quarta-feira, 13 de agosto de 2014

EMC Redefine Possible – parte 1- XtremIO - All Flash Array

A realidade podem ser dura, mas é incontestável. Nosso velho e bom mundo tem passado por transformações cada vez mais rápidas. O principal termômetro dessas mudanças é o volume de dados que cresce de forma hipergeométrica a ponto disse ter ganhado um nome apropriado e sugestivo que é o “Big Data”. Daqui a pouco precisará mudar para algo como “Huge Data” (big – grande, huge – imenso).
 

Para lidar com isso tudo, com as novas gerações de aplicações que precisam manipular e usufruir de toda essa montanha de informações, o investimento precisou crescer também de maneira sensível. Calcula-se que 58% do gasto com infraestrutura para suportar estas aplicações dizem respeito a funções como armazenamento, backup, replicação, gerenciamento, etc. O desafio atual é como superar este forte crescimento, mas sem comprometer sobremaneira o orçamento, sem que haja também explosão nos custos. Difícil! Mais dados, maior complexidade, mas sem perder o controle do nível de investimento. Parece difícil, um real desafio.


figura 01 – Tempos de Big Data

Visando lidar com todas estas situações a EMC realizou no mês de julho de 2014 um grande lançamento concentrado de produtos denominado “EMC Redefine Possible” trazendo novas versões e soluções com tecnologias sofisticadas no seu portfólio. Vou destacar as que mais capturaram minha atenção. Neste primeiro texto vou falar da tecnologia de storage desenvolvido 100% para utilização de memória flash no lugar dos tradicionais discos magnéticos, os chamados SSDs.

XtremIO – All Flash Array

Desde o surgimento dos dispositivos de armazenamento baseado em memória flash (os SSDs), os fabricantes de storages logo se movimentaram para prover este tipo de solução em seu portfólio. E o fizeram com sucesso, trazendo ganhos de desempenho muito expressivos que logo capturou a atenção das empresas para aplicações q ue têm grande demanda por velocidade de acesso. Porém os dispositivos de armazenamento existentes apenas receberam os novos SSDs sem grandes alterações em seus projetos.

A EMC percebeu que para extrair o máximo do potencial de seus storages usando memórias flash deveria repensar sua engenharia para atingir este objetivo. Seu grande avanço foi o novo software que gerencia o dispositivo denominado Xtrem IO que chega agora em sua versão 3.0. Trata-se inclusive de uma atualização gratuita para quem já tem o produto da EMC ou presente em dispositivos a serem adquiridos.

Uma pequena pincelada técnica - Arquitetura do Sistema

O XtremIO funciona como qualquer outro sistema de armazenamento baseado em blocos e se integra com existente SANs (stotage área network), seja com Fibre Channel de 8 Gbps ou Ethernet iSCSI de 10 Gbps (SFP +) para se conectar com os hosts (que consome as informações).
 
No entanto, ao contrário de outros sistemas o XtremIO é um sistema de armazenamento flash nativo que foi projetado para oferecer o máximo em desempenho, facilidade de uso e funcionalidades de gerenciamento. Cada controlador de armazenamento dentro da matriz XtremIO executa uma versão adaptada e leve de distribuição Linux especialmente concebida como a plataforma base.

O Sistema Operacional do XtremIO (XIOS), rodando sob este Linux lida com todas as atividades dentro de um controlador de armazenamento, como mostrado na figura abaixo. O XIOS é otimizado para lidar com altas taxas de I/O e gerencia os módulos funcionais do sistema, o RDMA sobre operações InfiniBand, monitoramento e memory pools. XIOS tem um algoritmo proprietário de manipulação e programação de processos que é projetado para atender às necessidades específicas da baixa latência, adaptação ao tipo de conteúdo (reconhecimento de conteúdo) e elevado desempenho do subsistema de armazenamento.


figura 02 – Arquitetura básica do XtremIO all flash

Quem quiser se aprofundar nas características e arquitetura e há um paper técnico muito interessante que pode ser obtido aqui.


Características principais e inovações

Trata-se de uma arquitetura sofisticada que em sua versão 3.0 trouxe melhorias em áreas já existentes, bem como inovações importantes. Deve ser ressaltado que as operações são realizadas em memória boa parte do tempo e não gravando e lendo os SSDs que traz grande agilidade na leitura, escrita e operações de compressão, encriptação, etc. Por fim o dado vai para o SSD de onde quando precisar ser recuperado será feito com grande agilidade.


figura 03 – XtremIO Storage Manager


O desafio proposto que foi alcançado com esta solução é ter de forma regular, consistente e totalmente previsível a menor latência possível. Esteja o storage cheio, vazio, com alta utilização ou sem acesso algum. Em suma, todas as condições. Isso é muito importante para usuários deste tipo de produto.

E vale destacar que a família XtreamIO teve um crescimento muito forte por conta de sua grande aceitação do mercado, pois foi ao encontro das necessidades latentes das aplicações famintas por grandes volumes de informação recuperadas muito rapidamente. Em apenas 6 meses este produto gerou receitas de US$ 100 milhões para a empresa! Segundo a EMC a maior taxa de crescimento da história nessa indústria de storages.

As principais caraterísticas e recursos que apoiam esta solução são brevemente descritas abaixo:

Deduplicação: reside em armazenar uma única vez um bloco de dados (qualquer tipo) que se repete com frequência traz imensos benefícios na economia de espaço. Um bom exemplo de cenário de ganho é em ambientes de desktops virtualizados (VDI) com taxas de 5:1 ou até 20:1. Ou seja, um aproveitamento muito maior do espaço físico existente no storage ainda maior nesta versão 3.0.

Compressão : em tempo real os dados são analisados e gravados usando bem menos espaço do que seria necessário. Usualmente em blocos que armazenam bancos de dados isso resulta em ganhos de 2 até 4 vezes. Compressão e Deduplicação funcionam em paralelo com benefícios somados (embora no cenário de bancos de dados a deduplicação não seja muito efetiva).


