terça-feira, 30 de setembro de 2014

Vídeo - Existirá um carro elétrico ou híbrido em seu caminho?


No programa sobre Tecnologia Automotiva que foi ao ar pelo site http://www.vidamoderna.com.br conversamos eu e Guido sobre as características e possibilidades do uso de carros elétricos e híbridos em futuro próximo. Demos boas risadas ao falar sobre o barulhos dos carros de Formula-E, nova categoria de competições sobre carros elétricos, mencionamos os veículos lunares, o fantástico Tesla esportivo incrivelmente rápido e conectado bem como citamos muitos modelos já existentes no mercado brasileiro e internacional com destaque para o Ford FUSION híbrido que tive oportunidade de testar por mim mesmo. O vídeo deste interessante e divertido programa está abaixo. Logo em seguida está um resumo da introdução feita no vídeo comentando sobre a origem do carro elétrico.

Clique aqui para ver o vídeo, parte 1 e parte 2.



  

Parte 1 


Parte 2





No final do século XIX dois gênios da ciência travaram uma batalha que ficou conhecida como a batalha das correntes elétricas. Falo de Thomas Edson (o da lâmpada e tantas outras invenções) e Nicola Tesla um fulano extremamente brilhante. Resumidamente Tesla foi quem inventou o motor elétrico e seu “inverso” o gerador de eletricidade. Tesla era tão excêntrico que em determinado momento rasgou o documento que lhe dava royalties sobre cada motor elétrico produzido no mundo quando percebeu que isso no momento estava atrapalhando sua disseminação. Ele e suas 15 próximas gerações seriam bilionários... Mas isso é outra história que um dia podemos contar em detalhes.

Nesta mesma época o magnata do petróleo John Rockfeller ao perceber que a eletricidade iria atrapalhar seu principal negócio, ele faturava alto com querosene de iluminação que era usado em lampiões nas casas e nos postes das ruas ficou furioso e armou uma reação. Edson e Tesla brigavam para ver quem iria prover a eletricidade, em corrente alternada ou corrente contínua e Rockfeller ordenou que seus pesquisadores achassem uma nova forma de uso do petróleo, de forma abundante e que gerasse forte dependência como fora o querosene.

Ao mesmo tempo Tesla trabalhava na criação de um gerador de energia magnética induzida que era capaz de transmitir eletricidade sem fio! Algo revolucionário até nos dias de hoje. Tesla imaginava ruas com postes com seu indutor alimentando os motores elétricos, inclusive de carros, sem precisar de baterias. Mas de repente toda pesquisa parou porque seu financiador o perguntou “como podemos cobrar por esta energia que trafega pelo ar?”. Tesla disse que não tinha pensado nisso, apenas no uso seus princípios científicos. Parou tudo na hora e o mundo perdeu essa incrível oportunidade. Ainda hoje pode ser visitada o que sobrou da usina por indução eletromagnética de Tesla em Long Island a 100 Km de Manhatan em Nova Iorque.

No processo de refino do petróleo sobrava um líquido de cor amarelo avermelhado, que não prestava para iluminação por queimar rápido demais e toneladas disso eram jogadas fora. Já se conhecia na época o princípio do motor a explosão, mas não havia um carburante que fosse viável técnica e economicamente. Mas Rockfeller descobriu que aquele líquido desperdiçado, que hoje nós conhecemos como GASOLINA era a solução perfeita para o problema.
Chegaram a existir carros elétricos nessa época, mas eles tinham um problema que de certa forma foi seu calcanhar de Aquiles até hoje, a autonomia. Se hoje bateria elétrica ainda é problema para nossos smartphones, tablets ou notebooks imagine na época!!

Mas naquela época isso não era tão crítico porque as estradas eram poucas e precárias, viagens eram feitas em carruagens ou cavalo e nem eram tão longas. Mas quando os parceiros de Rockfeller que desenvolviam o carro a gasolina, dentre os quais anos mais tarde o próprio Henry Ford, perceberam que bastava ter um tanque com muitos litros daquele líquido para que a autonomia fosse sensivelmente ampliada...
Até 1915 ainda havia carros elétricos, mas com o estrondoso sucesso do Ford T, tanto mecânico como pelo seu custo o elétrico perdeu seu espaço.  Podemos avançar a história até os dias atuais e começarmos nossa conversa.


Com estão hoje os carros híbridos e elétricos? Assista : parte 1 e parte 2.

Ford Fusion Híbrido




sábado, 27 de setembro de 2014

HORROR!! A desertificação da Berrini!! Que Malddad!!!

Eu moro neste bairro desde 1979. Apenas por 5 anos não morei aqui nestes últimos 35 anos. Por isso posso dizer a DOR que sinto em ver isso que compartilho hoje por meio deste texto.  A Avenida Engenheiro Luis Carlos Berrini está sendo desertificada e assassinada!!! Eu explico.

É uma avenida que tinha 4 pistas para tráfego de carros. Está sendo reformada para implantação de justos corredores de ônibus. Mas das 4 pistas originais sobrarão DUAS para portadores de veículos automotores, ou seja, nossos carros. As outras duas pistas viraram o já mencionado corredor de ônibus e uma ciclovia permanente (não essas faixas vermelhas ridículas que estão sendo pintadas no chão da cidade).

Mas a que preço? Vejam as fotos abaixo. O que era e o que está se transformando. TODAS AS ÁRVORES do canteiro central estão sendo removidas (e destruídas)!!!! Fotografei a parte da avenida que mesmo em obras ainda tem as árvores e a parte “semi pronta” na qual as “incômodas” árvores foram ceifadas!!
 
Sinto muito pela falta de foco – mas dá para ver como ainda é a avenida com árvores

Agora está ficando tudo assim, como a foto abaixo!! No final dessa semana, de um dia para outro ceifaram todas as árvores do trecho que está ficando pronto! POR QUE?? Qual justificativa!??

Todas as árvores retiradas do canteiro central

Um horror!! Uma verdadeira malddad! Expressão essa que é uma alusão direta ao Sr. Prefeito Fernando Haddad que na sua maníaca intenção de chegar aos 400 Km de ciclovias implantadas, não mede consequências para pintar o chão de vermelho ou derrubar árvores de 15, 20 ou 30 anos que fazem sombra, trazem oxigênio e principalmente trazem paz de espírito aos transeuntes dessa via. Nada pior que olhar concreto sobre concreto!! As árvores, símbolo de vida, enfeitam e mudam a paisagem urbana tão massacrantemente idiotizada e geradora de stress por essa visão de asfalto e concreto!!

Absurdo semelhante foi feito na avenida Cidade Jardim no trecho entre a Marginal Pinheiros e Avenida Faria Lima. Por conta da construção do túnel ali hoje existente foram removidas todas as árvores do canteiro central e a Cidade JARDIM virou Cidade CONCRETO. Desfigurou a essência da avenida, motivo de seu próprio nome, mesmo onde não precisava retirar as frondosas companheiras por conta da obra do túnel.

Na Berrini parece que idiotização está sendo a mesma. O tecnocrata incompetente, a mando do alcaide da cidade ou próprio Fernando Haddad Malddad desconsidera completamente o aspecto visual, paisagístico e todos os benefícios tangíveis e intangíveis que a presença destas árvores no canteiro central é capaz de proporcionar.

Afinal como você prefere?? Assim??


Ou assim (foto abaixo)?? Este deserto tosco de asfalto e concreto, tão sensível quanto a capacidade do prefeito em passar por cima de tudo e todos apenas para fazer cumprir estatísticas que nem ele mesmo sabia como fazer e resolveu destruir as avenidas apenas para gerar números a seu favor? A seu favor??



Tristeza, horror, decepção e inconformismo por tamanha falta de respeito e insensibilidade!! 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Desvendando as siglas automotivas - vídeos partes 1 e 2 - Sopa de letrinhas

Seguem abaixo os links para os vídeos dos programas sobre "a sopa de letrinhas" que tenta desvendar as siglas de tecnologias que existem no mercado automotivo. Os programas foram transmitidos ao vivo pelo site http://www.vidamoderna.com.br . Segue também um rápido glossário dos termos discutidos no programa, nas partes 1 e 2 devidamente atualizado. Foram conversas muito interessantes, descontraídas e produtivas. Espero que gostem!!

Parte 1 (resolução HD disponível)


Parte 2 (resolução HD disponível)



GLOSSÁRIO


ABS 
ANTILOCK BRAKING SYSTEM: é o sistema antitravamento de freios obrigatório no Brasil desde janeiro deste ano. Evita, na frenagem brusca, que as rodas se travem, o carro escorregue e o motorista perca o controle.

