Há algum tempo ouvi uma frase muito forte que me marcou de forma intensa: “se um ser humano tivesse sido congelado há
mil anos e fosse trazido de novo à vida hoje ele ficaria absolutamente perdido
com tudo que veria, com todas as transformações, tecnologias, etc. Mas se ele
fosse levado para dentro de uma sala da aula possivelmente se sentiria mais à
vontade, pois iria achar algo semelhante com o que ele já conhecia”.
De fato alguém postado na frente de um grupo de pessoas discorrendo conteúdos e eventualmente anotando em um quadro a sua frente seria bem familiar. Se pensarmos bem há séculos que esse modelo vem se repetindo. O “dono da informação” no alto do tablado tentando atrair a atenção dos nem sempre tão entusiasmados estudantes.
Claro que já existem iniciativas e recursos tecnológicos que têm trazido nova luz ao campo da educação. Mas apenas fazer az coisas antigas com ferramentas modernas não é ainda a melhor resposta. Uma modificação estrutural deve acontecer para que de fato a forma de aprender seja elevada vários degraus acima, no nível requerido pelos requisitos do mundo como ele é hoje em dia.
Tive a oportunidade de conversar com John Baker que é fundador, presidente e CEO da empresa D2L, especializada e criadora de uma plataforma de aprendizagem adaptativa à distância chamada BrightSpace. Confesso que este assunto é relativamente novo para mim e por isso mesmo aproveitei muito a conversa para me situar nesta fascinante iniciativa. Segue abaixo a transcrição de minha conversa com John Baker que estava acompanhado da Betina Von Staa que é diretora de desenvolvimento de negócios no Brasil da D2L.
Flavio Xandó: eu fiquei bastante
impressionado com o que vi a respeito da plataforma BrightSpace. Gostaria de
começar esta conversa sabendo um pouco mais do conceito da solução e suas
aplicações.
John Baker: não é segredo que a tecnologia vem mudando muito rapidamente o cenário geral para as pessoas e empresas. Mas sentíamos falta desse salto na área educacional. Quando começamos a D2L e a solução BrightSpace queríamos fazer algo realmente transformador. Queríamos achar uma forma de ajudar alunos a se engajarem mais no processo e desenvolverem mais seu potencial. Tambémfazer o processo ser mais produtivo e ir além da forma tradicional usando recursos online. Fazer algo mais personalizado e não do tipo “o mesmo serve para todo mundo”. Nós começamos com apenas alguns usuários e hoje em dia mais de 15 milhões de pessoas utilizam de alguma forma nossa plataforma diariamente. Temos escolas, universidades e mais recentemente empresas presentes na “Fortune 1000” que também usam nossa solução viabilizando a transformação também da cultura destas corporações.
Flavio Xandó: se olharmos com mais atenção vamos perceber que os sistemas educacionais não mudaram tanto assim nos últimos mil anos!!
John Baker: sim, possivelmente! Se olharmos para os processos tradicionais eles se fundamentam em entregar conhecimento para os estudantes. Nosso enfoque é inverter isso e fazer com que o estudante vá em busca do conhecimento e tenha mais iniciativa. Ao mesmo tempo a interação com os professores, instrutores e facilitadores seja mais forte também.
Flavio Xandó: eu percebo que estimular os estudantes é um ponto crítico. Mas isso também está relacionado com outro aspecto. Criar conteúdo para uso online é muito desafiador. Acredito que vocês tenham de alguma forma solucionado este tipo de problema...
John Baker: nós temos várias abordagens para lidar com a criação de conteúdo. Inicialmente temos como capturar um conteúdo tradicional, livros, apostilas, etc. e incorporá-los no sistema. É o caminho mais simples e dessa forma criamos os “fichários digitais” que contém o vasto arquivo pessoal do estudante, o material de sua vida toda se ele quiser. Eles podem ser consultados, pesquisados e marcados, mas de uma forma mais interativa. Também podemos capturar palestras como PowerPoint incluindo também a parte “falada” que é transformada em texto (portanto consultável). Depois pode ser transmitida para um smartphone (iPhone, Android, Blackberry...) o que permite que seja vista em qualquer lugar. O ponto chave é que temos que permitir que esta captura de conteúdo seja a mais fácil quanto possível, Assim ninguém tem que dispender uma quantidade exorbitante de energia nem tempo para desenvolver conteúdo. Ainda temos o processo de criar conteúdo baseado em templates direcionados ao uso em vários tipos de dispositivos, acelerar esta tarefa por meio de ferramentas visuais “drag-and-drop”, seja obtendo dados a partir de arquivos PDF, PowerPoint... Também com vídeos ou clipes de som (também “drag-and-drop”) sempre gerando um conteúdo uniforme a partir da conversão de cada um desses formatos.
Flavio Xandó: então uma forma simples consiste em partir de um conjunto de materiais tradicionais, capturá-los e a partir disso trabalhar neles transformando-os em algo ainda mais estimulante?
