quinta-feira, 14 de abril de 2011

A incrível tecnologia da F1


Este texto foi escrito e publicado há algum tempo (2005), mas quero resgatá-lo por causa da incrível velocidade com a qual evoluem as necessidades e recursos de Formula 1. Seja a demanda de hardware, seja a demanda por comunicação ou a montanha de dados que são analisados. E este texto confronta em certo momento a sensibilidade da máquina versus a sensibilidade do ser humano.
 

Os apreciadores da velocidade como eu, sempre se questionam se as corridas eram mais emocionantes quando a plataforma tecnológica não era tão evoluída. Eram tempos que o piloto tinha maior importância. Mas será que é isso mesmo? Eu era um pirralho na época que Emerson Fittipaldi foi bi-campeão de fórmula 1 e desde então acompanho estes gladiadores em seus cavalos mecânicos de tempos modernos.


Eu estive na quinta feira que antecedeu o 34º GP Brasil de Formula 1 em uma visita aos boxes da equipe Ferrari, por convite da empresa AMD que é patrocinadora da Ferrari há alguns anos. Interessante esta parceria com esportes por parte da AMD. Ela também patrocina o mega campeão de ciclismo Lance Armstrong , vencedor consecutivo de 7 edições do “Tour de France” (o Schumacher do ciclismo). Mas ao contrário do que poderia parecer o patrocínio não se limita à exibição do logotipo da AMD em troca de polpudos punhados de dólares para as respectivas equipes. No caso concreto da equipe Ferrari, que eu pude conferir de perto, o patrocínio se dá pelo uso da tecnologia AMD em seu mais alto grau nos bastidores.

Parte do conjunto de workstatations de apoio à telemetria
A Ferrari não vive o melhor de seus anos por conta de mudança recente dos regulamentos. Quem se adaptou melhor e mais rápido está na frente como a Renault que com Fernando Alonso fez o campeão do mundo mais novo da história com apenas 24 anos. Mas com certeza se não é um grande ano para a Ferrari isso não se deve nem ao seu staff técnico nem à retaguarda tecnológica. Preciso confessar uma coisa. Eu sabia que os times da F1 eram super profissionais, mas o que vi nesta 5ª feira me surpreendeu sobremaneira.

Eram dezenas de pessoas em atividade frenética, em um dia que sequer um carro iria à pista. Estudavam dados de telemetria de edições anteriores de GP Brasil bem como os dados da última corrida em busca de alguma informação perdida, um desvio do comportamento do motor, uma atividade incomum na suspensão etc. Tudo isso sendo feito por um batalhão de mecânicos (??) cada um com seu notebook, comandados pelo brilhante estategista o sul africano Ross Braun.



Análise de telemetria em tempo real
A sala de telemetria por si é um show à parte. Contei 12 workstations AMD Opteron 64 de alta capacidade. Estas workstations (foto acima) são embutidas em tipos de conteiners para facilitar o transporte pelo mundo todo (são 19 corridas neste ano). Uma montagem prática e engenhosa. Veja nas fotos abaixo um técnico da AMD realizando tarefas de manutenção em uma parte destas workstations.



Manutenção da fortaleza de informações

Pelo que entendi cada uma delas é responsável pela aquisição e análise preliminar de conjuntos de variáveis que são estudadas em cada carro. Nem vale a pena dissertar sobre elas, pois seria uma quantidade muito grande e um assunto muito técnico, mas somente para ilustrar vamos pensar em aceleração, freio, velocidade, força G, inclinação da suspensão etc. Além dos sensores que transferem dados por sistemas de rádio surpreendi-me ao ver que há também sensores que são montados no chão nos pontos de parada no box.

Mas o ponto alto da visita, além de todos os momentos de tietagem explícita nos boxes foi a conversa com Dieter Gundel responsável por toda área de TI da equipe Ferrari. Foi uma conversa deliciosa com um grupo de sete jornalistas em um ambiente super informal e descontraído, no fundo dos boxes. Dieter Gundel tem uma longa experiência. Trabalha na Ferrari há dez anos e, portanto acompanhou a ascensão da equipe e viveu todos os seus dias de glória, os seis títulos de construtores e os cinco títulos de pilotos com Michael Schumacher.


