segunda-feira, 22 de abril de 2013

Após longo aprendizado, VeeamBackup preservando minhas máquinas virtuais


Hoje já posso dizer que já faz um bom tempo que virtualização é algo comum e prosaico em muitas e muitas empresas. As grandes corporações abraçaram a tecnologia visando os benefícios de consolidação, uso mais eficaz dos recursos, economia de energia, etc. Enfim todos os benefícios desta nova “panaceia” tecnológica (no melhor sentido da palavra). Contei em outro texto publicado 8 anos atrás chamado “Maquina Virtual – você ainda vai ter uma (ou mais)!” sobre aquela “mágica” que eu já usava há pelo menos 3 ou 4 anos (desde 2001 – quando tive meu primeiro contato sério com a tecnologia).

As grandes empresas avançaram tanto neste segmento que já usam as mais sofisticadas plataformas como VMware e Microsoft Hyper-V incluindo sofisticados ambientes de gerenciamento proporcionados por estes (e outros) fornecedores. Também sou agente de implantação de tecnologia de virtualização em pequenas e médias empresas e observo que empresas deste porte começam a ter também uso intenso. Principalmente (mas não somente) estas empresas passaram a ser confrontadas com o imenso desafio (e também problema) do backup das máquinas virtuais.

Aliás, meu súbito e definitivo interesse por virtualização se deu exatamente por causa disso!! Lá em 2001 ou 2002 eu percebi que se usasse virtualização e fizesse backups periódicos de meu servidor, se eu tivesse uma pane catastrófica no meu hardware, poderia transferir os arquivos que definem a máquina virtual, ou seu backup para outro computador e voltar a operar rapidamente. Sem grande dispêndio de tempo para reinstalação de sistema operacional e diversos softwares para só então retornar às atividades. Desde esta época eu me deparo com o desafio do backup de VMs. Este texto conta a história da jornada para efetuar backups de máquinas virtuais em pequenas e médias empresas, aprendida por mim mesmo em meu ambiente virtual.

No meu particular caso, comecei usando o produto VMware Workstation 2.0, o qual hospedava o meu servidor do escritório. Fazer backup consistia em escolher um final de semana, parar a máquina virtual e copiar seus arquivos (cerca de 30 GB à época - cerca de 120 GB hoje em dia) para alguma mídia como HD externo ou outro HD na rede. Problema deste método, longo período de VM desligada (por isso fazia nos finais de semana), pois a cópia demorava bastante (fosse para HD externo ou rede).

Evoluí no uso do VMware Workstation, versões 3,4,5,6,7,8 e atualmente 9. Mas no meio deste caminho abracei ao VMware Server e há alguns anos ao Microsoft Hyper-V 2008 e VMware ESXi (atualmente versão 5.1). Nestes ambientes o problema continuava o mesmo. Longo tempo de cópia dos arquivos. Mas apareceu um agravante. Usando o ótimo VMware ESXi a maneira de fazer cópias de uma VM é usando um gerenciador de arquivos próprio (Browse Datastore) e por algum motivo não totalmente compreendido estas cópias são extremamente demoradas!! Veja na figura 1 abaixo. Repare o imenso tempo necessário para copiar uma VM de 58 GB (320 GB provisionada), cerca de 992 minutos, ou seja, 16 horas e meia!!
 
figura 01 - VMware ESXi 5.1 – Browse Datastore copiando uma VM, muito lentamente (992 minutos – 16 horas)

Por conta dessa grande demora descobri que poderia usar outra ferramenta para fazer  esta tarefa, o VMware Converter. Originalmente criado para transformar uma máquina física em virtual funcionava também para “converter” uma máquina virtual (qualquer tipo VMware ou Hyper-V). O CONVERTER tinha duas grandes vantagens, era ligeiramente mais rápido, mas permitia fazer a conversão/backup com a VM ligada. Assim demorasse 2 horas, 6 horas ou 20 horas não tinha problema. Os processos continuavam funcionando. A “mágica” para isso dar certo é que no final do VMware Converter sincronizava as alterações da VM que tinham ocorrido durante o backup gerando uma cópia fiel e exata da máquina virtual em outro arquivo e em outro local (HD externo, rede, etc.). O problema estava resolvido. Ou pelo menos quase tudo!!

 
figura 02 – utilizando o VMware Converter para fazer um backup de VM

O VMware Converter me dava liberdade de fazer as cópias das VMs, mas no caso de Microsoft Hyper-V o arquivo gerado era no formato do VMware. Para usar este backup este deveria ser convertido de volta para Hyper-V usando um programa do tipo VMDK2VHD ou algo do tipo. Ou seja, em uma situação de emergência a restauração do backup seria bastante morosa! Esta morosidade também afetaria restaurações do VMware pois eu teria que usar o Browse Datastore para recopiar a VM dentro do VMware ESXi.