John Baker: exatamente. Muitas pessoas têm feito isso mesmo. Mas para personalizar ainda mais o conteúdo e torná-lo mais estimulante tem que ser mudada a forma de pensar, pois o ambiente online proporciona muitas possibilidades a serem exploradas. A começar pela monitoração de progresso de cada estudante que pode ser parabenizado por cumprir objetivos e pelas boas avaliações, bem como ser chamado a participar se está mais tempo ausente. Tudo de forma automática. Mas principalmente usando o conceito de “aprendizagem adaptativa”. Você sabe do que se trata?
Flavio Xandó: formalmente eu não sei, mas penso que posso imaginar o que seja. Por isso mesmo agradeço se você puder clarear nossa conversa conceituando aprendizagem adaptativa...
John Baker: nós temos a habilidade de adaptar o conteúdo em nossa plataforma há um bom tempo. Quando um estudante está percorrendo um tópico de estudo por trás está um trabalho feito pelo professor (quem criou o conteúdo) chamado mapa de conhecimento, ou seja os aspectos que devem ser percorridos com maior ou menor nível de profundidade e que irá também direcionar as avaliações. O sistema adapta a apresentação de material educativo de acordo com as necessidades de aprendizagem dos alunos, como indicado por suas respostas às perguntas e tarefas. A tecnologia engloba aspectos derivados de vários campos de estudo, incluindo informática, educação e psicologia. Mas vai além. Usando um processador de linguagem natural e analisador semântico, o que nós chamamos de “mecanismo de aprendizagem”, se ao longo do curso o estudante fica “atolado” em determinado aspecto, mesmo que o professor que preparou o curso não previu certas explicações, o sistema tem como ir buscar em outras fontes como “Open Education Resources” ou Wikipedia ou KhanAcademy, sumarizar as informações e incluir no material sendo usado pelo aluno e recomendar as leituras necessárias para que ele supere a dificuldade daquele momento. E conforme o curso vai sendo percorrido um modelo preditivo vai sendo usado para apresentar as informações de acordo com o ritmo e profundidade daquele estudante.
Flavio Xandó: este tipo de recurso então permite que estudantes mais brilhantes tenham como receber conteúdos mais aprofundados e assim ter maior aprendizado e estudantes com mais dificuldades serem direcionados pelo caminho necessário previsto pelo criador do curso?
John Baker: isso mesmo. Esta tecnologia permite individualizar o caminho a ser percorrido por cada estudante ao longo daquele curso adaptando-o às suas características e necessidades. Se é um aluno brilhante o tema é tratado com maior profundidade e com mais desafios. Se o estudante tem mais dificuldades o curso vai seguir apresentando o conteúdo de outras formas ou outras fontes até que ele supere aqueles obstáculos e possa seguir em frente.
Flavio Xandó: algo parecido até pode ser feito em salas de aula tradicional. Mas é complicado o professor dar uma atenção realmente diferenciada para cada estudante, do mais brilhante àquele que precisa de um pouco mais de atenção...
John Baker: esta é a vantagem do uso de tecnologia. Meus pais são ambos professores, ambos são educadores. Este é o máximo objetivo do educador, personalizar a experiência do aprendizado para cada estudante. Professores podem ajudar em áreas nas quais um sistema não pode, em princípio com máxima capacidade de personalização, mas em classes com dezenas de estudantes isso se torna quase impossível. Conseguimos realizar isso com competência na nossa plataforma.
Flavio Xandó: imagino que toda esta tecnologia também possa ser usada nas empresas. Como isso pode ser feito?
John Baker: isso é interessante. Originalmente criamos esta tecnologia para uso em escolas e universidades. Mas empresas como Procter & Gamble, Accenture e muitas empresas grandes têm começado a usar para treinar suas equipes, sua força de trabalho. Nestas empresas ensinar faz parte das atividades estratégicas para a realização dos objetivos. Se um funcionário percebe que aprender novas coisas é importante para que ele consiga atingir seus objetivos, nossa tecnologia pode ajudá-lo. Algumas vezes uma troca de cargo ou de papéis na empresa exige que novas habilidades ou conhecimentos sejam assimilados. Como ele vai buscar este novo conhecimento? Conseguimos prover um caminho para ser seguido. Na Accenture, por exemplo, houve uma economia de US$ 4 Milhões no primeiro ano com a adoção de nossa tecnologia. Treinamentos específicos, treinamentos de liderança, compliance... muitas aplicações.
Flavio Xandó: e compliance é um assunto que normalmente não é algo muito estimulante, mas imagino que usando estes recursos pode se tornar mais interessante e com melhor aproveitamento.
John Baker: exatamente isso. A “mágica” de usar o aprendizado adaptativo é esta. Torna a experiência mais estimulante por causa da personalização, focando nas partes que a pessoa tem mais dificuldades. Algumas pessoas podem precisar de uma hora para completar o conteúdo, outras pessoas uma hora. Ninguém está perdendo tempo e sim fazendo bem feito no seu próprio tempo e ritmo.
