quarta-feira, 17 de abril de 2024

PRTG 2024 Ampliando a capacidade de monitoração, OT e comparativo com Zabbix

Este artigo está disponibilizado em três partes. Conforme forem sendo publicadas as novas partes os links para cada uma delas será acrescentado logo abaixo:

PRTG 2024 – Ampliando a capacidade de monitoração (este texto)
ComparandoPRTG e Zabbix em 2024 (publicado 22/04/24)
Usando o PRTG no ambiente industrial (publicado em 14/05/2024)

Introdução

Informação é poder. Quem já não ouviu essa afirmação? Mas com a crescente digitalização de todos os processos, da transformação que temos vivenciado, posso afirmar que informação é oxigênio para as pessoas e todas as corporações. Garantir que as etapas de rotinas digitais funcionem a contento é objetivo primordial e para isso, mais informações, ativos muito especiais são indispensáveis.

Estou falando da garantia do funcionamento dos sistemas críticos sobre os quais todas as empresas se apoiam, aqueles que sem os quais as atividades são interrompidas. Eu venho há alguns anos acompanhando bem de perto as soluções de monitoração da infraestrutura das empresas, notadamente o PRTG da empresa Paessler com dois olhares diferentes. Sou usuário dessa solução em ambientes de TI nas quais sou responsável e também com o olhar de jornalista de tecnologia, que visa conhecer os avanços das soluções existentes e poder compartilhá-las.

Por isso, após ter estudado e utilizado várias gerações do PRTG, da empresa alemã Paessler, em 2012, 2014, 2016, 2018, várias conversas e entrevistas com executivos da empresa, já era hora de fazer mais um mergulho profundo nessa vital tecnologia, principalmente porque a Paessler fez crescer a funcionalidade e utilidade do PRTG nos últimos anos, também para a importante (e fascinante) área industrial e automação de processos. Isso será tema de parte importante desse texto.

Mas para começar preciso equalizar alguns conceitos, rememorar as características do PRTG, objetivos, funcionalidade e utilidades. Vou resgatar algumas informações dos textos anteriores para isso.

PRTG origens e características

No início se percebeu que os profissionais de TI necessitavam ter acesso a informação de qualidade, caso contrário eventos que venham causar alguma pane ou comprometimento na infraestrutura não seriam percebidos ou localizados. A monitoração de indicadores especialmente escolhidos pode direcionar a equipe de TI na direção de ações proativas permitindo-os a descobrir problemas e evitá-los antes mesmo de terem acontecido. Essa foi a origem do PRTG, monitorar para resolver problemas e evitar que outros acontecessem.

Vale a analogia com um paciente internado em um hospital com diversos sensores acompanhando dados de batimento cardíaco, pressão arterial, nível de oxigênio e glicose no sangue, entre outros dados. Pontualmente, uma aceleração súbita do batimento cardíaco, uma taquicardia por si já faria médicos virem acudir o paciente. Por outro lado, uma alteração, mesmo que vagarosa da taxa glicêmica, pode indicar que pela progressão dos dados o paciente terá uma crise de hipoglicemia em algumas horas. Por isso o acompanhamento é vital para atuar problemas presentes e prever problemas futuros. E por que isso não seria igual com uma infraestrutura de TI? Claro que é igualzinho.

É necessário avaliar, escolher e instrumentar os pontos críticos usando ferramenta adequada de tal forma que problemas possam ser identificados e muitas vezes também antecipados e administrados. É importante destacar que nem sempre uma pane catastrófica será a responsável pela interrupção dos serviços vitais de uma empresa. Existem situações muito simples e ao mesmo tempo muito comuns, como por exemplo a escalada de consumo de recurso de poder de processamento em um servidor crítico. Analogamente é como se uma pessoa constasse que a cada dia seu automóvel tem que fazer mais força para vencer uma subida que existe no caminho. É possível prever que um dia ele não terá força para vencer o aclive e não vai subir. No ambiente de TI percebemos que o servidor não vai ser capaz de processar o volume necessário de informações. Este é o desafio. Ser capaz de enxergar estas tendências a tempo e atuar proativamente.

É dessa forma que atua o PRTG. Problemas reais que já aconteceram e que necessitam de atenção urgente e imediata são identificados e apontados por meio da monitoração dos pontos críticos que podem vir a comprometer a empresa em um momento futuro. Isso garante a continuidade da operação dos recursos de TI sem impactar os processos de negócio. Atualmente poucos minutos de interrupção podem custar muito caro para as organizações. Em função do ambiente, são centenas ou milhares os pontos que requerem acompanhamento e fiscalização de possíveis falhas. Este é o grande valor do PRTG, olhar de forma automática e incansavelmente para todos os elementos sensíveis colaborando para evitar perdas que possam advir de paradas em elementos críticos para o negócio.

(clique para ampliar)

Diferenças percebidas desde o último teste (2018 x 2023/2024)

Para não ter que mergulhar nos máximos detalhes do PRTG, vou convidar você leitor a conferir as avaliações que eu fiz anteriormente nas quais explorei bastante as características da solução. Dessa forma esse texto não ficará repetitivo e com os links. Dessa forma você leitor, terá acesso a tudo. Leia a avaliação de 2018, mas se tiver tempo recomendo ler todos na ordem cronológica, assim dá para ir percebendo as mudanças e evoluções. Aproveito também para citar algumas conversas e entrevistas que tive com executivos da Paessler sobre o PRTG nos últimos anos.

