quarta-feira, 11 de março de 2015

WD My Cloud – seus arquivos na sua própria nuvem pessoal!

Passa o tempo e cada dia nosso legado digital fica cada vez maior. Fotos em maior quantidade e maior resolução. O mesmo vale para vídeos, mais arquivos e em resoluções cada vez maiores. Nem preciso enumerar outros tipos de arquivos. Com certeza isso faz crescer bastante a necessidade de armazenamento (seguro) seja para uso pessoal, para as famílias nas residências, bem como nos escritórios domésticos e dos pequenos negócios. Os práticos HDs externos ainda cumprem um ótimo papel neste assunto proporcionando espaço, mobilidade com custo acessível.

Porém como o nível de exigência subiu, mais espaço sendo necessário por uma ou mais pessoas, o próximo degrau da tecnologia de armazenamento se faz presente e necessário. São os NAS (Network Attached Storage), ou seja, dispositivos de armazenamento conectados à rede. Longe de serem novidade, eram mais usados nas empresas e escritórios. Hoje em dia as residências já contam com redes locais, no mínimo para distribuição de sinal de Internet por WiFi ou mesmo acesso via cabo Ethernet a computadores mais “críticos”. Neste escopo de NAS para uso empresarial e pequenos negócios eu já testei diversas soluções. Mas desta vez coube a mim a possibilidade de testar o Western Digital (WD) My Cloud, que superou expectativas.
  

Figura 01 – Western Digital My Cloud (clique para ampliar)

O fabricante Western Digital é muito conhecido como fornecedor de discos rígidos para as mais diferentes aplicações: para uso interno, HDs externos, para sistemas de vigilância/câmeras, com menor consumo de energia (menor dissipação de calor), altíssima velocidade, etc., além das soluções de NAS e nuvem pessoal. Rigorosamente falando o My Cloud é um NAS relativamente simples, mas com a funcionalidade de nuvem privativa pessoal como diferencial.

Características gerais

São doismodelos, com um ou dois discos rígidos internos. O modelo que eu testei é o mais simples, o “MyCloud”, contendo um HD interno e que pode ser encontrado no mercado com capacidades de 2 TB, 3 TB, 4 TB e 6 TB. O modelo superior (dois HDs) é denominado “MyCloud Mirror” é oferecido com capacidades de 4TB, 6 TB, 8 TB e 12 TB e pelo fato de ter dois HDs pode ser configurado para trabalhar com redundância (espelhamento), ou seja, se um dos HDs falhar o sistema continua a funcionar, acende uma luz vermelha para chamar a atenção do usuário para que ele troque a unidade que apresentou defeito. Alternativamente pode ser configurado para usar a plena capacidade dos dois HDs, mas sem o recurso do espelhamento e redundância (tolerância à falha).

Recebi da WD para testes o modelo My Cloud de 3 TB. É um dispositivo pequeno. Praticamente cabe na palma da mão e só não é menor porque utiliza HDs de 3.5 polegadas. Ele deve ser conectado à rede local por meio de um cabo Ethernet e tem uma conexão USB 3.0 (mais detalhes adiante).
  

Figura 02 – Western Digital My Cloud – visão traseira (clique para ampliar)

Para quem nunca usou um NAS pode parecer mais complicado de usar que um HD externo, mas na verdade é praticamente tão simples quanto! Primeira dica, aliás, IMPORTANTÍSSIMA! Ele deve ser conectado via cabo ao switch ou ao roteador da casa ou escritório. Ainda há roteadores de Internet incluindo capacidade WiFi cujas portas de rede têm velocidade de 100 Mbps. O WD My Cloud opera a uma velocidade de 1000 Mbps, ou seja, 1 Gbps (1 Gigabit por segundo). Assim se ele for conectado a um roteador ou switch mais lento isto fará com que ele opere a 10% de sua velocidade!! Regra número UM, conexão em rede Gigabit e não rede de 100 Megabits.

Uma vez ligado e conectado na rede ele precisa ser associado aos computadores que irão utilizá-lo. Para isso basta fazer o download do WD Setup Software, um dos vários softwares disponíveis no site da WD para usar e gerenciar o My Cloud. Na figura abaixo podemos ver quais são estes softwares.