Dieter Gundel-chefe de TI da Ferrari

Gundel comentou que em uma corrida são coletados de 2 a 4 Gbytes de dados de cada carro. Isso parece muito! Ainda mais se levarmos em conta que são dados exclusivamente numéricos. Esta montanha de dados é avaliada em tempo real pela equipe durante a corrida visando antecipar algum problema. Além disso, fornecem aos pilotos subsídios que os permitem durante uma corrida ou durante uma volta voadora na sessão de qualificação efetuar ajustes finos feitos pelos próprios pilotos dentro do carro. Não sei se já repararam, mas o volante de um carro de Formula 1 tem uma quantidade enorme de botões e ajustes. São cerca de vinte regulagens que podem ser feitas, fruto de sua própria sensibilidade ou por orientação dos boxes. Seja para alterar o comportamento do carro de uma curva para outra em função das diferenças intrínsecas do circuito ou para atenuar ao longo da corrida os efeitos do desgaste dos pneus alterando características de reação de suspensão etc. Todos estes dados são armazenados para estudo futuro. Serão úteis no caso de uma nova pista ser incluída no calendário que tenha características semelhantes ou mesmo para avaliar e comparar os dados em uma única curva parecida de outro circuito.

Perguntei para Gundel se Interlagos pelas características de relevo, subidas, descidas apresentava problemas com a aquisição de dados de telemetria. Ele respondeu que é exatamente o contrário disso, a pista tem grande facilidade de recepção de dados e é das melhores neste aspecto, ao contrário de outras como, por exemplo, Hockenhein na Alemanha, quando pista ainda tinha quase sete quilômetros, Floresta Negra adentro.

Não resisti e perguntei para Dieter Gundel como fica a sensibilidade do piloto com toda essa quantidade imensa de dados : “Sr. Gundel, conta-se que Ayrton Senna tinha uma sensibilidade tão aguçada em relação às reações do carro que por vezes Ayrton ficava quase uma hora descrevendo detalhadamente uma única volta,suas impressões do carro, curva a curva, reta a reta. Como se aproveita esse talento junto com os dados frios e matemáticos da telemetria?”

A resposta de Dieter Gundel foi memorável : ” Ele frequentemente gastava mais tempo do que isso! Eu trabalhei com Senna na Mclaren de 1990 a 1993. Foi uma experiência incrível e dois títulos mundiais.Os dados de telemetria são extremamente importantes mas são na essência uma massa gigante de dados. Sem análise não tem serventia. Por isso atualmente contamos com nossa parceira AMD para sermos capazes de digerir esta montanha de números e fazermos isso se transformar em melhor desempenho. É muito útil por exemplo confrontarmos os dados dos dois pilotos da equipepois conseguimos mostrar para eles onde podem ser mais rápidos se comparado com o outro. No caso de pilotos tão talentosos e sensíveis como era Senna e como são Michael e Rubens a percepção deles é fundamental em caso de dúvidas na interpretação dos dados. Eles têm a palavra final, afinal são eles que sentam no cockpit, são extremamente profissionais e são capazes de perceber reações como nenhum sensor pode sentir. É de fato um trabalho de equipe, cada um dando a sua contribuição naquilo que pode. Hoje em dia seria impensável dispensar a tecnologia. Não há retorno. Assim como procuramos ter também os melhores pilotos temos que ter a melhor tecnologia. ”

Senna-mais de uma hora descrevendo uma única volta-segundo Dieter Gundel
Dieter Gundel explicou um pouco melhor que os recursos tecnológicos são usados além da função óbvia da telemetria. Computadores muito poderosos estão disponíveis na sede da Ferrari onde têm aplicações vitais no estudo da aerodinâmica do carro. Após estudos em túneis de vento uma porção gigante de dados precisa ser interpretada. A função CFD (Computacional Fluid Dynamics) visa modelar o comportamento do fluxo de ar pelo perfil dos carros e mesmo antes de testá-lo no túnel de vento. Assim podem simular as reações de uma modificação proposta em um componente do carro (um aerofólio, uma aleta, um defletor etc.) e com isso ter maior agilidade no processo, só submetendo a caros e complicados testes de túnel de vento aquilo que já foi bem testado pelos supercomputadores da Ferrari. Há também modelos matemáticos que visam simular o funcionamento dos motores em diversas condições como pressões atmosféricas e relevos distintos, variações na composição da gasolina e diferentes ajustes intrínsecos do mesmo. É inimaginável a quantidade de operações matemáticas necessárias para este tipo de simulação.