Figura 04 – taxas de compressão de até 4 vezes

Encriptação : usando técnica AES-256 os SSDs têm todas suas informações codificadas (com auxílio por hardware – bastante eficiente). Por isso se, por exemplo, um SSD for retirado do dispositivo ele não poderá ser lido de forma alguma e nenhuma informação será violada.

Writable Snapshots : existem diversas situações no uso do storage que exigem cópias de blocos de dados (e/ou metadados) sejam feitas, seja para propósito de backup, replicação, uso de dados para BI, dados para ambiente de desenvolvimento, etc. Isso não somente, por serem extensos, tendem a causar congestionamento e latência no uso durante estas operações, bem como alocam um grande espaço, habitualmente muitas vezes o espaço original ocupado. Com o novo XtremIO estas operações são feitas sem impacto no uso, no desempenho, na latência e no espaço extra utilizado.



Figura 05 – dezenas de VMs em operação pesadas ainda assim baixa latência


Escalabilidade : um sistema com apenas um “X-Brick” de 5 TB está disponível, que pode ser expandido até 10 TB. A solução de entrada de 5 TB é apropriada para que as empresas que ainda não usam esta tecnologia possam fazê-lo pela primeira vez, provar o conceito e expandir conforme a necessidade. Até 6 destes “Bricks” podem ser agregados, com até 12 controladoras ativas, espaço total de 120 TB, permitindo que haja mais 50% de capacidade e 50% no ganho em desempenho (IOPS – Input/Output Operations per Second) mantendo a latência em valores abaixo de 1 milissegundo.


figura 06 – Produto de entrada  de 5 TB all flash array

figura 07 – linha completa de 5 TB até 120 TB (físico)


Estas características todas permitem que operações de bancos de dados (OLTP) tenham ganhos de 50%, bem como clonagem de máquinas virtuais 100% mais rápidas (metade do tempo) e pela consolidação das tecnologias de deduplicação, compressão inline e writeable snapshots sistemas podem atingir até 2 Petabytes de espaço útil com 120 Terabytes de unidades físicas de SSDs.

Por conta desta conjunção de tecnologias chamada de XtremIO Data Services, decorre melhoria de desempenho uma vez que tudo é feito em memória. Há também aumento de resiliência (de 3 a 6 vezes), menos escrita é feita na memória flash (característica preciosa para economizar ciclos de escrita nos SSDs). A forma como o array foi desenhado existe o nível de proteção de RAID 6, com a performance de RAID 1 e capacidade de utilização de RAID 5 (cerca de 82%). Tudo de bom!!



figura 08 – resumo das melhorias do componente de software XtremIO 3.0

O compromisso da EMC extrapola as especificações e a própria garantia do produto. Como? Quem experimentar uma pane no sistema, em regime de utilização normal (dentro das especificações) pode se qualificar a receber a quantia de um milhão de dólares, fato esse que segundo a EMC jamais vai acontecer fruto da confiança na sua engenharia. Este “prêmio” já está em vigor há algum tempo sem que nenhuma requisição tenha sido feita.


figura 09 – US$ 1 M em caso de falhas

Em depoimento dado por Craig Englund, “Principal Architet” da Boston Scientific sobre a utilização do XtremIO all flash arry, foram citadas duas aplicações muito interessantes. O uso de VDI (Virtual Desktop Infraestructure – virtualização de estações de trabalho) em escala massiva de milhares de estações suportado por esta tecnologia. Como resultado obteve melhoria de desempenho e alto grau de economia de espaço físico por conta da deduplicação inline. Também relatou o caso da migração de servidores de banco de dados de um ambiente físico para ambiente virtualizado hospedado em storage baseado em flash. Segundo Craig havia grande ceticismo por parte dele nesta aplicação piloto. Mas após virtualizar o ambiente com menos processador e menos memória que a máquina física original, mesmo assim o novo cenário foi quase 3 vezes mais rápido. O que era piloto passou rapidamente para produção.


figura 10 – Depoimento do caso Boston Scientific


Considerações finais – opinião

Quando surgiram os primeiros SSDs no mercado eles eram caríssimos e sua aplicação extremamente especializada e direcionada. Com a diminuição do abismo que havia entre os preços dos HDs convencionais e SSDs estes começaram a ser usados em storages ainda assumindo a função de armazenamento “nobre”. Sistemas inteligentes que gerenciavam o ciclo de vida de informação eram capazes de mover automaticamente dados muito frequentemente acessados ou atualizados para a porção SSD dos storages. Isso por si só já foi um avanço incrível e trouxe muitos benefícios.

O tempo passou e os fabricantes de storages começaram a dispor de modelos contendo apenas SSDs que permitiu outro avanço imenso na confiabilidade, disponibilidade e principalmente no desempenho do acesso às informações. Neste momento a EMC realiza com a versão 3.0 de seu software de gerenciamento associado ao seu dispositivo mais um grande avanço. Projetado para aproveitar todo benefício potencial que o armazenamento em memória flash pode trazer, agregando diversos tecnologias apresentadas neste texto esta solução vem ao encontro do momento que vive a indústria.

