Escrever sobre fones de ouvidos não é tarefa simples porque existe uma razoável
porção de subjetividade neste tipo de avaliação. Mas por outro lado eu aceito
este desafio uma vez que trago do meu passado uma bagagem no mínimo curiosa.
Tive há muitos anos uma carreira de DJ e por isso, mas não apenas por isso,
tenho um gosto musical bastante eclético e desenvolvi sensibilidade para
apreciar diferentes tipos de som, desde as tradicionais caixas ou torres de som
até os fones de ouvido. Ainda assim minha opinião é de um usuário final de
fones de ouvido e não de um profissional da área.
E fones sempre foram para mim algo muito sério. Sério a ponto de nas vezes que descobria um que me agradava bastante eu sempre comprava duas unidades e não apenas uma. Isso porque mais dia, menos dia, o fone pode ser perdido, danificado sem querer, etc. Cada louco com a sua mania! E seguindo o conselho dos audiófilos mais entendidos, “sempre comece seu investimento em sistema de som pelo fone e alto falantes”.
A Sennheiser, tradicional fabricante de fones me disponibilizou para testes dois modelos, dois tipos diferentes de fones. O MOMENTUM que é do tipo “on ear”, também conhecido informalmente pelo mercado com tipo “concha”, um fone que cobre as orelhas. Também o CX 685 Adidas SPORTS que é do tipo “in ear”, ou seja, aquele tipo de fone que é introduzido no canal auditivo e é indicado para práticas esportivas (mas não apenas). Vamos comentar sobre os dois.
Sennheiser CX 685 Adidas Sports
Este é um tipo de fone (“in-ear”) que se tornou bem popular há pouco mais de 10 anos. Tive contato com um desses por meio de um MP3 Player da Sandisk chamado SANSA cujo fone, um modelo licenciado da Creative me deixou completamente espantado pela incrível qualidade sonora. Desde então tenho procurado um fone desta categoria para ser o meu eleito e venho desde então alternado o uso entre o clássico e ótimo modelo da Creative e um da Philips que descobri acidentalmente tempos atrás.
Algumas pessoas podem pensar que a qualidade deste tipo de fone se dá pelo fato dele ocupar o canal auditivo, bem próximo do ouvido e isolando quase que totalmente os sons externos. Isso tudo é verdade. Mas existem fones “in-ear” que são péssimos, reforçando, muito péssimos! Estes fones que acompanham telefones celulares e os campeões da ineficiência, aqueles fones “in-ear” distribuídos nos aviões, são lamentáveis. Têm qualidade do som extremamente pobre e ineficientes em termos de volume. Os meus queridos fones “in-ear” quando usados em aviões costumo regular o volume entre os níveis 1 e 2 enquanto os fones dos aviões precisam ser usados entre os níveis 5 e 6.
Toda essa longa introdução me traz ao Sennheiser CX 685 Adidas
Sports e precisava ser extenso exatamente para destacar as grandes diferenças,
afinal ainda tem gente que pensa que fones são todos iguais. Pensam que mudam
apenas cor e formato.
Tenho dois grandes comentários
sobre o 685. Logo se vê na foto acima que ele tem um “apoio auricular”, aquela
haste superior preta que deveria ajudar a estabilizá-lo na orelha. Cumpre 100% o
objetivo. Todos os outros fones deste tipo que tive no momento de minhas
caminhadas ou corridas depois de algum tempo saiam do lugar. Isso é ruim porque
a garantia da qualidade do som neste tipo de fone depende totalmente do correto
posicionamento dentro do canal auditivo. Em todas minhas experiências com o CX
685 Sports em nenhum momento ele se deslocou, graças às citadas hastes que se
encaixam nas dobras das orelhas. Não preciso mais correr tendo que ficar
ajustando o fone a cada quilômetro!
Sobre a qualidade do som... Tive dois momentos, duas percepções. Inicialmente percebi o som intenso, grande clareza nos tons médios e agudos, mas senti falta de força nos sons graves. Claramente os tons mais médios e agudos eram limpos, cristalinos, muito puros, melhor que todos os outros fones “in-ear” que já testara. Mas os graves... Isso não estava certo, como um super fabricante de extrema tradição e competência teria negligenciado este aspecto em seu produto?
Achei a resposta. Todo o tempo o teste fora feito com o meu reprodutor de MP3, o Sansa Clip que é o que sempre uso nas corridas. Leve, pequeno, prático. Resolvi experimentar alterar a equalização do som para compensar os tons mais graves. Qual não foi minha imensa surpresa ao descobrir que no equalizador do Sansa as frequências graves estavam em seus níveis mais baixos!! Aí me lembrei. O tal fone “in-ear” da Philips, muito bom por sinal, que uso no dia a dia tem como característica o que eles chamam de “super bass”, ou seja, reforço dos graves. Mas percebo que é um reforço bastante exagerado, chego a dizer artificial. A ponto de no equalizador eu ter reduzido bastante os graves para que o som não ficasse abafado (neste meu fone).