Para ilustrar esta complexidade temos um exemplo. A equipe Sauber, que também usa motores Ferrari recém concluiu a implantação de seu super computador, o qual foi batizado de ALBERT. O Albert conta com 530 processadores AMD Opteron 64, pesa 18 toneladas e é capaz de efetuar 2.3 trilhões de operações por segundo. Seu uso primordial é assim como na Ferrari, o estudo fluidodinâmico visando evoluções na aerodinâmica de seus carros. A Sauber apesar de usar motores Ferrari não teve o mesmo grau de sucesso que a mesma. Em 2006 sob a grife BMW (que comprou a equipe), com novo motor (BMW-claro), com um também novo túnel de vento e com a ajuda de ALBERT quem sabe possa se tornar uma grande equipe.

O super computador ALBERT da Sauber-530 processadores AMD Opteron
Foi uma experiência única esta visita nos bastidores da Ferrari. Estive em Interlagos no domingo e assisti o grande prêmio. Foi interessante, divertido e até emocionante em alguns momentos. Mas muitas vezes ficava imaginando aquele exército de competentes engenheiros, mecânicos e técnicos em frenética atividade “engolindo” os vários gigabytes de dados dos carros procurando impulsionar um pouco mais as Ferraris de Schumacher e Barrichello!

Além da AMD a gigante INTEL ingressou em 2005 como patrocinadora da equipe Toyota de formula 1. Não tive a oportunidade e felicidade de visitar os bastidores da Toyota como fiz na Ferrari. Acredito que tirando o tempo (a AMD acompanha a Ferrari há vários anos), a estrutura, competência e dedicação semelhantes devem existir por parte da INTEL com a Toyota. Com o acirramento e aumento da competitividade destas equipes será interessante acompanharmos a “corrida” destes dois competentes fabricantes de processadores, que já têm ampliado seu embate neste mercado. Nada como um pouco de gasolina de F1 para por fogo nessa sempre interessante disputa!!

PS : este texto foi originalmente publicado em minha sessão de colunas no site FORUMPCs

Uma criança feliz em um playground tecnológico e de alta velocidade

domingo, 10 de abril de 2011

Placa mãe ASUS P8P67 DELUXE – turbinando o Sandy Bridge

A recém lançada nova plataforma da Intel, codinome Sandy Bridge, chegou no começo do ano trazendo a segunda geração de processadores de 32 nm. Os novos  Core i3, Core i5 e Core i7 exigem a utilização de uma nova placa mãe.  Testei há algumas semanas o processador topo de linha desta geração e relatei no texto “Intel Core i7 Sandy Bridge pulverizando recordes”. Estes novos processadores clamam por uma placa de boa qualidade.

A ASUS nos emprestou para testes seu modelo P8P67 DELUXE, uma placa que nos surpreendeu em vários aspectos. Aliás, parece que há uma tendência no mercado. Não só esta placa topo de linha da ASUS, mas outros fabricantes estão primando pela aparência da placa. A P8P67 DELUXE é linda, se é que se pode dizer isso de uma placa, mas é minha opinião. E a beleza não é apenas estética. É também ligada ao uso de materiais nobres, componentes diferenciados e de alta qualidade.





Especificações Técnicas :

CPU :
·         Soquete LGA1155 para a  segunda geração de processadores Core i7/i5/ i3
·         Suporte a CPU de 32 nm
·         Suporte à tecnologia Intel Turbo Boost  2.0   

Chipset :
·         Intel® P67 Express Chipset 

Memória:
·         4 x DIMM, max. 32GB, DDR3 2200(O.C.)/2133(O.C.)/1866(O.C.)/1600/1333/1066 MHz, non-ECC, un-buffered memory
·         Dual channel memory architecture
·         Supports Intel Extreme Memory Profile (XMP)

Slots de expansão :
·         2 x PCI Express 2.0 x16 slots (single at x16 or dual at x8/x8 mode)
·         1 x PCI Express 2.0 x16 slot [Black] (at x4 mode, compatible with PCIe x1 and x4 devices)
·         2 x PCI Express 2.0 x1 slots
·         2 x PCI slots