ACC 
ADAPTIVE CRUISE CONTROL: é o "piloto automático" ou controle de cruzeiro adaptativo. Sistema difundido em carros premium, controla automaticamente velocidade e distância para outros veículos de acordo com a definição do motorista, que não precisa acelerar ou frear, apenas usar o volante.

ACS
ACTIVE CITY STOP: evita o risco de colisão traseira em velocidades de até 50 km/h. O sistema conta com sensores sofisticados de luz e proximidade, que escaneiam a pista à frente 50 vezes por segundo. Assim, ajudam a reduzir a severidade de colisões traseiras e, em alguns casos, podem evitar totalmente um acidente.

APS
ACOUSTIC PARKING SYSTEM: é o famoso "sensor de estacionamento", que usa sistema de ultrassom, além de bipes e alarmes para auxiliar o motorista na marcha à ré em manobras e balizas.

iPAS (APGS)
PARK ASSIST SYSTEM ou Advanced Park Guidance System: 2003/2004 (Toyota Prius)
Carro estaciona sozinho. Ford Focus estacionando no topo de um prédio. Sonar e câmeras.

ASR
ANTI SLIP REGULATOR: identifica o sistema que impede que as rodas da tração escorreguem (derrapem), auxiliando o condutor em acelerações ou em casos de emergência. É uma forma de controle de tração.

AWD, 4WD, FWD e RWD
ALL WHEEL DRIVE; FOUR WHEEL DRIVE; FRONT WHEEL DRIVE; REAR WHEEL DRIVE: expressões usadas pelas montadoras para identificar o eixo de tração do automóvel. AWD e 4WD significam que o veículo tem tração nas quatro rodas; FWD é para carros com tração dianteira; RWD, para modelos com tração traseira.

BA, BAS, EBA ou AFU
(EMERGENCY) BRAKE ASSIST (SYSTEM); ASSISTANCE AU FREINAGE D'URGENCE: também ligado ao ABS, aumenta a pressão sobre os freios em frenagens de emergência e pode até brecar o veículo automaticamente e com mais intensidade. É acionado, por exemplo, quando o sistema percebe que o tempo de reação do motorista em relação aos pedais de acelerador e freio saiu do padrão.

CVT
CONTINUOUSLY VARIABLE TRANSMISSION: representa o conjunto de transmissão capaz de simular uma quantidade infinita de relações de marcha, uma vez que funciona com sistema de duas polias de tamanhos diferentes interligadas por uma correia metálica em vez de engrenagens de tamanho fixo.

EAS, ESC e ESP
ELECTRONIC ACTUATION SYSTEM; ELECTRONIC STABILITY CONTROL; ELECTRONIC STABILITY PROGRAM: siglas diferentes, mesmo sistema eletrônico, que se vale do controle de travamento dos freios (ABS) para manter a mesma carga de tração e sentido em todas as rodas, de modo a deixar o carro estável.

EBD
ELECTRONIC BRAKEFORCE DISTRIBUITION: sistema diretamente ligado aos freios com ABS, varia automaticamente a quantidade de força aplicada a cada um dos freios (geralmente com mais carga para as rodas com maior tração) para ampliar o poder de frenagem.

HLA
HILL LAUNCH ASSIST : assistente de partida em rampa. O motorista deve parar completamente o veículo e manter o pedal do freio pressionado. Se o sensor do HLA detectar que o carro está em uma rampa, o sistema será ativado automaticamente. Quando o pé sair do pedal do freio, o veículo permanecerá na rampa por um tempo entre dois e três segundos, que pode ser estendido caso esteja em processo de partida. Toda vez que o motorista for arrancar com o carro em uma inclinação superior a quatro graus, o HLA é acionado, e, por cerca de três segundos, evita que o veículo desça. Esse tempo é suficiente para que o pedal do freio seja liberado e o pé passe para o acelerador. Os freios são liberados automaticamente após o motor desenvolver a ação necessária para evitar a descida.
A saída acontece normalmente, pois os freios são liberados de forma automática. O HLA atua com o veículo voltado para baixo, caso a marcha ré esteja engatada, ou para cima, caso o câmbio tenha selecionado uma marcha à frente. Se o motor é acelerado em excesso, o sistema é desativado.

HUD
HEAD-UP DISPLAY: Instrumento desenvolvido inicialmente para utilização em aviões de combate, ainda nos anos 1960, o HUD projeta informações do painel de instrumentos no para-brisa (ou em uma tela à frente deste), para que o condutor não tenha de desviar os olhos da área principal da pista. No Brasil, existe em carros como o Chevrolet Camaro, Peugeot 3008, modelos da Audi e BMW, por exemplo.

LKS
LINE KEEPING SYSTEM: tem a função de não permitir que o motorista saia de sua faixa na estrada, mostrando por exemplo sinais de sonolência. Uma câmera digital é montada no parabrisa, e detecta se o carro está saindo de sua faixa sem acionar a seta. Quando isso acontece, um aviso aparece no painel e o volante vibra simulando que o carro está passando em cima de “olhos de gato”. Se o motorista não reagir a tempo, o carro faz com que o volante vire no sentido contrário, levando o carro de volta a sua posição correta. O motorista pode bloquear este sistema a qualquer momento, através de movimentos na direção, aceleração ou frenagem.

PAS ou SAS
POWER ASSISTED STEERING; STEERING ASSIST SYSTEM: sigla que algumas fabricantes utilizam para identificar o sistema de assistência à direção, com atuadores de ação hidráulica e/ou elétrica, que adicionam energia ao mecanismo de direção para que o motorista faça menos esforço para girar o volante.

TCS
TRACTION CONTROL SYSTEM: sigla utilizada para identificar o controle de tração do automóvel, que serve para corrigir possíveis "patinadas" dos pneus -- na prática, sensores acionam o freio apenas da roda que perdeu aderência.

TPM
TIRE PRESSURE MONITORING: parece outra coisa, mas no cenário automotivo é o monitoramento da pressão dos pneus, desenvolvido como medida de segurança e já utilizado por automóveis de luxo.

TWI

Tread Wear Indicator:  o indicador de desgaste da banda de rodagem, um dos limites para o uso dos pneus de moto. um filete de borracha disposto transversalmente aos sulcos em alguns pontos da banda de rodagem. Quando a altura dos gomos atingir o TWI está na hora de trocar o pneu.








segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Smart TV Philips série 6500 47 polegadas - leve, brilhante e econômica

TV não é algo que eu texto habitualmente. Porém por conta da convergência tecnológica as TVs se transformaram em SmartTVs e por isso incorporaram tanta tecnologia que as fez se transformarem em computadores especializados para entretenimento.  Sendo assim recebi em minha casa por 4 ou 5 semanas a SmartTV Philips da série 6500 de 47 polegadas modelo 47PFG6519/78 e pude desfrutar deste modelo, suas funcionalidades e seus recursos.


figura 01 – SmartTV série 6500 47 polegadas (clique para ampliar)


Visão Geral

De imediato a primeira imensa diferença é o peso desta TV. A TV que possuo é fabricada por um dos grandes fabricantes coreanos, tem 42 polegadas, mas é fabricada há 3 anos e meio ou 4 anos pelo menos. Apesar de maior a Philips é muito mais leve e mais fácil de ser carregada. Precisei de ajuda para guardar e minha própria TV enquanto a Philips de 47 polegadas foi facilmente manipulada e instalada por mim. Apenas 8 parafusos (4 da base e 4 do suporte) são necessários para montar a TV.