Uma vez ajustada a equalização para níveis normais o CX 685 Sports mostrou toda sua incrível competência! Graves consistentes e som limpo, puro, agudo com personalidade e principalmente um grande equilíbrio.
Ao testar novamente o meu próprio fone vi o quanto forte e até exagerado é o reforço dos graves. Feitos os ajustes (como eu já tinha feito reduzindo os graves na equalização) ele ainda é uma boa opção, seguirá como meu companheiro de corridas após eu devolver os fones para a Sennheiser. Mas ficou claro para mim que fones com “reforço de graves” ou “reforço de agudos” são extremamente artificiais. Som bom é som puro, equilibrado e fiel. Se o usuário prefere mais o grave ou mais o agudo ele que faça isso em seu aparelho que reproduz suas músicas.
Ele vem acondicionado em uma bela caixa que dispõe de diferentes encaixes auriculares (em silicone) para melhor se adaptar às dimensões do canal auditivo de cada usuário. Também vem com uma bolsa para acondicioná-lo no dia a dia e um clipe para fixação do seu fio (se assim o usuário o desejar).
Sobre a qualidade do som... Tive dois momentos, duas percepções. Inicialmente percebi o som intenso, grande clareza nos tons médios e agudos, mas senti falta de força nos sons graves. Claramente os tons mais médios e agudos eram limpos, cristalinos, muito puros, melhor que todos os outros fones “in-ear” que já testara. Mas os graves... Isso não estava certo, como um super fabricante de extrema tradição e competência teria negligenciado este aspecto em seu produto?
Achei a resposta. Todo o tempo o teste fora feito com o meu reprodutor de MP3, o Sansa Clip que é o que sempre uso nas corridas. Leve, pequeno, prático. Resolvi experimentar alterar a equalização do som para compensar os tons mais graves. Qual não foi minha imensa surpresa ao descobrir que no equalizador do Sansa as frequências graves estavam em seus níveis mais baixos!! Aí me lembrei. O tal fone “in-ear” da Philips, muito bom por sinal, que uso no dia a dia tem como característica o que eles chamam de “super bass”, ou seja, reforço dos graves. Mas percebo que é um reforço bastante exagerado, chego a dizer artificial. A ponto de no equalizador eu ter reduzido bastante os graves para que o som não ficasse abafado (neste meu fone).
Uma vez ajustada a equalização para níveis normais o CX 685 Sports mostrou toda sua incrível competência! Graves consistentes e som limpo, puro, agudo com personalidade e principalmente um grande equilíbrio.
Ao testar novamente o meu próprio fone vi o quanto forte e até exagerado é o reforço dos graves. Feitos os ajustes (como eu já tinha feito reduzindo os graves na equalização) ele ainda é uma boa opção, seguirá como meu companheiro de corridas após eu devolver os fones para a Sennheiser. Mas ficou claro para mim que fones com “reforço de graves” ou “reforço de agudos” são extremamente artificiais. Som bom é som puro, equilibrado e fiel. Se o usuário prefere mais o grave ou mais o agudo ele que faça isso em seu aparelho que reproduz suas músicas.
Ele vem acondicionado em uma bela caixa que dispõe de diferentes encaixes auriculares (em silicone) para melhor se adaptar às dimensões do canal auditivo de cada usuário. Também vem com uma bolsa para acondicioná-lo no dia a dia e um clipe para fixação do seu fio (se assim o usuário o desejar).
Sennheiser MOMENTUM
On-Ear
Eu não previa vida fácil para o MOMENTUM nesta minha avaliação.
Há décadas, em minha fase de DJ eu tivera que fazer a escolha entre dois fones.
Eram os maiorais em sua época. Não coincidentemente, porque desde esta época a
marca já era conhecida e respeitada, o embate fora entre um modelo de
Sennheiser (não sei precisar qual era) e o antológico fone KOSS Porta Pro.
Desde esta época venho usando o KOSS Porta Pro como meu fone pessoal. Testei
alguns no meio do caminho, mas nunca algum superara meu KOSS. E como disse,
sempre tiver pares deste fone para sempre ter um pronto caso quebrasse ou
perdesse o meu titular. Isso aconteceu duas vezes, um fio repuxado e a espuma
que após anos acabou destruída me fez promover o reserva a titular e comprar
novo reserva. Fone para mim é coisa séria.
O texto é sobre o MOMENTUM, mas o destaque para o KOSS é importante para que o leitor saiba a importância que tem para mim o meu fone, escolha pessoal de tantos anos. Aliás, o KOSS Porta Pro era extremamente fácil de ser visto por aí, pois em muitos shows os músicos o utilizavam (e ainda utilizam) como o fone usado no palco para ouvir o retorno. Aquele “azulzinho e prateado” era visão fácil em espetáculos.
Por tudo isso sabia que o embate entre ambos os fones seria complicado. E não tenho muito o que falar. O texto sobre o MOMENTUM será breve. É com surpresa, satisfação e admiração que declaro o MOMENTUM como “o fone”!! O até então campeão KOSS não foi capaz de sustentar seu posto frente ao MOMENTUM, um fone que se revelou para o meu gosto e minha surpresa realmente superior. Vou detalhar um pouco mais.