Deduplicação, compressão, criptografia, inline data services, são termos herméticos para os usuários de negócios das empresas. Porém são as bases para que cada vez mais, mais informação possa ser acessada mais e mais rapidamente tentando de certa forma “driblar” a escalada do Big Data, principalmente permitindo que as aplicações evoluam a ponto de entregar todo seu potencial a despeito da dificuldade de processar toneladas de informações. Este é o real valor. Esta solução XtremIO definitivamente é um grande caminho para isso. Outros fabricantes de storage terão ou já têm soluções all flash array, mas no que concerne a usabilidade, desempenho e confiabilidade a lição de casa da EMC está mais do que bem feita.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Instituto Brasileiro de Museus mapeia o primeiro Museu do Videogame do país

Meu amigo Cleidson Lima, há anos um obstinado colecionador de video games, consoles, jogos, etc. vem mostrando o fruto de muitos anos de trabalho montando seu incrível acervo. Há algum tempo ele vem sendo convidado para expor sua coleção de forma itinerante. De sua terra natal que é Campo Grande sua coleção já viajou por muitos lugares. Já estão previstas exposições em Fortaleza, Belém, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, entre outras. Abaixo há um relato mais detalhado sobre o museu, forma de conhecer mais virtualmente e uma pequena amostra das raridades.
Flavio Xandó|




Instituto Brasileiro de Museus mapeia 
o primeiro Museu do Videogame do país

Com mais de 200 consoles e mais de 6 mil jogos, Museu do Videogame
Itinerante agora faz parte do banco de dados do Ibram e rodará o Brasil com exposições que permitirão aos visitantes não só conhecer, mas também jogar games clássicos dos últimos 42 anos


Atari, Nintendinho, Master System, Mega Drive, Nintendo 64, Sega Saturn, Dreamcast, Game Cube, Xbox, Playstation 1. É raro encontrar alguém com menos de 40 anos que já não tenha jogado ou pelo acompanhado alguém jogar alguns dos videogames clássicos que fizeram história no Brasil e no mundo. Jogos como River Raid, Enduro, Pac-Man, Super Mario Bros, The Legend of Zelda, Donkey Kong, Sonic, Alex Kid, Top Gear, Street Fighter, Mortal Kombat, Final Fantasy, Castlevania, entre muitos outros, ficaram marcados na infância e adolescência de milhões de pessoas. E mesmo com a nova geração de videogames, são muitos que ainda cultivam boas lembranças dos aparelhos de 2, 8, 16, 32, 64 ou 128 bits.


Museu em exposição

E para aqueles que curtem jogos eletrônicos de todas as épocas, a boa notícia é que o Ibram – Instituto Brasileiro de Museus (www.museus.gov.br) acaba de mapear o primeiro Museu do Videogame do país. Criado há cinco anos pelo jornalista e curador, Cleidson Lima, o Museu do Videogame Itinerante, que não tem sede fixa, passará este ano a visitar cidades de todos os estados do Brasil. Desde 2011, mais de 450 mil pessoas conheceram o acervo que é exposto apenas durante 15 dias do ano, na capital de Mato Grosso do Sul. Em fevereiro deste ano, mais de 160 mil pessoas visitaram a exposição no shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, que contou com apoio da PlayStation Brasil, Intel, Ubisoft, Oi e Kingston.

Devido ao grande número de pedidos, toda a coleção ganhará o país por meio de parcerias e patrocínios de shoppings, instituições e empresas privadas. Já estão previstas exposições em Fortaleza, Belém, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador, entre outras. Esses apoios possibilitarão que as exposições sejam gratuitas para o público em geral.

De acordo com Cleidson Lima, os visitantes encontrarão mais de 200 consoles de todas as gerações nos últimos 42 anos. Entre as relíquias estão o primeiro console fabricado no mundo, o Magnavox Odyssey, de 1972; o Atari Pong (primeiro console doméstico da Atari), de 1976; Fairchild Channel F, de 1976 (primeiro console a usar cartuchos de jogos); o Telejogo Philco Ford, de 1977 (o primeiro videogame fabricado no Brasil); o Nintendo Virtual Boy, de 1995 (primeiro a rodar jogos 3D); o Vectrex, de 1982 (console com jogos vetoriais que já vinha com monitor); o Microvision (primeiro portátil a usar cartucho), de 1979 e o R.O.B (robozinho lançado juntamente com o Nintendo 8 bits, em 1985).


Cleidson Lima

E as raridades não param por aí. Há itens realmente desconhecidos até mesmo para alguns colecionadores, como o Coleco Telstar Arcade, de 1977. Lançado na era pong, o console era triangular e cada um dos seus lados tinha um controle diferente. Seguindo a mesma linha, o Museu do Videogame Itinerante traz o Coleco Telstar Combat, de 1977, que tinha como foco o público que gostava de tanques de guerra. Outro videogame do acervo, o Action Max, de 1987, trazia jogos de tiro em fitas de videocassete. Os curiosos também podem curtir o Bandai Pip Pin Atmark, o único videogame criado pela Apple, em 1995. Todos os itens trazem informações com nome, data de lançamento e detalhes técnicos dos videogames. Alguns consoles antigos trazem também vídeos com comerciais de época e detalhes de como funcionavam.

Museu - vista geral

Um dos diferenciais do Museu do Videogame Itinerante é que, além de conhecer consoles e jogos raros, os visitantes também podem jogar em alguns videogames que fizeram história, tais como o Telejogo Philco-Ford (1977), Atari 2600 (1976), Nintendinho 8 bits (1985), Master System (1986), Mega Drive (1988), Super Nintendo (1990), Nintendo 64 (1996), Game Cube (2001), Sega Dreamcast (1998), Xbox (2001), Playstation 1 (1994), entre outros.

“Temos grandes colecionadores no país que fazem parte de grupos que lutam para preservar a história, como o Canal 3, e o Museu do Videogame Itinerante chega apenas como mais um para auxiliar nessa tarefa. Não temos intenção de ser o maior ou melhor, mas sim mostrar ao público que os jogos eletrônicos precisam ser reconhecidos também como história, cultura e arte. Para as novas gerações de consoles existirem, como PlayStation 4, Xbox One, Wii U, entre outros, houve mais de quatro décadas de evolução”, explica Cleidson Lima.

