Resolvi resgatar esta história este caso pois estou em vias de publicar uma história cujo teor é semelhante. Publiquei no FORUMPCs anos atrás, quase 5 anos, e ao relê-la me surpreendi como ainda é atual. Mostra a diferença que existe no atendimento de um bom vendedor, que orienta o cliente e faz toda a diferença e o vendedor "por obrigação" que só quer saber da sua comissão, não importando como. É uma bela e real história. Em seguida publicarei a história bem atual da compra de um notebook...
Eu já tinha essa coluna na minha cabeça desde que li o texto do nobre colega Luis Sucupira escreveu “O vendedor e o tirador de pedido” . Acabei não contando este caso, mas o artigo da Elis Monteiro, “Computador popular: a culpa é do vendedor" fez todo o filme voltar na minha cabeça! Já antecipo que este é um caso que guarda algumas semelhanças com estas referidas colunas e que pelo menos para mim trouxe um grande aprendizado.
Eu já tinha essa coluna na minha cabeça desde que li o texto do nobre colega Luis Sucupira escreveu “O vendedor e o tirador de pedido” . Acabei não contando este caso, mas o artigo da Elis Monteiro, “Computador popular: a culpa é do vendedor" fez todo o filme voltar na minha cabeça! Já antecipo que este é um caso que guarda algumas semelhanças com estas referidas colunas e que pelo menos para mim trouxe um grande aprendizado.
Não sou capaz de precisar o ano. Lembro-me que estava em Las Vegas e meu sonho de consumo naquele momento era uma câmera de vídeo. Nunca tivera uma. Nesta época não havia a tecnologia digital ainda. Neófito que era fui visitar uma manjada loja de eletrônicos dos EUA chamada BESTBUY . Informática, cine, vídeo, aparelhos musicais, CDs, DVDs, telefones, eletrodomésticos, geladeiras fornos, etc. Imagine um PONTOFRIO glorificado…
Ao investigar as alternativas de Camcorders fui procurar logo pelas mais baratas. Acho que foi uma reação “defensiva”. Como poderia me atrever a comprar uma câmera sofisticada e cara se não entendia muito do assunto? Nesta categoria, na qual os produtos custavam cerca de US$ 300, encontrei um modelo da SONY que me encantou. Perguntei para o atendente se poderia testá-la. Ele apenas acenou a cabeça. Adorei a empunhadura, a dimensão pequena, o imenso zoom… Mas o modelo de fato mais barato não tinha visor de LCD, somente aquele ocular.
Estranhei pois achei meio desfocado. Meio não, muito desfocado. Acredito que minha reação ao procurar uma câmera de vídeo foi parecida com muitas pessoas que vão comprar seu primeiro PC. Querem se apoiar em algo que lhes dê segurança. No meu caso a marca SONY, referência inegável neste meio, era meu respaldo. Por isso mesmo chamei o vendedor pois não estava entendendo aquela “má qualidade” do produto de marca tão renomada.
– Senhor, por favor, poderia confirmar se esta câmera está fora de foco.
– Hummmmmm, não. Está perfeita senhor.
– Olhe, eu não entendo nada sobre filmadoras mas não posso imaginar que uma SONY coloque um produto com este tipo de defeito.
– Como eu já disse senhor, é assim mesmo.
– Mas não tem alguma regulagem, algum botão que regule o foco na ocular ou algo assim? Está claramente desfocada!
Logo depois disso veio a “pérola” inesquecível.
– Se quiser levar é assim mesmo, não posso fazer nada.
Evidentemente eu desisti na hora. Fiquei totalmente inseguro. Acho que me senti como a Elis comentou em sua coluna, como a mãe dela sendo atendida pelo vendedor de geladeiras que vendia PCs. Sai da loja frustrado e com uma sensação de “brochada”. Eu estava disposto a investir US$ 300 na minha primeira filmadora e o vendedor, logo ele, jogou um balde de água fria em cima de mim.