A TV é toda branca, bordas bem finas e tem uma base de alumínio de visual simples que torna todo o conjunto elegante. A borda fina faz tanta diferença que o local no qual ficava a minha TV de 42 polegadas recebeu a Philips de 47 com pequena diferença nas laterais, tal a importância que faz este design que privilegia a tela com bordas quase inexistentes.


figura 02 – SmartTV série 6500 47 polegadas (clique para ampliar)

A instalação foi muito simples porque me bastou conectar 3 cabos HDMI (fora o fio de energia, é claro) e tudo de que precisava estava pronto para funcionar (NET HD MAX, PlayStation 3 e WD Midia Center). Por ser neófito em testes de TV fiquei na dúvida de como proceder. Optei pelo caminho natural, ou seja, usá-la no dia a dia como se fosse minha e naturalmente cada recurso foi entrando em ação. A saber a TV tem mais 2 conectores AV RCA para dispositivos que usem este tipo de conexão. Completa a conectividade com 2 entradas USB para reproduzir música, filmes e fotos, interface para cabo ótico (som), a entrada de antena UHF para TV digital e conector de fone de ouvido.


figura 03 – Conectores principais e alto-falante (clique para ampliar)


figura 04 – conexões laterais (clique para ampliar)


Eu já tinha visto demonstrações do recurso AMBILIGHT, exclusivo das TVs Philips, mas agora pude sentir em meu próprio ambiente. Para quem não sabe (como eu até meses atrás) trata-se de um sistema de luzes na parte traseira da TV que projeta para trás (na parede) luzes coloridas que combinam com as cores das extremidades das cenas sendo mostradas naquele instante. Em uma sala parcialmente escura o efeito é de extensão da tela para fora de seus limites. É muito agradável. Esta TV testada tem uma das versões do Ambilight, nem é o mais completo. Contém nas laterais um conjunto de leds (que mudam de cor) apropriadamente. Há um modelo de Ambilight mais sofisticado que além de ter mais leds nas laterais, tem também na parte superior. Mas mesmo no modelo testado que tem a versão menos avançada do recurso a sensação de imersão é bastante agradável e interessante.


figura 05 – ilustração do efeito do Ambilight (clique para ampliar)

O único comentário a fazer sobre o Ambilight é que em algumas situações cuja cor das bordas da imagem tende para o marrom, os leds ficam verdes e destoam da cenas. Essa cor (marrom) parece ser problema para esta versão dos leds reproduzirem e por isso mostra o verde em seu lugar. Mas isso só me chamou a atenção porque estou avaliando a TV. É improvável que um usuário comum perceba, mas... minha obrigação é registrar.

Cabe comentar a qualidade da imagem. O brilho, contraste e nitidez da imagem é algo que me impressionou sobremaneira! Imagens vivas, claras e muito reais. Alguns atributos técnicos dessa TV são importantes:  
  • PMR (Perfect Motion Rate): imagem é exibida 480 vezes por segundo o que se traduz em percepção de cenas de ação muito realistas, fluidas e sem “saltos”.
  • Resolução da Imagem: FullHD (1920x 1080 pixels) com Pixel Precise HD
  • Brilho de 300 cd/m2

Mas de que adiantam especificações siglas, números se o que importa é a percepção do usuário. E no aspecto subjetivo eu gostei bastante da imagem dessa TV.

Sobre o 3D

O consumo de conteúdo 3D ainda não teve o desenvolvimento que se esperava. Mas há alguns filmes, por exemplo, no NET NOW, títulos em BluRay e mesmo jogos de consoles como PlayStation que se valem deste ótimo recurso. Esta TV usa o sistema passivo, ou seja, os óculos que devem ser usados para percepção do efeito não usam energia própria, não precisam ser recarregados e por isso tudo são mais baratos. A TV veio com 4 óculos, número bastante apropriado para uma família média desfrutar do conteúdo 3D.

A primeira tentativa que fiz foi de imediato a mais “ousada”. A TV tem um recurso de conversão 2D para 3D, ou seja, filmes, programas, eventos esportivos que não foram transmitidos em 3D são “transformados” para reproduzir o efeito. Minha expectativa era alta e fui positivamente surpreendido. É incrivelmente competente a tal conversão artificial! Qualquer coisa passa a ser 3D. Há apenas dois comentários. Eventualmente a conversão comete algum erro, como por exemplo um logotipo bordado no boné de um esportista que “salta à frente” e fica flutuando na frente do boné. É raro, mas acontece. Ou mesmo uma cena onde existe um quadro na parede e a paisagem do quadro (que na vida real é bidimensional) também fica em 3D. Também convém destacar que os óculos por serem semiescuros tiram um pouco do brilho, mas sem comprometer.


figura 06 – configuração dos efeitos 3D (simulado e real)


figura 07 – óculos 3D (clique para ampliar)

O segundo teste foi em “3D real”, ou seja, aluguei no NET NOW títulos originais em 3D. Isso me obrigou a configurar o tipo de 3D nas opções da TV. De fato o efeito 3D é superior ao 3D simulado que a TV faz, principalmente mais preciso, sem aqueles eventuais objetos fora de contexto. A experiência é bastante parecida com o 3D que temos no cinema! Muito agradável e envolvente. Possivelmente um Bluray FullHD 3D seja ainda mais impressionante. A TV está pronta para isso. Cabe agora aos produtores de conteúdo disponibilizarem mais amiúde títulos para que se desfrute dessa ótima experiência nas residências.

O terceiro cenário foi usando o PlayStation 3. Com 3D simulado, 3D real (jogos com suporte a 3D) e “dual player”. As mesmas observações que fiz relativas a assistir filmes em 3 dimensões (simulado ou real) se aplicam aos jogos. O que existe a mais é o “modo de jogo de 2 jogadores”. Há jogos que duas pessoas podem se enfrentar e para isso a tela é dividida, metade para cada um. Neste modo “dual”, cada jogador usa seus óculos 3D, não para ter tridimensionalidade e sim para “filtrar” a sua própria tela e assim poder usar a tela toda (e não metade). Cada jogador desfruta de seu jogo na TV inteira e não em meia tela. Meus parceiros de testes, meus filhos adolescentes de 13 e 16 anos gostaram muito da possibilidade.


O lado Smart TV

Há conexão ethernet (cabo) e WiFi para conectar a TV à rede e à Internet. Logo após a configuração inicial apareceu o alerta de que havia atualização do software a fazer. Não deu certo nas duas primeiras tentativas, mas em seguida funcionou e agora a TV notifica que está 100% atualizada.

Acesso à rede tem várias outras funcionalidades além de sua própria atualização. Na minha casa eu tenho servidor de mídia onde gravo meus filmes favoritos. Pela rede pude ter acesso às pastas e usar os meus próprios títulos. Além disso há serviços diversos como NETFLIX, Youtube, Band TV, Spotfy,... bem como acesso às mídias sociais como Facebook, Twitter e até Skype para comunicação (câmera opcional pode ser comprada para incrementar esta funcionalidade).


figura 08 – acesso às funções da SmartTV (clique para ampliar)

Nessa modalidade há também recurso para navegação na Internet. Como eu disse no começo do texto, esta TV é um computador de entretenimento. Adicionalmente pode ser instalado no smartphone (iOS ou Android) um aplicativo muito esperto que muito facilmente descobre na rede WiFi a TV e passa a funcionar como um controle remoto adicional. O usuário pode escolher se quer usar o controle que acompanha a TV ou seu próprio smartphone. Muito prático.

Tem também sintonizador de TV digital, que testei brevemente com uma antena interna UHF, que funcionou muito bem.

Sugestões de melhoria

Trata-se de um produto de alto nível e qualidade. Por isso mesmo merece comentários sobre três pontos de possíveis melhorias:

  • SOM: há um alto-falante de aspecto diferente na parte traseira da TV que é bastante competente para reproduzir o som, ainda mais considerando a espessura da TV. Já vi TVs não tão finas com o som muito ruim. Porém há espaço para melhoria. Pelas características do autofalante às vezes a reprodução da música de fundo fica muito alta e os diálogos muito baixos. O suporte me orientou a ligar ou desligar um recurso chamado “auto-nível”, mas não teve efeito. Um consumidor mais exigente com certeza vai preferir usar um “Sound Bar” ou conectar a TV a um Home Theater.
  • CONTROLE REMOTO: quando a TV é ligada, muito rapidamente ela entra em ação e exibe o programa da TV a cabo, etc. Porém demora cerca de 15 a 20 segundos para que o controle remoto seja obedecido, seja para alterar o volume, seja para mudar a fonte da imagem (de HDMI1 para HDMI 2 por exemplo).
  • TECLADOS VIRTUAIS: em diferentes pontos dos menus da TV há necessidade de digitação e para isso um teclado virtual. Alguns estão no formato “abcdefghijk...” e outros como teclados físicos “qwertyuiop...”. Isso causa certa confusão, pois ora tem que usar de um jeito e ora de outro jeito. Padronização ajudaria muito.

Consumo de energia

Este tópico é de grande importância para mim. Seja pela consciência ecológica, seja pelo impacto no bolso de quem paga a conta de luz no final do mês. Na tampa traseira da TV há uma placa com diversas especificações e dentre elas está ali mencionado o consumo de 102 Watts. Não satisfeito com isso eu liguei a TV em um medidor que tenho chamado Kill-a-Watt e efetuei minhas próprias medidas. Obtive valores de consumo que oscilaram entre 82 e 86 Watts. Nunca mais do que isso. Possivelmente o valor 102 Watts deve ser um consumo em pico de demanda. Achei fantástico ter comprovado este valor, pois este nível de demanda de energia é pouco mais que uma lâmpada incandescente média (75W).