Para mais informações sobre o Museu do Videogame, basta acessar o endereço www.facebook.com/museudovideogameitinerante ou enviar e-mail para museudovg@gmail.com.



sábado, 9 de agosto de 2014

Novo Ford KA chega trazendo tecnologias de carros grandes e inéditas

O novo KA chegou de vez agora. Foi iniciada a produção e em setembro ele estará disponível para os consumidores. De maneira análoga ao lançamento do Ecosport o novo KA foi sendo revelado aos poucos. Pude estar presente em algumas destas etapas a as registrei compartilhando com meus leitores:

Ford mostra carro conceito que quebra padrões de mercado
Nesta ocasião a Ford exibiu o modelo em escala real do veículo, sua parte externa, características de projeto, design, aerodinâmica. Ainda não havia interior nem motorização, mas o novo KA no formato hatch ganhou forma pela primeira vez. Semanas depois o KA+, versão sedan também foi apresentado de forma análoga



Nova fábrica controlada por WiFi produz motor inédito no Brasil
Foi inaugurada oficialmente a nova fábrica de motores criada em Camaçari para produzir o novo e moderno motor de 3 cilindros 1.0 litro que viria a ocupar o novo KA. Características importantes do projeto do motor foram apresentadas, bem como os processos de produção, validação e testes de qualidade.


figura 01 – verificação de funcionamento dos motores e controle de qualidade

A tecnologia por trás da eficiência energética dos veículos
Você conhece bem o PBEV (programa brasileiro de etiquetagem veicular)? Eu mal conhecia e aprendi muito nesta ocasião tendo ciência de como são feitos os testes de medição de consumo de combustível, emissão de gases, etc. São processos bem engenhosos e interessantes. Na ocasião a Ford apresentou os números oficiais de consumo do novo KA usando esta metodologia e posicionando o novo carro como o mais econômico de sua categoria e até mesmo mais que veículos ainda menores e mais leves.


figura 02 – economia de combustível é essencial para evitar desperdícios


Sistema inédito em carro pode salvar sua vida, mesmo inconsciente
Por fim foi revelado um sistema de segurança inédito no Brasil que realiza uma chamada de emergência para pedir socorro para o SAMU no caso de colisão ou acidente que provoque a deflagração do airbag ou corte do sistema de combustível. De série nas duas versões superiores do KA e opcional na versão de entrada inaugura no Brasil esta tecnologia que será aos poucos incorporada nos outros carros da empresa ao longo dos próximos meses. Destaque deve ser dada à estratégia da Ford de lançar este avançado inédito sistema em seu carro de entrada aqui no Brasil.




Com esta estratégia de revelar aos poucos o futuro carro a Ford amenizou ansiedades, é verdade, mas correu um risco de ao lançar o carro não haver mais o fator surpresa. Mas no meu caso aconteceu algo diferente. Conhecendo os “pedaços” apresentados o nível de expectativa pelo produto final foi aumentando. Raras vezes ao ver um novo carro você tem os olhos tão aguçados para olhar muitos detalhes e ver como tudo isso se integrou no produto final. Ao ser convidado para fazer este test-drive tive isso em mente. Quis conferir cada novidade antecipadamente divulgada e ver como ficou “o todo”, o produto final.

É  isso que vou mostrar a partir de agora. Sempre na minha visão própria de profissional de tecnologia da informação que tem grande paixão por carros, mas antes de tudo com uma visão de consumidor final do produto automóvel, sem grandes tecnicismos e jargões da indústria automobilística.


figura 03 – Novo KA hatch visão frontal


figura 04 – Novo KA hatch lateral traseira

 

figura 05 – Novo KA + sedan visão lateral

As características do novo KA foram bastante exploradas em meus artigos anteriores. Por isso vale um resumo das principais características antes de falar do test-drive propriamente dito. Ele vem de série com ar-condicionado, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas com controle remoto, rádio MyConnection Gen.3 com MyFord Dock, airbag duplo, freios ABS com distribuição eletrônica (EBD) e controle de frenagem em curvas (CBC).
Além disso, oferecem opcionais exclusivos no segmento, como controle eletrônico de estabilidade e tração (AdvanceTrac), assistente de partida em rampas (HLA) e sistema de conectividade SYNC Media System com comando de voz e dois recursos pioneiros no Brasil: a Assistência de Emergência e o sistema AppLink para acesso a aplicativos do celular
  

figura 06 – Novo KA – características principais em destaque

O vídeo abaixo fala mais do KA e introduz o que veio a ser o test-drive.




Conhecendo de verdade o novo KA 1.0 - o test drive

Coube a mim um KA hatch com motorização 1.0 modelo SEL (topo de linha). Não por acaso porque era exatamente o que eu queria testar.

Dividi o carro com Renato Rossi experiente jornalista da mídia automotiva do Rio Grande do Sul, dono de sensibilidade apurada e grande conhecimento técnico. Trocamos muitas informações durante o teste, cada um com sua perspectiva. Foi muito rico.

O trecho definido era de cerca de 100 Km dividido em três etapas. Havia estrada, cidade, rua de paralelepípedo, lombadas (cidade e estrada), buraco, estrada de terra e até local com “crateras” na pista (choveu um bocado por aqui estes dias).


figura 07 – 41 carros a postos para o início do test-drive
 

Feliz proprietário que fui de um KA Image ano 2000, motor Ztec Rocam, na sua época o mais potente 1.0 litro do mercado (com 65 cavalos), eu tinha uma sólida base para comparação. Afinal o velho e bom KA fora meu carro do dia a dia por quatros anos (1999 a 2003). Baseado nisso advém meu primeiro comentário. O novo KA não se parece com um carro 1.0 como aqueles que você leitor já pode ter utilizado. Obviamente ele não tem a ferocidade (e velocidade) de um motor Ecoboost 2.0, mas definitivamente coloca a categoria 1.0 em novo patamar.