Suporte a multi GPU :
·         Supports ATI Quad-GPU CrossFireX Technology
·         Supports NVIDIA Quad-GPU SLI Technology

Armazenamento :
·         Intel P67 Express Chipset
o    2 x SATA 6.0 Gb/s ports (gray)
o    4 x SATA 3.0 Gb/s ports (blue)
o    Intel Rapid Storage Technology supports RAID 0, 1, 5 and 10
  • Marvell PCIe 9128 SATA 6Gb/s controller with HyperDuo function
o    2 x SATA 6.0 Gb/s ports (navy blue)
    • JMicron JMB362 SATA controller
    • 2 x eSATA 3.0 Gb/s port

BlueTooth
·         Bluetooth v2.1 + EDR
·         ASUS BT GO! Utility

Áudio :
·         Realtek ALC892 8-Channel High Definition Audio CODEC
o   Absolute Pitch 192khz/24bit True BD Lossless Sound
o    BD Audio Layer Content Protection
o    DTS Surround Sensation UltraPC
o    Supports Jack-Detection, Multi-streaming and Front Panel Jack-Retasking
o    Coaxial/Optical S/PDIF out ports at back I/O
IEE 1394 :
·         VIA 6315N controller supports 2 x IEEE 1394a ports (one at mid-board; one at back panel)
USB :
·         2 x NEC USB 3.0 controllers
o    2 x USB 3.0 portas no painel traseiro
o    2 x USB 3.0 portas na caixa de expansão
·         Intel P67 Express Chipset
o   12 x USB 2.0 ports 4 ports at mid-board, 8 ports at back panel
REDE :
·         2 x Gigabit LAN Controller




Alguns recursos eram esperados como, por exemplo, a presença de portas USB 3.0 (que começam a sobressair nas placas mais novas). Há também 4 conectores SATA 6 para instalação de HDs SATA com alta velocidade de transferências de dados (são 8 conectores SATA no total). Há também duas convenientes portas eSATA para conexão de HDs externos que usem este tipo de conector.

Há também 3 slots PCI-Express para uso de múltiplas placas de vídeo, da seguinte forma : 1 PCIe 16x ou 2 PCIe 8x ou 3 PCIe operando a 8x/8x e 4x.



Mas entre os recursos que chamaram a atenção um deles capturou minha atenção. É o suporte a Blutooth!! Inicialmente achei muito estranho, mas rapidamente percebi que faz muito sentido. Os notebooks quase todos hoje suportam esta forma de comunicação que permite a troca de informações entre o PC, telefones celulares, smartphones, reprodutores de MP3, etc. Porque não te o mesmo nível de integração e comunicação com o desktop?

Há também os botões de comandos na própria placa para LIGA/DESLIGA e para RESET. São recursos muito úteis principalmente para os usuários que ainda em uma bancada estão realizando testes ou fazendo overclock da mesma. Também útil para quem está explorando a placa mais a fundo é o painel de informações que apresenta com dois dígitos  os códigos de controle que informam o estágio do processo de “boot”. Também podem sinalizar algum erro (ou em que estágio travou o processo em caso de overclock).

Outra boa surpresa foi a tela de configuração da BIOS em modo gráfico e com suporte a uso de mouse. Eu confesso que vinha me aborrecendo com as telas de configuração que têm a mesma aparência desde meados dos anos 80, isso não é exagero. Na figura abaixo, na parte inferior há os desenhos de dois HDs e um drive de DVD. Para forçar o boot pelo DVD basta usar o mouse e arrastar o desenho do DVD para o começo, fácil assim. Este é o chamado EASY SETUP que contém quase todas as possibilidades de configuração. Caso o usuário se sinta mais a vontade com a tela tradicional, a qual abre algumas opções mais avançadas, esta pode ser acessada pelo “Advanced Mode”.



A ASUS tem recursos próprios entre eles o “DUAL INTELLIGENT PROCESSORS 2”. Trata-se de chips especializados presentes na placa mãe que trazem recursos adicionais. Um dos componentes críticos em uma placa mãe é o responsável pelo ajuste de voltagem, chamado de VRM. Nesta linha de produtos a ASUS mudou o VRM para uma versão digital, a qual oferece melhor precisão e menor retardo (delay) nos chaveamentos. É o novo DIGI+ VRM que permite controle amplo pela BIOS ou pelo Windows. São ajustes sensíveis e críticos para quem faz overclock com 16+2 “power phase”.

