segunda-feira, 1 de maio de 2017

iPhone roubado, ainda dá para localizar e recuperar? Quase consegui!





Dias atrás eu publiquei o texto “iPhone roubado, dados trancados, como resolver!! Escandaloso!” contando as desventuras e cabeçadas que dei para tentar recuperar os dados do iPhone que fora roubado do meu filho. Depois que publiquei eu me lembrei que me esqueci de contar um pedaço importante e interessante da história. Quem me lembrou foi o “Leo”, leitor do meu site que publicou o comentário muito interessante que replico abaixo:  
  
Leo, eu resolvi te responder por meio deste texto. Vamos lá. Volte 10 anos no tempo, quando o primeiro iPhone foi lançado. As preocupações eram pequenas. A imensa maioria das pessoas nem senha tinha em seus aparelhos, era apertar o botão e sair usando. Depois começou a ser mais popular e mais usado o PIN e a impressão digital, mas não nos primórdios, os primeiros anos do iPhone.

Nessa época quando um iPhone era roubado, os larápios também eram menos escolados. Era possível pelo iCloud ou pelo aplicativo Friends da Apple localizar o iPhone. E era tão “novidade” para a época que diligências policiais de fato eram feitas e se conseguia recuperar alguns aparelhos. Principalmente quando era localizado em uma casa e não um prédio (mais fácil para a polícia abordar).

Hoje em dia, logo que um iPhone é roubado ele é desligado e seu chip retirado exatamente para que não possa ser localizado. Depois eles tentam vendê-los para receptadores que tentarão dar destinos diferentes ao aparelho.

Quando o iPhone do meu filho foi roubado (contado no texto anterior), fui imediatamente a uma loja da VIVO para comprar um chip novo, invalidar o antigo e para bloquear o aparelho. O código IMEI é um “RG” de cada telefone, não há dois iguais no mundo. Uma vez que informei o IMEI para a VIVO ela inseriu este código (que vem na caixa do aparelho ou ainda com o dispositivo teclando *#06#) em uma lista de aparelhos roubados e NENHUMA operadora vai mais se comunicar com este smartphone. Fim da linha para este aparelho certo? Só servirá como peso de papel, não acha? Infelizmente não!

A tecnologia também chegou ao submundo criminoso. Há “prestadores de serviços” especializados que reprogramam o chip com outro IMEI e o aparelho fica livre para uso e revenda criminosa. Usam um IMEI aleatório de tal forma que um dia pode ser que exista outro aparelho com o mesmo código e sabe-se lá o que vai acontecer.

Como tentam enganar o proprietário para entregar a senha!

Mas antes dos bandidos gastarem uma nota preta com estes “reprogramadores de iPhone” eles se valem de outros estratagemas para usar o aparelho. Dois ou três dias depois do roubo meu filho recebeu um SMS já no aparelho Android que ele estava usando que está replicado abaixo.
   


Este SMS induz o desesperado proprietário do iPhone a acreditar que seu aparelho foi localizado e tem um link para ser clicado e aberto. Tão logo vi o endereço percebi tratar-se de uma farsa, uma armadilha. A URL SHERCH-PHONE... escrita com um erro ortográfico crasso em inglês (em vez de search-phone) denunciou, mas além disso, que raio de domínio é ESY.ES??? Não tem nada a ver com a Apple!!

   
     
Mas meu espírito desbravador me fez entrar neste endereço, usando um computador (virtual) que tenho apenas para esta finalidade (pesquisar URLs suspeitas). Qual não foi minha surpresa ao me deparar com a tela abaixo!!!



Com tudo em português, uma tela FALSA, com a toda identidade visual da Apple pedindo nada mais nada menos que o ID Apple e a senha!!!! Um distraído e lesado proprietário do iPhone roubado poderia mergulhar nessa armadilha e entregar de graça suas  credenciais para o bandido!!!