Acrescentando mais “cor em minha tela”, nas várias lombadas que tivemos que suplantar eu jamais precisei usar a primeira marcha, mesmo que praticamente parasse o carro nos obstáculos. Isso é para mim muito importante, pois é fator de conforto na condução nas ruas das cidades (não ter que trocar marchas à toa). Fruto de uma boa porção de torque (mas não todo ele) em rotações baixas do motor. Novidade também é o sistema para auxílio de partida em rampas (opcional) que segura o carro por até 3 segundos ajudando na manobra de iniciar a condução em aclives, presente em outros produtos da Ford.

A direção elétrica é de grande precisão e conforto. Meu carro atual tem o mesmo equipamento, mas trata-se de um carro um ou dois segmentos acima do novo KA (Honda Fit). O que percebi foi o equilíbrio entre maciez, leveza e precisão. Direção “manteiga” deixa o carro inseguro em velocidades altas. A calibragem desta direção está no ponto certo. Precisa e leve ao mesmo tempo.

O interior do novo KA é refinado. Tem o painel bastante integrado ao design de toda a parte interna e tem boa ergonomia. Os materiais são bem cuidados. É bonito o plástico fresado usado nas laterais e na parte superior da console, mas um tanto simples. Entendo que processos de produção dever ser otimizados e isso leve a algumas simplificações. Por outro lado desde a versão básica o novo KA tem recurso de comunicação com Blutooth para sincronização com smartphone (não é opcional). Já o sistema SYNC pode estar presente (opcional) e como outros carros da Ford há uma multiplicidade de funções, incluindo comando por voz.

Há porta objetos em muitas localidades e de muitas utilidades. Por exemplo logo abaixo dos comandos do ar condicionado há uma bandeja plástica para colocar carteira, telefone, etc. feita de um plástico emborrachado que impede que o que for guardado ali escorregue. No console central há diversos nichos para garrafas, latas ou copos. Isso só para falar de alguns, são mais de 20 porta objetos espalhados pelo interior.


figura 08 – interior do novo KA – hatch

Nos carros sem o sistema SYNC há no painel um porta objetos especial chamado de MyFordDock. Este serve para segurar um smartphone ou navegador GPS de maneira prática e segura, sem improvisos, sem grudar suportes no vidro. E ainda tem entrada USB para energizar o dispositivo.


figura 09 – 41 interior do novo KA – destaque para vários porta objetos

O motor de 3 cilindros é a grande novidade. Sua força aparece com mais vigor perto das 2700 a 3000 rotações. Nesta faixa algo acontece que parece que o motor ganha fôlego extra e passa a desenvolver mais plenamente sua potência. A propósito, e não por acaso que ao acionar no ótimo computador de bordo o modo ECO (economia) por volta desta rotação faz surgir um aviso no painel indicando ser o momento mais apropriado para a troca de marcha, visando a condução mais econômica possível.


figura 10 – novo motor 1.0 litro de 3 cilindros – 85 cavalos
 
Realmente gostei muito do computador de bordo. Mas não gostei dele não ser oferecido desde a versão mais simples. Para mim todos os carros deveriam ter este precioso recurso de apoio. Como o modelo testado foi o SEL, havia este valioso recurso. É bem pensado, bem resolvido e prático. No meu carro atual o botão para alternar as páginas do computador fica no meio do painel enquanto no novo KA está no local mais intuitivo e prático que é na lateral da alavanca junto à direção. Os totalizadores (Km/l médio, Km/l instantâneo, autonomia, velocidade médias e distância percorrida) podem ser zerados todos de uma só vez ou item a item (não tinha visto isso antes).

Durante o trecho que eu dirigi o novo KA, estrada mais cidade ele obteve o consumo médio de 11,4 Km/l usando etanol, um índice muito interessante e que condiz com os números previamente divulgados pela Ford. O modo ECO também é ativado em uma das páginas do computador de bordo auxiliando o motorista realizar sua condução da forma mais econômica possível.

Ainda me coube um novo trecho, parte da estrada de acesso ao hotel, uma estrada de terra de cerca de 10 Km (que pode ser vista na foto abaixo). Sempre dirijo com grande cautela, ainda mais quando o carro não é meu. Como este trecho da estrada estava praticamente deserta tive a ideia de testar o ABS do carro. ABS são todos iguais, certo? Não tenho certeza disso. E por se tratar de um carro de entrada, tinha que comprovar sua eficiência. Em trecho reto, com boa visibilidade, mas cujo solo era composto de terra ou areia, andando a cerca de 45 Km/h eu pressionei de uma só vez o pedal do freio, simulando uma freada de emergência, como se um garotinho de 9 anos de idade tivesse cruzado a estrada atrás de uma bola (cena essa aliás extremamente comum). Apesar do solo ser heterogêneo pude ouvir um barulho parecido com “bombadas” (atuação nas rodas controlando a frenagem) e o KA parou em linha reta sem se desviar um único centímetro da trajetória. ABS foi mais do que aprovado. Repeti o processo mais um ou duas vezes, com o mesmo resultado. O carro pode ser de entrada, mas o ABS é eficiente com todos devem ser. Precisava conferir.
  

figura 11 – Junto na novo KA na estrada de terra

Na sequência, a poucos quilômetros do hotel eu me lembrei que a versão SEL do novo KA tem controle de estabilidade. Jamais poderia testar este recurso, mas em uma estrada de terra, escorregadia e em velocidade relativamente baixa... por que não? Sem abusar da velocidade eu provoquei o volante na entrada da curva e acelerei. Não sei explicar o que senti, mas percebi que a frente do carro direcionou-se para a trajetória da curva de uma maneira que “não fui eu que fiz isso”. Foi algo bem sutil, talvez não perceptível para outras pessoas. Mas eu senti. Por mais uma vez repeti a manobra na curva seguinte.