Havia um claro progresso, mas era evidente que eu ainda não tinha achado uma boa solução. Percebam que estou descrevendo o caso de uma pequena e média empresa uma vez que as grandes corporações já usam ferramentas sofisticadas de gerenciamento de VMs como Microsoft System Center Virtual Machine Manager ou VMware vCenter agregadas ou não a sofisticados sistemas de backup.

VeeamBackup & Replication versão 6.5

Neste contexto eu descobri o software VeeamBackup. E acho que cochilei, pois tive contato com ele apenas sua versão 6.0, que logo se transformou em 6.5, que é a versão mais atual do produto. Aliás, trata-se de um produto bastante premiado em diversas categorias e eventos. De fato eu cochilei ao te-lo encontrado apenas em meados de 2012.

O VeemBackup, está disponível em versão gratuita e versão paga. Este texto irá mostrar e discutir os recursos da versão gratuita, pois foi esta que testei e que venho usando amiúde. A despeito de ser uma versão sem custo os recursos existentes me deixaram bastante impressionado a ponto de recomendar. Já considero a aquisição do produto pleno!!

Na figura 3 podemos ver a interface principal do VeemBackup. Há assistentes para adicionar novos servidores que são tanto do VMware ESX (até versão 5.1) como Microsoft Hyper-V (até versão 2012). Também podem ser vistos alguns servidores que eu já tinha incluído para testes ou uso efetivo do produto. Da mesma forma há assistentes para restaurar um máquina virtual e gerenciar os backups.


figura 03 – interface principal do VeeamBackup

As figuras 04 e 05 mostram as máquinas virtuais que existem em dois servidores Hyper-V e VMware respectivamente. Aquelas que têm um pequeno triângulo verde são VMs que estão ativas, ou seja, estão ligadas e em operação.


 
figura 04 – máquinas virtuais rodando no servidor Hyper-V


 
figura 05 – máquinas virtuais rodando no servidor VMware

O que me encantou foi a simplicidade para começar um procedimento de backup. Basta clicar com o botão direito do mouse sobre a VM e escolher o destino do backup. Este pode ser uma pasta de um disco local, um HD externo, uma pasta de rede, aquilo que for mais conveniente.

Ao ser iniciado o backup um breve procedimento de verificação é realizado e começa a operação. A figura 6 mostra a tela de backup durante a execução. Algumas observações são importantes! Há suporte para backup de VMs ativas, ou seja, não precisa ser desligada a VM para ser feito o backup. Isso vale tanto para o Hyper-V como ESX. No caso do ESXi (versão gratuita do VMware) de início não funcionou até que se instalasse uma licença para suporte ao recurso de Snapshoot. Já o Hyper-V não precisou de nada além do que já existe naturalmente no produto. Versões de VMware que não sejam gratuitas já têm a licença para uso do recurso necessário para o backup “a quente”.


 
figura 06 – backup de uma das VMs em progresso

Ainda na figura 6 pode ser visto que a VM está no meio do processamento, 28.2 GB já foram lidos e apenas 7.4 GB foram gravados. Isso porque naturalmente o VeeamBackup realiza compressão de dados. Isso resulta em dois grandes benefícios, maior velocidade na operação (menos dados são trafegados e gravados) e obviamente os backups ocupam bem menos espaço. No processo mostrado a razão de compressão é de 3.3 vezes, mas dependendo da natureza do conteúdo da VM este número pode ser maior ou menor.

Esta é a forma mais simples e mais básica de uso do VeeamBackup. Porém mesmo nesta versão gratuita há detalhes surpreendentes. No mínimo duas grandes surpresas. Inicialmente eu descobri que mais de um backup pode ser feito ao mesmo tempo. Como?  Disparado um processo, a partir daquela tela de monitoração, ela pode ser fechada (clicando no OK) e um novo backup pode ser iniciado. Há um limite (configurável) de 3 ou 4 backups simultâneos. Mas mesmo que a quantidade de backups solicitada for maior, as operações que excederem este número ficam “na fila” e assim que os backups forem sendo finalizados os novos processos são iniciados.

Isso é importante uma vez que na versão gratuita não há como programar a realização de backup de forma automática em horário determinado. Mas uma dezena ou mais de backups podem ser iniciados e todos eles serão feitos em paralelo (ou de 3 em 3) até que a totalidade de VMs solicitadas tenham sua cópia feita (processada a fila).