Flavio Xandó: um dos casos que eu li a respeito do uso do BrightSpace citava uma empresa que precisava de 8 semanas de curso tradicional (presencial) para realizar um treinamento importante e que com a adoção da solução 6 semanas são feitas à distância e apenas 2 semanas de forma presencial. Forte impacto, não?
John Baker: este conceito é o que chamamos de “blending” ou “híbrido”. Eram 8 semanas de treinamento face a face com o deslocamento de todas as pessoas sendo treinadas para determinado local e transformamos isso em 6 semanas online e 2 semanas face a face. Fez uma diferença enorme! Os funcionários puderam estudar o conteúdo online nos horários mais convenientes, após expediente, ou em qualquer tempo vago que tinham durante o dia em vez de interromper sua rotina por longas 8 semanas. Mais efetivo e mais eficiente proporcionando grandes economias para as empresas.
Flavio Xandó: esta forma híbrida parece muito rica porque além de permitir intercalar atividades online e presenciais, algumas vezes podem ser feitas um dia online, um dia presencial, atividades colaborativas à distância, reunião presencial para discussões...
John Baker: isso mesmo, você pegou o ponto chave. Quando temos que planejar viagens, voos, hospedagem para grupos de pessoas sendo treinadas, este tempo é valioso demais pelos investimentos necessários e pelos tempos de todas as pessoas deslocadas. Assim quando se consegue reduzir o tempo que estas pessoas ficam fora de seus escritórios, isso incrementa muito a produtividade e o custo-benefício daquele investimento em treinamento. Outra aplicação é realizar reuniões online com parte do conteúdo previamente estudo pelas pessoas remotamente, não mais que uma ou duas horas são necessárias para realizar a reunião, discutir os tópicos, debater os assuntos... Quando as pessoas estão online elas não desperdiçam tempo como muitas vezes acontece nas reuniões face a face.
Flavio Xandó: como você poderia descrever como é a aceitação e a reação das pessoas, funcionários ou estudantes quando eles têm contato pela primeira vez com esta forma de aprendizagem?
John Baker: nas empresas a aceitação é muito rápida. Há um período de adaptação e assimilação da produção de conteúdo na qual nós ajudamos na migração para o conteúdo digital. Mas a partir disso há uma grande adoção dos recursos online em vez dos eventos presenciais. Na nossa própria empresa usamos para todos os departamentos e partes da organização...
Flavio Xandó: eu ficaria surpreso se vocês não fizessem assim...
John Baker: (rindo) claro!! Nossas reuniões de “quick off” de vendas recentemente foram feitas de forma online. Por exemplo, as pessoas do Brasil acharam ótimo não ter que se deslocar e enfrentar o nosso rigoroso inverno (rindo)!!! E pelo feedback que tivemos os resultados são tão bons quanto ou melhores do que as reuniões presenciais. Cada um se preparou com o conteúdo online, uns mais rapidamente nos tópicos que já conheciam e usando mais tempo naquilo que era realmente novo, cada um no seu tempo, maior produtividade.
Flavio Xandó: pelo que eu entendi existe outro conceito interessante na solução BrightSpace que são tarefas automatizadas que ajudam a realização de várias atividades aliviando o esforço sobre o professor. Como é isso exatamente?
John Baker: por exemplo nós podemos automatizar os processos de avaliação, ou melhor, a correção das avaliações. Sendo prova de múltiplas escolhas (com penalização ou não pelos erros) isso é muito imediato e simples, totalmente automatizado. Mas nós vamos mais longe em outras áreas. Se alguém não se loga no sistema por duas semanas, deixando um curso interrompido, e-mails são enviados em nome do instrutor para o aluno lembrando-o do compromisso ou oferecendo assistência para superar alguma dificuldade. Estes tipos de atividades uma vez automatizadas permitem que a estrutura tenha capacidade de escalabilidade, atender um número maior de alunos.
Flavio Xandó: nas correções de avaliações podem ser misturadas ações realmente automatizadas, como por exemplo, as provas de múltipla escolha com questões dissertativas nas quais o aluno tem que produzir um pequeno texto para responder às perguntas? Este tipo de avaliação e resposta também são muito importantes.
John Baker: podemos fazer de ambos os jeitos. Em questões cuja reposta são textos mais curtos podemos automatizar a atribuição de nota para a questão por meio de um processo de análise de expressões relativas e busca de palavras chaves na resposta. Em função da presença destes termos esperados as notas são atribuídas automaticamente. Se 5 palavras chave de 5 esperadas são encontradas a nota máxima é atribuída àquela questão.
Flavio Xandó: mas isso é apenas um auxílio para o professor. Ele pode ler as respostas e conferir se a atribuição da nota está de fato correta? Ou mesmo se for uma questão cuja reposta seja um texto mais longo e elaborado...