Artigos
Parte 1/3 - PRTG 2018 A vital importância da monitoração do ambiente de TI
Parte 2/3 - PRTG 2018 Monitorando o ambiente de TI, teste completo
Parte 3/3 - PRTG 2018 Análise comparativa com Zabbix, uma das alternativas de mercado 
PRTG 2016 – monitoração da infraestrutura ampla e versátil, teste detalhado em situação real!
PRTG 2016 – manter seu negócio 100% operacional é absolutamente crítico
Monitorar infraestrutura de TI - sem custo com PRTG - até 100 sensores
PRTG 2014 – monitorando ainda mais de perto a infraestrutura crítica
PRTG 2012 – monitorando totalmente sua rede e infraestrutura

Entrevistas:
#419 PRTG monitoração da infraestrutura evoluiu para monitoração do negócio e IoT
#645 PRTG monitora e gerencia infraestrutura de TI e agora mais IoT, chão de fábrica, segurança, saúde
#742 Paessler PRTG amplia muito sua atuação e habilita monitoração no ambiente da Indústria 4.0
#816 Paessler PRTG, ampla monitoração no mundo digital, IoT, 5G, favorecendo a sustentabilidade, controle e continuidade de negócios

O PRTG é uma solução que começou a tomar forma em 2001 e em 2003 se consolidou como um produto disponível para o mercado. Portanto tem mais de 20 anos de crescimento e desenvolvimento. Como poderíamos esperar, hoje é um produto bastante maduro e que nos últimos anos teve melhorias, acabamentos, refinamentos, mas não é radicalmente diferente da versão que eu testei detalhadamente em 2018.

Mas há uma clara exceção. Em 2018 não existia ainda, ou pelo menos naquela ocasião não foi destaque para mim a aplicação na área industrial, atuando como elemento da monitoração e automação industrial. Nas entrevistas que fiz a partir de 2019, percebi que inicialmente os recursos de monitoração de IoT foram se tornando destaque, a capacidade de interagir com dispositivos da Internet das Coisas. Isso foi tomando corpo e finalmente nasceu a vertente de utilização no segmento industrial. Essa é a imensa diferença que existe no PRTG 2023/2024 em relação ao meu último teste do PRTG 2018. Tanto que há uma parte exclusiva nesse texto falando apenas sobre essa aplicação industrial do PRTG.

Ademais, eu reimplantei o PRTG no mesmo ambiente que eu testara antes, em uma estrutura ligeiramente menor porque muitas empresas reduziram seu espaço físico durante e após a epidemia de COVID-19, mas essencialmente o ambiente era o mesmo. Usei menos sondas remotas, pois escritórios físicos foram reduzidos. Aliás, aproveitando o tema, sondas remotas é um dos recursos que mais gosto no PRTG, pois permite monitorar filiais em qualquer lugar do planeta, como se essas infraestruturas estivessem na rede local! Paessler, será que dá para monitorar na Estação Espacial Internacional? Fiquei pensando aqui... Aliás, a presença das sondas remotas e sua ampla capacidade monitoração dos vários sensores em locais distantes é uma das grandes diferenças do PRTG e do Zabbix, cuja comparação também é objeto desse texto, logo a seguir.

Portanto em 2023/2024 há refinamentos na interface do PRTG, além disso estou sabendo que tem uma nova interface e nova API chegando esse ano, percebi mais agilidade na análise da rede em busca de dispositivos e sensores. Foi ampliado (cada vez mais) o leque de sensores disponíveis. Não havia capturado minha atenção em 2018 os sensores específicos para bancos de dados como Microsoft SQL Server, MySQL, PostgreSQL e Oracle SQL. Neste teste eu precisei criar sensores para SQL Server e isso foi importante para mim. 


 A propósito, foi o PRTG que me fez descobrir um erro iminente que foi evitado. Nesta empresa no qual instalei o PRTG, roda uma aplicação que eu mesmo desenvolvi anos atrás (sim, já fui desenvolvedor de aplicações) que usa o Microsoft SQL Server. Como a aplicação é bem antiga, seu banco de dados fora criado com um tamanho fixo. Dias depois da instalação do PRTG e de eu ter instalado os sensores para o banco de dados, recebi um alerta que o espaço dedicado para o SQL Server estava próximo da capacidade alocada. Sem o PRTG em alguns dias o sistema iria parar de funcionar, haveria erro no SQL e dificilmente eu pensaria que pudesse ser problema de espaço. Sabe-se lá quantas horas ou dias eu iria precisar para descobrir e resolver essa situação. Não só o PRTG me ajudou a evitar um problema antes dele acontecer, como já me direcionou para a solução, aliás muito simples, que foi ampliar a área do banco de dados e já configurar para crescimento dinâmico, assim nunca mais terei este problema.


Ainda sobre os sensores, dá para ficar horas explorando todos os tipos disponíveis. São dezenas de categorias e centenas ou milhares de sensores. Citando alguns que despertaram minha atenção, vários para monitorar o ambiente AWS, disponibilidade de vários provedores SaaS, Microsoft Office 365, Microsoft Azure, Status do Zoom, Veeam Backup, incluindo alguns sensores Beta (que um dia se tornarão regulares) como Cisco Meraki, VPN da Fortigate, etc.  E não para por aí, descobri também sensores para aparelhos médicos, algo vital para um ambiente hospitalar ou laboratorial.


Embora eu não tenha testado essa versão específica, existe agora um PRTG que reside em nuvem, não exige servidor dedicado e visa monitorar IAAS, SAAS e PAAS. Outra funcionalidade que em 2018 não tive muita oportunidade de olhar, mas que está mais evoluída agora é a possibilidade de monitoração de hypervisors de máquinas virtuais, com grande número de sensores dedicados para essa finalidade.


##### CONTINUA ######

Não perca a sequência deste artigo, as outras partes que serão publicadas!

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