sexta-feira, 22 de julho de 2011

Invasão, destruição, extorsão – parte 3 A NEGOCIAÇÃO

No texto anterior continuei contar a história “Invasão, destruição, extorsão – parte 2” (se você ainda não leu, leia desde a parte 1 para melhor entender a continuação da história).

Eu estava começando a entender o que o CLARCK estava fazendo. Era um espécie de tática de terrorismo. Ele fez o que podia para me amedrontar, mostrar um “poder” que ele supostamente tinha e preparar o terreno para algo a mais, que eu ainda não sabia do que se tratava. Curiosamente ele começou a manifestar interesse em detalhes sobre meu servidor e eu obviamente era reticente em minhas repostas. Para que eu iria entregar mais outro ao bandido, literalmente! O linguajar “internetês” me incomodava sobremaneira mas era pior pois uma chuva de erros de português junto com estas abreviações todas deixavam-me cansado.

Você verá abaixo telas capturadas de diálogos travados com o CLARCK. A qualidade não está boa pois na época eu capturei em baixa resolução, mas o conteúdo é rico demais e vale a pena o esforço para acompanhar a conversa.




Com essa insistência eu comecei a desconfiar de que ele poderia estar tendo acesso ao nosso servidor de desenvolvimento e não ao servidor de produção, onde os sites estavam hospedados. Mas jamais poderia imaginar como!! Eu pressentindo que ele poderia começar a fazer algum tipo de ameaça ou exigência comecei a me defender. Eu era sócio da empresa. Se ele soubesse disso ia começar a pegar pesado, pois se ele estava falando com quem pode decidir algo ele iria fundo nas suas investidas.

Não sei se perceberam mas no meio da conversa ele citou que PRECISAVA fazer ainda vários “defacements”, como se ele tivesse que realizar uma “cota” de invasões. E era isso mesmo. Para se auto-afirmar perante sua “tribo” ele tinha que detonar vários sites ainda. Mas ainda bem que “eu tive sorte” de encontrá-lo pois se fosse outro teria deletado tudo!! Que horror!

Em seguida CLARK começa a por suas manguinha para fora. Eu precisava de todo jeito conquistar um pouco a confiança dele para ganhar tempo.



Ele chegou onde queria. Com um papo maluco, às vezes manso e às vezes ameaçador, ele queria mesmo “din-din”, apenas (!!!) R$ 10.000 para sanear nossas vulnerabilidades. Na falta de dinheiro meu notebook serve (como ele sabia que eu tinha notebook?). Eu quis que ele entendesse que poderia parecer extorsão o que ele estava fazendo, e era mesmo!! Como alguém fala que vai forçar a falência de uma empresa e ter boas intenções? Ele queria uma garantia de que seria pago pelos seus “serviços”. Claro que se eu concordasse, ele iria deixar uma porta ainda aberta para se garantir e ser a brecha para mais uma sessão de extorsão. Apesar de indignado e &#@*%@# da vida eu não podia nessa hora entrar em atrito com ele, precisava de tempo. Sem contar a má influência, eu já começava a usar algumas (poucas) abreviações malignas em nossa conversa.


Eu estava EXPLODINDO nessa hora!! Mas mesmo assim fiz o papel de quem nada poderia decidir. Joguei o problema para frente. Ele falar para EU PAGAR, do meu bolso, eu como um “funcionário da empresa” que iria perder o emprego. É um absurdo. Absurdo maior só mesmo na hora que ele me propôs RACHAR A GRANA!!! Eu percebi que ele também estava meio desesperado pois propor tudo isso assim… Eu acho que ele foi pego de surpresa quando eu não embarquei em nenhuma das conversas dele. Por isso ele começou a apelar.

Como ele não estava conseguindo evoluir muito na sua “negociação” comigo começou a cometer erros. Começou a entregar algumas informações valiosas para mim, que me permitiram “somar um mais um”. Eu ainda não sabia nada de mais concreto, mas começava e ter minhas desconfianças. Sua vontade de se exibir fez que ele se expusesse. Ele ao mostrar os dados de cartão de crédito de um cliente de um site feito pela XWEB e depois ao revelar que tinha arquivos com os nomes das pessoas que trabalhavam, nomes dos clientes, denunciou que ele tinha acesso privilegiado a informações. Parecia ter conseguido isso por alguém de dentro. Mas isso seria IMPOSSÍVEL, pois estes tais arquivos somente eu e meu sócio tínhamos. Que coisa!!!

Ele revelou, sua infantilidade (não pela idade e sim pelas atitudes), quando afirmou que um garoto de 16 anos dominava uma empresa e que podia “muer” todos os sites e o emprego de todo mundo, deu para perceber que ele estava muito confiante. Este foi o fio na meada para solucionar o enigma.

Mas isso é assunto para a continuação, no próximo texto …Até o próximo texto (parte 4)… 







PS: Este texto foi originalmente publicado na minha sessão de colunas no portal FORUMPCs

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