Uns dois dias depois passei meio que sem querer em outra loja chamada GOOD GUYS, também especializada em eletrônicos. Tempos depois a GOOD GUYS foi incorporada pela rede COMPUSA. Ao entrar nessa loja deparei-me com o balcão das filmadoras e logo reconheci aquele modelo da SONY 8mm que tinha me encantado e “brochado” ao mesmo tempo. Meio incrédulo apanhei-a e logo fui testar a ocular da câmera. Para minha surpresa pareceu-me melhor que a da outra loja, mas ainda não estava perfeita. Neste momento um vendedor que me observava (ele não tinha me abordado ainda) percebeu que eu precisava de algo e se aproximou. Perguntei para ele sobre o foco da ocular. Ele em 3 segundos levantou uma aba que tinha na ocular e faz aparecer uma regulagem deslizante, mostrou-me como usar e … FOCO PERFEITO!! Como pode?!!! O outro vendedor, uma ANTA (que me perdoem as antas), não fazia a menor idéia!! Fiquei entusiasmadíssimo e falei para ele que iria levar aquela câmera.Ele não quis me empurrar acessórios ou coisas assim. Já começou a preparar tirar o meu pedido.
No caminho para o caixa paramos em uma vitrine e travamos um diálogo que ainda hoje me lembro:
– O senhor fez uma excelente escolha, uma boa câmera, ótima marca. Mas permita-me lhe mostrar uma novidade, a geração Hi-8 da SONY. Ela tem cerca de 50% mais pontos e uma definição de cores impressionante.
– Olha eu sou novato em câmeras, acho que não vou precisar de algo tão sofisticado.
– O senhor tem razão mas não custa nada ver a tecnologia de sua próxima câmera. Acho que vai gostar…
Seguiu-se uma apresentação maravilhosa em uma TV que comparava Camcorders de outras marcas com a SONY 8mm, já era uma diferença e tanto. Fiquei mais que convencido que minha 8mm de US$ 300 tinha sido um super negócio. Mas quando vi a comparação da tecnologia de 8mm com Hi-8 fiquei maravilhado.
– Estou vendo que o senhor gostou.
– É mesmo impressionante. Não imaginava que as diferenças entre as tecnologias eram tão evidentes. Qual a faixa de preço desta câmera?
– Muito menos que a diferença da qualidade.
Câmera analógica Hi adquirida por mim após a ajuda do bom vendedor
Câmera analógica Hi adquirida por mim após a ajuda do bom vendedor
Nos momentos que se seguiram eu me vi loucamente interessado naquela outra câmera e o vendedor preenchendo o pedido da originalmente escolhida (8mm US$ 300). Para encurtar a história, eu acabei fazendo uma série interminável de perguntas (uma vez que era um zero à esquerda em câmeras), as quais foram prontamente e precisamente respondidas pelo garboso vendedor. Acho que o fim da história vocês já adivinharam. Troquei o meu pedido e sai feliz de vida da loja. Gastei US$ 500, bem mais que estimava gastar. Gastei mais, comprei um produto melhor e mais sofisticado, tanto que me atendeu super bem por 7 anos (até comprar a minha primeira filmadora digital). E principalmente me senti seguro.
O primeiro vendedor da BESTBUY teve uma postura parecida com os vendedores da CASAS BAHIA e do PONTO FRIO citados na coluna da Elis. Eles não transmitiram segurança alguma a ela e sua mãe. Nos comentários de sua coluna eu citei que não vejo problema algum vender PCs em lojas de eletrodomésticos, desde que sejam honestos (no sentido de prestarem informações precisas). Já o segundo vendedor da GOOD GUYS foi o oposto do vendedor “tirador de pedidos” citado e criticado no texto do Sucupira. Ele me acolheu, apresentou-me alternativas, municiou-me com vasto estoque de informações e não aplicou a técnica da “empurroterapia” e principalmente teve o incrível mérito de me fazer gastar US$ 200 a mais do que eu estava querendo gastar, feliz da vida. Se eu encontrei mais um ou dois VENDEDORES (com letras maiúsculas) assim em minha vida, foi muito! Pena, para todos. Haveria clientes muito mais satisfeitos e vendedores muito mais profícuos !!
Será que no mercado de PCs vocês encontram VENDEDORES assim?
pois é, normalmente eu uso hoje a internet para comprar eletrônicos, mas quando eu vou direto na loja geralmente eu sei muito mais sobre as especificações dos produtos que eu estou interessado do que o vendedor, eu acabo ensinando eles sempre. por ser uma profissão com muita rotação, eles pouco se especializam.
ResponderExcluirPois é... O tal vendedor da (infelizmente extinta Good Guy) foi SHOW!! Não me empurrou, ele mostrou e EU decidi gastar quase o dobro e fiquei na ocasião feliz da vida!! Que diferença !!
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