terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Smartphone? Tablet? Ultrabook?

O mercado por vezes oferece muitas alternativas. Isso é bom pelo lado da riqueza de escolhas. Mas por outro lado se as alternativas não forem corretamente compreendidas pode haver frustração e muita confusão. Será que alguém pode confundir quando usar um smartphone, um Tablet ou Ultrabook? Nesta equação poderiam também ser inseridos netbooks e notebooks. Aliás, estes dois “primos irmãos” já foram alvo de vendedores inescrupulosos que no início da era dos netbooks, vendiam um pelo outro. Netbook como notebook “baratinho”. E foi terrível.

Mas vamos nos ater aos dispositivos presentes no título deste texto. Smartphones vêm se tornando objeto de desejo entre aqueles que apenas têm telefones celulares “convencionais”. É um mercado crescente, sem dúvida alguma. Alguns fabricantes até preveem que apenas smartphones existirão no mercado. Não haverá mais espaço para telefones “não espertos”.

Tenho pelo menos dois amigos que já usam smartphones “turbinados”, ou seja, que viram netbooks ou Tablets. Como assim?? Veja por exemplo o Motorola Atrix. Trata-se de um smartphone que pode ser acoplado a uma base (chamada de Lapdock) que o promove a um netbook rodando sistema Android. Este dispositivo tem processador com dois núcleos e um bom sistema de vídeo. Assim a experiência de uso de Internet passa de uma tela de 4 polegadas (boa para um smartphone) para uma ela de 11.6 polegadas, maior até que vários netbooks. Não importa muito o sistema ser Android (não Windows) uma vez que a maioria das pessoas que usa netbooks o faz para acesso a Internet. E o tal “lapdock” da Motorola traz um teclado completo e em tamanho natural. Isso muda totalmente a experiência do usuário.


Motorola Atrix – Smartphone virando “Netbook” Android


A Asus tem um modelo chamado PADFONE no qual se insere o smartphone em uma base e esta vira um Tablet. Solução muito criativa!!


ASUS PADFONE – Smartphone virando Tablet

Mas espere aí!!! Acesso fácil e leve para Internet não é a proposta dos Tablets?? Sem dúvida!! E como os smartphones, quem usa um Tablet também não está preocupado em não estar usando um “Windows”, pois afinal são plataformas que apenas a Internet e suas próprias ferramentas online são necessárias e suficientes. Mas um Tablet não dispõe de um confortável teclado, apenas o simulacro “touch” na própria tela, certo? Errado. Veja o produto Asus Transformer, um Tablet que “cresce” com a adição de uma base com teclado. Assim como o Motorola Atrix, esta nova configuração mimetiza um netbook, um dispositivo ainda melhor para navegar na Internet.

ASUS Transformer – Tablet virando “Netbook”.

Mas quando se fala em Tablet, qual o primeiro nome que vem na nossa cabeça?? Sem dúvida alguma é o iPad da Apple, atualmente na sua segunda versão, com especulações sobre a terceira geração que está a caminho. Mas é bom frisar que o conceito de Tablet não é nada novo. Ainda no final da década de 90 eu tive em minhas mãos um produto da COMPAQ que exigia o uso de uma pequena “caneta”, como fora popularizada pelo PALM PILOT da época, organizadores pessoais de bolso – precursores do que vieram a se tornar os smartphones. Mas nas mãos dos engenheiros de Mr. Jobs, com usabilidade refinada, “touch” eficaz e confortável, visual sofisticado e diferenciado que os Tablet decolaram na forma do iPad.

Apple Ipad2 – Tablet referência

Com o sucesso retumbante da Apple com seu iPad os concorrentes entraram fortemente neste nicho de mercado. Desde produtos de marcas chinesas desconhecidas e custo baixo até produtos também bem elaborados de fabricantes renomados como Samsung, Lenovo, RIM, só para citar alguns.

As propostas são ligeiramente diferentes. Por exemplo, o Samsung Galaxy tem tamanho um pouco menor. Cabe na palma da mão. Parte do princípio de que poderia ser até guardado em um bolso de calça ou em uma bolsa feminina. Esta categoria tem tela de 7 a 8 polegadas que é sensivelmente maior que a tela de um smartphone, menor que a tela de um iPad, no limiar da boa visibilidade e com boa experiência de uso.

Samsung Galaxy – Tablet “palma da mão”

O fabricante Lenovo criou um novo nicho que é o dos Tablets corporativos. Estes contêm recursos administrativos e de segurança próprios para empresas. Este fabricante também projetou um Tablet “pessoal”. São nichos específicos que estão sendo criados em função das necessidades sinalizadas pelo mercado.

Outro fabricante que tem uma solução um pouco diferente é a RIM, conhecida por seus famosos smartphones Blackberry. Seu Tablet denominado PLAYBOOK pode ser usado isoladamente ou sincronizado com o smartphone Blackberry de seu usuário. Também tem tela entre 7 e 8 polegadas, tamanho apropriado para a palma da mão, bolso ou bolsa feminina.