Figura 03 – Western Digital My Cloud – visão traseira (clique para ampliar)

Por meio do WD Setup Software o dispositivo é localizado na rede (seu endereço IP é exibido) e pode ser gerenciado de duas formas diferentes. Pelo software ou diretamente pelo navegador de Internet usando seu endereço IP (http://192.168.99.203 – meu caso). Em uma destas ferramentas os compartilhamentos (pastas do disco que serão usadas pelas pessoas), usuários e senhas, restrições de acesso, etc. podem ser criados.

Um HD externo é mais simples, pois uma vez conectado à porta USB ele automaticamente ganha uma “letra” para acesso (D:, E: , F:, etc.) e pode ser usado imediatamente por aquele computador. Mas APENAS aquele computador. O My Cloud, bem como todas as soluções de NAS exige a sua configuração (uma única vez) para acesso às pastas, que ao contrário da solução do HD externo, podem (ou não) serem compartilhadas por todos os usuários da casa ou escritório (pasta pessoais e privativas também podem ser criadas e configuradas para cada usuário).

Equalizados os conceitos, caso você leitor não estivesse familiarizado com o conceito de um NAS, vamos ver como o WD My Cloud me surpreendeu. Basicamente eu destaco quatro grandes pontos de atenção e destaque:
  1. Velocidade
  2. Nuvem particular - Uso pela Internet
  3. Administração bastante simples
  4. Backup
Desempenho

Testei muitos dispositivos NAS nos últimos anos, notadamente estes direcionados ao público residencial e para pequenos escritórios. No passado um dos fatores limitantes era a taxa de transferência de dados. Um HD externo USB 2.0 é capaz de sustentar taxas de transferência na ordem de 30 MB/s. Um HD externo USB 3.0 consegue transferir informações entre 80 a 90 MB/s. Alguns NAS de primeira geração trabalhavam um pouco mais lentamente que um HD USB 2.0 (30 MB/s) e os mais novos já chegavam a 65 ou 70 MB/s.  Já o WD My Cloud consegue transferir arquivos na velocidade de 99 MB/s, praticamente no limite máximo teórico da velocidade da própria rede (1 Gbit/s).
  

Figura 04 – taxa de transferência de 98.6 MB/s – cópia de arquivo grande

Isso não é apenas um “preciosismo matemático”. De fato o WD My Cloud tem nível de desempenho praticamente igual o comportamento de um HD interno, nativo, instalado dentro do próprio computador que se está usando. Fantástico!

Criando a sua nuvem pessoal

Não dá mais para viver fora da nuvem. Ter os dados e arquivos acessíveis a partir de qualquer lugar já não é mais opção e sim grande necessidade. O WD My Cloud tem como ponto de destaque entre seus recursos, aliás reforçado por seu próprio nome, esta importante função. E ele o faz de forma muito direta e simples.

O efeito prático, o resultado final do processo de configuração do acesso via Internet é que os compartilhamentos usados são também atribuídos no local “Meu Computador” do Windows de tal forma que todo o conteúdo daquelas pastas, que residem no dispositivo que está na sua casa ou escritório, fica acessível para o usuário. Dessa forma esteja o usuário em casa, em um hotel fora de sua cidade ou em qualquer lugar que tenha acesso à Internet, seus arquivos estarão logo ali a sua disposição.
  
 
Figura 05 – Pastas compartilhadas do WD My Cloud acessíveis a partir de qualquer lugar

E o mais importante, preparar o WD My Cloud para isso é bastante simples (mas tem uma dica relevante). Na tela de configuração (que será explorada mais para a frente) existe o tópico “Acesso à Nuvem” que uma vez acionado apenas e tão somente realiza uma série de verificações do ambiente, confirma usuário (email) e senha e após realizar uma sequência automática de configuração e testes encerra o processo com o recurso de nuvem pronto para uso. Simples assim.

Mas tenho algumas considerações a fazer. Logo de início, ao usar os meus arquivos pela nuvem percebi que o tempo para acessá-los era maior. Isso é evidente uma vez que na rede local o WD se comunica em velocidade Gigabit, algo equivalente a 1000 Mbps, bem mais que boas conexões de Internet de 20 a 50 Mbps que temos nas residências hoje em dia. Mas mesmo assim, descontada essa diferença, ainda achei que poderia ser um pouco mais rápido.