John Baker: claro, ele pode fazer as duas coisas. E no processo de correção automática o sistema também indica um hyperlink que remete ao ponto do material de apoio do curso no qual a resposta está citada para que o estudante leia, revise e aprenda aquilo que ele não havia assimilado ainda. Isso é muito mais do que apenas indicar na prova “reposta errada”. Ter um bom mecanismo de feedback para o aluno sobre a sua prova é realmente importante.
Flavio Xandó: você acredita que o que vocês estão fazendo, por meio de sua empresa, sua solução, que vocês estão participando, em conjunto com algumas outras iniciativas, de algo que pode ser uma verdadeira revolução no processo de ensino e aprendizagem?
John Baker: esta é uma completa transformação e uma revolução na forma como as pessoas ensinam e aprendem globalmente hoje em dia. Eu penso que isso é apenas o começo de uma imensa transformação. Nós já temos visto isso, maior dedicação e engajamento no processo por parte dos estudantes. Temos visto maior taxa de retenção nos cursos e taxa de conclusões em ensino médio e universidades. Também nas corporações, mais taxa de retenção e conclusão nas atividades internas de treinamento. Vimos isso de perto, por exemplo, na Accenture. Sim isso tudo é começo de uma imensa revolução!
Flavio Xandó: estou realmente convencido. Os gregos 3000 anos atrás usavam um pedaço de madeira para escrever em uma caixa de areia e ensinar seus pupilos, hoje em dia praticamente a mesma coisa ainda é feita, apenas usando quadros negros, não tão diferente assim!!
John Baker: sim, é isso mesmo! Eu concordo! Agora é a hora para grandes transformações! Vemos que a velha receita do “mesmo tamanho igual para todos” não é definitivamente o melhor caminho. E cada vez mais conhecimento tem sido criado no mundo (a cada dia), mais e mais assuntos para serem ensinados. Muitas pessoas estão interessadas em muitos novos tópicos. Por isso pensamos que o sistema de modelos preditivos pode antecipar como será a demanda pelos conteúdos e o caminho de conteúdo do curso, previsão das notas a serem obtidas em determinado curso... Assim o sistema pode ajudar a direcionar quais cursos devem ser realizados por quais pessoas para que certos objetivos sejam atendidos.
Flavio Xandó: que tipos de empresas e que instituições estão usando a tecnologia D2L aqui no Brasil?
John Baker: algumas das instituições de ensino com quem trabalhamos são Fundação Getúlio Vargas, UniT (Universidade Tiradentes), Unigranrio, Unievangelica e FAESA, entre outras. Estão buscando transformações no processo de educação. Nós começamos também com corporações recentemente como por exemplo uma grande construtora aqui no Brasil. Estes casos citados não são situações de avaliação ou prova de conceito. Eles estão usando de fato nossa solução. O único que ainda está no processo de projeto piloto é a FGV, pois eles são bastante criteriosos no processo de análise. Há vários contatos em estágio inicial que poderão se concretizar e se transformarão em clientes efetivos. Vemos que podemos ter uma rápida expansão de nosso serviço no Brasil ao longo dos diferentes segmentos como escolas, universidades e empresas.
Flavio Xandó: já faz algum tempo que tenho ouvido das empresas que elas têm usado alguma solução de treinamento à distância, mas pelo que percebo o BrisghSpace é algo que vai muito além...
John Baker: nossa primeira geração de soluções era fundamentalmente trazer para o mundo online o material tradicional das aulas que já existia. Assim todos que participavam destes cursos tinham as mesmas atividades, o mesmo exato conteúdo e a mesma exata experiência. Mas evoluímos e nos diferenciamos bastante por meio da personalização e da possibilidade de adaptar o conteúdo proporcionando uma experiência muito mais rica e estimulante. Essa é uma mudança enorme. Este é o nosso real foco e objetivo.
Flavio Xandó: as empresas, escolas ou universidades que começam a usar esta tecnologia o fazem implantando o sistema localmente em sua infraestrutura ou usam hospedado na nuvem?
John Baker: a imensa maioria, praticamente todos usam a solução em nuvem. As atualizações são instantâneas e automáticas. Não há interrupções (“downtime” zero).
Flavio Xandó: acredito que para uma experiência rica e de bom desempenho uma infraestrutura local (própria) bastante sofisticada seria necessária. Mas você já tem este ambiente e com toda a flexibilidade e elasticidade que uma solução em nuvem proporciona.
John Baker: isso mesmo. Temos como facilmente escalar nossa capacidade de atendimento entre milhões e milhões de estudantes, com toda a robustez e também segurança necessária e pelo volume temos como reduzir muito o custo final do serviço.
Flavio Xandó: então o modelo de cobrança é “SaS” – software as service?
John Baker: exatamente! Nós sempre acreditamos no modelo de software como serviço, desde a criação da empresa. O valor percebido pelo cliente é que oferecemos a melhor tecnologia, um serviço bastante aprimorado e com um custo por estudante bastante interessante o que torna este modelo mais atraente para que seja adotado. Também facilita escalar volumes de usuários no sistema. Desde pequenas escolas ou pequenas universidades, bem como as grandes escolas e corporações.