Ainda em velocidade baixa eu provoquei o carro com um pouco mais de volúpia. Areia não perdoa e o carro perdeu a traseira. Por conta de velocidade tudo pareceu ter acontecido em câmera lenta, mas de fato a traseira do KA quis me ultrapassar por um instante. Eu aprendi a dirigir nestas condições (veja no texto Força emoção e tecnologia – test-drive do Troller T4) e por isso rapidamente eu contra estercei e o carro obedeceu de forma absoluta meu comando e a “perda de controle” durou menos que um segundo. Também tive a mesma sensação da primeira manobra. Eu atuei na direção visando corrigir a trajetória, mas o KA fez sua parte e também colaborou para ajudar a colocar o carro na rumo de forma mais precisa e rápida. ADOREI. Não repeti mais. Eu pudera testar o controle de estabilidade de forma segura e comprovar que é mais uma importante ferramenta de apoio à segurança que está presente nesta versão do novo KA.

Uma importante observação. Uma tecnologia como o ABS, que hoje é obrigatório e até prosaica, foi criada para ser usada com aviões na década de 50, mas totalmente hidráulica e mecânica. Somente com a o desenvolvimento da microeletrônica e sistemas informatizados, atuadores mecânicos e sensores que foi possível termos com baixo custo e baixo peso as soluções atuais. O mesmo pode ser dito do controle de estabilidade também presente no novo KA. Ambos são sistemas que se baseiam em sensores nas rodas e que no caso do ABS não permite que haja travamento por meio de alívio e pressão controlados no sistema de freio. Se não trava o carro não derrapa, não sai da trajetória e para mais rápido. Se prestar atenção dá até para ouvir o sistema funcionando!
O controle de estabilidade é essencialmente a mesma coisa. Porém a “inteligência” é bem mais complexa porque os dados dos sensores são interpretados e ao indicarem perda de controle do carro mecanismos atuam nas rodas de forma a levar o veículo de novo para a trajetória correta. Acho isso sensacional. E pude perceber o efeito. É um grande auxílio. Claro que se o motorista conduzir o carro muito acima do limite o sistema não faz milagre, mas a situação mais comum que é a eminência da perda do controle ele resolve muito bem, como eu comprovei.

Conclusão

O novo KA veio ocupar um espaço novo no mercado. É um carro de entrada “premium”. Tem tecnologias sofisticadas e até inovadoras (como o “Assistência de Emergência”). Seu motor 3 cilindros de destacada eficiência, tanto em desempenho como consumo o coloca em um patamar de dirigibilidade acima, criando um novo degrau, um novo paradigma. Verdade seja dita, os concorrentes VW UP e Hyundai HB 20 que também têm motores de 3 cilindros 1.0 litro também são muito avançados e trazem boa experiência ao dirigir. Mas a Ford se colocou a frente com a solução mais econômica e mais potente. Claro que este motor não vai levar o novo KA ser o campeão em provas de arrancada no autódromo de Interlagos, mas define um modelo a ser perseguido pelos outros concorrentes. Ainda é necessário reduzir 4ª ou 3ª marcha em subidas mais íngremes na estrada... Mas só dirigindo mesmo que se percebe o salto de qualidade desta motorização

A interior é requintado. Lembrou-me um tanto Focus ou mesmo o New Fiesta que testei no passado. Atualmente todos os fabricantes têm se preocupado com a boa qualidade e aparência do interior dos seus carros de menor faixa de preço. Os 21 porta objetos e nichos existentes é outro ponto de destaque. Eu apenas não me entusiasmei muito com o material usado nas partes contínuas do interior, um plástico fresado, mas gosto é subjetivo. A minha preferência teria sido por algo mais emborrachado e mais macio. O espaço interno, injustiçadamente não destacado por mim no corpo deste texto é fator de grande destaque. Com alguém com minha própria estatura (pouco menos de 1.80m) sentado ao volante, cabeça ainda bem longe do teto, o espaço para os passageiros do banco de trás é bastante generoso e até surpreendente.

 
figura 12 – Junto na novo KA na estrada de terra

A Ford deve ter boa aceitação do novo KA por ser de fato um produto evoluído, avançado e situado em uma faixa de preço competitiva ainda mais se comparado com seus concorrentes próximos. O desafio para a Ford é dosar os atributos do KA, opcionais oferecidos (por exemplo - não terá neste momento câmbio automatizado), calibrar preços, evitar que ele invada em algum momento o espaço do New Fiesta e ainda assim ser competitivo. Tanto KA como KA+ (Sedan) terão motorização 1.0 (novo 3 cilindros) , também 1.5 (motor do atual Fiesta) e ainda assim são três modelos para cada um: SE, SE Plus e SEL. São ao todo 12 opções cujos preços estão resumidos abaixo.

FordKA13
figura 13 – Hatch e Sedan, 3 modelos e 2 motores – preços de cada um (clique para ampliar)


 
figura 14 – Test-drive do novo KA em progresso

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Minha primeira impressão 3D - desmistificando

Já se fala em impressão 3D há alguns anos. Acompanho as novidades e notícias com grande curiosidade. Afinal de uma forma ou de outra, apesar de ter abraçado minha carreira em informática desde a época da faculdade, minha formação primordial é na engenharia. Meus genes de engenheiro ficam estimulados com este assunto.

A Autodesk realizou um workshop com jornalistas de tecnologia para mostrar mais de perto esta tecnologia. Conhecida há mais de 30 anos pelo seu grande carro chefe, o AUTOCAD, a empresa se desenvolveu em muitas outras áreas e especializações. Contei essa história no texto “Autodesk Apps, da engenharia até os usuários finais”. Nesta oportunidade tivemos contato com o processo de elaboração da construção de uma impressão 3D.