Mas o que o gatuno poderia querer com isso? Fácil de entender! O iPhone do meu filho tinha senha (PIN) e acesso pela impressão digital. Aparelhos neste estado não podem ser reformatados usando o iTunes (restaurar para a configuração original) salvo se tenha a senha e o ID Apple.  Eles têm como passar por cima disso? Infelizmente sim, mas torna o “negócio” mais caro para eles, precisando usar técnicos mais especializados (e custosos) para sobrepujar a restrição da senha, da mesma forma que precisariam gastar em especialista para reprogramar o IMEI.

Vejam que ousadia!! De alguma forma, talvez por uma leitura do chip (?) o número do telefone do meu filho foi descoberto e assim eles mandaram o SMS visando enganá-lo e fazê-lo entregar seu Apple ID e senha para “baratear o aparelho”.

Se eles não têm sucesso na reprogramação do IMEI, ou no desbloqueio da senha, ou apenas não querem “investir” em técnicos que saibam lidar com estas situações, ainda assim o aparelho é desmanchado e peças nobres como tela, placas, chips da própria Apple e são vendidos.

Quase localizei o aparelho do meu filho!! Como!!??

No dia do roubo, minutos após o aparelho já não era mais visto pelo aplicativo FRIENDS, estava inacessível (desligado ou sem chip)!! Mas o que os bandidos não sabiam era que eu programara no aparelho dele a conexão com o WiFi da NET (todo assinante tem este direito). Não sei se você sabe, mas a NET tem milhares de hotspots espalhados pela cidade (desconfio que o aparelho que temos em casa é um hotspot disfarçado... mas este já é outro assunto).

Algumas poucas horas depois, com o chip já cancelado (comprei outro) e IMEI bloqueado, o aparelho foi localizado na Praça da República, ponto manjado de venda de celulares roubados ou compra de droga (usando celular como moeda de troca)!! Com toda certeza o telefone se encontrara perto de um local com WiFi da NET e como ainda estava com senha, sem que eles conseguissem entrar para reformatar, a conexão foi compulsoriamente feita e o aparelho localizado!! Mas ficou ali por pouco tempo e sumiu de novo!!

No dia seguinte, em pleno feriado (era uma 6ª feira), o aparelho foi localizado mais uma vez na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Vitória, bairro de Campos Elíseos, centro de São Paulo.  Vejam no mapa abaixo, marcado com o círculo o local apontado pelo FRIENDS como a localização do iPhone.
  

Ironicamente o local era situado a um quarteirão da 3ª Delegacia de Polícia do Campos Elíseos (3º DP)!! Tenho um amigo jornalista que certa vez fez uma longa matéria investigativa sobre roubo de celulares e ele me disse que essa “boca”, Vitória com Rio Branco é onde ficam os “barra pesada” da reprogramação dos iPhones (quem consegue regravar o IMEI). E de fato, NUNCA mais este iPhone foi visto! Já deve ter sido reprogramado, reformatado e vendido nas bocas de aparelhos roubados!!

Tenho um amigo que é investigador da Polícia Civil, da delegacia de homicídios e falei com ele sobre o assunto. Ele me disse que dificilmente a polícia se acionada faria algo. Mas eu teria alguma chance se eu tivesse a nota fiscal em mãos e me dirigisse para o 3º DP enquanto o aparelho estivesse sendo mostrado por lá. Mas isso como eu falei não aconteceu mais... O iPhone 6s, ainda sendo pago até novembro próximo se foi definitivamente. Meu solidário amigo investigador até me falou que se a polícia não fizesse nada, que era para eu chamá-lo que ele traria mais dois ou três agentes da delegacia de homicídios para fazer uma batida policial no prédio que tem ali no endereço que citei. A ideia soa estranha. Mas eu até faria isso não fosse o fato de telefone ter ido embora de vez.

