quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Asus Zenfone 4, um baita susto com a autonomia da bateria! Péssima ou ótima?

Recebi da Asus uma unidade do Zenfone 4 para testes na 6ª feira passada (5 dias atrás). Ao longo do sábado fiz a migração de todo o meu arsenal de aplicativos e contas. Dessa forma iniciei mais um período de 25 a 30 dias usando o smartphone, como sempre faço com todos que recebo para avaliação. 

Domingo, final de semana, não era um dia de uso típico. Porém na 2ª feira e na 3ª feira (respectivamente segundo e terceiro dia de testes) eu fiquei bastante incomodado com o comportamento da bateria. É fato que pelas instalações, configurações posteriores, eu estive usando o aparelho com mais intensidade. Mas a efetiva duração da bateria na 2ª feira mal chegou a 10 horas e na 3ª a previsão era de pouco mais de 8 horas!!


Acendeu o sinal de alerta vermelho! O Zenfone 3 Zoom surpreendera-me com uma duração “inifinita” a ponto de eu escrever sobre ele “Zenfone 3 Zoom um smartphone libertador!” (mais de 24 horas de autonomia). Mas essa comparação é muito injusta já que o Z3Z tem bateria de 5000 mAh e o Zenfone 4 tem 3300 mAh. Mas no meu teste do Zenfone 3 original, com sua bateria de 3000 mAh , obtive excelentes resutados, quase 19 horas de uso em regime “normal” (meu teste de uso no dia a dia). Como o novíssimo e sofisticado Zenfone 4 poderia trazer para o mercado um produto com menos da metade dessa autonomia?? Claro que não podia!!

Lancei mão de um expediente muito raro entre os fabricantes. Põe raro nisso. Marcel Campos, recém alçado a Diretor Geral Global de Marketing da Asus está acessível para contato, conversas e esclarecimentos. Iniciei via WhatsApp com ele a conversa que repito abaixo.

Não obtive apenas uma resposta! Foi uma explicação bastante detalhada que vou inclusive replicar abaixo na forma de vídeo-podcast!! Afinal foram quase 10 minutos de áudio. Para os mais detalhistas, recomendo que vejam/ouçam este vídeo-áudio. Mas vou fazer um resumo da explicação que obtive. O que era uma conversa no WhatsApp, acabou virando quase um podcast!

Vamos às explicações! O Zenfone 4 pode vir com dois processadores, o Qualcomm SnapDragon 630 e o SnapDragon 660. O 630 é uma grande evolução em relação ao 625/626 enquanto o 660 é um “fulano” totalmente novo que combina virtudes do 630 com processadores da série 800 (820/821).
     
O SnapDragon 660 (presente no Zenfone 4 que estou testando) tem 8 núcleos, sendo 4 mais “fracos” e 4 muito fortes (do tipo Kryo da série 800). Dessa forma o próprio sistema se ajusta alocando tarefas mais simples para os 4 núcleos mais simples (que podem ter sua velocidade reduzida para 633 Mhz para economizar energia) e aloca tarefas mais complexas, aplicativos de alta demanda, jogos, etc. para os 4 núcleos mais poderosos (Kryo 280 – que podem trabalhar até a 2208 Mhz), ou todos os 8 núcleos ao mesmo tempo.


Porém, desde a versão 6 do Android existe um sistema de otimização de bateria que foi bastante aprimorado no Android 7, agora chamado “Doze on the go”. Basicamente ele analisa a forma como os aplicativos são usados ao longo dos primeiros dias e com esta informação ele tem como saber o que deve alocar nos núcleos mais econômicos ou nos núcleos mais potentes (e assim otimizar o uso da energia).

Este processo, segundo o Marcel, na forma ideal, precisa de pelo menos 2 semanas completas, ou um pouco mais para contemplar finais de semana (pois o perfil de uso é diferente). O Marcel começou sua explicação dizendo que por causa disso, desde o Android 7 não se pode mais fazer testes de bateria de apenas uma semana!!! Para mim isso não tem problema porque eu sempre fiz testes de no mínimo 3 a 4 semanas, sendo até difícil explicar para alguns fabricantes porque preciso ficar por um mês com o aparelho emprestado (muitos emprestam por prazos de uma a duas semanas). Na verdade, vou estender meu teste para 5 a 6 semanas e assim posso desprezar as primeiras duas, para não poluir a estatística com algo que não vai mais se repetir.
  
No começo praticamente todos os núcleos são usados, preferencialmente os “fortes” e por isso o consumo tende a ser maior (como eu observei nos dois primeiros dia). Assim, segundo este processo, o Zenfone 4 irá “aprendendo” com o meu padrão de uso e se tornará progressivamente mais econômico, por saber usar melhor os núcleos para alocar as tarefas de forma inteligente.
  
Hoje, 4ª feira, é o 3º dia de uso “normal” do Zenfone 4 e percebo que em relação a ontem, já há progressos. Mas o comportamento definitivo eu conseguirei aferir após este prazo que me foi explicado.


IMPORTANTE destacar!!! Este comportamento não é do Zenfone e sim do Android!! No caso do Zenfone 4 ocorre uma certa ampliação deste fenômeno pelo fato de uma de suas versões vir com  processador Qualcomm  SnapDragon 660 que é muito inteligente e tem 4 núcleos extremamente poderosos (que gastam mais se usados “no talo”). Os consumidores de smartphones precisam ser informados disso para que, como eu, não se precipitem e tirem conclusões indevidas.


Meus testes seguem e vou deixar o Zenfone 4, Android e SnapDragon se entenderem para só então formar opinião, mas pelo que tudo indica, espero um nível de autonomia parecido, quiçá melhor que a do Zenfone 3!!

Segue abaixo na íntegra minha conversa com o Marcelo sobre o assunto, ou melhor, as explicações que recebi na Asus por meio dele.


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