Flavio Xandó: estou bem seguro de que isso tudo sobre o que nós conversamos não é apenas necessário. É mais que essencial.
John Baker: é nossa motivação. Algumas das melhores escolas do mundo que integram o grupo www.K12.com trabalham exclusivamente ou predominantemente de forma online. Já são mais de 100 mil estudantes só deste grupo em New York, Canadá, Singapura, Nova Zelândia e mais vários outros lugares. Por isso estamos extremamente empolgados com o que podemos também trazer e já estamos trazendo para o Brasil.
Flavio Xandó: John foi ótima esta oportunidade de conversar com você, por conhecer melhor a solução da D2L. Estou realmente muito agradecido pela oportunidade, sua atenção e seu tempo!! Espero ter mais notícias da D2L em breve!
John Baker: não é segredo que a tecnologia vem mudando muito rapidamente o cenário geral para as pessoas e empresas. Mas sentíamos falta desse salto na área educacional. Quando começamos a D2L e a solução BrightSpace queríamos fazer algo realmente transformador. Queríamos achar uma forma de ajudar alunos a se engajarem mais no processo e desenvolverem mais seu potencial. Tambémfazer o processo ser mais produtivo e ir além da forma tradicional usando recursos online. Fazer algo mais personalizado e não do tipo “o mesmo serve para todo mundo”. Nós começamos com apenas alguns usuários e hoje em dia mais de 15 milhões de pessoas utilizam de alguma forma nossa plataforma diariamente. Temos escolas, universidades e mais recentemente empresas presentes na “Fortune 1000” que também usam nossa solução viabilizando a transformação também da cultura destas corporações.
Flavio Xandó: se olharmos com mais atenção vamos perceber que os sistemas educacionais não mudaram tanto assim nos últimos mil anos!!
John Baker: sim, possivelmente! Se olharmos para os processos tradicionais eles se fundamentam em entregar conhecimento para os estudantes. Nosso enfoque é inverter isso e fazer com que o estudante vá em busca do conhecimento e tenha mais iniciativa. Ao mesmo tempo a interação com os professores, instrutores e facilitadores seja mais forte também.
Flavio Xandó: eu percebo que estimular os estudantes é um ponto crítico. Mas isso também está relacionado com outro aspecto. Criar conteúdo para uso online é muito desafiador. Acredito que vocês tenham de alguma forma solucionado este tipo de problema...
John Baker: nós temos várias abordagens para lidar com a criação de conteúdo. Inicialmente temos como capturar um conteúdo tradicional, livros, apostilas, etc. e incorporá-los no sistema. É o caminho mais simples e dessa forma criamos os “fichários digitais” que contém o vasto arquivo pessoal do estudante, o material de sua vida toda se ele quiser. Eles podem ser consultados, pesquisados e marcados, mas de uma forma mais interativa. Também podemos capturar palestras como PowerPoint incluindo também a parte “falada” que é transformada em texto (portanto consultável). Depois pode ser transmitida para um smartphone (iPhone, Android, Blackberry...) o que permite que seja vista em qualquer lugar. O ponto chave é que temos que permitir que esta captura de conteúdo seja a mais fácil quanto possível, Assim ninguém tem que dispender uma quantidade exorbitante de energia nem tempo para desenvolver conteúdo. Ainda temos o processo de criar conteúdo baseado em templates direcionados ao uso em vários tipos de dispositivos, acelerar esta tarefa por meio de ferramentas visuais “drag-and-drop”, seja obtendo dados a partir de arquivos PDF, PowerPoint... Também com vídeos ou clipes de som (também “drag-and-drop”) sempre gerando um conteúdo uniforme a partir da conversão de cada um desses formatos.
Flavio Xandó: então uma forma simples consiste em partir de um conjunto de materiais tradicionais, capturá-los e a partir disso trabalhar neles transformando-os em algo ainda mais estimulante?
John Baker: exatamente. Muitas pessoas têm feito isso mesmo. Mas para personalizar ainda mais o conteúdo e torná-lo mais estimulante tem que ser mudada a forma de pensar, pois o ambiente online proporciona muitas possibilidades a serem exploradas. A começar pela monitoração de progresso de cada estudante que pode ser parabenizado por cumprir objetivos e pelas boas avaliações, bem como ser chamado a participar se está mais tempo ausente. Tudo de forma automática. Mas principalmente usando o conceito de “aprendizagem adaptativa”. Você sabe do que se trata?
Flavio Xandó: formalmente eu não sei, mas penso que posso imaginar o que seja. Por isso mesmo agradeço se você puder clarear nossa conversa conceituando aprendizagem adaptativa...