O segundo elemento presente é o EPU. Trata-se de um recurso de auto ajuste que visa desacelerar dinamicamente o sistema para economia de energia, identificando momentos de ociosidade.  Este recurso pode ser habilitado pela BIOS ou por uma chave na placa.  Analogamente o TPU é um micro processador especializado que ajuda a obter overclock de forma mais simples e estável auxiliado por um módulo de programa da ASUS chamado TurboV presente no ASUS Suite.


Testes de Desempenho

Tenho por hábito submeter as placas a um conjunto de testes que procuram estressar a plataforma, com programas que demandam intensamente os recursos, placa e processador. A configuração usada para o teste foi:

Placa mãe : ASUS P8P67 DELUXE
Processador : Intel Core i5 2500k – 3.3 Ghz (32 nm Sandy Bridge)
Vídeo : AMD Radeon 6950
HD : Seagate 500 Gb 7200 rpm
Memória : 4 Gb DDR3 1333 Mhz
Sistema Operacional : Windows 7 Professional 64 bits

IEW : índice  de experiência do Windows. O mais simples dos testes, nativo no Windows 7, apresentou resultado de 7.5 (máximo de 7.9) para processador e 7.6 para o vídeo (Radeon 6950) e também 7.6 para tempo de acesso à memória. Acabou no cômputo geral limitado a 5.7 por causa do desempenho do HD (5.7)


PCMARK Vantage : é um benchmark sintético que explora diversos aspectos do PC. Neste teste obteve índice 8686 que é substancialmente alto, graças à dupla placa+processador. PCs com índices acima de 4000 já são considerados bem velozes.



PASSMARK Performance Test : também é um benchmark sintético que analisa diversos aspectos do PC como o PCMARK Vantage. Neste teste obteve índice  1957, valor bastante expressivo pois se aproxima do máximo já obtido pelo processar Core i7 (um pouco acima de 2000 pontos).



SisSANDRA Artithmetic  :  é um teste específico de poder computacional em operações de ponto flutuante. Este teste utiliza todos os núcleos do processador. Obteve valor final de 63 GOPs, que é um resultado mais alto do que um processador Quad Core de geração anterior que obteve pouco mais de 50 GOPs.



SUPERPI mod 1.5  :  é um tradicional referencial entre os usuários entusiastas. Este programa usa apenas um núcleo do processador. Mas é um teste de grande valia, pois o processador usado tem o recurso TurboBoost, que acelera o clock do processador quando demandado e outros núcleos estão inativos. Foram medidas todas as possibilidades de cálculo de PI entre 16 mil e 32 milhões de casas decimais. Tomando os casos de 1 milhão de casas, 11 segundos, e 4 milhões de casas, 56 segundos, são valores muito expressivos, muito rápido e eficiente.



WPRIME  :  também é um tradicional programa de testes  entre os usuários entusiastas que ao contrário do SUPERPI, usa todos os núcleos do processador para efetuar cálculos complexos de raízes quadradas por um algoritmo que usa números primos. O cálculo mais complexo (1024 M) levou 333 segundos, comparando com o mesmo processador Quad Core de geração anterior, este foi cerca de 150 segundos mais lento.



CONCLUSÃO

A placa P8P67 DELUXE da ASUS vem ao mercado para suprir a demanda por placas de qualidade para uso com a plataforma Sandy Bridge. Não obtive o preço “oficial” com a ASUS, mas procurando no mercado achei locais onde a placa é vendida entre R$ 890 e R$ 960. Isso evidencia o nicho de mercado que pertence a P8P67 DELUXE aliado ao conjunto de ricos recursos da mesma. A ASUS tem uma versão ligeiramente mais simples desta placa que é a P8P67 com apenas 2 slots PCI-Express, não tem o módulo externo com duas USB 3.0 a mais e não tem os 2 conectores eSATA.

Nos testes feitos a robustez foi destaque. Para o tipo de PC é o mais importante, pois quem opta por um desktop mais sofisticado tem necessidade de maior poder de processamento. Os recursos Dual Lan, suporte Blutooth,  novo gerenciamento de voltagem (VRM) que facilita usuários sofisticados a configurar oveclock,  uma nova tela gráfica de configuração de BIOS e recursos para overclock dinâmico simplificado são destaques que não podem passar em branco.  Isso tudo graças a postura de mercado mais agressiva da ASUS ao trazer para o Brasil bons e evoluídos produtos. O mercado agradece.

