domingo, 15 de dezembro de 2013

2013 e 2014 - o que aconteceu e o que está por vir

Como a sequência de meros dois anos pode trazer acontecimentos tão relevantes! No mercado de tecnologia tudo acontece muito rápido. Empresas entram em declínio ou experimentam forte ascensão muito rapidamente. Há tantos e tantos exemplos. Mas não apenas isso. O ano de 2014 que nos espera será um período atípico fruto principalmente do maior evento esportivo do mundo que acontecerá em nosso país no meio do ano mais uma eleição de grande abrangência. É uma conjunção de fatores que quando vistos agregados trazem uma visão interessante.


Alguns exemplo. Pouco tempo atrás, 3 ou 4 anos a rede social Orkut nadava de braçada no Brasil sendo o caso de estudos sociológicos no mundo. O Brasil foi o país que mais usuários amealhou daquela rede. Embora Facebook tenha nascido perto de 2004, tenha crescido mais no final da década passada, era irrelevante no Brasil. E hoje? Alguém fala de Orkut? Há pelo menos dois anos o “face” como é carinhosamente chamado por muitos é soberano no mundo todo aproximando-se de 1.5 bilhão de usuários. Portanto segue cada vez mais firme e forte.

Mas algo aconteceu em 2013. Muitas pessoas aderiram ao Instagram, uma rede social essencialmente visual, fundamentada nas fotos que são compartilhadas pelos milhões de smartphones. Não penso que está havendo uma substituição, mas é fato que para mim 2013 foi o ano do Instagram, na medida que esportistas, celebridades e também tantos anônimos por aí têm compartilhado seus momentos nesta rede social. Mas é fato, aquelas pessoas mais “diretas” e que querem se comunicar preferencialmente via imagens estão aderindo ao Intagram. Será que o Instagram está para o Facebook como o “Twitter das imagens”?

Isso tudo justo agora que muitas e muitas empresa estão usando o Facebook de forma bastante profissional, com páginas (muitas delas) bem construídas e fazendo de fato uma real interação com seus consumidores. E se os consumidores começarem a migrar para uma nova plataforma?

Falei muito de rede social porque o assunto é de fato importante, mas muitas outras coisas aconteceram e estão por acontecer. Outro fato notável de 2013 foi o começo do ressurgimento do Windows Phone. A Microsoft após ter adquirido a Nokia tempos atrás vem apostando alto e de fato aprimorando sua plataforma, tanto que já é a terceira colocada em participação de mercado e com percentuais que não são mais apenas marginais. Não que venha no curto prazo desbancar iPhone e Android, mas tem experimentado um consistente crescimento fruto da qualidade de seu produto, tanto hardware como software.

De forma inversa o ex gigante Blackberry seguiu perdendo terreno. E pensar que era o líder supremo deste mercado até alguns anos. Tentativas de negociação para salvar a empresa têm sido feitas e de uma forma ou de outra penso que permanecerão no mercado, mas sem ser pujantes como já foram. E é uma pena porque o produto atual da empresa, os smartphones que usam o sistema operacional Blackberry 10 são fantásticos. Não devem nada ao iPhone e Android em usabilidade e até os superam em vários pontos. Mas por conta de terem menor base instalada alguns aplicativos como Instagram e Waze nem existem para esta plataforma. Mesmo o popular Skype só passou a existir para Blackberry apenas este ano. E o que agrega mais valor aos dispositivos são os softwares, não tem como negar isso.

Citei o Waze, este um outro fenômeno que pelo menos no Brasil explodiu em 2013. Eu tive o primeiro contato com este ele no final de 2012 de forma curiosa. Eu dei uma carona para meu conhecido amigo Aleksandar Mandic e ele foi meu copiloto orientando-me com aquele instrumento “mágico” para fugir do trânsito e chegar mais cedo nos lugares. O tradicional fabricante de GPS TomTom já teve serviço semelhante para seus aparelhos antes, mas a empresa que prestava este serviço para eles deixou de operar no Brasil e os usuários ficaram órfãos do serviço (que sei que vai retornar em 2014 presente na nova linha de dispositivos que a TomTom vai trazer para o Brasil). Mas o mérito do Waze é transformar cada smartphone iOS, Android ou Windowsphone em um coletor de informações. Ou seja, trata-se de um sistema colaborativo. Cada pessoa ao se deslocar pela cidade alimenta em tempo real os dados de fluidez de tráfego e isso permite que o aplicativo determine sempre o melhor caminho a cada segundo. Seria um novo conceito de rede social colaborativa de dados de tráfego? Sei que o fenômeno é tão forte que vejo muitas pessoas dizerem “Adoro o Waze mas ele gasta muita bateria do celular, mas isso não importa, eu o utilizo no carro com carregador veicular porque o benefício é enorme”.

O ano de 2014 será o ano da nova onda de proliferação de sistemas WiFi. Sim ainda mais do que já existe hoje e alguns motivos explicam isso. O surgimento do padrão 802.11 ac que promete taxas de transferência nominais acima de 1 Giga bit por segundo (Gbps) impulsionarão a adoção deste novo padrão em substituição às instalações nas quais os tradicionais cabos seriam utilizados. Verdade seja dita as taxas nominais acima de 1 Gbps são raramente atingidas no mundo real, mas estão centenas de vezes melhor que o primeiro padrão 802.11b. Fato é que hoje já é possível em novas redes abrir mão quase que completamente dos cabos (que nunca deixarão de existir para distribuir o sinal de WiFi e para aplicações mais críticas que demandem taxa de transferência constante). Outro fator que impulsiona esta tendência é a disponibilidade de tecnologias maduras e avançadas para gerenciamento de imenso parque de dispositivos sem fio oferecidas por sólidos fornecedores como Ruckus, Enterasys, Cisco, só para citar alguns.