John Baker: nós temos a habilidade de adaptar o conteúdo em nossa plataforma há um bom tempo. Quando um estudante está percorrendo um tópico de estudo por trás está um trabalho feito pelo professor (quem criou o conteúdo) chamado mapa de conhecimento, ou seja os aspectos que devem ser percorridos com maior ou menor nível de profundidade e que irá também direcionar as avaliações. O sistema adapta a apresentação de material educativo de acordo com as necessidades de aprendizagem dos alunos, como indicado por suas respostas às perguntas e tarefas. A tecnologia engloba aspectos derivados de vários campos de estudo, incluindo informática, educação e psicologia. Mas vai além. Usando um processador de linguagem natural e analisador semântico, o que nós chamamos de “mecanismo de aprendizagem”, se ao longo do curso o estudante fica “atolado” em determinado aspecto, mesmo que o professor que preparou o curso não previu certas explicações, o sistema tem como ir buscar em outras fontes como “Open Education Resources” ou Wikipedia ou KhanAcademy, sumarizar as informações e incluir no material sendo usado pelo aluno e recomendar as leituras necessárias para que ele supere a dificuldade daquele momento. E conforme o curso vai sendo percorrido um modelo preditivo vai sendo usado para apresentar as informações de acordo com o ritmo e profundidade daquele estudante.
Flavio Xandó: este tipo de recurso então permite que estudantes mais brilhantes tenham como receber conteúdos mais aprofundados e assim ter maior aprendizado e estudantes com mais dificuldades serem direcionados pelo caminho necessário previsto pelo criador do curso?
John Baker: isso mesmo. Esta tecnologia permite individualizar o caminho a ser percorrido por cada estudante ao longo daquele curso adaptando-o às suas características e necessidades. Se é um aluno brilhante o tema é tratado com maior profundidade e com mais desafios. Se o estudante tem mais dificuldades o curso vai seguir apresentando o conteúdo de outras formas ou outras fontes até que ele supere aqueles obstáculos e possa seguir em frente.
Flavio Xandó: algo parecido até pode ser feito em salas de aula tradicional. Mas é complicado o professor dar uma atenção realmente diferenciada para cada estudante, do mais brilhante àquele que precisa de um pouco mais de atenção...
John Baker: esta é a vantagem do uso de tecnologia. Meus pais são ambos professores, ambos são educadores. Este é o máximo objetivo do educador, personalizar a experiência do aprendizado para cada estudante. Professores podem ajudar em áreas nas quais um sistema não pode, em princípio com máxima capacidade de personalização, mas em classes com dezenas de estudantes isso se torna quase impossível. Conseguimos realizar isso com competência na nossa plataforma.
Flavio Xandó: imagino que toda esta tecnologia também possa ser usada nas empresas. Como isso pode ser feito?
John Baker: isso é interessante. Originalmente criamos esta tecnologia para uso em escolas e universidades. Mas empresas como Procter & Gamble, Accenture e muitas empresas grandes têm começado a usar para treinar suas equipes, sua força de trabalho. Nestas empresas ensinar faz parte das atividades estratégicas para a realização dos objetivos. Se um funcionário percebe que aprender novas coisas é importante para que ele consiga atingir seus objetivos, nossa tecnologia pode ajudá-lo. Algumas vezes uma troca de cargo ou de papéis na empresa exige que novas habilidades ou conhecimentos sejam assimilados. Como ele vai buscar este novo conhecimento? Conseguimos prover um caminho para ser seguido. Na Accenture, por exemplo, houve uma economia de US$ 4 Milhões no primeiro ano com a adoção de nossa tecnologia. Treinamentos específicos, treinamentos de liderança, compliance... muitas aplicações.
Flavio Xandó: e compliance é um assunto que normalmente não é algo muito estimulante, mas imagino que usando estes recursos pode se tornar mais interessante e com melhor aproveitamento.
John Baker: exatamente isso. A “mágica” de usar o aprendizado adaptativo é esta. Torna a experiência mais estimulante por causa da personalização, focando nas partes que a pessoa tem mais dificuldades. Algumas pessoas podem precisar de uma hora para completar o conteúdo, outras pessoas uma hora. Ninguém está perdendo tempo e sim fazendo bem feito no seu próprio tempo e ritmo.
Flavio Xandó: um dos casos que eu li a respeito do uso do BrightSpace citava uma empresa que precisava de 8 semanas de curso tradicional (presencial) para realizar um treinamento importante e que com a adoção da solução 6 semanas são feitas à distância e apenas 2 semanas de forma presencial. Forte impacto, não?
John Baker: este conceito é o que chamamos de “blending” ou “híbrido”. Eram 8 semanas de treinamento face a face com o deslocamento de todas as pessoas sendo treinadas para determinado local e transformamos isso em 6 semanas online e 2 semanas face a face. Fez uma diferença enorme! Os funcionários puderam estudar o conteúdo online nos horários mais convenientes, após expediente, ou em qualquer tempo vago que tinham durante o dia em vez de interromper sua rotina por longas 8 semanas. Mais efetivo e mais eficiente proporcionando grandes economias para as empresas.