Acabei por descobrir que no momento que o WD My Cloud faz esta configuração ele tenta usar um recurso existente nos roteadores chamado “UPnP” (Universal Plug and Play) que configura o acesso do dispositivo por um “caminho direto” (direcionamento de portas TCP ou UDP) com a Internet. Este é um tópico relativamente técnico, mas o que o usuário precisa realmente saber é:  seu roteador tem o recurso “UPnP” e se ele está ativado? Se a resposta for sim, tudo acontece de forma transparente. Caso o usuário queira fazer a configuração manualmente, trata-se de direcionar as portas 80 e 443 para que cheguem diretamente ao WD My Cloud ou em caso extremo configurar uma DMZ que aponte para o IP do WD.

Mas por que isso é importante? DESEMPENHO! Sem este recurso ativado o WD My Cloud trabalha de uma forma “conexão de retransmissão” que é consideravelmente mais lenta que o modo “conexão de direcionamento de porta”. No pior caso, mesmo se o usuário não souber ativar o tal recurso “UPnP”, assim o acesso aos arquivos na nuvem está garantido, mas cerca de 40% a 50% mais lento. Ainda assim utilizável e útil!


Figura 06 – Pastas compartilhadas do WD My Cloud acessíveis a partir de qualquer lugar

A figura acima é a visão que se obtém quando se efetua o login no site http://wdmycloud.com (após informar e-mail cadastrado e senha). As pastas podem ser acessadas e abertas no Explorer (como mostrado na figura 05).

Em resumo, nuvem particular, privativa, com segurança estabelecida e acessível a partir de qualquer lugar. Aliás, quase ia esquecendo, há aplicativos para smartphones iPhone, Android, Windows Phone e Tablets Android ou iPad. Dessa forma arquivos, fotos, músicas, etc. gravados no WD My Cloud estarão disponíveis para serem acessados por estes dispositivos.

Configuração e gerenciamento
   

É um desafio e tanto ter todas estas funções sofisticadas e de grande utilidade e ao mesmo tempo ser simples para configurar e gerenciar. Mas este objetivo foi atingido. Por meio de uma interface em português e de visual bastante “limpo” e simples. Todas as tarefas estão ao alcance de um ou dois cliques de mouse. Um usuário com menor necessidade de customização poderá jamais ver a tela mostrada na figura abaixo, usando apenas os compartilhamentos públicos (padrão) do WD My Cloud. Mas se precisar criar usuários, novos compartilhamentos, ativar acesso pela nuvem, criar backups, etc. basta seguir os passos de cada uma das opções da tela de gerenciamento.
 
Figura 07 - WD My Cloud tela de gerenciamento e configuração

Backup – porque prevenir nunca é demais!

Um dos itens que merece destaque especial é a imensa responsabilidade que é ter um sistema de armazenamento compartilhado, seja na residência, seja em um pequeno escritório, com tamanha capacidade. Perder 3 TB de conteúdo digital, fotos, filmes, músicas, etc. é uma catástrofe de grandes proporções. A memória da família de uma vida inteira pode ser perdida. Por isso ter uma cópia reserva dos dados sempre é essencial!

O WD My Cloud oferece opções muito interessantes para proporcionar a proteção necessária. Há um conector USB 3.0 na parte traseira que pode ter um HD externo conectado para esta finalidade. Também há como escolher qualquer outro ponto da rede para que em outro local a cópia seja feita. HD externo USB ou local de rede são duas opções mais que satisfatórias.

Mas há mais do que isso. A WD implantou um conceito de “SAFE POINTS”. O que é isso? Muito útil, simples e prático! No processo de configuração dos backups (os “Safe Points”), isso pode ser feito de maneira automática e programada, diariamente às 02:00, por exemplo. Assim na eventualidade de um acidente acontecer que leve à perda dos dados (tem que ser um acidente dos bem grandes), por meio da mesma interface, os dados (e configurações do WD My Cloud) podem ser restaurados tendo como base cada um dos dias que foi feito o backup. Diria que é algo parecido com a ideia do “Time Machine” dos computadores Apple.

