acaba sendo fundamentalmente para consumir informação, leitura, filmes, vídeos, etc. O poder de processamento não é fator limitante. Mas a qualidade da tela poderia ser. As 13.3 polegadas apresentam um tamanho o qual é delicioso o uso para navegação na Internet. Além disso, a graduação do brilho, do mais fraco ou mais forte, traz grande conforto visual, mesmo em ambientes muito escuros, no qual brilho bem fraco é necessário, bem como em situações de muita luz, há um ótimo contraste na tela.
    

figura 07 – as diversas personalidades do Dell Inspiron 7348
                                               
Duração da bateria

Por ser um conversível baseado em processador mais potente, o Core i5-5200 cheguei a temer por um desempenho não tão brilhante do conjunto. E por isso mesmo resolvi aperfeiçoar minha metodologia e testes realizados. Fiz algumas pequenas mudanças em critérios e incluí um tipo de cenário a mais.

Como a autonomia nunca será um valor absoluto, vai depender da forma que cada pessoa usa o equipamento, penso que se eu mostrar para o leitor 4 cenários, sendo 2 extremos (máxima e mínima duração) e mais dois modelos de uso, cada um saberá julgar se aquele dispositivo é adequado para si. Descrevo abaixo os cenários avaliados:

Idle” – máquina parada, sem executar programa algum, mas com vídeo sempre ligado (em 60% do brilho) e WiFi ligado (antes testava desligado). Dessa forma obtenho um possível valor para duração máxima da bateria. Mas porque com vídeo ligado se eu deixasse o sistema de economia atuar desligando o vídeo estenderia ainda mais a autonomia? Julgo irreal e sem serventia medir o consumo de uma máquina que nem posso vê-la em operação.

Força Bruta” – usando o software BATTERY EATER (literalmente o comedor de bateria) forço a situação de máximo uso, manipulação de vídeo e processamento numérico, com vídeo ligado (brilho a 70%) e WiFi ligado. Dessa forma exijo o máximo possível do equipamento e analiso a situação de “pior caso”, o máximo consumo possível. Mais ainda do que, por exemplo, exibindo vídeos do Youtube o tempo todo.

“Uso natural” – para mim nada mais rotineiro do que criar textos. Deixei meu webmail carregado recebendo e-mails, uma sessão do whatsapp web também de prontidão recebendo mensagens, obviamente WiFi ligado, Internet funcionando. Ao criar um texto vez por outra preciso fazer uma consulta no Google, responder mensagens, às vezes paro para consultar portais de notícias, volto a escrever... Alguns momentos vou ao banheiro, vou tomar café, sempre com a tela ligada com 60% do brilho (não deixando desligar)... enfim, é como as pessoas usam habitualmente um notebook.

“Uso natural mais pesado” – é um perfil idêntico ao anterior, mas com uso frequente de outro tipo de funcionalidade que é edição de imagens. Meus textos costumam ter várias imagens e por isso preciso cortá-las, redimensioná-las, ajustes de cor, brilho, contraste, juntar imagens, colar no texto... e em alguns momentos também consumi um pouco de vídeo no Youtube.

Estes foram os cenários testados e para minha surpresa, vejam os resultados:
       

figura 08 – resumos dos resultados dos testes de duração de bateria

Melhor caso, 14 horas e 20 minutos, pior caso (força bruta) 2 horas e 27 minutos e em situações absolutamente naturais, entre 5 horas e 25 minutos e 7 horas e 21 minutos. Fiquei de fato bastante impressionado com o resultado, que é tão bom quanto os dispositivos menores com o ótimo processador Core-M. Pensando um pouco encontrei a explicação.

O Dell Inspiron 7348 é maior que alguns conversíveis minimalistas. Isso pode ser um defeito se o usuário quer máxima leveza e mobilidade. Mas pode ser uma grande virtude se quer um dispositivo com boa mobilidade e um pouquinho maior que aqueles de 12 ou 10 polegadas. Isso permitiu que a Dell alocasse uma bateria de capacidade ligeiramente maior e ainda conta com um processador core de 5ª geração que tem uma evolução fantástica na eficiência energética. Some a isso o Windows 10 que de fato tem se revelado mais eficiente... Isso tudo para mim explica o resultado que encontrei.

Dessa forma está disponível uma máquina para alguém que pode criar textos e consumir informações tranquilamente por quase 7 horas e meia. E se economizar um pouco (deixando o vídeo ser desligado após minutos de inatividade) pode chegar fácil até 8 horas. Vale a pena ressaltar que os tempos foram aferidos quando o 7348 chegou a 5% de carga de bateria e a máquina entrou em hibernação automaticamente. Eu pude religá-la e assim usar os 5% de carga extra por mais 15 a 25 minutos até que a bateria fosse definitivamente exaurida e a hibernação definitiva acontecesse. Mas não computei este tempo extra no meu estudo porque segundo a Intel este processador de 5ª geração permitiria ver perto de 8 horas e meia de vídeo de forma ininterrupta. Não testei apenas com vídeo, pois não me parece razoável alguém comprar uma máquina dessas apenas para ficar vendo vídeo. Mas quem sabe incluo este cenário no futuro.

Conclusão
     

Se existisse para computadores o índice de relação peso/potência, como existe para avaliar automóveis (carros leves com motores fortes versus carros pesados com motores fracos), o Dell Inspiron 7348 teria uma avaliação de destaque. Não é o menor equipamento do tipo conversível que existe, mas ao mesmo tempo não é tão pesado quanto se imaginaria e tem um processador fantástico, potente e ao mesmo tempo em conjunto com a bateria disponível traz nível de autonomia extremamente satisfatório, superando as expectativas que eu tinha.

Sua construção em material aluminizado se traduz em leveza, toque agradável e esteticamente muito bem resolvido, bonito mesmo. O detalhe da caneta para uso em modo touch é um charme todo especial e de fato ajuda no uso, tornando a experiência ainda um pouco melhor. E bastante leve para um notebook ou ultrabook e ligeiramente acima do peso para um tablet, mas com 13.3 polegadas de tela, experiência de uso como tablet é sensacional. Não tem como ser diferente, o tamanho paga um pequeno preço no lado tablet. Adorei o teclado retro iluminado com duas variações de luminosidade e até eu que detesto touchpads me dei bem com o do 7348.
     
Mas existe uma mudança que eu faria nessa máquina que a tornaria realmente “diabólica”. Se em vez de HD ela tivesse como dispositivo de armazenamento um SSD... O tempo de carga do Windows 10 é ótimo, perto de 20 segundos, mas com SSD seria quase que instantâneo. Eventualmente a Dell até já tem esta opção e eu não estou sabendo. Eu sinto falta também da tradicional luz de atividade do disco rígido (que vem sumindo dos equipamentos) e uma conexão de rede via cabo (ethernet). Mas eu me rendo ao fato de que um equipamento fino e leve assim não coube no gabinete o conector. E o WiFi padrão AC, super rápido não deixa ninguém na mão com a conexão muito veloz. 

Testado, aprovado e com direito à feliz surpresa na capacidade de processamento, muito generosa duração da bateria, além da ótima usabilidade como tablet. Os últimos 4 textos que produzi, incluindo a edição das imagens, fiz no Dell Inspiron 7348 inclusive este mesmo. Agora me acostumei com ele!! O que fazer??!!
   

figura 09 – Dell Inspiron 7348