Flavio Xandó: esta forma híbrida parece muito rica porque além de permitir intercalar atividades online e presenciais, algumas vezes podem ser feitas um dia online, um dia presencial, atividades colaborativas à distância, reunião presencial para discussões...
John Baker: isso mesmo, você pegou o ponto chave. Quando temos que planejar viagens, voos, hospedagem para grupos de pessoas sendo treinadas, este tempo é valioso demais pelos investimentos necessários e pelos tempos de todas as pessoas deslocadas. Assim quando se consegue reduzir o tempo que estas pessoas ficam fora de seus escritórios, isso incrementa muito a produtividade e o custo-benefício daquele investimento em treinamento. Outra aplicação é realizar reuniões online com parte do conteúdo previamente estudo pelas pessoas remotamente, não mais que uma ou duas horas são necessárias para realizar a reunião, discutir os tópicos, debater os assuntos... Quando as pessoas estão online elas não desperdiçam tempo como muitas vezes acontece nas reuniões face a face.
Flavio Xandó: como você poderia descrever como é a aceitação e a reação das pessoas, funcionários ou estudantes quando eles têm contato pela primeira vez com esta forma de aprendizagem?
John Baker: nas empresas a aceitação é muito rápida. Há um período de adaptação e assimilação da produção de conteúdo na qual nós ajudamos na migração para o conteúdo digital. Mas a partir disso há uma grande adoção dos recursos online em vez dos eventos presenciais. Na nossa própria empresa usamos para todos os departamentos e partes da organização...
Flavio Xandó: eu ficaria surpreso se vocês não fizessem assim...
John Baker: (rindo) claro!! Nossas reuniões de “quick off” de vendas recentemente foram feitas de forma online. Por exemplo, as pessoas do Brasil acharam ótimo não ter que se deslocar e enfrentar o nosso rigoroso inverno (rindo)!!! E pelo feedback que tivemos os resultados são tão bons quanto ou melhores do que as reuniões presenciais. Cada um se preparou com o conteúdo online, uns mais rapidamente nos tópicos que já conheciam e usando mais tempo naquilo que era realmente novo, cada um no seu tempo, maior produtividade.
Flavio Xandó: pelo que eu entendi existe outro conceito interessante na solução BrightSpace que são tarefas automatizadas que ajudam a realização de várias atividades aliviando o esforço sobre o professor. Como é isso exatamente?
John Baker: por exemplo nós podemos automatizar os processos de avaliação, ou melhor, a correção das avaliações. Sendo prova de múltiplas escolhas (com penalização ou não pelos erros) isso é muito imediato e simples, totalmente automatizado. Mas nós vamos mais longe em outras áreas. Se alguém não se loga no sistema por duas semanas, deixando um curso interrompido, e-mails são enviados em nome do instrutor para o aluno lembrando-o do compromisso ou oferecendo assistência para superar alguma dificuldade. Estes tipos de atividades uma vez automatizadas permitem que a estrutura tenha capacidade de escalabilidade, atender um número maior de alunos.
Flavio Xandó: nas correções de avaliações podem ser misturadas ações realmente automatizadas, como por exemplo, as provas de múltipla escolha com questões dissertativas nas quais o aluno tem que produzir um pequeno texto para responder às perguntas? Este tipo de avaliação e resposta também são muito importantes.
John Baker: podemos fazer de ambos os jeitos. Em questões cuja reposta são textos mais curtos podemos automatizar a atribuição de nota para a questão por meio de um processo de análise de expressões relativas e busca de palavras chaves na resposta. Em função da presença destes termos esperados as notas são atribuídas automaticamente. Se 5 palavras chave de 5 esperadas são encontradas a nota máxima é atribuída àquela questão.
Flavio Xandó: mas isso é apenas um auxílio para o professor. Ele pode ler as respostas e conferir se a atribuição da nota está de fato correta? Ou mesmo se for uma questão cuja reposta seja um texto mais longo e elaborado...
John Baker: claro, ele pode fazer as duas coisas. E no processo de correção automática o sistema também indica um hyperlink que remete ao ponto do material de apoio do curso no qual a resposta está citada para que o estudante leia, revise e aprenda aquilo que ele não havia assimilado ainda. Isso é muito mais do que apenas indicar na prova “reposta errada”. Ter um bom mecanismo de feedback para o aluno sobre a sua prova é realmente importante.
Flavio Xandó: você acredita que o que vocês estão fazendo, por meio de sua empresa, sua solução, que vocês estão participando, em conjunto com algumas outras iniciativas, de algo que pode ser uma verdadeira revolução no processo de ensino e aprendizagem?
John Baker: esta é uma completa transformação e uma revolução na forma como as pessoas ensinam e aprendem globalmente hoje em dia. Eu penso que isso é apenas o começo de uma imensa transformação. Nós já temos visto isso, maior dedicação e engajamento no processo por parte dos estudantes. Temos visto maior taxa de retenção nos cursos e taxa de conclusões em ensino médio e universidades. Também nas corporações, mais taxa de retenção e conclusão nas atividades internas de treinamento. Vimos isso de perto, por exemplo, na Accenture. Sim isso tudo é começo de uma imensa revolução!