Galeria de Imagens







sábado, 9 de abril de 2011

Roubado pelo DNS!



Eu venho regularmente acompanhando os Relatórios de Ameaças e Vulnerabilidades na Internet feito pela Symantec. Isso me fez lembrar de uma história que me deixou muito preocupado. Esta história é real e deve servir de alerta para cada um de nós. Não sou especialista em segurança, mas tenho interesse real nestes assuntos seja para me proteger melhor ou para conhecer um pouquinho mais.




Isto aconteceu com um amigo que é super cuidadoso com o uso de Internet Banking. Ele tem conta no Bradesco, que por sua vez tem um aparato muito sofisticado de segurança. O Bradesco, além das senhas normais e habituais, tem uma conferência extra de dados baseado em “frase secreta”. Não é uma palavra, mas uma frase com pelo menos 25 caracteres. Como não tenho conta no Bradesco, se algum detalhe estiver incorreto, agradeço colaborações e correções. Ele só faz transações a partir do computador da empresa em que ele trabalha. Ele é super cauteloso e, além disso, trabalha em informática. Conhece os e-mails “phishing” que circulam por aí. Enfim não é uma pessoa desavisada, muito pelo contrário! Não bastasse isso tudo ele é ex sargento da aeronáutica (preciso explicar mais?). Um belo dia sua conta foi raspada até última gota! Um DOC enviado de sua conta para uma outra conta do Banco do Brasil limpou todo o dinheiro existente e também todo o valor do limite de cheque especial. Uma catástrofe! Cheques que estavam para compensar começaram a ser devolvidos. Faltou dinheiro para o dia a dia… um inferno! O Bradesco foi muito burocrático, mas muito correto neste episódio. Depois de muitos dias, cancelamento dos cartões de débito, muitos formulários, muita espera, muita “cadeira”, ele teve o seu dinheiro de volta. No meio da “briga” ele não conseguiu obter do Bradesco subsídio para ir atrás do beneficiário do DOC para uma agência do Banco do Brasil. Incrível mas o banco disse que nada podia fazer. Ele tinha os dados do “vigarista”, ou seria de um “laranja”, e nada pode fazer.




 Mas a grande dúvida é : como ele uma pessoa tão esclarecida e tão cuidadosa sofreu este golpe??? Como os “amigos do alheio” se apropriaram de seus dados??? Até algumas semanas atrás eu não teria nem ao menos uma teoria. Após ler algumas coisas sobre o assunto e conversar com algumas pessoas eu posso teorizar sobre o ocorrido e arriscar uma explicação. Partindo sempre do princípio que ele não foi vítima de “phishing” (não foi mesmo) e que seu computador não tinha nenhum tipo de Spyware. Isto foi verificado por inúmeros programas e pelo definitivo jeito que é olhar no REGISTRY a chave HKEY_LOCAL_MACHINE\SOFTWARE\Microsoft\Windows\CurrentVersion\Run e procurar por qualquer programa desconhecido. Eu uso muito isso e pesquiso no site para descobrir se algum programa na inicialização da máquina é normal ou maligno.




Concluindo, existe um tipo de ataque muito diferente e muito sutil. Os e-mails “phishing” que induzem a pessoa a abrir um site falso e preencher os seus dados já começam a ficar manjados. Os “hackers”, “punks”, “crackers”, “marginais”, dêem o nome que quiserem, inventaram um tipo de ataque aos servidores DNS!!! 



Explicando rapidamente, quando se digita www.bradesco.com.br um servidor DNS, ou de seu provedor de acesso, ou de sua empresa (se esta tem um) traduz este nome para um IP. No caso do Bradesco este IP seria 200.212.135.225. Mas o cyber-marginal invade o servidor de DNS e por algum tempo cria uma entrada particular de DNS fazendo com que o endereço www.bradesco.com.br aponte para outro IP. Que IP?? Para o IP onde um site de mentira, idêntico ao do banco foi montado e por sua vez imita a seqüência de telas do banco capturando suas informações!!! Algumas horas depois ou no dia seguinte ele apaga esta entrada do DNS invadido e elimina o rastro de seu crime. Dá trabalho, sim dá. Mas uma pessoa que está esperando ser enganada por um e-mail com um endereço falso acaba nem pensando nesta possibilidade e como ela mesma digita no browser o endereço nunca imagina que está sendo enganado pelo DNS!!!