WiFi também é destaque de 2013 ampliando em 2014 porque várias operadoras de telefonia celular estão apostando nesta tecnologia para servir de apoio às suas redes. Na medida que um smartphone esteja em local com cobertura de WiFi e células de telefonia (2G, 3G ou 4G) um sistema inteligente pode analisar em tempo real qual rede é mais adequada para cada usuário e transferir seu tráfego de dados. Isso permitirá grande melhoria no serviço. Tive a curiosidade de investigar e um dos exemplos é a rede que NET está espalhando pela cidade de São Paulo, bem como também a Claro. Praticamente quase não há esquina dentro da região conhecida como centro expandido de São Paulo que não haja sinal de WiFi destas empresas que citei e algumas outras. Esperar para ver.

Por fim um fenômeno que só fez crescer em 2013 foram as nuvens pessoais. Seja Dropbox, Skydrive, Google Drive, iDrive Sync, Copy, etc. tiveram grande crescimento. No lado empresarial os serviços de Amazon, Microsoft Azure, etc. também tem sido muito considerados como repositórios de arquivos para empresas. O que tem ajudado este crescimento é a possibilidade de contar com links de Internet bem rápidos (10, 30, 50 ou até 100 Mbps) que viabiliza manter tudo ou parte do conteúdo na nuvem. Recentemente falei do caso do Skydrive do Windows 8.1 que abre perspectivas interessantes nesta área. Penso que em 2014 isso só vai crescer.

Conversando com algumas empresas a expectativa para 2014 é um pouco divergente. Algumas citam que ano com copa do mundo (no Brasil) e eleição no segundo semestre é ano de estagnação. Será? Tecnologia é o que deve ser usado para superar limitações e dificuldades. Será que para este mercado não existirá oportunidade exatamente por isso tudo. E a inércia relativa a todos os outros movimentos? Uma coisa é certa, as empresas não podem cair na armadilha da “profecia auto realizada”, ou seja, se não for consistente nas suas ações o ano será mesmo ruim como “previsto”. Mas como são tantas arestas, tantas perspectivas, tantas inovações para serem popularizadas e que estão por vir que eu não me furto a achar que 2014 será um ótimo ano para todos!!



2 comentários:

  1. Será que o Instagram está para o Facebook como o “Twitter das imagens”
    Parece bem isto mesmo, mas o Mr. "Z" fechou o cerco. Correm de um, caem no outro. Ele é o garoto dono da bola, e também do apito! É quem manda na partida - ao menos no momento.

    Será que 2014 será o ano - de um novo vigor - do G+? A Google está "incentivando" - com a "arma na cintura" - novas inscrições em seus reajustes nas contas de usuário dos serviços Google. Falta pouco para ela apontar a arma e dizer "Ou dá, ou desce", e parece que ninguém quer descer do "Bonde da Google"...

    Bem, o que parece é que a época onde um precisar morrer - Orkut - para que outro sais do ovo e cresça, passou. Claro, exceto o próprio Orkut, pois concorre com plataforma de mesma proposta na mesma casa. Vai morrer, lentamente, sem dor, sem alarde, para não perder a base de usuários, mas irá morrer.

    É bom este "multiverso", tanto para quem está na platéia, quanto nos bastidores. Quem sabe baixa o custo de publicidade, apesar de ficar mais complicado - e por vezes mais caro - com tantos alvos para atirar; é mais fácil achar os "ovos de ouro" quando existe apenas umas poucas galinhas - ou patas?!

    E o que parece que não irá morrer é esta onda "social", este agrupamento organizacional, esta onda da vitrine para o mundo, onde o povo faz o papel de cliente e produto - vende a sua imagem e compra a do outro; um comércio de vaidades em sua grande maioria. É assim. pouco social em verdade - no pensar social - e muito de "eu mesmo". Claro, existem exceções, e as manifestações foram exemplo disto - apesar que mesmo em deste "conflito" entre população e poderes, alguns trataram tudo como passeio de domingo, como uma "obra de arte e expressão social". Conflito não é lugar para passear, e foi visto muito isso; famílias inteiras - pai,mãe, criança, cachorro e papagaio. Tudo "muito lindo". Tornou-se realmente comuns passeatas (passeios pequenos), perdendo muita da força moral necessária. Gritos tornaram-se canções de protesto, estas que logo tornaram-se música de bar. O que era motivo de medo (medo dos grandes em perder certos poderes), virou entretenimento, e as poucas vozes logo foram misturadas com aqueles que só promoviam a desordem - e bem que a imprensa tentou rotular tudo como desordem em primeiro momento.

    A marionete - povo - enxergou as cordinhas, já é um começo.

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    E sobre a F1? Muitas faíscas e fogo com aquela dupla na Ferrari?
    E o que mais? Acelera aí que eu quero ver (ler!) :)
    Abraço.

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    1. Caro Allan!! Que legal este seu post!! Eu me perdi com os comentários do blog, eu confesso e só agora me achei. Você fez uma super análise sobre outro prisma, legal mesmo!! Super obrigado pelo apoio!!! Abraços

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