Flavio Xandó: estou realmente convencido. Os gregos 3000 anos atrás usavam um pedaço de madeira para escrever em uma caixa de areia e ensinar seus pupilos, hoje em dia praticamente a mesma coisa ainda é feita, apenas usando quadros negros, não tão diferente assim!!
John Baker: sim, é isso mesmo! Eu concordo! Agora é a hora para grandes transformações! Vemos que a velha receita do “mesmo tamanho igual para todos” não é definitivamente o melhor caminho. E cada vez mais conhecimento tem sido criado no mundo (a cada dia), mais e mais assuntos para serem ensinados. Muitas pessoas estão interessadas em muitos novos tópicos. Por isso pensamos que o sistema de modelos preditivos pode antecipar como será a demanda pelos conteúdos e o caminho de conteúdo do curso, previsão das notas a serem obtidas em determinado curso... Assim o sistema pode ajudar a direcionar quais cursos devem ser realizados por quais pessoas para que certos objetivos sejam atendidos.
Flavio Xandó: que tipos de empresas e que instituições estão usando a tecnologia D2L aqui no Brasil?
John Baker: algumas das instituições de ensino com quem trabalhamos são Fundação Getúlio Vargas, UniT (Universidade Tiradentes), Unigranrio, Unievangelica e FAESA, entre outras. Estão buscando transformações no processo de educação. Nós começamos também com corporações recentemente como por exemplo uma grande construtora aqui no Brasil. Estes casos citados não são situações de avaliação ou prova de conceito. Eles estão usando de fato nossa solução. O único que ainda está no processo de projeto piloto é a FGV, pois eles são bastante criteriosos no processo de análise. Há vários contatos em estágio inicial que poderão se concretizar e se transformarão em clientes efetivos. Vemos que podemos ter uma rápida expansão de nosso serviço no Brasil ao longo dos diferentes segmentos como escolas, universidades e empresas.
Flavio Xandó: já faz algum tempo que tenho ouvido das empresas que elas têm usado alguma solução de treinamento à distância, mas pelo que percebo o BrisghSpace é algo que vai muito além...
John Baker: nossa primeira geração de soluções era fundamentalmente trazer para o mundo online o material tradicional das aulas que já existia. Assim todos que participavam destes cursos tinham as mesmas atividades, o mesmo exato conteúdo e a mesma exata experiência. Mas evoluímos e nos diferenciamos bastante por meio da personalização e da possibilidade de adaptar o conteúdo proporcionando uma experiência muito mais rica e estimulante. Essa é uma mudança enorme. Este é o nosso real foco e objetivo.
Flavio Xandó: as empresas, escolas ou universidades que começam a usar esta tecnologia o fazem implantando o sistema localmente em sua infraestrutura ou usam hospedado na nuvem?
John Baker: a imensa maioria, praticamente todos usam a solução em nuvem. As atualizações são instantâneas e automáticas. Não há interrupções (“downtime” zero).
Flavio Xandó: acredito que para uma experiência rica e de bom desempenho uma infraestrutura local (própria) bastante sofisticada seria necessária. Mas você já tem este ambiente e com toda a flexibilidade e elasticidade que uma solução em nuvem proporciona.
John Baker: isso mesmo. Temos como facilmente escalar nossa capacidade de atendimento entre milhões e milhões de estudantes, com toda a robustez e também segurança necessária e pelo volume temos como reduzir muito o custo final do serviço.
Flavio Xandó: então o modelo de cobrança é “SaS” – software as service?
John Baker: exatamente! Nós sempre acreditamos no modelo de software como serviço, desde a criação da empresa. O valor percebido pelo cliente é que oferecemos a melhor tecnologia, um serviço bastante aprimorado e com um custo por estudante bastante interessante o que torna este modelo mais atraente para que seja adotado. Também facilita escalar volumes de usuários no sistema. Desde pequenas escolas ou pequenas universidades, bem como as grandes escolas e corporações.
Flavio Xandó: estou bem seguro de que isso tudo sobre o que nós conversamos não é apenas necessário. É mais que essencial.
John Baker: é nossa motivação. Algumas das melhores escolas do mundo que integram o grupo www.K12.com trabalham exclusivamente ou predominantemente de forma online. Já são mais de 100 mil estudantes só deste grupo em New York, Canadá, Singapura, Nova Zelândia e mais vários outros lugares. Por isso estamos extremamente empolgados com o que podemos também trazer e já estamos trazendo para o Brasil.
Flavio Xandó: John foi ótima esta oportunidade de conversar com você, por conhecer melhor a solução da D2L. Estou realmente muito agradecido pela oportunidade, sua atenção e seu tempo!! Espero ter mais notícias da D2L em breve!
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