Isso é muito sério. É quase paranóico!! Como ter certeza de que o site que estou acessando é mesmo o site desejado??Tenho um amigo que me deu uma sugestão. Usando sites de bancos, ele SEMPRE digita de propósito as informações erradas. Se o site não reclamar, não negar a autenticação provavelmente ele está “grampeado”. Caso contrário o banco perceberá o erro e alertará o usuário. Estranho, mas é o que ele faz para se proteger...


O que você acha? Você está preparado e alerta contra este tipo de ataque e ameaça?? Mantenha seu antivírus sempre em dia!!

PS : este texto foi originalmente publicado em minha sessão de colunas no site FORUMPCs 

sábado, 2 de abril de 2011

O pesadelo da memória pessoal


O que têm em comum um lote de cartões perfurados, um DVD padrão ou um “Blu-ray”, um filme em película de 8 ou 16 mm, uma fita de backup QIC-80, um compact flash e um disquete de 3 ½”? São todos estes instrumentos de memória pessoal (digital ou não). Claro que alguns moderníssimos e outros obsoletos e anacrônicos. Mas é exatamente aí que começa o pesadelo que quero discutir com vocês.
(cartão, DVD blue-ray, super 8, QIC-80, Compact Flash e disquetes)
(cartão, DVD blue-ray, super 8, QIC-80, Compact Flash e disquetes)
Quem usa PCs a 5 ou menos anos terá menor identificação com o problema que quero expor mas em pouco tempo já estará sofrendo do mesmo mal. Vamos retroceder um pouco no tempo. Nem precisa ser muito. Eu na época de faculdade, nos anos 80 usei por apenas um ano cartões perfurados. Fiz alguns programas em FORTRAN dos quais chegava a me orgulhar na época e por isso guardei estes cartões. Deparei-me com eles há alguns meses atrás. Que grande entulho inútil se transformaram. Jamais irei usá-los de novo, pois nem existem mais computadores para lê-los.

Voltando um pouco mais no tempo, meu avô tinha uma câmera de filmes (película) em 16 mm. Outro dia vi na casa de uma tia algumas latas destes filmes. Ela ainda conseguiu recentemente “telecinar” os filmes e hoje estes estão em fitas VHS. Esta mesma tia, por ser amante de filmes e vídeos, teve uma câmera Sony Betamax, que era o padrão em excelência técnica há muitos anos, que foi superado mercadologicamente pelo VHS.

Agora a pergunta “gancho” para o assunto principal : alguém tem dúvida que o padrão VHS está caindo em desuso e em mais alguns anos nem será lembrada, de forma semelhante ao também já morto LP de vinil? Quantas pessoas ainda têm pilhas de discos de vinil que vagarosamente vem recomprando em CDs?

(Disco de Vinil, fita Betamax e fitas VHS)
O que eu chamo de “memória pessoal” (às vezes digital e às vezes não) nada mais é que o acervo de informações e dados gravados em uma diversidade de mídias que temos ou tivemos a nossa disposição.Mais um exemplo, eu venho nas última semanas digitalizando meu acervo de fitas padrão Hi8, de uma filmadora analógica Sony pois percebi que a câmera que já tem 10 anos está ameaçando “abrir o bico” e se isso acontecer a única forma de eu ver os meus filmes domésticos será comprar uma filmadora compatível.