As primeiras impressões que tinha sobre o assunto era que a impressão se 3D tratava de um processo automatizado de desgaste de um bloco de material, feito com grande precisão e automação. Grande engano. O processo se fundamenta na deposição gradual de uma resina líquida que vai camada a camada sendo depositada e catalisada (endurecida) pela exposição a uma luz específica (uma das técnicas possíveis). Isso pode ser informação irrelevante, mas é exatamente ao contrário!! Dessa forma, camada a camada, passo a passo, peças muito complexas, como por exemplo, elementos vazados, com partes móveis, orifícios internos... o céu é o limite.

Tive acesso a peças como uma corrente de bicicleta, um chuveiro, as tradicionais estátuas, modelos odontológicos... Mas acompanhei passo a passo a “impressão” (construção na verdade) de uma chave inglesa, funcional com todas as partes móveis. E ainda iria eu mesmo preparar e construir o meu próprio modelo 3D, elaborado e impresso por mim mesmo.


Figura 1 – impressora manufaturando uma chave inglesa funcional

Mas existe uma etapa que precede a impressão 3D totalmente essencial. Trata-se da etapa de modelagem 3D da peça a ser impressa. Este modelo gera a informação necessária para que a impressora 3D possa saber onde depositar cada micrograma de material para que passo a passo seja construído o produto final, por mais simples ou mais complexo que ele seja. Usando os softwares da Autodesk a peça a ser construída é elaborada de forma visual e totalmente precisa (em termos de engenharia).

Outra forma é usar um sistema de digitalização ou escaneamento (sistema de feixe de laser ou luz) que captura a imagem e detalhes da superfície do modelo e que podem ser retrabalhados nos softwares da Autodesk para sofisticar e aperfeiçoar o modelo ou feita a impressão direta do elemento capturado. Um uso muito importante é repor peças que não há mais venda e fabricação (por exemplo a base ou elemento de uma máquina). Uma vez que não existe o projeto técnico, a digitalização (com ou sem o aprimoramento da peça em um dos softwares da Autodesk).

 

Figura 2 – exemplo de digitalização 3D dessa escultura – exemplo extremo


Na elaboração ou na impressão os “suprimentos” (os diferentes tipos de plástico) podem ser combinados na manufatura. Isso permite que novos materiais com cor, textura e características (resistência, abrasão, sensação tátil) sejam compostos na peça sendo produzida. Mais versatilidade

A apresentação foi dividida com a empresa Stratasys, empresa que oferece produtos e serviços para rapidamente permitir que as ideias das pessoas e empresas possam se transformar em realidade em muitas indústrias como aeroespacial, médica, odontológica, militar, arquitetura, automotiva, etc. E hoje em dia há equipamentos de diversos tamanhos para os fins mais diversos feitos pela Stratasys. Desde máquinas pequenas que imprimem anéis, até máquinas bem grandes que fazem desde uma carcaça de TV até uma bicicleta (imagine o tamanho do equipamento). No outro extremo, além de impressoras para uso industrial sofisticadas a Stratasys tem modelos para uso doméstico capaz de produzir modelos mais simples dentro de casa.

São usados materiais especiais com diversas características como termoplásticos, fotopolímeros, em cor neutra e mesmo em várias cores. O uso principal da tecnologia vinha sendo elaboração de protótipos funcionais para novos produtos e projetos. Isso ainda é verdade, mas por conta da evolução dos materiais que estão disponíveis a aplicação cresceu para fabricação de elementos que não tenham obrigatoriamente fabricação em escala, modelos únicos, etc. A mesma modelagem feita para testar o produto em forma de protótipo pode ser também o ponto de partida para a elaboração do produto em futura escala industrial e usando outros processos produtivos. Isso acelera incrivelmente o ciclo de desenho, teste e início de produção.

A singela foto abaixo ilustra um ponto importante. Trata-se de um cubo montado com arestas com bordas de engrenagem em formato irregular. Estas bordas de movimentam e abrem ou fecham o cubo. Isso foi impresso em uma impressora 3D, sem partes móveis externas, eixos metálicos, nada disso. Sai pronta da impressora. Isso ilustra que não só uma impressora 3D pode fazer modelos de forma rápida, mas permite que os designers se libertem de algumas limitações técnicas que inviabilizariam a fabricação de algumas peças concebidas. A peça da figura abaixo sai “pronta” e montada da impressora.

 

Figura 3 – peça impressa já sai pronta e montada – mais liberdade para o projetista

Durante a apresentação tivemos a oportunidade de usar uma ferramenta online e gratuita (basta fazer um cadastro) que faz parte da família de produtos da Autodesk chamada TINKERCAD (http://www.tinkercad.com ). Com este software desenvolvemos um modelo 3D simples de uma casa. O software é bastante intuitivo e simples. Com algumas poucas dicas fomos capazes de criar o modelo proposto. O software permite que o produto final gere um arquivo para ser usado em uma impressora 3D bem como pode ser encomendada online a produção e impressão da peça (serviço disponível no mercado americano).

No final fizemos o download do arquivo STL (formato adequado) e uma vez gravado no pendrive foi enviado para a impressão 3D. Simples assim.
 

Figura 4 – utilizando o TinkedCAD para preparar o modelo 3D para ser impresso
 

Claro que o Tinkedcad é um software que visa utilização pelos usuários finais e é bastante simples!! Mas dá uma boa ideia do que pode ser feito em produtos mais sofisticados e especializados da Autodesk. Esta experiência me permitiu visualizar o procedimento necessário, do começo ao fim para o uso da tecnologia.

Confesso que teve um efeito totalmente desmistificante (se é que existe esta palavra). O que parecia ser algo muito complexo, indicado para cientistas ou pessoas muito iniciadas. Mas não é nada disso. Um usuário doméstico, bem como o engenheiro, o projetista, artista... quem quer que seja pode usar a mesma tecnologia adaptada ao grau de complexidade de sua necessidade usando o software certo para cada caso!! Missão cumprida!!