O consumo medido de 86 Watts torna-se ainda mais espetacular quando eu o comparo com o que obtenho na minha TV atual (de certa marca coreana de quase 4 anos). Minha TV atual tem o consumo muito dependente do regime de brilho usado. Para o leitor ter uma ideia, com a tela em seu mais fraco brilho ela consome 165 Watts e em seu brilho máximo passa dos 500 Watts!!! Eu não fiz a conta, mas possivelmente se a TV ficasse ligada entre 6 e 8 horas por dia após vários meses a economia de energia seria capaz de cobrir boa parte de seu custo.

Claro que os fabricantes de TV, sejam os japoneses, holandeses, chineses, americanos ou coreanos evoluíram seus produtos e hoje, em 2014, têm produtos mais avançados e econômicos. A começar pela tecnologia do painel. LED é muito mais econômico que o LCD que era usado frequentemente no passado. Fica este lembrete e dica para quem como eu tem TV de 3 anos ou mais antiga. Quem sabe seja a hora de considerar uma troca. A minha, por exemplo, não é SmartTV e usa LCD que gasta muita energia. Se eu trocá-la resolvo dois problemas de uma vez só. 

Conclusão

Apesar de ter permanecido com a TV por algumas semanas eu tenho certeza de que não consegui explorar 100% de seus recursos. Por exemplo, fiz uma rápida tentativa para usar a capacidade de gravação de programas na TV, mas como na hora não deu certo (faltava um HD ligado à TV), deixei para depois e não retornei a este ponto. E como esse deve ter vários outros pontos que pelo volume de talentos da TV acabei negligenciando.

Porém ao usá-la como minha própria TV por várias semanas pude perceber a grande vantagem de seu ótimo tamanho, diminuto peso, a sensação de imersão proporcionada pelo Ambilight, a conectividade que me permite usar a Internet e consumir conteúdo da rede, as ótimas visualizações 3D (sejam reais ou simuladas), o uso em jogos... E o baixo consumo de energia é um ponto bastante importante.

Por fim a TV é bonita e sua cor branca com pedestal em alumínio a transforma em uma peça decorativa e mais discreta que TVs “black-piano”. A cor branca exige cuidado e manutenção pois o pó se acumula e a deixa suja, nada que um pano úmido semanalmente não resolva. Como eu mesmo citei há espaço para alguns pequenos aperfeiçoamentos, como todo produto tem. Mas uma TV como essa com toda certeza teria lugar na minha sala em casa substituindo a TV de 3 ou 4 anos, de outra nacionalidade, que ali se encontra. Quem está em busca de uma SmartTV de 42, 47 ou 55 polegadas recomendo que considere este modelo da Philips em sua busca no mercado.

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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Tablet Tectoy Veloce TT5000i - acessível e veloz com processador Intel

A grande onda de aquisição de tablets já passou. Ou seja, arrefeceu aquela busca desenfreada por dispositivos “de mão” para acesso à Internet, melhores que os smartphones e que tornaram realidade o conceito apresentado pela Intel vários anos atrás, o MID (mobile Internet device). Se hoje em dia a demanda já não é como antes, embora ainda bastante grande, existe a vantagem da maturidade do mercado. O consumidor aprendeu e sabe melhor o que quer e o que esperar.

No começo muitos fabricantes visando rápida penetração no mercado lançaram equipamentos de qualidade duvidosa e preço baixo, mas que frustraram muitos consumidores. Nessa nova onda de tablets, por conta do avanço da tecnologia, já é possível criar um produto de custo acessível e com os recursos necessários e bom desempenho.

A fabricante TecToy disponibilizou para teste o seu produto TT5000i, também chamado sugestivamente de Veloce, que tem como grandes atrativos na minha visão 3 pontos: bom tamanho e peso (7 polegadas, apenas 266 gramas e 0,93 cm de espessura), preço acessível (R$ 399) e usa processador Intel Atom dual core de 1.2 Ghz (capaz de executar 4 tarefas ao mesmo tempo). Este produto marca o início da parceria da TecToy com a Intel.

A utilização do processador Intel® Atom™ Z2520de 1.2GHz garante ao Veloce rapidez para navegar na web, rodar aplicativos e eficiência no consumo de energia. “A alta qualidade de processamento pode ser traduzida em uma melhor experiência de utilização do produto para o consumidor. E o novo tablet da Tectoy chega ao mercado com a tecnologia Intel Atom, criada para especialmente para dispositivos móveis. É isso que o consumidor que compra um tablet espera de um dispositivo confiável. O Veloce, além de contar com uma resolução gráfica que impressiona, roda aplicativos e executa tarefas de modo muito ágil”, afirma David Gonzalez, diretor geral da Intel para o Brasil.


O Veloce possui duas câmeras (frontal e traseira), bateria interna recarregável de 2800mAh, alto falante interno e conexões micro USB, micro SD Card e fone de ouvido.  Utiliza o sistema operacional Android 4.2 (ainda sem previsão para upgrade) e 1GB de memória RAM. Sua conectividade é via WiFi padrão “n” (2.4 Ghz). Também pode se conectar com outros dispositivos via bluetooth. Merece destaque sua tela de 7’’ com tecnologia IPS, que oferece bastante nitidez, bom brilho e cores. É um diferencial do produto, principalmente nessa faixa de preço porque é característica importante para assistir a vídeos em alta resolução. Não dispõe de conector para simcard 3G ou 4G para conexão a Internet fora do WiFi, mas isso não surpreende nem preocupa, pois não é algo esperado para equipamentos dessa faixa de preço.
 
Durante o tempo que fiquei com o Tablet (4 semanas) fiz bastante uso de funções de navegação e redes sociais (talentos natos deste tipo de dispositivo). Eu já testei tablets dessa faixa de preço tempos atrás e tinha ficado bastante decepcionado com a velocidade de uso.  A navegação nas páginas era bem lenta. Não por causa da Internet e sim porque a simples operação de navegar para cima e para baixo em uma tela já carregada e mesmo o tempo de montagem das telas e imagens, era uma decepção. A experiência com o Veloce foi exatamente ao contrário. Isso por si só já me fez aprovar sua usabilidade.

As câmeras presentes têm boa qualidade embora em situações de baixa luz, não tem como fazer milagre, as imagens ficam um pouco granuladas e imprecisas. Com boa luz obtive boas fotos, mas há espaço para melhoria. Tenho uma crítica a um fato relacionado à navegação em alguns sites. Como a resolução da tela e 1024x600 alguns sites que esperam resolução mínima 1024x768 assumem que o formato de apresentação do site é para dispositivos móveis como smartphones. Isso faz com que, por exemplo, UOL ou qualquer blog do BLOGGER seja mostrado de forma muito estreita e com dados resumidos, sendo que não seria necessário usar o modo “mobile” para estes e vários outros sites.



A bateria do Veloce é de 2.800 mAh, a mesma capacidade de meu BlackBerry Z30 (smartphone de 5 polegadas). Ao ver esta especificação não fiquei muito animado, pois há no mercado tablets de 7 polegadas com baterias maiores do que essa. Mas há um componente extra neste tablet, o processador Atom que vem sendo aprimorado para baixo consumo de energia há algumas gerações.  Fez-se a diferença. No meu modelo de uso moderado, com algumas pausas, consegui usar o Veloce por mais de 10 horas. Em regime de uso contínuo foram 7 horas entre acesso à Internet, consulta a redes sociais e visualização de vídeos no Youtube e reprodução de músicas (não tudo ao mesmo tempo). É um comportamento que supera as expectativas.
 

O acabamento do produto é simples, mas bem cuidado. Está disponível na cor branca apenas e tem aparência agradável, bem como sua empunhadura e resposta tátil. Submeti o dispositivo a testes rápidos informais com outras pessoas e todas elas destacaram a velocidade de navegação como elemento que as surpreendeu. A duração da bateria além do preço e agilidade no uso são destaques. É uma real alternativa para quem não quer gastar muito e ainda assim estar bem servido para seu uso de Internet móvel. O Veloce bem como outros tablets da Tectoy, podem ser encontrados nas grandes redes varejistas do Brasil e tem a garantia da Tectoy, empresa com mais de 26 anos de mercado.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

PRTG 2014 – monitorando ainda mais de perto a infraestrutura crítica

Análise de valor para o negócio

Já faz um bom tempo que os recursos de tecnologia de informação se tornaram críticos para as empresas. Há ramos de atividades que a TI é parte do negócio e não apenas uma ferramenta de apoio e sim uma função de caráter totalmente crucial. E mesmo quando TI é uma área de apoio, da forma como qualquer empresa trabalha hoje em dia, os recursos de tecnologia são muito importantes. Ser capaz de resolver problemas rapidamente e, mais do que isso, ser capaz de se antecipar na prevenção de situações críticas é de extrema relevância.