RIM – Tablet Playbook

Adianto que o PLAYBOOk foi objeto de extenso teste feito por mim e que na semana que vem publicarei minhas conclusões e meu texto aqui no FXREVIEW. Além disso publicarei um vídeo (já gravado) no portal IT Web com as conclusões sobre o teste. Já o convido a destrinchar um pouco mais esta solução. Aguarde...

Falando agora dos ULTRABOOKS, recentemente apresentei o conceito no texto “Ultrabook, você ainda vai ter um?. Resumidamente apresento um Ultrabook (termo definido e criado pela Intel) como a evolução do notebook que todos desejam. Menor, mais leve, mais rápido e com bateria com alta duração (entre 5 e 8 horas).





Ultrabook Acer


E chego finalmente no ponto que me deu a ideia para discutir neste texto. Por mais incrível que pareça, há pessoas que estão classificando os Ultrabooks como concorrentes ou substitutos dos Tablets. Qual o sentido disso? São leves, pequenos, bateria com alta duração... Mas há diferenças imensas na capacidade de PROCESSAMENTO e no PREÇO. Processadores dos Tablets são mais modestos (mas muito bons para a função que lhe é própria) enquanto os Ultrabooks usam processador Intel Core i5 ou Core i7, de alto desempenho. Disso decorre a diferença de preço. Um Ultrabook ainda é caro hoje em dia por trazer consigo a tecnologia mais avançada. Grosso modo tem entre 2 a 4 vezes o preço de um Tablet. Dessa forma Ultrabooks da Asus, HP, Acer, etc. não podem ser concorrentes dos Tablets.

Na minha visão o próprio MAC Book Air, diminuto notebook da Apple pode ser comparado aos Ultrabooks atuais. Pode ser considerado um precursor dos Ultrabooks por suas características!! Mas se a própria Apple tem os dois produtos... um não pode ser concorrente do outro.

Conclusão

A solução do “smartphone que vira netbook” (como o produto da Motorola ou o Asus Padfone) é muito inteligente e desde que o dispositivo tenha bom poder de processamento. Vejo a possibilidade de usuários carregarem seus computadores no bolso (como telefones que são) e ao chegar em casa ou escritório transformam seu dispositivo em algo maior e com melhor experiência de uso. Problema desta solução é que aplicativos Windows não rodam nesta plataforma. Se o uso de ferramentas de produtividade online for suficiente, é uma interessante alternativa. Vejo futuro nesta solução. Não sei dizer se o Windows Phone com Windows 8 será uma alternativa neste cenário. Seria muito interessante!!

Tablet me parece ser um ótimo segundo (ou terceiro) dispositivo de computação pessoal, cujo foco é essencialmente o uso de Internet, leitura de livros e revistas, e ferramentas de produtividade online. A quantidade de fabricantes que entraram neste mercado mostra a importância do mesmo para os consumidores.

Já os Ultrabooks são dispositivos sofisticados, rápidos, compatíveis com Windows (larga base de aplicativos disponíveis), mas isso tudo cobra um preço mais elevado. Quisera eu que o volume de produção e venda de Ultrabooks fosse tão elevado que a redução de custo associada “matasse” o notebook como o conhecemos, deixando os mais “desajeitados” notebooks atuais apenas como solução visando custo extremamente baixo. Neste cenário os netbooks podem não ter um futuro brilhante, pois teriam boa parte de seu mercado absorvido.

Esta imensa gama de possibilidades se por um lado pode confundir o consumidor, fazendo pensar muito sobre qual dispositivo adquirir, por outro lado disponibiliza um conjunto grande de alternativas. Assim o consumidor tem liberdade de escolha entre sofisticação, recursos, custo, etc.

Pode ser que no futuro, ao olhar para trás enxerguemos que este momento que vivemos hoje foi o período de “seleção natural”. Dinossauros serão extintos. Apenas as aves evoluirão. Os mamíferos de pequeno porte crescerão... Não resisti à tentação da analogia biológica e evolutiva. O mercado é que vai decidir quem é dinossauro, ave, mamífero,réptil...

4 comentários:

  1. Tenho um xoom, e sua tela de 10.1 é fantástica para navegar e jogar games, tudo muito confortável, coisa que num smart de tela "pequena" não ficaria tão legal.

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  2. Caro D3lta realmente o XOOM é uma ótima alternativa!! Só não falei dele no texto porque a ideia não era falar de todos, mas citar os segmentos e suas características. Obrigado por sua colaboração!!

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  3. Excelente texto! Sabe informar exatamente o que o leitor procura. Parabéns!

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    1. Caro Carlos, muito obrigado por suas palavras!!! Fico contente demais com o seu feed-back.

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