Neste link pode ser visto o vídeo que mostra a impressora 3D em ação produzindo a chave inglesa que falei no começo do texto.

sábado, 26 de julho de 2014

Sistema inédito em carro pode salvar sua vida, mesmo inconsciente

Quebrando um velho paradigma a Ford traz para o Brasil uma importante inovação tecnológica ligada à segurança. Geralmente a indústria traz seus recursos mais avançados para as versões mais sofisticadas de seus produtos. Sejam eles eletroeletrônicos, automóveis, etc. O novo KA+, que é o veículo de entrada da Ford, a ser lançado no começo de agosto próximo (2014) será o agente da ruptura dessa prática de mercado.

Trata-se de um sistema de emergência que em caso de colisão do veículo uma chamada telefônica é feita para o serviço 192 (SAMU) e dispara o processo de auxílio para o motorista e seus ocupantes. Baseia-se na premissa da imensa disseminação dos smartphones, ainda mais entre os condutores de veículos. O novo KA+ tem como item de série conectividade Blutooth (sistema SYNC - parceria com a Microsoft) em todas suas 3 versões. O referido sistema de segurança é opcional no modelo mais simples, mas de série nos outros dois.
   

Sabendo que 75% dos usuários que usam smartphone acreditam ser importante poder conectar seu aparelho ao automóvel, seja para ouvir suas músicas ou falar ao telefone pelo sistema de som do carro o novo sistema de segurança da Ford entra em ação. Sensores estrategicamente desenvolvidos e instalados detectam se na colisão os air-bags foram deflagrados (colisões predominantemente na parte dianteira do carro) ou se o sistema de corte de combustível foi acionado (colisões que não sejam exclusivamente na parte dianteira).

Tendo o usuário emparelhado seu smartphone com o KA+, na situação de colisão descrita acima o sistema avisa que efetuará a ligação de emergência. Caso o condutor ou seus ocupantes não julgarem necessário o processo pode ser interrompido facilmente. Se não for interrompido o KA+ obtém de um sistema de GPS (mais preciso e independente do smartphone) as coordenadas exatas, liga para o 192 (SAMU) e uma gravação informa ao atendente:

 Um veículo Ford esteve envolvido em um acidente, seus ocupantes precisam de socorro. O veículo se encontra nas coordenadas X de latitude e Y de longitude.” (a mensagem é repetida ).


Em seguida o canal de voz da ligação permanece aberto para que os ocupantes ainda possam interagir com o socorrista por meio do viva voz do veículo, passar mais informações, etc.

Uma demonstração deste procedimento pode ser visto neste vídeo fornecido pela Ford.



Alguns modelos da Ford já têm este sistema no exterior e que agora chega no Brasil pelo novato KA+. Aliás, que só tem o nome do KA antigo, pois trata-se de um veículo totalmente novo. Segundo a Ford este novo sistema de segurança chegará no Brasil também para os outros modelos vendidos aqui no país seguindo um cronograma de lançamentos a ser divulgado pela Ford.

Não há como o condutor do KA+ ou algum de seus ocupantes disparar uma falsa ligação uma vez que o sistema é automatizado, acionado apenas pela colisão ou acidente. A chamada é realizada mesmo se o ocupante estiver inconsciente. Não existe taxa por este serviço que está disponível ao longo de toda a vida útil do carro. E em nada prejudica o funcionamento do sistema Sync ou do uso do celular.

Muitos testes e simulações já foram realizados com a presença do SAMU, bem como treinamento dos operadores quer presenciais ou online.

Existe um importante e interessante depoimento de um usuário que teve sua vida salva por este sistema que pode ser acompanhado neste vídeo.




Minha avaliação do sistema

Como todo sistema ele não tem como obter taxa de sucesso de 100%. O próprio air-bag, que costuma salvar inúmeras vidas, mas se por um acaso o ângulo da colisão ou sua intensidade estiverem fora de algumas especificações ele pode não abrir ou abrir de uma forma que não proteja completamente seu ocupante. Mas mesmo assim o air-bag é um recurso tão valioso para mitigar lesões e mesmo mortes que no mundo todo é largamente usado e hoje em dia obrigatório no Brasil e em muitos países.

O Ford Assistência de Emergência pode ser analisado da mesma forma que o sistema de air-bag. Se o smartphone não estiver ligado ou pareado com o veículo, ou se não existir sinal de operadora alguma naquele local, claro que não acontecerá a chamada de socorro automática.

Lembro que para realizar chamadas de emergência como 192 (SAMU) nem precisa existir sinal da operadora contratada pelo motorista (VIVO, TIM, CLARO, OI, etc.) porque chamadas de emergência são feitas por qualquer operadora por qualquer aparelho.

Eu vejo este sistema como uma forma de aumentar bastante a chance de conseguir obter socorro em uma situação de real emergência e por conseguinte, salvar a vida de muitas pessoas. É muito comum o telefone do motorista ficar no console do carro ou preso em um suporte fixado no vidro. No caso de uma colisão ou capotamento o telefone pode ir parar sabe-se lá onde. Até o motorista achá-lo e pedir ajuda por si mesmo (isso se ele estiver consciente)... Nas duas versões superiores do carro o recurso já está incluído e não tem custo recorrente (mensalidade).

Assim penso que toda inovação que de alguma forma visa proteger a integridade dos ocupantes do veículo é extremamente bem vinda. E por mais surpreendente que seja, chegando ao Brasil por meio do veículo mais simples da Ford, o novo KA+. Simples não quer dizer despojado, nem sem avanços tecnológicos. Espero que a Ford estenda rapidamente esta novidade para toda a sua linha, bem como, quem sabe, pode estimular fabricantes concorrentes a desenvolver soluções parecidas.