Por isso a equipe de TI precisa dispor de muitos dados que se traduzam em informação de qualidade para tomada de decisões. Caso contrário eventos que venham causar alguma pane ou comprometimento na infraestrutura não serão facilmente percebidos ou localizados. Mais do que isso. O acompanhamento de alguns indicadores especialmente escolhidos pode auxiliar bastante em uma ação proativa dos profissionais de TI ajudando-os a descobrir problemas e evitá-los antes mesmo de terem acontecido.

Situações críticas sempre exigiram monitoração muito próxima e intensa. O caso de um paciente em uma UTI de hospital é uma boa analogia. Há sensores de muitos tipos acompanhando várias funções vitais. Desde o batimento cardíaco, pressão arterial, nível de oxigenação, taxa de açúcar no sangue, etc. Se os médicos percebem uma queda momentânea da pressão e depois espontaneamente o paciente se recupera, isso tem um significado. Se a pressão está lenta e continuamente caindo isso tem outra interpretação e vai exigir sérias medidas. No ambiente de TI acontecem as mesmas coisas.

De posse da ferramenta certa e principalmente feitas as escolhas dos pontos críticos de monitoração problemas podem ser antecipados e administrados. Curiosamente nem sempre uma pane catastrófica é a responsável pela interrupção dos serviços importantes em uma empresa. Há situações muito simples e ao mesmo tempo muito comuns, como por exemplo a escalada de consumo de recurso de poder de processamento em um servidor crítico. É como se fosse constatado que a cada dia seu automóvel tem que fazer mais força para vencer uma subida que existe no caminho. É possível prever que um dia ele não terá força para vencer o aclive e não vai subir, o servidor não vai ser capaz de processar o volume necessário de informações. Este é o desafio. Ser capaz de enxergar isso a tempo e atuar proativamente.

O grande valor da ferramenta PRTG para os negócios é exatamente este. Em primeiro lugar ela pode apontar problemas reais que já aconteceram e que necessitam de atenção urgente e imediata. E também acompanhar de perto o que pode vir a ser fator de comprometimento em um momento futuro. Isso tudo garante a continuidade da operação dos recursos de TI sem impactar os processos de negócio. Minutos de interrupção pode custar muito caro para as empresas. E são dezenas, centenas ou milhares (dependendo da complexidade do ambiente) os pontos que requerem acompanhamento e fiscalização de possíveis falhas. Este é a competência e o mérito do PRTG, olhar incansavelmente para todos os pontos críticos e ajudar a evitar prejuízos para as empresas que podem advir da parada de processos críticos para o negócio.

 
Testando o PRTG – identificando o ambiente e instalação inicial

Testei o PRTG dois anos atrás e na ocasião escrevi o texto “PRTG – monitorando totalmente sua rede e infraestrutura”, portanto o conceito e características principais do produto não são novos para mim. Porém evoluções interessantes aconteceram no produto e na sua forma de uso que justificam a nova avaliação.  E dessa vez foi bastante ampliado o escopo do teste em relação a localidades e equipamentos.
  • 9 localidades remotas
  • 18 servidores físicos
  • 25 servidores virtuais
  • 18 links de Internet
  • 30 pontos de acesso WiFi
  • 22 impressoras de rede
  • 9 roteadores Duais de Internet
  • 22 switches
  • mais de 500 usuários em todas as localidades

Estes números se não são imensos configuram um teste entre 4 a 5 vezes maior do que aquele feito há dois anos e serve como um bom parâmetro de ambiente para colocar a prova o PRTG na sua edição de 2014.

 
figura 01 – console principal do PRTG (clique para ampliar)

O primeiro conceito a ser explicado é o do SENSOR. Trata-se de um elemento de observação, algo a ser analisado e monitorado. Um dispositivo como, por exemplo, uma impressora pode ter associado apenas um ou dezenas de sensores. Tudo dependerá da necessidade de monitoração e das informações que aquele dispositivo expõe para a rede. Uma impressora poder ser apenas monitorada pelo sensor de presença e resposta na rede (um comando PING). Mas há impressoras que permitem que muitas outras informações possam ser monitoradas por mais sensores: nível do suprimento, quantidade de páginas impressas, tempo que está ligada, carga de CPU, uso de memória... Cada informação dessas é coletada por um destes sensores.

Os sensores estão disponíveis com uma riqueza de alternativas impressionante. Há sensores para diversos tipos variáveis que monitoram o hardware, ambientes de software, rede, tráfego de dados, etc. A quantidade de itens que pode ser analisada é grande a ponto de exigir alguns cuidados. O produto é licenciado pela quantidade de sensores que podem ser usados. Se forem escolhidos muito mais sensores do que aqueles que são realmente importantes será necessário contratar uma versão mais cara. E se sensores demais forem definidos no ambiente de monitoração o painel do PRTG fica muito carregado e difícil de identificar o que realmente é mais importante para ser analisado. Trata-se da busca de um equilíbrio entre a quantidade, a qualidade e a capacidade e avaliar as informações.

Toda a instalação do PRTG começa pela escolha de seu núcleo principal. Este é o computador que realizará a permanente verificação de todos os elementos monitorando constantemente cada um deles. Não é necessária a alocação de um servidor dedicado para o sistema a não ser que o número de sensores utilizados seja superior a certos limites. Um PC com 1 ou 2 GB de memória RAM com Windows 7 (ou mais novo), 32 ou 64 bits, ou Windows Server 2008 ou mais novo, são suficientes para receber a instalação do PRTG.

A Paessler, desenvolvedora da solução informa que se o servidor usado para o sistema for virtual, ele não deve gerenciar mais de 2000 sensores. E acima de certos limites, instalações realmente grandes, nesta situação a recomendação é ter o servidor dedicado para o sistema e para as sondas remotas (assunto que será explorado mais tarde).
   
Neste teste havia possibilidade de escolha entre muitos servidores. Foi escolhido aquele que tinha menor carga de trabalho. Trata-se de um servidor DELL Power Edge T320, com 8 GB de RAM, processador Xeon E5-2407 que serve como File Server e AD em uma rede local com apenas 35 usuários. Considerei a possibilidade de criar uma máquina virtual Hyper-V ou VMware em outra localidade, mas a escolha final foi perfeita uma vez que há quase 50 dias o sistema está no ar e com impacto ZERO na utilização deste servidor para suas funções do dia a dia.

Iniciando a operação – adicionando sensores
   
Logo após ser instalado o console do PRTG, automaticamente já são adicionados todos os sensores que ele identifica como necessários para o próprio servidor no qual reside. Isso é em sua terminologia chamado de LOCAL PROBE ou DISPOSITIVO DE SONDA. Isso faz muito sentido uma vez que se o próprio servidor que reside o PRTG estiver comprometido de alguma forma a própria coleta de dados pode também estar. Por isso a necessidade de olhar para si mesmo antes de olhar para tantos outros pontos da rede.

figura 02 – visualizando os primeiros sensores
   
Em seguida o PRTG oferece muitas maneiras para que os pontos críticos possam ser monitorados e automatizando a instalação de sensores.
  • Adição manual de UM sensor para UM dispositivo (IP ou nome)
  • Adição manual de UM dispositivo e busca automática de todos os sensores
  • Adição manual de um GRUPO (de IPs) e busca automática de todos os sensores

As buscas automáticas por sensores podem ser feitas baseadas em três níveis de detalhes:
  • Identificação automática padrão (apenas sensores mais comuns)
  • Identificação DETALHADA de sensores – todos possíveis
  • Identificação detalhada baseada em um “template” (impressora, roteador, etc.)

O nível de maior automação permite identificar uma faixa de IPs e deixar para o PRTG achar todos os dispositivos e sensores possíveis. O caso mais extremo é pedir para fazer na rede inteira. Isso é uma operação razoavelmente demorada e vai resultar em um excesso de dispositivos e sensores. Dessa forma até estações de trabalho de usuários serão detectadas. Isso não é muitas vezes prático.