Conclusão

Trata-se da briga do “gato e rato”. A bandidagem é organizada e eles têm “fornecedores” especializados em tentar enganar o dono do aparelho para roubar a senha (SMS e site), têm quem consegue reformatar o aparelho mesmo sem a senha e quem possa reprogramar o IMEI para que o aparelho possa funcionar e ser vendido. Para aumentar seus lucros eles querem usar o menos possível estes “especialistas”.

Cabe a todos nós tornar a vida deles cada vez mais difícil! Senha, PIN, impressão digital, ter o IMEI a mão para bloquear o aparelho e no meu caso, a não proposital ideia de ter o aparelho programado para acessar WiFi público como NET ou outros e assim ter mais chance de localizar o aparelho. Tudo isso pode dificultar para eles, mas no pior caso eles irão desmontar o aparelho e vender peça por peça. Triste! A polícia não vai fazer nada, não porque não queira, mas sim porque são centenas de casos nas imediações por dia. Não dão conta, mas também não têm tanta boa vontade assim.

Meu filho, após o roubo e grande ginástica para recuperar seus dados “presos” na Apple segue muito satisfeito usando Android, o ótimo ASUS Zenfone 3, sobre a qual escrevi tempos atrás, além de tudo menos visado que os aparelhos da maçã.

Cuidado, atenção e muita precaução. É o que recomendo, já que aparentemente, por mais que já tenha sido feito, furto e roubo de celulares não vão parar de acontecer tão logo, infelizmente.



2 comentários:

  1. Muito interessante seu novo artigo.
    Talvez o que eu vá escrever não ajude muito e seja mais um relato exaltando o programa que eu uso, mas sou usuário do Android e uso o Cerberus anti-roubo há anos. Talvez você o conheça...

    Umas das opções dele é se o root estiver disponivel, ele seja instalado na partição /system . Com isso, se o celular for formatado, o cerberus continuará rodando. A exceção é se o celular tiver seu firmware totalmente reinstalado.

    Uma vez como aplicativo de sistema, que é uma garantia, mesmo que o chip seja trocado, ele ainda irá funcionar, pois ele pode ser configurado para enviar um SMS para outro numero, informando sobre o chip não autorizado. E com isso, você recebe o novo numero do seu aparelho...

    De posse do novo numero do celular, eu posso enviar um SMS e ativar o 3G ou WiFi, GPS, fazer um video com ambas as cameras do aparelho e enviar via a conexão de dados, tocar um alarme, localizar o aparelho, etc...

    Mas é claro, que depois de tudo isso, se a Policia se recusar a fazer seu trabalho, então não há software que resolva.

    No seu caso, se houvesse tempo hábil, eles poderiam ter resolvido facilmente. Não é uma questão de boa-vontade mas sim de fazer o trabalho para o qual eles são pagos. Ainda mais quando um local conhecido por reprogramar aparelhos roubados fica atrás da delegacia.

    Eu ficaria muito frustrado por ter a chance de localizar meu aparelho mas devido a preguiça e ou comodismo do policial, perder essa chance.

    Boa sorte e converse com seu filho para que ele tome mais cuidado. Eu tenho uma regra básica: se eu preciso atender uma ligação, entro na primeira loja e converso lá dentro. Nunca atendo o telefone enquanto estiver caminhando na rua.

    Desculpe o textão.

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  2. Ola Xandó,

    Todo esse problema seria facilmente resolvido pelos fabricantes de aparelhos com uma simples mudança na memorias Eprom que armazenam os códigos IMEI.
    Se estes chips viessem isolados, lacrados e não permitissem regravação do codigo IMEI por impossibilidade física de acesso para regravação o roubo e furto de aparelhos smartphone só poderia alimentar o mercado de peças de reposição que não é tão lucrativo assim para os criminosos.
    O interesse deles por smartphones é porque são aparelhos pequenos que todo cidadão careega consigo e de alto valor agregado que quando roubado permite a reinclusão no mercado de modo relativamente simples e altamente lucrativo para o mundo do crime.

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