Talvez ainda se encontrem filmadoras Hi8 a venda, mas não deve ser fácil encontrá-las e hoje seriam produtos bem “low-end” (exatamente ao contrário de seu posicionamento em relação à época que a comprei), e custando valores próximos de câmeras digitais mais simples, que são infinitamente melhores. Vão sumir em um ou dois anos no máximo eu estimo.O mesmo caminho, a digitalização, terá a minha coleção de fitas VHS, pois talvez antes da extinção definitiva deste padrão, o mofo ou fitas quebradas me impediriam de desfrutar de seus conteúdos. Vão todas virar DVD também. São filmes de casamento, batizado de filho, coleção de Star Trek, corridas do inesquecível Senna e inúmeros filmes colecionados ao longo dos anos. Mais um pedaço de minha memória pessoal.
(fita Hi8, DVD comum e DVD Double Layer)
(fita Hi8, DVD comum e DVD Double Layer)
(ZIP 250, Jazz, PD Drive, DAT DDS4, QIC-80, TRAVAN e CDR)
(ZIP 250, Jazz, PD Drive, DAT DDS4, QIC-80, TRAVAN e CDR)
A minha escolha para salvar o meu acervo de Hi8 e VHS foi óbvia para este momento, os DVDs. Mas alguém aqui poderia me garantir com plena certeza que estes DVDs de hoje não serão iguais às latas de filme 16 mm de meu avô daqui a alguns vários pares de anos? Deveria estar usando DVDs Double Layer? Não posso esperar ter os DVDs Blu-ray disponíveis (inclusive caberem em meu orçamento) para fazer a minha operação de resgate. Mesmo que eu esperasse para usar o novo padrão de DVD quem me garante que este será o formato de maior longevidade? Sobre isso vide o excelente artigo do Piropo sobre a Guerra do DVD .

Usuários de câmeras fotográficas digitais também experimentam uma diversidade de padrões. Praticamente todos eles ainda vivos como Compact Flash, SD, Memory Stick etc. Neste caso o problema é menor, pois as fotos digitais acabam transitando para algum HD mais cedo ou mais tarde. Mas na hora de fazer o registro histórico, o backup da fotos, estas podem ir parar em uma destas outras mídias que mais cedo ou mais tarde poderão serem difíceis de serem lidas.

Se considerarmos ainda os diferentes dispositivos que tivemos à disposição para efetuar backups de algum tipo em passado recente a paranóia é ainda maior. Sem vasculhar muito em meus armários eu achei discos ZIP 100, ZIP 250, cartuchos Panasonic de um PD-Drive que tive, mídias JAZZ, fitas streamer QIC-80, alguns cartuchos TRAVAN, fitas DAT DDS4, CDs e CDRWs e dúzias de trabalhos irremediavelmente perdidos gravados em disquetes de 5 ¼(não tenho mais drive para lê-los).
(DLT, LTO, MO e AIT 8mm)
(DLT, LTO, MO e AIT 8mm)
A catástrofe só não é completa porque no meu caso essas mídias todas contêm backups de certo momento de meus dados, que vieram sendo migrados de HD para HD ao longo dos anos. Mas conheço pessoas que fizeram seus arquivos pessoais usando algumas dessas tecnologias, e não têm estes dados em seus PCs, dependendo da disponibilidade de algum drive que leia uma dessas preciosidades de museu. Fora as mídias que tenho em meu armário, sem pensar muito ainda posso me lembrar de algumas outras tecnologias ainda em uso como DLT, LTO, MO (magnetic optic cartridges) entre tantas outras que em futuro próximo irão também desaparecer das prateleiras.
(conjunto completo de acessórios para 16 mm - inclundo as "latinhas")
(conjunto completo de acessórios para 16 mm - inclundo as "latinhas")
Mas isso é tão sério que achei na internet um site chamado DRIVER’S MUSEUM que tenta ajudar as pessoas a fazer funcionar estes dispositivos que estão esquecidos no tempo.

Meu avô, com suas latinhas de película de 16 mm, contendo imagens de churrascos na fazenda, aniversários da família ou corridas de cavalos (que ele adorava quando era vivo), talvez tivesse menos problemas atualmente. Por serem analógicos estes anacrônicos filmes têm a desvantagem da qualidade inferior e estarem castigados pelo tempo. Mas como meu avô era muito conservador ele se manteve fiel às latinhas de filme por muitos e muitos anos. Ele poderia ter mudado para 8 mm ou para uma filmadora Polaroid que foi sensação nos anos 70, ou mesmo VHS no começo dos anos 80. Tendo somente um tipo de mídia fazer as conversões necessárias acaba sendo um pouco mais simples.

É!! A grande sabedoria de meu avô continua me influenciando e ensinando, mesmo na minha área de atuação profissional, absolutamente incompreendida por ele, anos depois de ele ter deixado este lado da existência. E viva as latinhas de 16mm!!



PS : este texto foi originalmente publicado em minha sessão de colunas no site FORUMPCs