Por outro lado um intervalo de endereços IP pode ser definido. Isso é bom porque habitualmente o administrador da rede define faixas específicas para os tipo de dispositivos como servidores, impressoras, roteadores, access points, etc. Assim a descoberta automática de informações fica bem mais objetiva e dirigida. Neste processo, mesmo que não existam faixas tão bem definidas, pode ainda ser usado um “template”, ou seja, se “impressoras” são escolhidas, apenas estes tipos de dispositivos e sensores relacionados com impressoras serão atribuídos. Isso tudo pode ser visto na figura abaixo na qual a faixa de IP 192.168.1.xxx está sendo analisada entre os endereços 192.168.1.100 e 192.168.1.110.    
   
figura 03 – adicionando sensores (clique para ampliar)

São muitas possibilidades. No meu caso eu preferi adicionar alguns dispositivos manualmente (um a um), mas com a busca de todos os sensores possíveis ou por faixas no exemplo acima. Invariavelmente no final do processo eu descobria muitos sensores que não eram importantes para mim. Isso não é um grande problema uma vez que podem ser escolhidos os sensores não relevantes e serem apagados de uma só vez. O que eu chamo de “sensores não relevantes” é algo subjetivo. Pode ser que eu não deseje monitorar, mas outro administrador de rede julgue importante aquele recurso (e vice-versa).   
    
figura 04 – eliminando sensores não desejados

Deve ficar claro que adicionar e organizar os sensores é uma operação sensível e que requer dedicação e planejamento. Se o local sendo monitorado é pequeno pode ser que apresentar todos os dispositivos juntos seja suficiente. Mas se a quantidade de elementos monitorados for maior algum tipo de classificação se faz necessária. O PRTG permite que grupos e subgrupos sejam criados. A forma mais natural é criar grupos por tipo de dispositivos, mas não é a única forma. A figura 05 mostrada abaixo contém uma possível distribuição por categoria.

 
figura 05 – alocação dos dispositivos em grupos no PRTG
 
Esta visão resumida é bem importante porque mostra cada dispositivo e quantidade de sensores em cada estado. Na tela de console do PRTG o conceito é sempre este. A cada nível de consolidação ele soma os sensores em cada estado. Assim pode ser vista a situação da empresa inteira, da categoria ou do dispositivo em particular. Existe uma informação importante que se extrai dessa tela: o access point 192.168.15.41 não estava respondendo. Investigação posterior me levou a descobrir que fora acidentalmente desligado (tomada desconectada) e isso foi prontamente resolvido. Parece um incidente trivial e sem importância, mas não é. Justo este access point provê conexão para os usuários de uma sala de reuniões inclusive convidados e clientes da empresa! Não seria descoberto até que a tal sala fosse usada, já com a limitação de conectividade e o problema acontecendo.

Na parte superior da tela de console na figura 05 aparece o resumo global de tudo que está sendo monitorado. No instante que esta tela foi capturada havia 826 sensores “verdes” (OK), 9 alertas “vermelhos” (algum problema), 42 sensores em “pausa” e 10 com informações não usuais (mas sem problema). Um sensor em pausa é aquele que foi manualmente interrompido pelo administrador (por exemplo um equipamento em manutenção) ou após certo número de alertas vermelhos ele parou de gerar alertas novos. Esta situação será novamente explicada adiante no texto quando eu falar dos “Tickets de Suporte”.

 
figura 06 – diversos sensores e seus respectivos status (clique para ampliar)

A figura 06 acima mostra alguns dispositivos monitorados da empresa. Alguns deles apenas há sensores de resposta (PING) , RDP e HTTP. Outros são mais complexos onde aparecem inclusive máquinas virtuais Hyper-V ativas, serviços de DNS, etc. Um deles tem um alerta vermelho, pois aquele serviço se encontra parado. Há também um alerta amarelo, sinal de alerta (“warning”), pois o espaço em disco está abaixo de 20%. Curiosamente há acima um sensor com alerta do tipo “U” em laranja, ou seja, “unusual” – não usual. São parâmetros que estão (mesmo sem ser erro) apresentando valores distantes dos valores médios, sem ser propriamente um problema. É importante saber que o PRTG olha e chama a atenção para valores que não são muito esperados. Isso pode valer uma investigação adicional.

Outra informação importante pode ser vista na mesma figura 06. O PRTG já traz sensores prontos (basta adicionar) para vários serviços de nuvem Google, Dropbox, iCloud e sites muito usados como twitter, Facebook, Skype... Este sensor de uma só vez mostra o nível de resposta de cada um destes serviços, bem como o próprio usuário pode monitorar outros sites de seu interesse, veja que foi criado um sensor para saber se o site da UOL está ou não acessível.
   
Estes sensores mostrados são apenas um mínimo exemplo do que se pode obter com o PRTG. Eles foram mostrados em pequenos grupos, mas o administrador da rede poderá exibi-los todos de uma só vez e rapidamente saber o que está verde (está OK) e o que está vermelho (errado ou problema). Mas como o PRTG sabe diferenciar um do outro? É muito simples. Um sensor alocado pelo PRTG, por exemplo, espaço em disco no servidor herda um parâmetro automático do sistema que determina: abaixo de 10% é situação vermelha (problema) e abaixo de 20% é apenas um alerta amarelo. Mas o administrador pode alterar estes parâmetros segundo o seu próprio conceito e seu próprio entendimento mudando estes limites. Isso vale para todos os tipos de sensores.

Bandwidth Sensor: Um dos tipos de sensores, o qual não explorei no primeiro teste porque é uma boa novidade desta versão, são os sensores de “banda” (bandwidth). Não foram todos os roteadores que testei que consegui obter esta informação, mas felizmente no ambiente de teste, o mais importante roteador de cada local, a saber um Cisco Linksys RV042, modelo Dual Wan, consegui usar e explorar este importante recurso.

Uma dúvida que sempre permeia a cabeça dos administradores de rede é ter ciência de que sua conexão com Internet está subutilizada ou eventualmente sobrecarregada. Isso não é tarefa fácil porque em um local com 50, 80, 100 ou mais pessoas, basta que duas ou três realizem operações de grande volume, como assistir vídeos em 1080p ou downloads de arquivos realmente grandes que resultará em algum nível de degradação na percepção no uso da Internet. Por isso o volume global trafegado, a taxa de ocupação, a taxa de “uptime”, entre outras, são informações vitais para poder avaliar e tomar decisões perante este importante recurso.
   

figura 07 – monitoração de tráfego de um dos links de Internet (clique para ampliar)
     
Na figura 07 acima podemos ver que nos último 7 dias (período da análise) o roteador ficou operacional 100% do tempo, o volume total de tráfego (em Kbytes – cerca de 313 GB – entrada e saída). Também vemos o gráfico que ilustra os períodos (dias e horas de maior utilização) e logo abaixo uma tabela que detalha a informação do gráfico, trazendo hora a hora a análise de tráfego de entrada, saída, tráfego total. Velocidade (em kbits/s). Muito preciso e muito completo.

Existe outra abordagem para aferir a qualidade de uma conexão externa. Podem ser criados sensores do tipo HTTP que realizam acessos a URLs pré definidas. O tempo de acesso e carga dos dados a cada uma dessas URLs é registrado e com estes dados históricos também se deduz a qualidade da conexão. É uma medida indireta e, portanto, sujeita a interpretações. Mas durante meu período de teste estes tipos de medidas apresentados foram de grande valia. Há também a possibilidade de monitorar o “live data”, ou seja, o tráfego em tempo real, muito útil para identificar na mesma hora gargalos e sobrecarga de uso.

Interfaces de gerenciamento Web, Aplicativo e smartphone

A forma mais simples e natural de usar o PRTG é por meio de sua interface Web, seja na rede local ou remotamente (uma vez que a porta 80 do servidor PRTG esteja exposta para a Internet). Usando tecnologia AJAX a aplicação Web é de ótima usabilidade. Testei em Chrome (36.0.19), Firefox (31.0) e Internet Explorer (11.09) com o mesmo resultado, mesmo visual e recursos. Apenas no IE foi um pouco mais lento o redesenho das telas. Principalmente adição de sensores, verificação de alarmes e visualização geral do ambiente, são muito bem executados pela interface Web.


figura 08 – interface WEB  do PRTG (clique para ampliar)
  
A segunda forma é via aplicativo próprio (Windows). A partir do site do PRTG (Paessler) ele pode ser obtido e instalado, bem como por uma das opções de menu da interface Web. O aplicativo é mais “clássico”. Traz sistema de menus, janelas redimensionáveis e minimizáveis do Windows, etc. Tem inclusive uma janela que aparece automaticamente se sobrepondo às demais no caso de haver alertas ainda não tratados. Eu achei esta janela aparecendo toda hora um pouco invasiva, mas ela tem a sua importância, chamar  a atenção do responsável pelo monitoramento aos eventos críticos e por isso foi desenhada deste jeito.


figura 09 – janela de alertas do aplicativo  (clique para ampliar)
 
Ao longo das várias semanas usando o PRTG eu percebi que utilizava mais a interface via browser apenas e tão somente porque ela tem tudo que o aplicativo tem, praticamente o mesmo visual e carrega ligeiramente mais rápido. É perfeita para adicionar sensores. Porém se o objetivo é analisar gráficos e outras informações com mais detalhes a interface do aplicativo é mais rica, apresenta mais informações ao mesmo tempo, traz os gráficos, tabelas associadas. Para isso a interface do aplicativo Windows é imbatível.

 
figura 10 – interface completa do aplicativo para Windows do PRTG (clique para ampliar)
   
Curiosamente algumas das mudanças que acontecem, um novo local, um novo sensor feito por outro operador do PRTG a partir de outro local, demoram um pouco a mais para aparecer (automaticamente) no aplicativo, mas na versão Web basta fazer o refresh do navegador (F5) que facilmente se vê tudo que há de novo. Uma dica!