Após este longo processo de cópias o HISTÓRICO pode ser visto para que sejam verificados se todos os processos foram feitos com sucesso. Isso pode ser visto na tela da figura 7. Nesta tela podem ser vistos alguns casos com erro (processos que eu cancelei), alguns feitos com sucesso e também pode ser visto que havia DOIS backups sendo feitos ao mesmo tempo (as duas linhas no topo), um deles 17% concluído e outro 37% concluído.

figura 07 – analisando o histórico dos backups realizados simultaneamente ou enfileirados

Outro surpreendente recurso desta versão gratuita é o “Quick Migration”. Sistemas mais sofisticados, infraestruturas mais complexas com uso de storage e sistemas de gerenciamento avançados permitem que uma VM seja movida de um computador para outro de forma quase que instantânea. O VeeamBackup permite que isso seja feito, mais lentamente, mas permite. Essencialmente é a mesma coisa. Para que alguém desejaria mover uma ou mais VMs de um servidor de virtualização para outro? Vários motivos. Manutenção planejada do servidor, com necessidade de desligá-lo. Se as VMs são migradas o servidor pode ser desligado sem problemas para manutenção, upgrade, etc. Outro motivo comum é balanceamento de carga. Em uma empresa que tenha dois ou mais servidores de virtualização, em certo momento um deles pode estar com excesso de processamento (sobrecarregado). Uma possível solução é “aliviar” parte da carga movendo uma ou mais VMs deste para outro servidor de virtualização. A figura 8 mostra como acontece este processo.

 
figura 08 – migração de uma VM para outro servidor – semelhante ao backup

A tela é muito parecida com a tela do backup porque essencialmente o processo consiste de um backup e um restore na outra ponta. É muito interessante, pois ao comandar o “Quick Migration” o VeeamBackup pergunta se nosso desejo é tão logo a migração ser completada, a VM antiga ser desligada e a nova VM já ser ligada no novo servidor, ou mesmo se a VM antiga deve (ou não) ser apagada. Bastante útil e prática. A crítica que faço é ao nome “Quick”, pois não é rápido (só é bem rápido se a migração for para o mesmo servidor – hipótese de baixa utilidade). Mas independentemente da velocidade a migração será feita com sucesso no final, atingindo o objetivo.


E a versão completa do VeeamBackup??

Como disse meu teste foi baseado na versão gratuita, a qual tem inúmeros predicados que me fizeram adotá-la prontamente. Mas a versão paga, a qual eu desejo fortemente ter a possibilidade de testá-la, tem mais uma miríade de funções ainda mais interessantes e impressionantes. A saber, quem tem a versão gratuita pode obter uma licença da versão paga que vai funcionar por 30 dias para efeito de testes. Eu só não abracei esta possibilidade porque no meu particular caso, que faço testes visando escrever sobre a ferramenta e também implantá-la em regime de produção em algumas empresas, o tempo de 30 dias para estes testes seria muito curto.

Mas em contatos que tive com a empresa e por meio de alguns Webnars (a propósito há muito material na Internet sobre o VeeamBackup) posso adiantar alguns destes incríveis recursos:

- Agendamento e programação de backups para horários específicos
- Uso do backup diretamente em situação de emergência (nem precisa restaurar)
- backup/restore de dados de alguns aplicativos como caixas postais de Exchange,...
- Monitoração avançada, relatórios e planejamento de capacidade
- Replicação de VMs de forma total ou incremental
- Com replicação incremental a VM pode ter backup a cada minuto se assim desejado
- Restauração de conjunto de arquivos (ou apenas um) sem precisar restaurar a VM toda


  Mais detalhes da versão 6.5 completa podem ser obtidos aqui.

Conclusão

Trabalhar com virtualização e não ter eficaz método de backup é mais perigoso do que não usar virtualização. Seja para restaurar um único arquivo, pasta ou a VM toda (em caso de pane catastrófica), ter o backup ali do lado, à mão é imprescindível. Pelo meu histórico de uso de VMs, desde 2001/2002, passei por várias fases, diversos métodos de backup de meus ambientes virtuais.

A solução VeeamBackup, mesmo a gratuita posiciona-se vários degraus acima das soluções que usei antes. Toda e qualquer empresa, pequena ou média, que está trilhando o caminho da virtualização de sua infraestrutura terá na versão gratuita do VeeamBackup sua ótima alternativa e solução. Naturalmente como as empresas evoluem, infraestrutura cresce, necessidades aumentam, o caminho natural é crescer na versão do produto, abraçando a modalidade completa, pagando por tantas funcionalidades a mais. Eu ainda retornarei com minhas impressões e opiniões sobre a versão completa do VeeamBackup... É só uma questão de tempo.




2 comentários:

  1. Bom dia Flavio!
    Testei o VeeamZip no ESXi 5.1, e deu o erro: "Current license or ESXi version prohibits execution of the requested operation.". É a questao da licensa para snapshot como vc comentou? Essa licensa é gratuita ou somente paga? Fiz algumas pesquisas e me parece que a versao 5.0 do ESXi tem snapshots habilitados, é isso mesmo?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não sei precisar, mas pelo que você testou é isso mesmo. Só com o recurso do snapshot dá para fazer online. Seria bom saber junto à VMware qual a maneira mais acessível de obter esta licença. Abs

      Excluir