Na figura 08 abaixo podemos ver as 3 etapas da configuração de um “Safe Point”. No exemplo mostrado eu poderia ter escolhido um dispositivo USB ou local de rede e acabei usando o local de rede IX2-200 (outro NAS que eu tenho em minha rede).


Figura 08 - WD My Cloud criação de Safe Points – backup dos dados (clique para ampliar)

Além disso, o proprietário do WD My Cloud pode utilizar o software WD Smartware, que é uma solução que roda em um dos computadores da rede para realizar o backup daquele computador em um dos dispositivos da rede e até mesmo no Dropbox!. Outra possibilidade é fazer o backup do conteúdo do Dropbox para um dos dispositivos da WD.

Na minha rede também tenho um WD MyBookLive, outro produto da WD lançado há dois anos aproximadamente. Dessa forma o disco C: do meu notebook pode ser copiado para o WD MyBookLive, para o WD My Cloud ou para o DropBox ou posso copiar o conteúdo do meu DropBox para o WD MyBookLive, para o WD My Cloud. Ao escolher a origem do backup o WD SmartWare localiza todos os arquivos de caráter “pessoal” como fotos, planilhas, filmes, músicas, apresentações, textos, etc. e os seleciona para o backup.

Mas o usuário pode, se quiser, escolher manualmente as pastas que preferir. Achei sensacional a ideia da integração com o Dropbox, tanto fazer backup nele, como fazer backup do computador do usuário no Dropbox. Melhor que isso apenas se tivesse a possibilidade de integração com outros sistemas de nuvem como Google Drive, Microsoft OneDrive, IdriveSync, etc.!!

 
Figura 09 - WD Smartware – backup dos dados do usuário no My Cloud ou no Dropbox-


Conclusão

O WD My Cloud integra uma série de funções, agrega bastante valor no que seria “apenas” um HD externo que funciona conectado na rede (essencialmente o que é este produto). Mas todas as soluções integradas, software de gerenciamento bastante simples, ser acessível pela Internet criando o conceito de nuvem pessoal, software de backup para o computador, criação dos “Safe Points” para salvaguardar a posição dos dados em diferentes datas, ... tudo isso torna o WD My Cloud um produto bastante atraente. Também não posso me esquecer de citar a ótima velocidade de leitura e gravação, perto de 100 MB/s. Há a versão com apenas um HD, esta que eu testei e para pessoas mais exigentes existe a versão com 2 HDs que pode fazer o espelhamento dos dados de forma automática. Quaisquer destes, ter um dispositivo assim na rede, faz o papel de um servidor doméstico com grande benefício na simplicidade e eficiência! A Western Digital, bem como outros valorosos fabricantes também têm soluções parecidas. Mas o My Cloud se encaixou perfeitamente às minhas necessidades e expectativas.

5 comentários:

  1. Péssimo (windows). Mais vale comprar um disco "normal". Conclusão: o WD My Cloud integra uma série de complicações...software de gerenciamento sem soluções práticas...Também não posso me esquecer de citar a lenta velocidade de leitura e gravação (horas!). ...sem grande benefício na simplicidade e eficiência..

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  2. O meu WD My Cloud está fazendo backup a 30 Mbps, não era pra ser 99? Também achei muito lento! São 3,75 MB/s, ou 225 MB/min ou 13 GB/h. Pra fazer o backup de 1 TB / 13 = 76 horas, ou mais de 3 dias??? Isso é absuuurdo!

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  3. O meu WD My Cloud está simplesmente tirando o atributo de compartilhado de vários arquivos da minha pasta do servidor, os arquivos perdem o compartilhamento e os colaboradores acham que o arquivo foi deletado gerando pânico. Tentei achar algum tipo de configuração e não obtive nenhum sucesso quanto a esse BUG.

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  4. O Meu Mycloud tem uma taxa de transferencia de 8 a 10 MB/SEG
    Eh super leeeennnntoooooooo !!!!

    Muito caro para uma taxa de transferencia muito baixa !!!
    Ineficiente demais

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  5. A ideia é excelente. Mas, antes de comprar um WD My Cloud, vou aguardar mais um tempo até as deficiências mencionadas por quem já comprou forem superadas.

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