Verdade seja dita o MOMENTUM é do tipo real “on-ear”, ou seja, usa o formato de concha que abraça e cobre todo o ouvido. O KOSS é do tipo “contato”, não tem concha. Mas mesmo assim há anos venho preferindo o KOSS a outros fones que esporadicamente testei. E tem mais uma coisa. O KOSS Porta Pro é um projeto de mais de 30 anos e por melhor que seja, um dia seria superado. E quis o destino que a SENNHEISER me oferecesse a oportunidade de testar o MOMENTUM e faze-lo meu objeto de desejo e possível substituto do ótimo KOSS.
Mas porque o MOMENTUM é melhor?? Ele tem menor “ganho” em
relação ao decano rival, ou seja, o nível de volume deve ser ajustado um pouco
a mais para ter mesm
A concha que recobre as orelhas é macia e muito confortável e ainda provê um ótimo isolamento dos sons externos, praticamente igual ao efeito dos fones “in-ear”. É bonito, elegante, feito em metal nobre (não sei se alumínio ou alguma outra liga) e tem acabamento em couro na parte superior e nas conchas auriculares (disso também decorre o conforto de que falei). Não recomendo ser usado para caminhadas ou corridas. É um fone para ficar em casa guardadinho em sua elegante bolsa que o acompanha e usado nos momentos de puro deleite musical.
a intensidade sonora. Mas não tão
diferente como os fones “in-ear” que citei ao falar do CX 685. O que me
conquistou no MOMENTUM foi o seu conforto, isolamento e equilíbrio nos sons.A concha que recobre as orelhas é macia e muito confortável e ainda provê um ótimo isolamento dos sons externos, praticamente igual ao efeito dos fones “in-ear”. É bonito, elegante, feito em metal nobre (não sei se alumínio ou alguma outra liga) e tem acabamento em couro na parte superior e nas conchas auriculares (disso também decorre o conforto de que falei). Não recomendo ser usado para caminhadas ou corridas. É um fone para ficar em casa guardadinho em sua elegante bolsa que o acompanha e usado nos momentos de puro deleite musical.
Mas não só com beleza e conforto se faz um bom fone. O KOSS é até bem espartano e era até então o meu eleito. O EQUILÍBRIO entre os timbres sonoros é destaque no MOMENTUM. Os graves são equivalentes aos do seu rival, embora mais nítidos. É nos agudos e médios, mais pronunciados e mais puros que percebi a diferença. A sensação de realismo é maior. E isso para todos os estilos de música que experimentei. E não são poucos.
Sou bastante eclético em termos de música. Passando por Bach, Rita Lee, Mozart, Pat Metheny, Deep Purple, Jean Pierre Rampal, Tom Jobim, Led Zepelin, Marisa Monte, Beatles, Elis Regina, Genesis, James Taylor, Oscar Peterson, Jair Rodrigues, Black Eyed Peas, Chico Buarque, Kiss, B52, Kid Abelha, Beethoven, Dire Straits, Almir Sater, Pink Floyd, Earl Klugh, Mamonas Assassinas, Nora Jones, Joss Stone, Vivaldi, Donna Summer, … Deu para ver que meu playlist é completamente “non sense”, quase insano de tão variado. Tenho medo se ser preso se um dia for pego na rua com playlist tão maluco como esse!! Mas o mais importante é que ouço as “músicas de minha vida” em ordem aleatória, todos estes estilos misturados e em todos eles o prazer de fazê-lo com o MOMENTUM foi especial.
Sei que há um quinhão de subjetividade na avaliação de um fone. Por isso repito a dica que me foi dada há tanto tempo. Comece a escolha do sistema de som pelas caixas de som e pelos fones, de longe os componentes mais importantes, pois por meio deles a magia da música vai impressionar seus ouvidos e suas emoções. Há ótimos concorrentes no mercado, outros fabricantes de grande renome e competência e até marcas muito badaladas. Mas pelo que pude constatar, nessa sua busca não pode faltar de forma alguma considerar estes modelos da Sennheiser.
O Momentum ainda dispõe de um interessante controle de volume e pause/play/avançar (que usei pouco). O preço sugerido para o Momentum é de R$ 999. Mas busca rápida em alguns sites achei ofertas do CX 685 Adidas Sports por volta de R$ 430 (www.submarino.com.br) e do Momentum por R$ 770 (www.kabum.com.br), preços para pagamento à vista. Imagino que valores em torno disso devem ser encontrados no mercado. Não são fones baratos. Há fones de R$ 35 por aí. Mas em nada se parecem com estes modelos testados. Verdade seja dita, qualidade tem preço. E se qualidade de som, pureza e fidelidade são atributos que fazem diferença para você, estes fones são fortes candidatos a te atender. Caso contrário, eu lamento, mas o fone que ganhou na sua última viagem de avião vai te satisfazer. Definitivamente não é o meu caso!!
Amigo, ótima análise, meus parabéns!!!
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