Mas ainda há outro jeito de ter acesso aos dados valiosos de monitoramento do PRTG. Há versões de aplicativo que funcionam em TODAS as plataformas de mobilidade existentes: iOS, Android, Blackberry 10 e Windows Phone (as duas últimas em versão beta mas estão operacionais). Eu instalei em um Blackberry Z30. Com sua tela grande a usabilidade para navegar entre diversos locais, dispositivos, alertas, etc. é ótima a experiência. E partindo do nível máximo onde ficam os locais, a cada toque na tela um novo nível de detalhamento vai sendo mostrado: local, grupo, dispositivo, sensor e dados do sensor, etc.  
    
figura 11 – interface da versão mobile em um Blackberry Z30 (clique para ampliar)


Quero fazer um comentário a mais sobre as interfaces. Algo que só percebi agora ao escrever o texto e que me preocupei em capturar diversas telas. Em cada uma de suas versões, Web, aplicativo ou móvel, o PRTG permite que seja escolhido o idioma desejado. Eu não me lembrei de configurar o português em todos os momentos porque eu me sinto mais à vontade nos servidores e dispositivos com os termos originais em inglês, mas deve ser destacado que tudo poderia estar em português ou outro idioma escolhido.

Uso distribuído – sondas remotas

No teste anterior eu já havia superado os limites físicos da rede na qual fora instalado o PRTG. Uma das sedes da empresa era conectada à matriz por um serviço de VPN. Nesta ocasião eu já usara o PRTG dessa forma. Remotamente a VPN fazia com que as duas redes se comportassem como uma rede só. Assim bastou adicionar os sensores necessários pelo próprio endereço IP dos dispositivos remotos que consegui monitorar tudo que quis, fosse local ou fosse remoto.

Dessa vez a proposta deste teste era mais profunda. Estendi para 9 localidades e destas inicialmente quatro delas estavam conectadas entre si por VPN. Repeti o processo do teste anterior, mas fui mais minucioso e generoso com a quantidade de sensores. Passei a monitorar remotamente informações mais sensíveis.

Percebi que alguns sensores vez por outra perdiam a informação. Descobri que as conexões VPN com os escritórios remotos apresentavam variações na latência. Uma hora o PING era rápido, cerca de 20 ms e em outra hora bem mais lento, cerca de 300 ms. Conseguia usar o PRTG dessa forma, mas às vezes algum sensor ficava com um ponto de interrogação “?” até que fosse feita nova coleta de dados pelo sistema.

Contatei o suporte da PAESSLER e me foi apresentada uma solução brilhante, muito melhor! É sobre o que detalho agora. Trata-se do “remote probe” ou “sonda remota”. Funciona como se fosse uma “filial” do PRTG. Pode ser instalado em uma máquina qualquer da rede remota, sem necessidade de um computador exclusivo. Este se conecta ao PRTG central por meio da Internet (o padrão é usar a porta 23560 – que deve ser liberado no Firewall). A partir daí toda a adição de grupos, dispositivos e sensores pode ser feita pelo PRTG “central”, mas de fato quem “fiscaliza” os elementos da rede é a sonda remota.


figura 12 – instalação da sonda remota
    
A segurança é plena. No PRTG deve ser autorizado o IP que é usado na Internet pela sonda remota e ainda cada localidade tem a sua própria senha (access key – que pode ser visto na figura acima).

O console central do PRTG acumula todas as informações, mas onde a sonda remota está em operação a aquisição de dados é feita por ela. É o melhor dos mundos. Manutenção, configuração e análise de dados centralizada e é feita a captura de dados dos sensores localmente. Isso acaba de uma vez por todas com o eventual problema de latência quando usado via VPN.

Na figura abaixo podem ser vistos os 8 grupos das localidades remotas, sendo que o grupo HNKL está aberto e selecionado um sensor de uma impressora CANON exibindo a quantidade total de páginas impressas. Em cada um destes 8 locais designados pelos grupos IC, I1, I2, HKNL, ERW, SNG, CFRN e FX há uma sonda remota instalada.

figura 13 – console principal do PRTG exibindo todas as localidades remotas (clique para ampliar)

A instalação da sonda remota é muito simples. Por meio da interface de gerenciamento WEB, acessível a partir de qualquer lugar do PRTG existe o endereço para download e a tela de configuração das permissões de acesso da sonda remota. Feita a instalação do software e validadas as chaves de segurança imediatamente aquele novo local aparece para gerenciamento no console central (WEB ou Aplicativo).

Repare que no momento que a figura 12 foi capturada o local FX estava DISCONNECTED. Ou seja, naquele instante não havia conexão de Internet ativa. Isso não é um grande problema porque a sonda remota tem um buffer de memória que é capaz de armazenar as últimas 500.000 medições e dados de sensores. Isso é suficiente para armazenar por 3 dias 100 sensores sendo avaliados a cada 1 minuto (tempo habitual das sondas remotas). Ou perto de uma hora se na instalação houver 10.000 sensores. Na prática é tempo mais que suficiente para restabelecer conexão ou ativar uma conexão de contingência. Ainda mais se na localidade houver 10.000 sensores, isso indica que é uma localidade com grau de complexidade que justifica ter Internet para contingência e assim rapidamente voltar a monitorar os dados.


figura 14 – instalação da sonda remota pela interface WEB do PRTG (clique para ampliar)


Rastreabilidade das ocorrências e erros – Sistema de Tickets

Foi introduzida em 2014 a funcionalidade do sistema de “Tickets de Suporte” no PRTG. Claro que saber se está tudo bem, se há algum erro ou comportamento anormal é bastante importante. Mas é natural que dentro de uma equipe que gerencia a infraestrutura de rede e diversos dispositivos, organizar a solução de problemas identificados e acompanhar seu ciclo de vida até que seja encerrado é função essencial. Para isso foi criado o versátil sistema de tickets de suporte.

O conceito é simples, pois sistemas que realizam este tipo de gerenciamento são relativamente comuns e usados pelas áreas de TI das empresas. Porém a integração com o PRTG tem benefícios sensíveis. Em sua configuração padrão o PRTG cria ocorrências e associa a elas os tais tickets para funções de seu próprio gerenciamento. Por exemplo, existência de nova versão do PRTG (que exige atualização), término de uma operação de busca por sensores em um dispositivo (que pode exigir uma escolha daqueles que são mais relevantes), etc.

Mas uma vez que existe um sensor apresentando um erro, isso foi sinalizado pelo PRTG, o administrador viu onde está o problema, ele pode delegar a investigação adicional e solução deste problema para um membro de sua equipe (o profissional com expertise naquele tipo de dispositivo ou erro).
  

figura 15 – instalação da sonda remota pela interface WEB do PRTG (clique para ampliar)


Na figura acima há um exemplo disso. Um access point do local I1 está apresentando erro de DNS. Esta situação precisa ser resolvida e por isso um ticket vai ser aberto para que o funcionário Maikson investigue e resolva o problema.


figura 16 – criação de um ticket de suporte delegando a resolução para membro da equipe (clique para ampliar)


Quando o membro da equipe entrar no PRTG com seu usuário e senha ou ao checar seu e-mail (a comunicação de abertura de ticket é enviada para o profissional) ele vai receber a indicação do que ele deve fazer. Na tela do ticket que ele obtém há um link para o exato sensor daquele dispositivo daquele local. Isso é muito importante uma vez que ele tem acesso aos dados do sensor. Ele pode saber desde quando o erro começou e ter a pista para resolver a situação. Ele aponta no sistema que o problema foi resolvido e o seu supervisor poderá encerrar o chamado (ou pedir nova verificação). Há recursos diversos para consultas aos tickets, por grupo, por pessoas, por dispositivos, etc. Bastante versátil.

Isto foi particularmente útil para mim no processo de ajuste dos sensores de muitos dispositivos. Ao usar o “auto Discovery” de sensores acabei adicionando sensores que alarmavam com alta frequência, por exemplo, espaço em disco no servidor. Era conhecida a situação e o storage da rede estava em vias de ser ampliado. Assim pude abrir tickets de suporte para ajustar a sensibilidade de sensores para outros limites (por exemplo alarmar com 10% e não 20%) e também em outro caso semelhante foi aberto o ticket para que um dos membros da equipe arquivasse algumas pastas antigas assim liberando espaço no disco e não mais ocorresse alarme.

Alguns tipos de alerta, por exemplo, uma impressora sem comunicação, pode gerar de forma automática um Ticket de Suporte para investigação e solução do problema. Essa é uma boa medida porque feito o registro no sistema de tickets o sensor entra em modo “pausa” e para de alarmar constantemente aquela indisponibilidade, mas a tarefa de analisar e resolver já foi encaminhada para alguém. Este comportamento é configurável, escolha do administrador da rede e do PRTG.

Erros que eu cometi (e que podem ser evitados)

Por se tratar de uma implantação de certo vulto (quase 1000 sensores), bem diferente de um teste de conceito que pode ser feito com mínimos sensores, eu tive algumas dificuldades no processo. Preciso relatá-las para que futuros usuários do PRTG não tenham as mesmas dúvidas e problemas que eu tive.

Atualização do PRTG
Quando eu já tinha instalado todas as sondas remotas e tudo estava funcionando, faltava apenas adicionar alguns sensores ainda necessários eu percebi que havia uma nova versão do PRTG. Isso é avisado logo na tela inicial do produto seja na versão aplicativo Windows ou versão Web. Não tive dúvida e comandei a atualização, aliás feita de forma muito simples. Concluído o processo o PRTG foi reiniciado (não o servidor, apenas o serviço do PRTG). Em alguns minutos eu percebi que todas as sondas remotas estavam desconectadas! Sem entender o porquê logo pensei em voltar para a versão anterior. Mas de repente olhei de novo o console e das 8 sondas remotas uma ou duas já estavam novamente conectadas.

Sem entender o que acontecia acionei o suporte da Paessler por e-mail e obtive a resposta. Quando se atualiza o núcleo do PRTG as sondas remotas deve ter a mesma atualização, a mesma versão. Isso não é problema porque o próprio PRTG tem a inteligência de enviar automaticamente a nova versão das sondas para as localidades remotas. Mas isso demora um pouco, principalmente se são várias localidades. Por isso que algumas localidades começaram a funcionar e outras não. Era uma questão de paciência. Após algum tempo das 8 localidades 6 já funcionavam e em outras 2 havia no console uma mensagem dizendo “restart required”, ou seja, que deveria ser reiniciado o processo da sonda (ou mais simplesmente o computador com a sonda). Tive alguma dificuldade operacional para contatar as pessoas destes escritórios para obter permissão para reiniciar os computadores, mas em algum tempo estava tudo operacional novamente, as 8 localidades remotas com a sonda funcionando e tudo online no console do PRTG central. Foi apenas um susto causado pelo meu desconhecimento desta dinâmica das atualizações.

Troca de servidor do PRTG
Bem no começo do teste eu tinha escolhido uma das localidades para ser o ponto central do PRTG e comecei toda a configuração neste servidor. Eu já tinha inserido cerca de 500 sensores e 5 localidades remotas quando percebi que seria mais útil ter o servidor do PRTG em outro local. Fiz a nova instalação e comecei a criar todos os locais, dispositivos e sensores de novo. Eu já tinha trabalhado por 10 dias (não em tempo integral) nessa configuração. De repente eu percebi que já tinha passado um par de horas e que eu iria demorar bastante para fazer, com todo cuidado e atenção, toda a configuração de novo no novo servidor neste novo local.

Mais uma vez eu acionei o suporte da Paessler por e-mail. Imaginei que poderia ter uma maneira melhor de fazer aquilo e de não perder todo o trabalho que já tinha feito. Em algum tempo chegou a resposta. E foi melhor do que eu imaginava. Recebi do suporte este documento que explica passo a passo como realizar a migração e em diversas situações. Se o PRTG estava em máquina de 32 bits e está sendo migrado para 64 bits (e vice versa), como resolver a ativação da licença no novo servidor, quais arquivos e pastas transferir... Não é um processo muito complicado, mas há vários passos a seguir. E deu certo! Eu comecei errando ao querer instalar e configurar tudo de novo, mas com a devida orientação acelerei bastante a reimplantação do PRTG e depois a implantação completa, que me permitiu seguir com o teste, concluir e escrever esta avaliação.

Insistência com alguns dispositivos
O recurso de busca automática de sensores é ótimo! Muitas vezes cria dezenas de sensores úteis para dispositivos. Normalmente nem todos são realmente críticos (para o meu caso). Dessa forma este processo de criar todos os sensores possíveis e depois escolher os que melhor se adaptam é um bom caminho. Mas com alguns dispositivos era frustrante ver ele ficar procurando sensores por quase 10 minutos e depois criar apenas o sensor de PING (se há resposta na rede). Descobri que alguns tipos de equipamentos como, por exemplo, roteadores e até servidores Windows, registrar as credenciais de autenticação ajudam a superar este problema. Mas ainda assim alguns equipamentos não expunham mais que um ou dois sensores. Lendo a documentação do PRTG descobri que poderia tentar ativar nas sondas e no servidor o protocolo SNMP necessário para comunicação com algumas categorias de dispositivos.

Feito isso consegui avanço com alguns dispositivos, mas não todos. Eu estava obcecado com a possibilidade de monitorar o nível de suprimento de algumas impressoras, muito útil para prever sua substituição. Mas após travar uma longa luta com estes equipamentos, descobri em documentos da Paessler e nas discussões de usuários em fóruns de suporte que há equipamentos (principalmente os mais antigos mas não só eles) que simplesmente não são “monitoring friendly”, ou seja, não têm mesmo as informações de que eu precisava. E neste caso não há mais nada a fazer. Eu perdi muito tempo com algumas impressoras fazendo e refazendo a varredura de sensores das mais diversas formas. Fica minha orientação, se usar a varredura simples, com a autenticação (credenciais corretas), com SNMP ativado e mesmo assim não obtiver os sensores de que precisa, a culpa não será do PRTG e sim do dispositivo.

figura 17 – console principal do PRTG (clique para ampliar) 

Conclusão

Diferente do primeiro teste que fiz em 2012, dessa vez o PRTG foi instalado em um ambiente mais complexo. Tanto 2012 como agora em 2014 a ferramenta foi colocada em produção em ambiente real. Mas dessa vez cruzou muitas fronteiras, 8 localidades remotas, perto de 1000 sensores. Se ao testar de novo um produto já conhecido pode dar a impressão de estar fazendo a mesma coisa, não foi o que senti.

Comentei pouco no texto, mas as novas categorias de sensores, como por exemplo os de análise de banda e tráfego, sondas WiFi para verificar se o sistema de rede sem fio está entregando o desempenho adequado, o subsistema de tickets de suporte, as sondas remotas... Isso tudo deu um valor e um sabor bastante diferente para este teste.

Na análise de valor de negócio feita na abertura deste texto eu destaquei a importância deste tipo de ferramenta para as organizações. Em um cenário cada dia mais amplo (e complexo) que é a infraestrutura de TI, muitas vezes localizar a causa de um problema, uma lentidão ou mesmo uma interrupção do serviço nem sempre é simples. E serviços de TI parados na empresa podem ter custos que vão do alto ao intolerável. Adicionalmente poder fazer análises preditivas dos indicadores (sensores) visando ter uma postura proativa tem também grande valor.

A política de comercialização do PRTG por parte de Paessler é muito clara e transparente, detalhada no link citado. O custo é definido pela quantidade de sensores possíveis de serem usados, começando por 100 sensores a US$ 440 indo até a licença multinacional global ilimitada por US$ 47250, com várias outras opções no meio do caminho. O usuário ao contratar o PRTG tem 12 meses de suporte e atualização do produto. Depois pode renovar por mais 12, 24 ou 36 com descontos progressivos. Porém se ele não renovar ainda pode permanecer usando o produto, porém sem direito a suporte e atualização. São regras simples, diretas e claras. Há outros bons produtos que se dispõem a fazer a mesma coisa que o PRTG (alguns até mais), mas trabalham com regras complexas e nível de preço bastante mais elevado.

Eu fiquei particularmente impressionado com a evolução do produto nestes dois anos, pois já era uma boa solução. Devem ser destacados, as inovações, o incremento de recursos, as facilidades e o ótimo suporte que tive em todas as ocasiões que demandei por ajuda. Empresas que buscam uma solução para o problema de monitoração de infraestrutura, como falei, há várias alternativas, mas o PRTG sem dúvida merece lugar de destaque entre as possibilidades de escolha. No meu cenário resolveu completamente a demanda, trouxe o resultado esperado e superou minha expectativa no aspecto das sondas remotas.